23 de maio de 2013

PEDRO LEAL FALA COM O MÃO DE MESTRE NA VÉSPERA DO MUNDIAL DE 7'S

Pedro Leal, o cérebro da nossa seleção nacional de sevens, é o mais conhecido dos jogadores de rugby de Portugal, com 67 internacionalizações pela nossa equipa de XV e 60 torneios internacionais de sevens nas pernas.

Na véspera de mais um Mundial de sevens e a participação no Grand Prix da FIRA, o Mão de Mestre conversou com o nosso pequeno/grande jogador.

Pedro, a participação portuguesa nas Séries Mundiais deste ano foi inconstante, com alguns bons momentos, mas com outros bastante fracos...

Sendo a única equipa em que quatro/cinco jogadores fazem parte das seleções de XV e de sevens é difícil competir com equipas 100% profissionais e que só jogam sevens.

Já vai longe em que havia muitas equipas como nós!

Hoje em dia o circuito não tem nada a ver com antigamente, só quem lá anda é que percebe que todos os paises estão a apostar tudo nos sevens!

Resumindo...a nossa prestação no circuito podia ter sido melhor mas também podia ter sido pior – reparem na Espanha que tem 20 jogadores profissionais e que não foi uma única vez à Cup!

O mau foi ter ficado cinco vezes em último e não ter ganho um único jogo no
segundo dia.
Isso deve-se à falta de treinos de sevens e ao cansaço dos jogadores.

Mas tivemos três torneios muito bons!
Ganhar à Africa do Sul, Inglaterra, Samoa não é fácil...

Uma digressão à América do Sul e o Europeu das Nações de XV na época, e nove torneios de sevens de grande nível, em que estado se chega a esta altura do ano? 

Pessoalmente sinto-me cansado, cada treinador que falo diz-me que é impossível fazer XV e sevens o ano inteiro a nível internacional, são muito jogos nas pernas e isso reflete-se em campo.

Acho que termos conseguido ser core team para o próximo ano foi um grande feito!

Mais uma vez jogámos contra equipas 100% profissionais e ganhámos...mesmo com pouco treino de sevens nas pernas!

Mas a ideia que a maior parte das pessoas tem é que vocês treinam sevens todo o ano, o que aliás se justifica pela existência de um treinador exclusivo para a equipa...

Poucas pessoas percebem isso, enquanto as outras equipas só fazem sevens nós jogamos XV o ano inteiro e antes de cada etapa das Séries Mundiais juntamos-nos e vamos jogar os torneios.

Por exemplo depois de Hong Kong e Tóquio, os cinco jogadores que também estavam na seleção de XV (eu, Adérito Esteves, Gonçalo Foro, Frederico Oliveira e Nuno Penha e Costa)  apenas treinaram duas vezes sevens antes de irmos para Glasgow...e Londres, onde felizmente conseguimos ganhar o estatuto de core team pela segunda vez!

E agora, neste final de época com o Mundial no fim de Junho e a primeira etapa do Grand Prix da FIRA no princípio do mês...

Agora para o Campeonato do Mundo já vamos ter tempo para treinar todos juntos e focar 100% nos sevens!

Isso sim é uma grande noticias, a má noticia é que a época já vai longa e quatro jogadores fizeram XV e sevens o ano todo e isso pesa nas pernas!

Mas estou confiante que vamos fazer um grande Campeonato do Mundo na Rússia

E o que vai acontecer com o futuro do jogador Pedro Leal...?

Em relação ao meu futuro ainda nada está certo.
Voltei este ano para Portugal para conseguir ajudar Portugal e jogar no Circuito.

Já recebi propostas de Espanha e França e veremos o que se vai passar...

Fotos: IRB/Martin Seras Lima e António Simões dos Santos

3 comentários:

Anónimo disse...

Para tudo ficar perfeito para o ano... Pipoca capitão e Aguilar a treinador!

Great_Duke disse...

Pipoca é grande! Muitos parabéns pelo ensaio do ano no circuito mundial (aquelas duas fintas deixaram os samoanos pregados ao chão, ainda que o passe do FVA parece ser para a frente).

Espero que Portgal possa mesmo vir a fazer um grande Campeonato do Mundo até porque...eu lá estarei a dar o meu apoio incondicional (infelizmente desta vez não vai toda a alqateia do Luxemburgo como no Dubai...).

Grande abraço e bom trabalho.

Anónimo disse...

Daqui saúdo o Pedro Leal e os restantes jogadores, pela entrega e por terem conseguido o objectivo em Londres.

Faço votos de um grande campeonato do mundo, em Moscovo, pois o país precisa de alegrias e os adeptos do rugby também.

Com team spirit, união e esforço tenho a certeza que lá chegaremos. Só revia um pormenor - para a próxima temporada a selecção devia ter à frente um treinador que percebesse de sevens e fosse um motivador, alguém com qualidades de criar união, espírito.