29 de março de 2015

FIJI VENCE EM HONG KONG AO DERROTAR A NOVA ZELÂNDIA NA FINAL

As Fiji vencem o 40º Hong Kong Sevens e sobem ao segundo lugar do ranking mundial, enquanto a Inglaterra perde terreno para a Austrália na luta pelo apuramento directo para os Jogos Olímpicos, enquanto África do Sul mantém liderança da tabela.

O último dia do Hong Kong Sevens foi apenas fantástico! Quem esperava assistir a uma grande final, acabou ter dois bónus, e nas meias finais da Cup assistiu a dois dos melhores jogos de sevens dos últimos torneios.


Eu explico. Com o acasalamento das equipas para os quartos de final da Cup a pôr frente a frente Fiji e Inglaterra, e África do Sul e Austrália, estava preparado o palco para duas emocionantes partidas.

Porque não estava em jogo apenas o acesso às meias finais, em que as quatro equipas estavam obviamente interessadas.
Inglaterra e Austrália estavam a discutir além disso o quarto lugar no ranking do Circuito, o último a dar acesso directo aos Jogos Olímpicos.
Com as duas equipas separadas por três pontos apenas, a passagem de uma delas para as meias finais, poderia significar ou o alargamento da vantagem dos australianos, ou a ultrapassagem dos wallabies na tabela pelos ingleses...

E com tudo isso em jogo, quem ganhou foi o espectáculo, com duas partidas discutidas até ao derradeiro minuto, e que terminaram com a derrota da Inglaterra por 14-12 frente às Fiji, e com a derrota da Austrália perante a África do Sul por 7-5!

Estas duas derrotas por dois pontos dos candidatos ao cobiçado quarto lugar, acabou por provocar mais uma final, pois ingleses e australianos voltaram a enfrentar-se num decisivo jogo das meias finais do Plate!
E os australianos foram mais fortes e venceram por 12-7, em mais um jogo muito disputado, muito físico,

Quanto aos outros dois jogos dos quartos de final, Samoa venceu sem dificuldade os Estados Unidos, assim acontecendo também com a vitória da Nova Zelândia sobre a Argentina.

Nas meias finais as Fiji foram superiores à África do Sul e venceram por 21-15, enquanto a Nova
Foto: SWS
Zelândia bateu uma renascida Samoa por 15-14.

Na final as Fiji cedo se adiantaram no marcador e com 21 pontos sem resposta aos nove minutos de jogo (as finais são disputadas em duas partes de 10 minutos cada uma) tornaram a tarefa dos All Blacks Sevens quase impossível.
E apesar dos neozelandeses ainda terem conseguido reduzir para 21-5 antes do intervalo, a vitória não fugiu aos fijianos, que acabaram por vencer por 33-19.

PORTUGAL NÃO CONSEGUIU MANTER O NÍVEL DO SEGUNDO DIA DA PROVA
Na Bowl Portugal não conseguiu alcançar o nível que demonstrou ser capaz de atingir no jogo com a Nova Zelândia, e isso custou-lhe a derrota frente a França por 24-14, e a passagem para as meias finais do Shield, onde defrontou o Quénia e voltou a perdeu por 21-0.
Pela primeira vez esta época, Portugal somou no ranking geral menos pontos que o Japão, que assim reduziu a diferença para Portugal de 16 para 15 pontos, quando ainda falta realizar três etapas da prova...

Esta foi a primeira vez que os japoneses não ficaram na última posição de um torneio, e pelo contrário, foi a primeira vez que Portugal apenas somou o ponto de presença...

Portugal mostrou mais uma vez a sua falta de consistência, ao alternar coisas excelentes com coisas medíocres, e cada dia fica mais clara a falta de alternativas na escolha da equipa.
Com a lesão de Adérito Esteves ao intervalo do segundo dos cinco jogos que realizou, e com um jogador que apenas foi utilizado quatro minutos no primeiro jogo, Portugal chegou ao jogo com o Quénia sem capacidade de resposta para as exigências físicas que lhe foram impostas.

Já o dissemos várias vezes e repetimos: não basta pegar num grupo de cerca de 20 jogadores, treiná-los e pronto! Não basta termos uma equipa a disputar o Circuito Mundial.
É urgente que se desenvolva um projecto integrado de crescimento e consolidação dos sevens em Portugal.
Um projecto que envolva a completa reorganização das competições internas da modalidade, a criação de seleções regionais e o lançamento de uma segunda representação nacional, onde se possa ir rodando e dando experiência aos novos talentos...

Nada disto é dito pela primeira vez, e nós aqui no Mão de Mestre já andamos a falar nisto desde 2009.
 Mas como os sevens continuam a ser desprezados por quem manda no rugby português, cada dia estamos mais perto de deixar de ser uma das melhores equipas do mundo - mas os culpados são conhecidos e terão que assumir a responsabilidade por este erro de estratégia que prejudica o rugby nacional.

Fique com o quadro dos resultados e o ranking actualizado do Circuito.

Nós cá estaremos no próximo final de semana para o Tóquio Sevens.



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