16 de dezembro de 2013

HEINEKEN CUP: UMA QUESTÃO DE HONRA! *

* Ricardo Mouro
Este fim de semana de Heineken Cup deixou os grupos ao rubro com muito ainda por se disputar nas duas jornadas finais de Janeiro.

Os embates de topo foram levados ao extremo com as equipas a procurarem derrotar os seus adversários não só pelo resultado mas para re-estabelecer algum orgulho após derrotas pesadas.

Toulon e Saints foram o exemplo disso, mas não só, também Ospreys e Edinburgh restauraram alguma honra (e normalidade) após virarem os resultados da semana passada.

Grupo 1
Na batalha de Dublin mais que o resultado imperava restaurar a honra para os Saints após pesada derrota da semana passada.
Mallinder operou algumas alterações e surpreendentemente colocou o gigante George North no canal 13... na cara de O'Driscoll.
Jamie Elliot voltou ao XV na ponta, e no pack Samu Manoa foi para a posição 8 e Ma'afu voltou com a camisola 3.
Os Saints foram com tudo encostaram o Leinster bem lá atrás, onde após algumas fases North vem lançado e a linha defensiva foi eficazmente furada logo aos 5 minutos, 0-7.
Na resposta Madigan bateu uma penalidade, mas do outro lado os Saints não queriam pontos, queriam limpar a má imagem dada, e o capitão Hartley ordenava as penalidades para serem pontapeadas para o canto.
O eficaz maul não funcionou desta vez e ao intervalo registava-se o 3-7.
O Leinster aproximou-se perigosamente com duas penalidades contra apenas uma de Myler.
Com Manoa e Lawes a servirem de "cavalaria" lá à frente o formação Fotuali'i meteu um drop de pé esquerdo detrás de um ruck para o 9-13.
O Leinster montou o seu ataque com tudo o que tinha para um final emocionante mas Heaslip deixou escapar uma bola que aterrou em Jamie Elliot e o pequeno ponta arrancou dos seus 22 para fechar o jogo deixando Heaslip com as mãos na cabeça, final 9-18 deixou os irlandeses sem o bónus defensivo.
No outro jogo do grupo a vitória também mudou de mãos e no festival de pontapés que foi o Ospreys - Castres o abertura galês Dan Biggar levou a melhor sobre Rory Kockott, final 21-12.
Apesar da derrota o Leinster continua 4 pontos acima dos Saints, agora segundos que ainda têm que ir ao País de Gales. O Castres terceiro tem o pior calendário a receber o Leinster e viajar até Northampton.

Grupo 2
Em Toulon o pequeno ponta David Smith esteve infernal com dois ensaios, mas seria o pilar Chiocci a dar algum comforto no marcador já nos 20 minutos finais.
O Exeter viu a sua linha de ensaio atacada por diversas vezes e depois de Chiocci foi Wilkinson a furar perto dos postes para um ensaio e bónus ofensivo.
O Exeter perto do final pôs a suas locomotivas do pack a trabalhar e conseguiria mais um ensaio por Ben White para finalizar as contas em 32-20.
Em Glasgow os Blues de Cardiff mantiveram as suas esperanças de qualificação bem intactas após vencer por 7-9, isto quando cada vez se fala mais na partida de Halfpenny para França.
O Toulon comanda o grupo com o Cardiff a ser neste momento um dos melhores segundos.

Grupo 3
Os Saracens não tiveram problemas em retirar 10 pontos da jornada dupla com o Zebre e aplicaram uma chapa de 60 pontos, agora em Londres.
Jogo sem muita história, 9 ensaios, 8 convertidos por Farrell onde apenas o centro Duncan Taylor repetiu a dose com um par de ensaios.
O Toulouse foi à Irlanda em busca de sangue após a derrota no seu "quintal" e Médard na ponta abriu a contagem com dois ensaios semelhantes a surgir após solicitações ao pé.
O Connacht não teve como reagir, e o pack do Toulouse controlou o jogo a seu belo prazer, destaque para o ensaio de Picamoles imparável a atropelar adversários.
Picamoles parece estar a voltar à sua melhor forma e promete ser um dos destaques do 6 Nações que se avizinha.
O talentoso Gael Fickou fechou a contagem para o 9-37.
Toulouse e Saracens dividem a liderança com 15 pontos e venha de lá o esperado Toulouse-Saracens de Janeiro. Zebre continua a 0.

