Na véspera de mais um Mundial de sevens e a participação no Grand Prix da FIRA, o Mão de Mestre conversou com o nosso pequeno/grande jogador.
Pedro, a participação portuguesa nas Séries Mundiais deste ano foi inconstante, com alguns bons momentos, mas com outros bastante fracos...
Sendo a única equipa em que quatro/cinco jogadores fazem parte das seleções de XV e de sevens é difícil competir com equipas 100% profissionais e que só jogam sevens.
Já vai longe em que havia muitas equipas como nós!
Hoje em dia o circuito não tem nada a ver com antigamente, só quem lá anda é que percebe que todos os paises estão a apostar tudo nos sevens!
Resumindo...a nossa prestação no circuito podia ter sido melhor mas também podia ter sido pior – reparem na Espanha que tem 20 jogadores profissionais e que não foi uma única vez à Cup!
O mau foi ter ficado cinco vezes em último e não ter ganho um único jogo no
segundo dia.
Isso deve-se à falta de treinos de sevens e ao cansaço dos jogadores.
Mas tivemos três torneios muito bons!
Ganhar à Africa do Sul, Inglaterra, Samoa não é fácil...
Uma digressão à América do Sul e o Europeu das Nações de XV na época, e nove torneios de sevens de grande nível, em que estado se chega a esta altura do ano?
Pessoalmente sinto-me cansado, cada treinador que falo diz-me que é impossível fazer XV e sevens o ano inteiro a nível internacional, são muito jogos nas pernas e isso reflete-se em campo.
Acho que termos conseguido ser core team para o próximo ano foi um grande feito!
Mais uma vez jogámos contra equipas 100% profissionais e ganhámos...mesmo com pouco treino de sevens nas pernas!
Mas a ideia que a maior parte das pessoas tem é que vocês treinam sevens todo o ano, o que aliás se justifica pela existência de um treinador exclusivo para a equipa...
Poucas pessoas percebem isso, enquanto as outras equipas só fazem sevens nós jogamos XV o ano inteiro e antes de cada etapa das Séries Mundiais juntamos-nos e vamos jogar os torneios.
Por exemplo depois de Hong Kong e Tóquio, os cinco jogadores que também estavam na seleção de XV (eu, Adérito Esteves, Gonçalo Foro, Frederico Oliveira e Nuno Penha e Costa) apenas treinaram duas vezes sevens antes de irmos para Glasgow...e Londres, onde felizmente conseguimos ganhar o estatuto de core team pela segunda vez!
E agora, neste final de época com o Mundial no fim de Junho e a primeira etapa do Grand Prix da FIRA no princípio do mês...
Agora para o Campeonato do Mundo já vamos ter tempo para treinar todos juntos e focar 100% nos sevens!
Isso sim é uma grande noticias, a má noticia é que a época já vai longa e quatro jogadores fizeram XV e sevens o ano todo e isso pesa nas pernas!
Mas estou confiante que vamos fazer um grande Campeonato do Mundo na Rússia
E o que vai acontecer com o futuro do jogador Pedro Leal...?
Em relação ao meu futuro ainda nada está certo.
Voltei este ano para Portugal para conseguir ajudar Portugal e jogar no Circuito.
Já recebi propostas de Espanha e França e veremos o que se vai passar...
Fotos: IRB/Martin Seras Lima e António Simões dos Santos
3 comentários:
Para tudo ficar perfeito para o ano... Pipoca capitão e Aguilar a treinador!
Pipoca é grande! Muitos parabéns pelo ensaio do ano no circuito mundial (aquelas duas fintas deixaram os samoanos pregados ao chão, ainda que o passe do FVA parece ser para a frente).
Espero que Portgal possa mesmo vir a fazer um grande Campeonato do Mundo até porque...eu lá estarei a dar o meu apoio incondicional (infelizmente desta vez não vai toda a alqateia do Luxemburgo como no Dubai...).
Grande abraço e bom trabalho.
Daqui saúdo o Pedro Leal e os restantes jogadores, pela entrega e por terem conseguido o objectivo em Londres.
Faço votos de um grande campeonato do mundo, em Moscovo, pois o país precisa de alegrias e os adeptos do rugby também.
Com team spirit, união e esforço tenho a certeza que lá chegaremos. Só revia um pormenor - para a próxima temporada a selecção devia ter à frente um treinador que percebesse de sevens e fosse um motivador, alguém com qualidades de criar união, espírito.
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