10 de dezembro de 2013

2014-2016 TRARÁ MUDANÇAS REVOLUCIONÁRIAS AO RUGBY ARGENTINO *

*Paul Tait
O problema central do rugby Argentino em 2013 foi a incapacidade de enfrentar os adversários e derrotá-los.

As explicações para isso foram variados, mas uma diferença fundamental foi que a Argentina teve pouco ou nenhum controle sobre os seus jogadores. 
A África do Sul, Austrália, Inglaterra, Nova Zelândia e País de Gales, por outro lado, tiveram controle absoluto ou muito significativo. 

Agustín Pichot está em vias de alterar esta realidade e as mudanças vão ter efeito entre 2014 e 2016.
Pichot, ex-capitão dos Pumas e membro do IRB Hall of Fame, confirmou que a Argentina jogará em 2014 uma nova competição designada por Pacific Cup. 
Numa entrevista ao Periodismo-Rugby Pichot confirmou que a Argentina não participará no Vodacom Cup porque a UAR acha que a Pacific Cup é superior. 
A Pacific Cup será jogada em Março e Abril na Austrália e contará com cinco equipas australianas além de Los Pampas XV, Fiji, Japão, Samoa e Estados Unidos. 
O custo de participação na competição será significativamente menor do que na Vodacom Cup e Pichot insiste que o nível da prova também é superior.

Pichot também confirmou que a estrutura do rugby internacional em 2014 seria igual à do ano que agora termina. 
A Argentina enfrentará a Irlanda duas vezes em casa e também receberá a Escócia em Junho. 
Depois do Rugby Championship, em Novembro, a Argentina enfrentará a Escócia, a França e a  Itália. Detalhes do Rugby Championship de 2015, também mostram que o torneio será reduzido por causa do mundial e assim cada equipa jogará quatro partidas em vez de seis. 
Os dois jogos dos Pumas fora da casa serão contra Austrália e Nova Zelândia.

O problema de ter selecções fracas em Junho e Novembro acabará com uma mudança radical em que a
Argentina adoptará o modelo da Austrália e Nova Zelândia, onde jogadores baseados fora do país não vão poder defender o seu país. A nova lei começará em 2016. 
No mês passado Daniel Hourcade comentou que ele quer entre 60% e 70% dos Pumas jogando rugby na Argentina e agora existe um caminho para realizar o seu desejo.

A solução será encontrado no Super Rugby com a confirmação em Fevereiro que a Argentina será o primeiro país a entrar na competição desde o início da era profissional. 

Culminando seis anos de trabalho Pichot indicou que seu país foi bem recebido e, mesmo não tendo sido oficializado, apenas falta confirmar como será a participação da Argentina. 
O cenário mais provável é que passará a existir um modelo com duas conferências, com a Argentina fazendo parte da zona sul africana que terá seis equipas, em vez de cinco. 
A equipa argentina jogará em casa e fora, mas com o tempo, a possibilidade da Argentina ter mais equipas é plausível.

Com sua participação no Super Rugby a UAR imitará a Austrália e a Nova Zelândia, no sentido que não será possível para jogadores no exterior voltarem a jogar na selecção. 
Pichot acredita que o ideal será ter entre trinta a quarenta jogadores contratados pela UAR, e são eles que jogarão o Super Rugby pela equipa argentina e o rugby internacional vestindo a camisa dos Pumas. 
O antigo médio de formação já conversou com todos os jogadores no exterior para mostrar a importância de os ter de volta.

Foi comunicado aos jogadores baseados em clubes europeus que eles terão até 2015 para terminar suas carreiras no velho continente. 
Por causa disso vários jogadores saíram da Argentina este ano para terem a sua primeira ou última experiência no rugby europeu. 
Na opinião de Pichot, se tudo correr bem, todos os jogadores estarão contratados em 2015 e isso permitirá a melhor preparação possível para o Campeonato do Mundo de 2015. 
Também permitirá aos jogadores descansarem depois do Mundial e começarem o Super Rugby em boa forma, na temporada de 2016.

A confirmação, ou não, da entrada da Argentina no Super Rugby coincidirá com a eleição de um novo presidente da UAR. 
A Argentina está em busca de um líder visionário e também um que possa trazer o Mundial de rugby para América do Sul em 2023.

2 comentários:

Miguel de Castro disse...

Parece-me que a Argentina, gostemos ou nao, tem um plano para o seu rugby, pensado, estruturado e faseado de forma a elevar nao so o seu rugby de seleccao como, espero, para no futuro o rugby de clubes (de provincias, franquias ou clubes tradicionais).

Este pensamento estruturado e a medio/longo prazo e o que falta ao rugby Iberico que se remasse em conjunto, com um projecto pensado a medio/longo prazo, poderia comecar a aspirar a fechar o buraco que se tem acentuado para Georgia, Romenia e ate Russia.

A FPR e a FER deveriam tentar lancar as bases para uma verdadeira competicao de federacoes/associacoes regionais ao nivel da formacao (sub 16 a sub 20) e nao aquelas tentativas esporadicas e sem seguimento que vao acontecendo aqui e ali...

Anónimo disse...

Simplesmente genial esse plano argentino. Quem sabe não poderia abrir chances para jogadores uruguayos e ate brasileros como eu de um dia fazer parte de uma equipe profissional.