Ainda agora recomeçou e a Premiership já vai pausar para a Heineken Cup após este fim-de-semana, numa altura em que as conversações para as competições europeias de clubes parecem ter esfriado e os clubes franceses dão a entender ter virado as costas à ideia.
De notar que o Toulon, expoente dos "euromilhões", nunca foi muito a favor da nova liga.
No entanto, na perseguição de melhores resultados financeiros, o excêntrico presidente dos Saracens, Nigel Wray, já veio admitir conversações com as regiões galesas que estão em conflito com a Welsh Rugby Union e defende uma premiership com 16 clubes, as 12 inglesas actuais mais as 4 equipas galesas.
À parte destas burocracias completou-se a nona jornada do campeonato onde a "Darwinista" seleção natural começa a impor-se e logo na sexta-feira a liga começou a dar razão ao investigador inglês.
Um Leicester ainda agastado por lesões entrou no Kingsholm em Gloucester, mas viu um regresso muito esperado de Miles Benjamin na ponta depois de muito tempo parado.
Do lado do Gloucester o pilar Nick Wood regressou a um pack que tem vindo a ser subjugado semana após semana dois meses depois do inglês achar que era boa ideia fazer sapateado na cabeça do sarraceno Burger.
O jogo começou com o Gloucester a tentar encostar os visitantes ao seu meio campo, um Leicester mais "rato" ia contrariando estas investidas e Burns falhou uma penalidade que daria os primeiros pontos aos 7
Nem um minuto depois o abertura inglês aproveitou um erro de uma linha de 3/4 com pouca profundidade dos tigres e interceptou uma bola de Flood para fazer sete pontos.
O jogo aqui tomou um rumo estranho a partir da formação ordenada, o árbitro tentou "ensinar" os jogadores a formar e as decisões pendiam para o Leicester o que quase originava uma escaramuça, Flood ignorou isto para colocar os primeiros pontos da sua equipa no marcador e na resposta Burns falha um drop.
O Gloucester não baixou a pressão e Hamilton escapou a um amarelo nos seus 22 por um avant deliberado, raçudos, os cherry whites cheiram a linha de ensaio e não descolam com Burns a falhar mais um pontapé numa penalidade bem conquistada em zona proibida dos Tigers mas do outro lado quando Flood teve oportunidade meteu mais três pontinhos no marcador para o 7-6.
O playmaker no entanto falhou também quando o Leicester já mostrava ligeiro ascendente sobre o Gloucester, este ascendente viria a ser confirmado, adivinhem lá, através da melée, o pack do Gloucester não consegue tirar a bola em segurança e é roubada por Ben Youngs, Dan Bowden viria a ensaiar após offload de Flood.
O Leicester continuou a pressão mas Trinder recuperou uma bola nos seus 22 e um pontapé lá para frente seria para quem fosse mais rápido apanhar, um senhor chamado Jonny May foi lá buscar a "menina" até debaixo dos postes e o Gloucester foi para o descanso a vencer 14-13.
A começar a segunda parte Bowden é apanhado em fora de jogo mas Cook imita Burns e falha também o pontapé, o desespero continuava poucos minutos depois quando, de melhor posição, falhou novamente, 2 em 6 pontapés.
Burns e Cook... quem se segue...? Twelvetrees eis quem! Fez o 17-13 ao primeiro pontapé.
O Gloucester aproveitou uma ligeira vantagem que não converteu em pontos e as substituições permitiram a Flood aproximar o resultado com 17-16.
O Leicester depois beneficiou de uma melée a 5 da linha de ensaio o que permitia usar o seu melhor marcador de ensaios, a formação ordenada e ensaios de penalidade (4)!
Resultado penalidade, Flood aos postes atira para o 17-19.
Nova melée aos 74 minutos, e surpresa, 17-22 e o Gloucester a um ensaio de distância.
Flood perdeu a oportunidade de matar o jogo aos 79 minutos mas a carga final do Gloucester não conseguiu a vitória mas saiu com um ponto defensivo de consolação, final 17-22 e o esperado homem-do-jogo o trabalhador Dan Cole no lado direito da formação ordenada dos tigres.
