3 de maio de 2013

GLASGOW SEVENS - O TORNEIO E OS LINCES

Amanhã, sábado, quando forem 10,30 da manhã, será dado o pontapé de saída do Glasgow Sevens, oitavo torneio do Circuito Mundial 2012-12, em que Portugal participa como equipa residente.

E já que Portugal corre o sério risco de se ver afastada da sua posição privilegiada, aconselhamos seriamente que não perca a oportunidade de ver os Linces em acção.

Porque, se perder a sua condição, vai passar muito tempo até que a equipa portuguesa volte a participar num torneio das Séries Mundiais, e com isso será afastada do convívio com os melhores, quem sabe por quanto tempo e com que desastrosas consequências para o rugby português.

Criar, para deixar morrer, é um estigma que atravessa o nosso rugby de sevens há dezenas de anos, e que, infelizmente, continua - mesmo que se esconda a incapacidade de construir e manter no topo, sob falsos pretextos de "prioridades" do rugby português.
Disso falaremos oportunamente, não é assunto que se deixe esquecido...

E não acontece apenas ao nível das nossas selecções de sevens, mas também dos nossos torneios.

Primeiro foi o Lisboa Sevens, que, depois de atingir enorme sucesso internacional (e nacional!) pelas mãos de um punhado de carolas, tendo em 1996 sido um os três Torneios de Qualificação para o Mundial de 1997 (veja aqui), não foi aproveitado pela FPR para que Lisboa se tornasse uma peça da máquina da IRB, nem, mais tarde, da FIRA - nunca uma edição dos torneios das Séries Mundiais, dos Campeonatos da Europa ou dos Grand Prix Sevens, teve lugar em Portugal, apesar dos excelentes resultados desportivos que se foram obtendo.

No ano passado a FPR avançou com a candidatura à organização do torneio de apuramento da zona europeia para Mundial de 2013, que veio a realizar-se no Algarve, no meio de inúmeras promessas que Portugal iria voltar a ter um torneio internacional de sevens, com carácter de regularidade.

Santa ilusão!
Passada a euforia da realização do Algarve Sevens, tudo se esfumou, e Portugal continua de fora da organização de qualquer etapa, por exemplo, do Grand Prix da FIRA, que este ano acabou por entregar uma das suas jornadas a Manchester, na Inglaterra, outra a Lyon na França e outra a Bucareste na Roménia - Lisboa, Algarve, Coimbra ou Porto, nem se ouviu falar, deixando que o torneio do Algarve em 2012, não passasse de um pequeno oásis no meio da infértil imaginação de quem pode e manda...

E se os circuitos mais importantes estão - segundo a óptica federativa - fora do nosso alcance, então organizem um torneio de selecções regionais peninsulares, convidem clubes especialistas na variante, enfim, façam qualquer coisa, mas não destruam o que outros construíram durante décadas de entrega absolutamente graciosa e desinteressada.

Enfim, amanhã vai começar o Glasgow Sevens!
E os Linces jogam a primeira partida às 13,04 horas, frente à Escócia, para voltarem a campo às 15,48 para defrontarem a Nova Zelândia, e terminarão o dia com o jogo frente a Inglaterra às 17,53 horas.

A tarefa é muito difícil, mas a verdade é que a nossa selecção de sevens consegue, por vezes, ultrapassar as melhores expectativas, e pode muito bem fazer boa figura na Escócia.

E embora sendo um feito assinalável, é possível que se consiga o apuramento para a Cup, a competição principal do torneio.

Além disso há um tabu em jogo - a invencibilidade da Nova Zelândia frente a Portugal - que um dia vai ser quebrado. Quem sabe não será agora?

Recorde-se que na presente época Portugal defrontou a Escócia em quatro ocasiões, com uma vitória em Hong Kong (Austrália 0-33, Wellington 17-19, Las Vegas 10-12, Hong Kong 27-21), defrontou a Inglaterra por três vezes com uma vitória (Las Vegas 21-5, Hong Kong 7-22, Tóquio 0-40), e a Nova Zelândia em apenas uma ocasião (Dubai 7-28)

Apesar das três derrotas com a Escócia notou-se um certo equilíbrio entre as duas equipas, e das duas derrotas contra a Inglaterra a de Tóquio foi num domingo(...), restando os All Blacks para vencer este ano.

Então podemos dizer que a passagem para as finais do principal troféu é o maior objectivo do dia, e que vencer a Nova Zelândia será o objectivo secundário...

Veja o frente a frente com os adversários dos portugueses no primeiro dia da prova.

E fique com o quadro completo dos jogos do dia, em Glasgow.


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