14 de dezembro de 2013

WILFRIED RODRIGUES UM PONTA PORTUGUÊS EM FRANÇA

Não foram muitos os jogadores das linhas atrasadas e médios não residentes em Portugal a representar a nossa selecção nacional, mas Wilfried Rodrigues foi um deles, embora só tenha vestido a camisola da quinas uma única vez.

Ponta de raiz, Wilfried representou sempre o Massy, actualmente a disputar a Federal 1, mas que no ano passado esteve na ProD2, tendo o jogador português sido um dos titulares indiscutíveis da equipa (19 presenças na equipa titular).

Aproveitamos aqui para referir que ao contrário do que dissemos na entrevista com Mike Tadjer, já antes de 1993 outros portugueses residentes em França tinham representado Portugal - Amadeu Monteiro, contra a Espanha em 28 de Março de 1982 e Mário Nunes, contra a Tunísia, a Holanda e a Polónia, em Abril do mesmo ano.

Na ausência de documentos oficiais que nos mostrem estes dados, vamos aguardando que as informações nos cheguem para procedermos à respectiva actualização.

Wilfried Rodrigues ( e não Wilfred como consta nos registos da FPR) é filho de um português, tem 25 anos (nasceu em Junho de 1988), 1,78 mt  e pesa 86 quilos.

Explica-nos a tua origem e as relações que ainda mantens com Portugal, onde passaste a tua infância e como se deu a aproximação ao rugby.
Eu sou português por parte do meu pai, que nasceu em Leceia , uma pequena povoação do concelho de Oeiras, e vou de férias a Portugal a cada dois anos, porque tenho família que lá mora (meus avós e duas tias).Passei a infância em Massy, ​​e comecei a jogar rugby em 1999, depois de uma sessão realizada na minha escola primária. Como gostei do desporto inscrevi-me no clube de Rugby de Massy.

Qual a importância do rugby na tua vida?
O rugby é uma parte importante da minha vida, já que desde o ano passado se tornou a minha profissão.
Sempre joguei no Massy, ​​no começo jogava apenas por diversão, para estar com os meus amigos, mas quando entrei para o grupo sénior em 2009, disse a mim mesmo que poderia ganhar a vida através do rugby.

Tens jogado sempre à ponta, mas será que jogaste a outras posições? E qual foi a importância do ano que passaste na ProD2 para a tua evolução?
Comecei a jogar na posição de ponta, mas depois, durante os anos de formação no Massy, joguei a centro e a defesa.
O ano que passei na Pro D2 permitiu-me crescer física e mentalmente, porque jogava todos os fins de semana com jogadores que tinham mais 10 a 20 quilos do que eu, e portanto investi em mim próprio para reduzir ao mínimo a desvantagem em relação aos jogadores das equipas adversárias .

Apareceste na Selecção Nacional em Novembro de 2012 na digressão dos Lobos ao Uruguai e Chile, e jogaste contra o Chile.
O que sentiste quando foste convidado para treinar com a Selecção portuguesa, e o que sentiste quando vestiste a camisola nacional pela primeira vez?

Jogar por Portugal contra o Chile foi para mim uma grande experiência que me permitiu conhecer um outro nível que eu nunca tinha conhecido, que é o rugby internacional.
Senti-me muito honrado quando Francisco Martins me contactou para participar da selecção para testes em Novembro de 2012, pois isso abria a possibilidade de representar um dos meus países de origem.
O mais impressionante quando eu joguei por Portugal, foi na altura em que a equipe cantou o hino.
Por outro lado, em campo, não houve diferença entre jogar por Portugal ou pelo meu clube, porque eu entro sempre em campo para dar tudo o que posso, em cada encontro.

Após aquela chamada ao XV nacional não voltaste a ser convocado. Existe alguma razão que seja do teu conhecimento para que isso tenha acontecido?
Não fui convocado para outros jogos porque eu acho que na cabeça dos treinadores eu não estava ao nível dos restantes jogadores, ou porque eles já tinham a sua escolha feita desde o início, já que não me foi dada qualquer explicação.

Foste contactado para disputar os jogos da janela de Novembro (Fiji, Brasil, Canadá)?
Este ano também não fui chamado pela equipe técnica para os jogos teste.
Aliás eu nem poderia ter ido porque estava ainda em recuperação de uma hérnia lombar que me impediu de jogar rugby por um mês e meio.

Se fores convidado a representar em 2014 a selecção portuguesa, vais aceitar o convite?
Como o teu clube vai encarar uma convocatória para jogar por Portugal, e será que te vão levantar dificuldades?
Estou sempre disponível para me juntar à equipe se ela precisar, mas primeiro tenho que recuperar o nível físico do ano passado, e sei que o meu clube não me vai impedir de participar numa selecção, caso seja convocado.

Qual a tua maior ambição como jogador, no clube e na selecção?
A minha maior ambição com o meu clube é regressar à ProD2, depois, com a selecção é tudo fazer para irmos ao Campeonato do Mundo, mesmo considerando que a equipa teve um arranque difícil no apuramento.

Fotos: Miguel Rodrigues e Wilfried Rodrigues

4 comentários:

Anónimo disse...

O Monteiro, jogador do Pau, onde alinhava Paparamborde, eram os dois pilares do Pau e tenho a certeza, quase absoluta, que jogou contra Marrocos, cheia de marroquinos que alinhavam em França.

bryan disse...

Amédée Monteiro, isso mesmo, era pilar de Pau nos anos 80. Vou-lhe preguntar se jogou contra Marrocos ou não!

Anónimo disse...

O Wilfried é um excelente ponta que podia dar muita ajuda aos Lobos.

Anónimo disse...

Concordo, é um bom ponta, como também devíamos contar com o Alexandre Barros para centro. É pena que não chamem estes jogadores, o ano passado foram chamados para a Am do Sul mas depois o treinador de 3/4 achou que eles não eram bons para Portugal tinha mos muitos cá , centro ???? Pontas temos mais mas a manta é curta