Depois disso caiu no esquecimento e nunca mais foi contactado pela FPR.
Antes, em 2008, Yannick fez parte da equipa nacional de sub-21 que disputou o Europeu na Alemanha, depois de ter enviado um curriculum para a FPR e ter sido convidado a juntar-se aos respectivos treinos.
Hoje, com 26 anos, 1,86 mt e 92 quilos, conta-nos como fica decepcionado de cada vez que verifica que o seu nome não consta da lista de convocados para os jogo de Portugal, explica-nos como foi a sua viagem no mundo do rugby e como foi a sua infância, filho de um português do Estoril, a viver em França.
Nascido, criado e jogando em França, de onde vem a tua nacionalidade?
Eu sou português, porque o meu pai nasceu no Estoril. Ainda tenho família em Portugal,
na região de
Lisboa, incluindo meus avós que vivem em Cascais.
Em França mantenho contacto com outros luso-descendentes e sempre
que posso vou a Toulouse comer num restaurante português muito castiço, que me
lembra o país.
Onde passaste a tua infância e como se deu a
aproximação ao rugby?
Passei a minha infância numa pequena aldeia perto de
Toulouse e comecei a jogar rugby com o meu irmão, porque o meu pai também jogava
(Rui Ricardo, pai de Yannick, jogou no Castres Olympique e mais tarde no Sor-Agout, antigo Soual
Olympique n.r.)
Quando e onde começaste a jogar rugby, e qual a
importância do rugby na tua vida?
Comecei o rugby com a idade de oito anos, o rugby sempre
guiou a minha vida e ainda vai guiar por muito tempo!
Tens outra profissão para além do rugby? Se sim, qual?
Sim, eu trabalho para o departamento de Haute Garonne em
tempo integral e treino à noite depois do trabalho.
Em que clubes jogaste, em que posições e quando
começaste a sentir que podias ir mais longe no rugby?
Depois de ter dado os primeiros passos no Rugby Club Revelois
fui para o Castres Olympique e entrei para o centro de treino de Montauban e foi
neste momento que o rugby se tornou muito importante para mim e fiz imensos
sacrifícios para ter sucesso.
Mais tarde fiz um ano na ProD2 em Aix en Provence e após a
descida do clube para a Federal 1, fui obrigado a encontrar um emprego e regressei
à minha região de origem para jogar no Agen, com quem fui campeão de França em
2007.
Quando eu quis integrar a selecção nacional ofereceram-me um
lugar no Benfica , mas depois de um mês, e por várias razões , decidi voltar
para a França, para o Cascanet, onde fui o melhor marcador de pontos da Federal
1 em 2011, e este ano entrei para as fileiras do Villefranche .
Jogas a médio de abertura. Também jogas a outras
posições?
Há muito tempo que eu não jogo noutra posição além de médio
de abertura, mas também aprendi a jogar a médio de formação.
Hoje jogas no FC Vilefranche da Federal 2, e no ano
passado jogaste no Castanet da Federal 1– porque mudaste, passando para um
nível inferior?
Há duas razões :
A primeira é quando eu entrei na selecção o meu treinador pediu-me
para recusar e como eu não concordei, passou a existir um relacionamento
complicado, até que deixei de jogar, mas sem nenhuma razão aparente. Então eu
não tinha outra escolha a não ser ir embora.
A segunda é a família , porque eu simplesmente acabo de ser
o orgulhoso pai de uma menina e não quero mudar de região por causa do meu
trabalho, para encontrar outro clube da Federal 1, mas temos a ambição no meu
novo clube de subir de divisão e seguimos na frente do nosso grupo no final da
primeira volta.
Será que esta mudança para a Federal 2 não vai
prejudicar a tua carreira como jogador?
Pico me conhece desde os sub-21 e foi com ele que eu comecei
na selecção, portanto ele conhece o meu nível.
Apareceste na Selecção Nacional em Fevereiro de 2012
contra a Roménia, fizeste o Europeu desse ano e a Taça das Nações, sempre como titular. Como isso
aconteceu? Quem te deu a conhecer aos treinadores da selecção, como foste
contactado?
Eu tinha jogado nos sub-21 de modo que a federação me
conhecia, e depois de um jogo contra o Macon, Errol Brain decidiu convocar-me
para o torneio das Seis Nações B.
O que sentiste quando foste convidado para treinar com
a Selecção portuguesa, e o que sentiste quando vestiste a camisola nacional
pela primeira vez ?
Senti um imenso prazer e também medo de não estar à altura.
Depois desses oito jogos, em que foste sempre titular,
nunca mais apareceste na equipa. O que aconteceu para não apareceres no final
de 2012 e em 2013?
Eu estou sempre atento às convocatórias e fico muito
decepcionado quando não sou incluído, mas continuo a trabalhar e a assistir a
todos os jogos, como se fizesse parte.
Estás arrependido de ter aceite jogar por Portugal?
Não, eu tenho muito orgulho de ter vestido a camisa de selecção
e espero fazê-lo novamente .
Foste contactado para disputar os jogos da janela de
Novembro (Fiji, Brasil, Canadá)?
Não, e fiquei decepcionado pois fiz um bom início de época
com o meu clube, mas não tive mais nenhum contacto com a selecção.
Se fores convidado a representar em 2014 a selecção
portuguesa, vais aceitar o convite?
Sim, e se necessário vou nem que seja a pé!
Como o teu clube vai encarar uma convocatória para
jogar por Portugal, será que te vão levantar
dificuldades?
Não, no meu clube há um internacional espanhol (Anthony
Pradalié ), e eles sabem que eu ambiciono voltar à selecção, que esse é um dos
meus objectivos.
E estás em condições físicas boas para te juntares aos
trabalhos dos Lobos? Quanto estás a pesar?
Sim, estou em condições , eu tenho jogado todos os jogos completos
desde o início da temporada, e estou com 92 kg, o meu peso ideal.
Qual a tua maior ambição como jogador, no clube e na
selecção?
Com o meu clube tenho a ambição de subir à Federal 1,
e na selecção, primeiro quero ser convocado e depois conseguir a qualificação
para o Mundial de 2015, porque as nossas possibilidades se mantém intactas.Fotos: António Simões dos Santos, Yannick Ricardo/Facebook
1 comentário:
enquanto um sr.vice-presidente, ao serviçodo slb, continuar na fpr, o yannick não entra na sn. nãolhe perdoam ter abandonado o slb...
Enviar um comentário