25 de maio de 2013

UMA PRÉVIA DO CLERMONT-CASTRES DESDE O BRASIL *


Sempre procurando ter a colaboração dos melhores, tenho o enorme prazer de trazer até você que nos lê, o comentário de João Paulo Minchio, que se tem distinguido no brasileiro Rugbymania, em particular pelos comentários que faz sobre o rugby na Europa, especialmente em França.
O João Paulo estreia-se hoje nas nossas páginas com uma prévia da meia final da Top-14 que se disputa mais tarde, entre o Clermont e o Castres.
Fiquem com o João Paulo Minchio!

João Paulo Minchio
Comandante deste sítio, Manuel Cabral convidou-me na noite desta sexta-feira a tecer algumas palavras e impressões a respeito da segunda meia-final do campeonato francês de rugby, o TOP 14, entre Clermont e Castres.  
Ainda que às pressas e mesmo um pouco fora de forma, sem escrever com continuidade para o meu RugbyMania (Brasil), aceitei o convite.  
É que mesmo nestas condições, sinto-me a vontade para comentar sobre um torneio que adoro e que ainda por cima, tem o time que me cativou há seis anos: o ASM Clermont Auvergne. 
Sim, eu não escondo isso e Cabral sabe... Mas vou tentar contornar.

Em campo, pesos diferentes?

“É difícil apostar uma corrida contra o Clermont ao longo dos trinta jogos da fase regular, mas em oitenta minutos somos capazes de fazer alguma coisa!” A frase de Laurent Labit, treinador do Castres, expressa muito bem as expectativas para esta meia-final: o Clermont é o favorito, mas seu oponente tem condições de surpreender.

Primeiro colocado durante a fase regular do TOP 14, o Clermont também conquistou terreno na atual época 2012-13 ao chegar a final da maior competição europeia, a Copa Heineken. 
Certo, mas é bom lembrar que o Castres chega pela quarta vez seguida na fase final do campeonato francês e que o Clermont ainda vive o choque da perda do título continental na semana passada.  
Assim as coisas se equilibram.

Nas arquibancadas, vantagem de quem?

Antes de tudo, é preciso notar que as meias-finais de 2013 foram agendadas para a cidade de Nantes, que fica em uma região onde o rugby não é tão desenvolvido. 
Ainda assim, o Stade de la Beaujoire recebeu nesta sexta-feira (Toulon-Toulouse) 36.726 espectadores, praticamente a lotação máxima (37.500). 
Um êxito esportivo que demonstra o quão superior em organização está o TOP 14 em relação a seus concorrentes vizinhos. 
Na Aviva Premiership inglesa as meias-finais reuniram 31.241 pessoas, somados os dois jogos e na RaboDirect Pro12 ítalo-celta apenas 23.935.

Durante a primeira meia-final, chamou-me a atenção o fato de que ao marcar o
segundo ensaio para o Toulon, Delon Armitage recebeu vaias vindas da plateia. Para quem não se lembra, no sábado passado, na final da Copa Heineken ele marcou o único ensaio dos rouge et noir, provocando (desrespeitando?) o adversário antes de apoiar a bola no chão.
Na sequência, foi possível escutar pela TV (aqui no Brasil dois canais estão cobrindo os jogos do TOP 14 - BandSports e TV5 Monde) a seguinte manifestação: “ici, ici, c’est Montferrand”. Traduzindo, o canto quer dizer “aqui é Clermont-Ferrand”.

Entre oito a dez mil apoiadores do Clermont adquiriram tíquetes para o jogo, enquanto cerca de 4.500 torcedores do Castres farão o deslocamento desde a cidade.  
É possível que uma parte destas pessoas tenha comprado entradas também para assistir a Toulon-Toulouse, mas é interessante ressaltar que o coro que vinha das arquibancadas era bem forte: ele pode ter sido engrossado por pessoas de Nantes e também por torcedores (revanchistas?) do Toulouse, equipe que estava sendo derrotada pelo Toulon (terminou 24 a 9). 
Em suma: o Clermont terá em relação ao Castres mais apoio dos espectadores presentes.

Presença lusitana e também sul-americana

Com problemas no joelho, o asa sul-africano do Clermont Gerard Vosloo está de fora da partida. 
Deste modo em seu lugar estará como titular da camisa 7 Julien Bardy, que integra o XV de Portugal. 
Ainda pela equipa jaunard é bom lembrar da presença de Morgan Parra, camisa 9 que tem ascendência lusitana.

No Castres há de se destacar um representante daqui da América do Sul: o segunda linha Rodrigo Capó Ortega, que é do Uruguai. 
Na atual época Capo Ortega passou por uma cirurgia em uma das mãos, afastou-se por meses e depois voltou como peça-chave no esquema do time.

Prováveis escalações

Clermont:
15. Byrne ; 14. Sivivatu,13. Rougerie (cap.), 12. Fofana, 11. Nalaga; 10. Delany, 9. Parra;
7. Bardy, 8. Chouly, 6. Bonnaire ; 5. Jacquet, 4. Pierre ; 3. Zirakashvili, 2. Kayser, 1. Chaume.
Reservas: 16. Paulo, 17. Domingo, 18. Hines, 19. Lapandry, 20. Radosavljevic, 21. James, 22. Stanley ou King ou Buttin, 23. Kotze.

Castres:
15. Dulin ; 14. Martial,13. R. Cabannes (cap.), 12. Baï, 11. Andreu ; 10. Tales, 9. Kockott ;
 7. Caballero, 8. Claassen, 6. Diarra ; 5. Capo Ortega, 4. Samson ; 3. Wihongi, 2. Mach,
1. Taumoepeau.
Reservas: 16. Bonello, 17. Forestier, 18. Tekori, 19. Bornman, 20. Lacrampe, 21. Bonnefond ou Max Evans, 22. Teulet, 23. Peikrishvili ou Lazar.

* Texto: João Paulo Minchio

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