Como é costume entre estas duas equipas registou-se um bom espectáculo, com ensaios de lado a lado e também alguma polémica.
Também como já vem sido hábito nos últimos encontros entre estas equipas os Tigers levaram a melhor para os "arqui-rivais".
Vamos ao jogo: os Tigers começaram o jogo a fazer o que sabem melhor (especialmente contra os Saints), a meter pontos no marcador.
O capitão Flood furou a defesa adversária e criou superioridade numérica, entregando a bola ao seu ponta Nial Morris que imparável colocou o resultado em 10-0 (com a conversão de Flood).
Flood só foi parado mais tarde por uma impressionante placagem de Lawes, que chegou ligeiramente atrasado sendo por isso penalizado, o que viria a trazer consequências sérias para o abertura quando Lawes repetiu a dose alguns minutos depois indo para a "concussion bin" mas já não regressaria ao campo.
Os Saints entretanto responderam e o formação Dickson bate uma penalidade rápida e na sequência do lance Myler ensaiava os primeiros pontos dos santos, 10-5 aos 25'.
Ao cair da primeira parte o momento caricato do jogo que viria a hipotecar as hipóteses de vitória dos Saints.
Ford que havia substituido Flood falhou uma penalidade na bola de jogo, no pontapé de 22 o árbitro Wayne Barnes diz ao abertura Myler que não pode colocar a bola directamente para fora... Myler coloca a bola fora.
Barnes ordena uma formação ordenada para os Tigers nos 22 em frente aos postes que colapsa uma vez, a melée é re-ordenada e colapsa novamente,
Barnes penalisa os Saints e vê-se claramente o talonador e capitão dos Saints Hartley vociferar "fu**ing cheat!" o árbitro considerou que o comentário foi dirigido a ele e mostrou o vermelho ao inconsolável Hartley.
O primeiro cartão vermelho de sempre numa final da Premiership.
Imune a isto Ford não falhou os 3 pontos desta vez.
Reduzidos a 14 para toda a segunda parte os Saints meteram o coração em campo e recomeçaram o jogo logo com um ensaio à largura do campo finalizado por Foden, 16-10 aos 43'.
Feridos os Tigres trabalharam a partir de uma melée e o 2a linha Kitchener viu que só tinha Tonga'uiha e Mujati pela frente e perante dois pilares carregou no acelerador e foi mais rápido até ao ensaio, 21-10 aos 47'.
A troca de ensaios não ficaria por aqui, o gigante centro Luther Burrell entra no 22 de Leicester com uma excelente simulação e foram precisos dois defesas para o parar, Dickson que vinha no ombro do seu centro só teve que receber e mergulhar para o ensaio, 24-17 e jogo aberto digno de uma final.
Foi pena os Saints perderem o seu líder e igualdade numérica pois do lado oposto apareceu um tigre que adora devorar santos, Tuilagi atropelou um defesa em cima da linha de meio campo e depois foi caso para dizer "agarra-me se puderes", os Saints não conseguiram e Tuilagi terá aqui resolvido o jogo quando faltavam 15' para jogar, 29-17.
Vereniki Goneva ainda viria a meter mais um prego no caixão dos Saints, acabando com o glorioso esforço dos adversários, após um excelente turnover de Mafi, 34-17.
Ford teria oportunidade de se despedir de Leicester com uma penalidade na bola de jogo, ele que parte para Bath, para o resultado final de 37-17.
Os Tigers conseguem o seu 10º título da Premiership e são sem dúvida o clube com mais sucesso nos últimos anos em Inglaterra.
É verdade que a expulsão de Hartley deixou os seus companheiros com horas extra para fazer o que dificultou a tarefa dos Saints.
Já antes disso o Leicester se queixava que ficou um cartão amarelo por mostrar a Lawes aquando da primeira pancada em Flood e que levou o director de rugby Richard Cockerill a protestar veemente perante os oficiais da partida.
Isto levou a uma reacção do treinador de avançados dos Saints Dorian West a dizer ao intervalo para a reporter da ESPN que era "lamentável a pressão que o Cockerill estava a pôr nos juízes da partida" insinuando assim que esta atitude terá tido influência na decisão de expulsar Hartley.
Brian Moore, histórico do rugby inglês, comentou na sua habitual coluna para o "Telegraph" que a "tragédia de Hartley disfarça o verdadeiro problema da final da Premiership" qualificado a conduta de Cockerill como inadmissível no código do jogo do Rugby.
Hartley por sua vez já enfrentou o painel de juízes e declarou-se inocente das acusações a que foi sujeito - justificou-se dizendo que as palavras eram dirigidas ao talonador adversário Tom Youngs que segundo Hartley foi ele que colapsou a afamada melée - e devido ao seu historial problemático foi suspenso por 11 semanas, o talonador está assim fora da tour dos Lions e já foi substituido por Rory Best da Irlanda.
Polémicas à parte os de Leicester foram sem dúvia a melhor equipa e merecem o título depois de uma época em que se encostaram aos lugares cimeiros da tabela e não tiveram problemas em arrumar com os anteriores campeões em título nas meias finais da prova. Os Saints infelizes, deixaram ainda assim de ser os eternos semi-finalistas e provaram o sabor da mística de Twickenham.
Championship
Também no segundo escalão se joga o título de campeão, neste caso a duas mãos.
O Bedford já recebeu os favoritos ao título e consequente subida e registou-se um resultado de 9-18 para os forasteiros.
Seis penalidades de Gopperth fora suficientes para controlar o jogo e dar a vitória aos falcões.
Do lado dos azuis duas penalidades do australiano Myles Dorrian e uma do seu suplente Jake Sharp fizeram metade dos pontos do abertura adversário.
A segunda mão joga-se já amanhã às 19h45 e apesar da vantagem o Newcastle não dá nada por garantido e reconhece valor, especialmente ao nível defensivo, da equipa de Bedford.
Os XV iniciais já são conhecidos:
Newcastle Falcons: 15 Alex Tait, 14 Noah Cato, 13 Suka Hufanga, 12 Adam Powell, 11 Ryan Shortland, 10 Jimmy Gopperth, 9 Warren Fury, 1 Grant Shiells, 2 Rob Vickers, 3 Oliver Tomaszczyk, 4 Carlo del Fava, 5 Scott MacLeod, 6 Mark Wilson, 7 Will Welch, 8 Ally Hogg.
Banco: 16 Matt Thompson, 17 Jonny Golding, 18 Scott Wilson, 19 James Hudson, 20 Taiasina Tu'ifua, 21 Rory Lawson, 22 Waisea Luveniyali.
Bedford: 15 Ben Ransom, 14 James Short, 13 Ollie Dodge, 12 Mark Atkinson, 11 Josh Bassett, 10 Jake Sharp, 9 Darryl Veenendaal, 1 Ricky Reeves, 2 Scott Spurling, 3 Dan Seal, 4 Mike Howard, 5 Paul Tupai, 6 Gregor Gillanders, 7 Darren Fox (c), 8 Nick Fenton-Wells.
Banco: 16 Neil Cochrane, 17 Phil Boulton, 18 Ben Gulliver, 19 Don Barrell, 20 Luke Baldwin, 21 Ian Vass, 22 James Pritchard
*Texto: Ricardo Mouro
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