Grupo 4
Em Llanelli o Clermont encontrou uma boa réplica dos Scarlets, comandados pelo abertura Priestland.
O inevitável Nalaga ensaiou logo após o pontapé de saída, mas a visão do abertura galês iniciou uma jogada dentro ainda dos seus 22 com uma penalidade rápida que correu toda a largura do campo até ser finalizada por Gareth Maul, sem os franceses tocarem na "chicha".
Por várias vezes o Clermont fez uso do seu pack para se aproximar dos 22 adversários e ânimos aqueciam com o capitão Rougerie a ver amarelo após uma troca de mimos entre vários jogadores, intervalo 13-10. Na segunda parte uma melée a 5 para os franceses levou o árbitro Wayne Barnes a perder a paciência com os Scarlets após várias faltas e deu ensaio de penalidade para o 13-17, o Clermont aqui ligou o rolo compressor.
Aos 66 minutos o samoano Lee vê um ensaio confirmado pelo TMO, e Nalaga viria a fechar a contagem ao belo estilo do fijiano, entrou no ombro do seu 8 após uma melée e só parou na área de validação com três adversários pendurados de si para o 13-31 final.
Julien Bardy jogou 50 minutos e esteve igual a sí próprio, com uma presença sistemática na área do breakdown e com uma valiosa contribuição quando o pack do Clermont encostou o Llanelli às cordas, engraçado (e verdadeiro) como os comentadores galeses apelidaram Bardy the uncompromising flanker!
Destinados a dar a volta a um mau início de campanha europeia os Quins receberam o Racing Metro.
Os franceses começaram bem mas Sexton falhou uma penalidade que daria a vantagem inicial.
A aposta de Tonga'uhia para pilar direito não resultou, sendo ele especialista à esquerda, e Marler dominou o internacional de Tonga nas fases estáticas.
Nick Evans não falhava as penalidades e 9-0 parecia uma vantagem que levariam para o intervalo, mas o ponta Charlie Walker trocou os olhos a dois defesas e só parou depois de mergulhar para a área de validação, 14-0.
Com o contingente britânico na máxima força com Lydiate, Sexton, Jamie Roberts e Mike Phillips, e o ex Saint Tonga'uhia o Racing continuou com dificuldades ao nível do bloco avançado com o tonguês, claramente fora de posição, a conceder mais uma penalidade que Botica transformou no 17-0.
Sexton tentou tomar alguma iniciativa devido à falha do seu pack em proporcionar-lhe bolas de qualidade, mas os franceses só conseguiriam 3 pontos aos 60 minutos.
A partir daqui o jogo abriu e o Racing teve oportunidade de encostar os Quins à linha de ensaio na busca de um ensaio, mas após varias tentativas a embater numa muralha defensiva a bola foi perdida em avant.
O ataque final francês não deu em nada e o resultado ficou-se em 17-3.
Na tabela o Clermont leva vantagem de quatro pontos sobre os Quins mas Bardy e companhia viajam até Londres em Janeiro e terminam em casa contra o Racing, os Quins têm que bater o Clermont se ambicionam mais que a Amlin.

Grupo 5
O Ulster levou os 10 pontos do Treviso, mais quatro ensaios num campo onde o nevoeiro imperou e os irlandeses concederam apenas três pontos nos dois encontros frente aos italianos.
Depois de bater o Montpellier em casa o Leicester foi a França na perseguição ao Ulster.
Uma primeira parte com muito suor e pouca eficácia acabaria mesmo com um 0-0 quando o formação Paillaugue falhou uma penalidade na bola de jogo.
Na segunda parte o jogo aqueceu, uma incursão de Waldrom pelo meio campo só acabou na área de ensaio francesa, Tom Youngs evitou várias placagens para ensair.
Na resposta o outro 8, Tulou, saiu detrás de uma melée e combinou com o seu formação que combinou com Selponi para este ensaiar, Paillaugue não perdoou a transformação para o 7-5.
O Montpellier procurou mais a vitória e Gorgodze inteligente saiu de um ruck muito mal guardado e combinou com o ponta Dupont que apareceu no seu ombro, Gorgodze agradeceu aos céus tamanha oferenda da defesa Tiger.
O Leicester só reagiu nos 10 minutos finais, Lamb havia substituído Flood e converteu uma penalidade para o 14-8.
Os tigres não desistiram e afiaram as garras para o assalto final, e não é que os Tigers voltaram a fazer das suas?
Não foi necessário a formação ordenada, uma jogada rápida entre os três quartos, depois de muito tempo acampados no meio campo francês, encontrou Goneva que ainda evitou placagens na área de ensaio para se aproximar dos postes, facilitada a conversão Lamb não perdoou, final 14-15.
Do céu ao inferno, o Montepellier ficou a 9 pontos do Leicester na tabela.
O Ulster não treme no topo com 18 pontos.

Grupo 6
O Munster fez a dobradinha sobre o Perpignan num jogo dramático.
Um autêntico final que demonstra que nunca se deve desistir do resultado, já bem depois dos 80 minutos os irlandeses nunca desistiram e após várias fases em que a bola até parecia perdida o estoicismo e espírito de luta foi mais forte e o Munster foi recompensado com um ensaio por Hanrahan que lhes deu a vitória e a manutenção do primeiro posto no grupo.
Já este Domingo o Gloucester perdeu em casa para o Edinburgh e deixou este grupo numa luta até ao fim, final 10-16.
O Munster vai confortável no topo e garante a passagem se bater o Gloucester em Janeiro.


Foto: ERC

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