13 de dezembro de 2013

CAMPEONATO DE REGRESSO CINCO SEMANAS DEPOIS *

* António Henriques
In illo tempore disputava-se cá no burgo a denominada Divisão de Honra. Lembram-se? Dez equipas, todos-contra-todos, play-offs, meias-finais, etc..
Pois a última vez que nos debruçámos sobre a mais importante prova nacional – já o sol deu 35 voltas em redor da terra – estávamos no segundo fim-de-semana de Novembro.
Mandela estava entre nós, Bárbara e Carrilho digladiavam-se nas capas das revistas do coração, os All Blacks ainda não tinham estabelecido a marca-recorde de 14 jogos só vitoriosos num ano e Portugal ainda se encontrava em recessão técnica.

Entretanto Direito, CDUL, Técnico e Académica carimbaram passaporte para as meias-finais da Taça de Portugal; a selecção de quinze foi de passeio a São Paulo e aproveitou para ensinar aos brasileiros como se manuseia uma bola oval, recebendo de seguida tratamento parecido dos poderosos canadianos; os sevens somaram 17 pontos no circuito mundial fruto de uma presença na final da Bowl (no Dubai) e de uma meia-final da Plate (Port Elizabeth), trepando três posições na tabela onde ocupam agora o 11.º lugar; e os Lusitanos perderam duas vezes contra o I Cavalieri Prato, equipa sem qualquer internacional transalpino, assim para o fraco, muito tacanha, benza-a Deus, a circular a bola e que levou 60 dos London Irish em Londres.
Ah, é verdade, mas veio a Lisboa com uma mêlée.
Realidade que Frederico Sousa e Eduardo Acosta se esqueceram de apresentar em campo…
E daqui a mês e meio defrontamos a Roménia!

Mas voltemos à vaca fria.

Então este fim-de-semana disputa-se a 9.ª jornada da DH, ronda destinada a duelos entre equipas do mesmo grupo (folgam CDUL e RC Montemor), com as 10 formações a ficarem finalmente todas com o mesmo número de jogos realizados (8).

Curiosidade: segundo os regulamentos, importa ter presente a ”Lei das 40 horas”. Não, não estamos a falar da nova legislação laboral para a função pública, mas sim o obrigatório intervalo entre partidas que permite que os jogadores envolvidos no confronto de quinta-feira à noite com “a cavalaria rusticana” italiana (terminado antes das 22.00), possam alinhar pelos seus emblemas a partir das 14.00 de sábado. Ou seja, todos podem. Desde que o físico o permita, bem entendido…

Eis o programa completo:


ACADÉMICA–TÉCNICO (Sérgio Conceição, 14.00) 

O 2.º classificado e maior surpresa da prova desloca-se a Taveiro, onde na época passada perdeu por 29-20. 
Sem o ‘abono de família’ e melhor marcador da DH, Joe Gardener – que já partiu e nem jogou na vitória diante do Belenenses nos ‘quartos’ da Taça – os engenheiros, que esta semana festejaram o cinquentenário do seu primeiro jogo (realizado a 15 de Dezembro de 1963), gostariam de, na véspera dessa data, assinalar o evento com um triunfo. 
Mas desfalcada de outros três ou quatro elementos por motivos escolares, a equipa das Olaias irá apresentar-se algo fragilizada diante de uma Académica em clara subida de forma (marcou 79 pontos nos últimos dois jogos na prova!) e que adoraria vergar os lisboetas ao seu segundo desaire da época. 
Nada que fosse motivo para abrir a boca de espanto. 

AGRONOMIA-BELENENSES (Tapada, 15.00)
Terceiro recebe o quinto classificado no jogo mais interessante da ronda e que coloca frente-frente duas das mais sérias candidatas à presença nas meias-finais da DH.
Em caso de vitória, a equipa de Murray Cox cavaria uma já considerável distância para os azuis, deixando-os ainda mais pressionados.
O jogo diante do Prato não foi nada favorável às duas equipas, pois um dos playmakers do Restelo, Francisco Vieira de Almeida, abandonou de muletas com uma lesão que nos pareceu grave, e o dínamo da avançada agrónoma, António Duarte, também não saiu nada bem tratado. 
O Belenenses já terá os importantes Rafael Simões e Manuel Costa de volta após presença nos sevens, mas face à dinâmica que os dois quinzes apresentavam antes da interrupção, parece-nos que nem esses regressos serão suficientes para roubar a maior dose de favoritismo à equipa da casa.

