COROA IBÉRICA SEM ESPINHAS FICA EM MONSANTO

Uma vitória que pode parecer ter sido obtida com facilidade, mas que acaba por premiar a equipa que melhor se preparou para o encontro, que melhor se apresentou em campo, e que melhor soube dominar a aproveitar as contingências próprias do jogo.

Perante uma equipa com um pack avançado mais pesado e mais alto, a equipa de Direito soube contornar essas dificuldades, e depois de uma entrada de leão dos touros de Valladolid, quem mandou em campo foram mesmo os advogados de Monsanto, que cumpriram bem a teia montada por Martim Aguiar e João Fragoso Mendes, com a mobilidade dos seus avançados a mostrar aos pesos pesados espanhóis que é preciso saber jogar.


E assim, aquele que podia ser um factor de vantagem espanhola - dois pilarões de mais de 120 kg e uma mão cheia de jogadores com 110... - acabou por não beneficiar com a entrada de última hora na equipa de Scott Vessey, o kiwi que se pretendia vir transformar o peso em qualidade, mas que para já não conseguiu dar a volta ao conjunto.

No confronto entre os dois aberturas, começou a delinear-se a vitória de Direito, com Gonçalo Malheiro a demonstrar que está num excelente momento, e que sabe conduzir o exército de Monsanto como ninguém.

Com 21 pontos na sua conta pessoal, Malheiro deu a tranquilidade que a equipa necessitava para aproveitar as oportunidades que teve para registar o segundo mais alargado resultado de sempre nas 34 finais da Taça Ibérica já realizadas, e simultaneamente aquele em que o vencedor marcou mais pontos.

E depois dos primeiros pontos marcados por Griffiths logo a abrir o jogo, Direito tomou as rédeas da partida e chegou ao intervalo já a vencer por 24-6, e quando se podia temer que esta vantagem fizesse a equipa relaxar e entrar de férias, o grupo de Martim Aguiar manteve a concentração e entrou a marcar logo no início do segundo tempo, para depois dar a iniciativa aos vallisoletanos, sem no entanto relaxar no controle do jogo, com uma postura defensiva adequada às circunstâncias.

Cinco ensaios marcados - por Luís Sousa (18'), Rui d'Orey (27'), Gonçalo Malheiro (34'), Vasco Fragoso Mendes (54') e Manuel Vilela (65') - e sete pontapés bem sucedidos de Malheiro (cinco transformações e duas penalidades aos 10' e aos 42'), foram mais do que suficientes para o ensaio de Álvaro Ferrández (74') e uma penalidade (3') e um drop (24') de Gareth Griffiths.

Direito junta-se assim ao conjunto das equipas que já venceram a Taça Ibérica por três vezes (Canoe, Cascais e CDUL), ficando apenas a um do trio Benfica, El Salvador e Santboiana, que comandam a lista dos vencedores com quatro títulos cada um.

As vitórias anteriores do Direito na competição verificaram-se em 1999 frente a este mesmo VRAC (20-16), com Tomaz Morais no comando, e em 2002, sob direcção de José Mendes Silva frente ao Alcobendas (24-18), e as outras quatro participações não vitoriosas tiveram lugar em 2000, 2005, 2006 e 2007.

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Fotos: Facebook.com/Mario.Januario.Fotografia, Facebook.com/ValladolidRACFotografia