7 de dezembro de 2013

ABERTURA DOS LOBOS OITO VEZES SEGUIDAS ESPERA NOVA CONVOCATÓRIA

Em 2012 Yannick Ricardo foi o médio de abertura de Portugal durante todo o ano, tendo disputado os cinco jogos da Europeu das Nações e os três da Taça das Nações, sempre como titular.

Depois disso caiu no esquecimento e nunca mais foi contactado pela FPR.

Antes, em 2008, Yannick fez parte da equipa nacional de sub-21 que disputou o Europeu na Alemanha, depois de ter enviado um curriculum para a FPR e ter sido convidado a juntar-se aos respectivos treinos.

Hoje, com 26 anos, 1,86 mt e 92 quilos, conta-nos como fica decepcionado de cada vez que verifica que o seu nome não consta da lista de convocados para os jogo de Portugal, explica-nos como foi a sua viagem no mundo do rugby e como foi a sua infância, filho de um português do Estoril, a viver em França.

Nascido, criado e jogando em França, de onde vem a tua nacionalidade?
Eu sou português, porque o meu pai nasceu no  Estoril. Ainda tenho família em Portugal, na região de
Lisboa, incluindo meus avós que vivem em Cascais.
Em França mantenho contacto com outros luso-descendentes e sempre que posso vou a Toulouse comer num restaurante português muito castiço, que me lembra o país.
  
Onde passaste a tua infância e como se deu a aproximação ao rugby?
Passei a minha infância numa pequena aldeia perto de Toulouse e comecei a jogar rugby com o meu irmão, porque o meu pai também jogava (Rui Ricardo, pai de Yannick, jogou no Castres Olympique e mais tarde no Sor-Agout, antigo Soual Olympique n.r.)

Quando e onde começaste a jogar rugby, e qual a importância do rugby na tua vida?
Comecei o rugby com a idade de oito anos, o rugby sempre guiou a minha vida e ainda vai guiar por muito tempo!

Tens outra profissão para além do rugby? Se sim, qual?
Sim, eu trabalho para o departamento de Haute Garonne em tempo integral e treino à noite depois do trabalho.
  
Em que clubes jogaste, em que posições e quando começaste a sentir que podias ir mais longe no rugby?
Depois de ter dado os primeiros passos no Rugby Club Revelois fui para o Castres Olympique e entrei para o centro de treino de Montauban e foi neste momento que o rugby se tornou muito importante para mim e fiz imensos sacrifícios para ter sucesso.
Mais tarde fiz um ano na ProD2 em Aix en Provence e após a descida do clube para a Federal 1, fui obrigado a encontrar um emprego e regressei à minha região de origem para jogar no Agen, com quem fui campeão de França em 2007.
Quando eu quis integrar a selecção nacional ofereceram-me um lugar no Benfica , mas depois de um mês, e por várias razões , decidi voltar para a França, para o Cascanet, onde fui o melhor marcador de pontos da Federal 1 em 2011, e este ano entrei para as fileiras do Villefranche .

Jogas a médio de abertura. Também jogas a outras posições?
Há muito tempo que eu não jogo noutra posição além de médio de abertura, mas também aprendi a jogar a médio de formação.
  
Hoje jogas no FC Vilefranche da Federal 2, e no ano passado jogaste no Castanet da Federal 1– porque mudaste, passando para um nível inferior?
Há duas razões :
A primeira é quando eu entrei na selecção o meu treinador pediu-me para recusar e como eu não concordei, passou a existir um relacionamento complicado, até que deixei de jogar, mas sem nenhuma razão aparente. Então eu não tinha outra escolha a não ser ir embora.
A segunda é a família , porque eu simplesmente acabo de ser o orgulhoso pai de uma menina e não quero mudar de região por causa do meu trabalho, para encontrar outro clube da Federal 1, mas temos a ambição no meu novo clube de subir de divisão e seguimos na frente do nosso grupo no final da primeira volta.

Será que esta mudança para a Federal 2 não vai prejudicar a tua carreira como jogador?
Pico me conhece desde os sub-21 e foi com ele que eu comecei na selecção, portanto ele conhece o meu nível.

Apareceste na Selecção Nacional em Fevereiro de 2012 contra a Roménia, fizeste o Europeu desse ano e a Taça das Nações, sempre como titular. Como isso aconteceu? Quem te deu a conhecer aos treinadores da selecção, como foste contactado?
Eu tinha jogado nos sub-21 de modo que a federação me conhecia, e depois de um jogo contra o Macon, Errol Brain decidiu convocar-me para o torneio das Seis Nações B.

O que sentiste quando foste convidado para treinar com a Selecção portuguesa, e o que sentiste quando vestiste a camisola nacional pela primeira vez ?
Senti um imenso prazer e também medo de não estar à altura.
E o dia do primeiro jogo foi o dia mais feliz da minha vida como jogador de rugby, representar o meu país a nível internacional. 

Depois desses oito jogos, em que foste sempre titular, nunca mais apareceste na equipa. O que aconteceu para não apareceres no final de 2012 e em 2013?
Eu estou sempre atento às convocatórias e fico muito decepcionado quando não sou incluído, mas continuo a trabalhar e a assistir a todos os jogos, como se fizesse parte.

Estás arrependido de ter aceite jogar por Portugal?
Não, eu tenho muito orgulho de ter vestido a camisa de selecção e espero fazê-lo novamente .

Foste contactado para disputar os jogos da janela de Novembro (Fiji, Brasil, Canadá)?
Não, e fiquei decepcionado pois fiz um bom início de época com o meu clube, mas não tive mais nenhum contacto com a selecção.

Se fores convidado a representar em 2014 a selecção portuguesa, vais aceitar o convite?
Sim, e se necessário vou nem que seja a pé!

Como o teu clube vai encarar uma convocatória para jogar por Portugal, será que te vão levantar
dificuldades?
Não, no meu clube há um internacional espanhol (Anthony Pradalié ), e eles sabem que eu ambiciono voltar à selecção, que esse é um dos meus objectivos.

E estás em condições físicas boas para te juntares aos trabalhos dos Lobos? Quanto estás a pesar?
Sim, estou em condições , eu tenho jogado todos os jogos completos desde o início da temporada, e estou com 92 kg, o meu peso ideal.

Qual a tua maior ambição como jogador, no clube e na selecção?
Com o meu clube tenho a ambição de subir à Federal 1, e na selecção, primeiro quero ser convocado e depois conseguir a qualificação para o Mundial de 2015, porque as nossas possibilidades se mantém intactas.

Fotos: António Simões dos Santos, Yannick Ricardo/Facebook

1 comentário:

Anónimo disse...

enquanto um sr.vice-presidente, ao serviçodo slb, continuar na fpr, o yannick não entra na sn. nãolhe perdoam ter abandonado o slb...