Sim os pilares também ganham jogos!
No Sábado Bath e Exeter mediram forças num choque de packs em que no final foi a magia de George Ford que fez a diferença.
O jovem abertura esteve impecável e pontapeou o Bath para a vitória apontado os 21 pontos necessários para bater os dois ensaios de Exeter.
Já habituado a ver o seu nome no marcador, Dean Mumm e o seu companheiro de segunda linha Damien Welch alegraram o encontro com um ensaio cada um, final 21-16.
O abertura conseguiu a proeza de marcar de todas as formas possíveis (1E, 1T, 1P, 1R - que drop!) levando a sua equipa a vencer por 6-13 ao intervalo.
O jogo tomou as suas vítimas e os Saracens perderam o Saxon Will Fraser com uma grave lesão no joelho e tornozelo esquerdo, e o Sale perdeu Dwayne Peel e Will Addison.
A partir daqui os londrinos abalroaram o Sale e dois ensaios na segunda parte viraram o jogo a seu favor e saíram por cima com 24-19 piorado com um ensaio anulado ao Sale pelo TMO.
Ainda na capital os Wasps bateram os adversários dos Lusitanos no Madjeski, o London Irish, a custo para
Andy Goode e O'Connor começaram a trocar penalidades mas o australiano concedeu um estranho ensaio de penalidade com um avant deliberado.
Sem muito brilhantismo mas com muito esforço seria Goode, com a sua experiência, a matar o jogo com um drop perto do final, 12-19.
Fechou-se o Sábado em Sixways, o Worcester recebeu o Saints num jogo que custou a aquecer, perto do intervalo o Worcester respondeu a duas penalidades de Myler e Mieres ensaiou e converteu um ensaio para ir a vencer para o intervalo, antes Ken Pisi viu o TMO anular-lhe um ensaio por avant de Dickson.
O Worcester desespera, mais uma semana, mais um jogo em que não têm pack para fazer frente ao adversário, o gigante Galarza regressou, mas Senatore está lesionado. Final 10-33.
No Domingo os Quins foram até Newcastle perseguir o comboio da frente onde o Bath está agarrado como uma carraça!
Connor O'Shea deu-se ao luxo de deixar Robsham novamente de fora saindo Easter a capitanear a equipa, nos Falcons destaque para a ausência do ex-CDUL Jamie Heuller que continua lesionado.
Como seria esperado os Quins pegaram no jogo e Evans encontrou um buraco na linha defensiva dos falcões e Tom Williams correu 25 metros sem oposição para inaugurar o marcador.
O Newcastle reagiu e garantiu mais posse de bola mas encontrava uma defesa feroz, o abertura Godman lá quebrou a fechadura e meteu três pontos no marcador quando antes tinha ido para a touche.
Na resposta os Quins aceleram e Evans responde a Godman após falta dos Falcons num maul.
Godman depois dispôs de duas penalidades convertendo apenas uma a 45 metros mas Evans não desperdiçou nada.
No final da primeira parta a avançada "preta" pôs os adversários em sentido e entrou dentro de território
Logo a abrir a segunda parte, uma incursão de Evans pelo meio campo dos Falcons necessitou de vários defesas para o parar, a bola foi para os três-quartos e Sam Smith viria a ensaiar no canto para o 6-18, Godman respondeu com uma penalidade bem conseguida pelos avançados mas Evans não demorou meter tudo como estava a penalizar um fora de jogo.
Uma jogada dos três-quartos dos Quins vê Sam Smith colocar a bola a centímetros da linha de ensaio que o TMO confirmou, mas a pressão ia aumentando e após mais uma melée a 5 metros da linha de ensaio viu o temível Danny Care sair de um ruck desprotegido para mais sete pontos após conversão de Evans.
Depois Sam Smith recuperou de ter sido cortado ao meio por uma placagem de Richard Mayhew e correu 70 metros deixando para trás três defesas e só parar no canto da área de validação, mais sete pontos e bónus ofensivo garantido.
Desespero para o Newcastle que não conseguia chegar aos 22 adversários com eficácia e já tinha alguma superioridade nas formações ordenadas onde o puto Scott Wilson já estava no segundo pilar adversário (Mark Lambert) e o Quin Doran-Jones está em clara baixa de ritmo para a Premiership onde já não aparecia há largas semanas.
Já nos minutos finais o pilar falcão Rob Vickers viu um amarelo um pouco forçado após falta num alinhamento e o Newcastle não conseguiu atenuar a derrota e acabou o jogo nos seus 22, final 9-35.
Os Quins apertam a tabela com estes 5 pontos e ultrapassam o Leicester para os lugares de playoff e espreitam o Bath a apenas dois pontos.
Lá em cima tudo como estava, assim como no fundo onde Worcester é dono e senhor da última posição.
Championship
O Championship prepara-se para pausar para o regresso da British & Irish Cup onde Mike Dias em estado em bom plano e viajam até Llannelli no Sábado, mas para já o Rotherham mantém a sua boa forma e depois de duas derrotas consecutivas contra rivais na liga, ripostou com duas vitórias consecutivas e mantém o terceiro lugar na tabela.
Sem Mike Dias, a vitória em Plymouth por 17-28 deixa os caseiros sem vencer no seu terreno e afastado do grupo da frente.
O Rotherham foi mais eficaz ao longo do jogo (3E, 2T, 3P) ao contrário dos "albionianos" que falharam seis pontapés (3E, 1T).
No Sábado foi de saudar a primeira vitória do Ealing, fora e... com pontinho de bónus!
A viagem até às ilhas de Jersey refrescou o jogo dos novatos do Championship e em estilo recuperaram de uma desvantagem de 10-0 para terminarem com 4 ensaios convertidos com o último na bola de jogo quando o Jersey só já tinha 14 em campo, final 18-28 comemora os primeiros 5 pontos mas insuficientes para largar a lanterna vermelha.
Em Londres o Scottish não teve problemas em ultrapassar o Moseley, especialmente com o profílico Miles Mantella em grande, segundo hattrick da temporada e 11 em 10 jogos do Championship, final 38-17.
Outro destaque de Sábado, no jogo grande da jornada, os Blues de Bedford voltaram a ser temidos como em outras épocas e nada melhor que bater o London Welsh invicto até este fim-de-semana.
E que jogaço, perante 2,600 espectadores, com 20 pontos marcados nos últimos 10 minutos e várias trocas na liderança do marcador, Kevin Davies marcou um ensaio na bola de jogo mas o formação Alex Davies falhou a transformação e o estádio quase vinha abaixo, final 28-26.
O Domingo fechou completamente a tabela no topo, o Bristol sofreu uma derrota em casa frente ao Leeds (22-28) e os Cornish Pirates foram a Nottingham empatar com a equipa local a 27.
Este Domingo de loucos deixou quatro equipas com 33 pontos a nove na perseguição ao London Welsh e os Pirates com 30.
A primeira metade da tabela está ao rubro com os lugares de playoff à espera de seis equipas.
Plymouth comanda a segunda metade com 20 pontos e lá em baixo o Ealing bebe à saúde da sua primeira vitória.
(Worcester) Ealing e Hull Ionians demonstram a diferença de nível de rugby que há de divisão para divisão nos campeonatos profissionais.
Coventry RFC
Os azuis e brancos não descolam do topo e colocam pressão no Doncaster após mais uma vitória fora de casa frente ao Esher que era o anterior terceiro classificado.
A vitória por 14-20 é o melhor início para um ciclo terrível de jogos que se avizinha.
Para a semana o Coventry recebe o Rosslyn Park, depois da dura viagem até Doncaster e Ciderford e termina com a recepção ao Richmond.
Vitória sem sabor "lusitano", Le Roux espera por mais um exame ao braço e espera voltar à acção em Janeiro.
O Coventry sobe ao terceiro posto com os mesmos pontos do segundo classificado e a seis do Doncaster.
Quadros: itsrugby.fr/
Fotos: www.premiershiprugby.com
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