 
CRAV-CASCAIS (Coutada, 15.30)
Frente-a-frente, em Arcos de Valdevez, estarão duas formações que não podem deixar de aproveitar estes duelos de fim da tabela para somarem o maior número de pontos possíveis. 
Porque todos vão ser importantes para as contas finais…
Nos três jogos que disputou em casa, o CRAV foi derrotado duas vezes (apenas por oito e dois pontos, respectivamente) e bateu o Montemor por claros 35-14, confirmando ser um osso bem duro de roer na Coutada. 
Quanto ao Dramático – que na época passada perdeu em Arcos por apertados 23-21 –, contabiliza só duas vitórias, ambas caseiras (Académica e Belenenses), e tarda a colocar em campo todo o potencial de muitos dos seus jovens jogadores. 
E internacionais como Miguel Lucas, Manuel Castro Pereira, Salvador Vassalo, Francisco Sousa e José Abrantes têm capacidade para fazer ainda mais e melhor. 
Podem aproveitar e começar já amanhã, no verdejante Minho… 

DIREITO-CDUP (domingo, Monsanto, 16.00)
A ronda conclui-se em Monsanto onde o líder, com um imaculado registo de sete triunfos noutros tantos jogos, recebe o antepenúltimo CDUP, talvez a maior desilusão desta época até aqui. 
Com o regresso de Pedro Leal, Adérito Esteves e um ou outro jogador presente na Amlin Cup, todo o resultado que não seja o triunfo com ponto de bónus para os advogados seria um sismo de grau nove e caso para abrir inquérito na Procuradoria-Geral da República…

10 comentários:

Anónimo disse...

O Polvo

Vitórias :

Agronomia
Técnico
Crav
Direito

Abraço

O Polvo

Anónimo disse...

Os Cavaleiros apesar de não terem nenhum internacional, é constituído por jogadores profissionais. Todos. E alguns oriundos de outras paragens que não da bela Itália...

Anónimo disse...

Que aconteceu ao Joe Gardener?

Anónimo disse...

os cavaleiros de profissionais não tinham mesmo nada... muito fraco!

Anónimo disse...

O Joe Gardener está nos estados unidos a jogar futebol americano como "punter"

Manuel Cabral disse...

Foi a nossa sorte! já imaginaram se eles não fossem fracos??
É inacreditável como a soberba lusitana se mantém bem viva, apesar de toda a miséria...

Anónimo disse...

Académica 17 (2 ensaios) v Técnico 36 (5 ensaios)

Anónimo disse...

Para quem nao sabe os cavalieri está entre as três melhores equipas italianas e por acaso apenas perdeu por um ponto com o stade français.
Mas será que agora o MdM já acha que é má ideia participae na Amlin Cup e dar experiencia aos jovens jogadores ?
Pensava que apenas estaria preocupado com o desastre financeiro por se partucipar nessa prova.
Afinal em que ficamos? Ideias concretizaveis precisam-se.

Manuel Cabral disse...

Anónimo das 23:50 o teu comentário é uma das típicas provocações de quem vem aqui apenas para tentar lançar poeira nos olhos as pessoas.
Primeiro nunca leste em lado nenhum que o Mão de Mestre seja contra a participação de equipas portuguesas nas competições europeias de clube.
Mas também nunca leste me lado nenhum que o Mão de Mestre apoiasse a forma como esta participação foi organizada.
O que o Mão de Mestre sempre disse e continua a dizer, é que NADA justifica que se utilizem verbas federativas nestas participações.
Os clubes, ou uniões de clubes, que entendam participar, devem fazê-lo - mas com o dinheiro deles, não com as verbas da federação.
Essa aliás foi a posição generalizada na altura, e que o presidente da FPR GARANTIU que seria respeitada.
Da mesma forma como garantiu que os jogos dos Lusitanos seriam realizados a meio da semana por forma a não prejudicar nenhum clube.

Agora acho curioso que tu venhas com a conversa de "dar experiência aos jogadores"... essa é muito engraçada... eu pensava que se entrava em competição...para competir...

Quanto ao comentário que fiz mais acima, das duas uma, ou não sabes ler, ou estás de má fé.

O comentário foi feito para rebater algumas afirmações de que os Cavalieri são muito fracos, e disse, e repito, que afirmar que eles são fracos é uma demonstração da soberba lusitana...mesmo quando perdemos, é por azar, não por mérito dos adversários, aliás posição muito comum nos comentários aos jogos nacionais - quando se perde, ou foi por azar, ou, mais frequentemente, porque o árbitro não presta ou é gatuno...

A propósito, tu que tanto sabes dos Cavbalieri devias ler o que aqui se escreveu sobre eles, antes da realização dos jogos...Talvez aprendas alguma coisa, não apenas a posição deles em Itália, ou o resultado com o Stade Français.

Portanto o teu comentário não tem qualquer razão de ser a não ser a provocação.
Da próxima vez que não tiveres mais nada para fazer, vai ali à esquina ver se eu estou lá.

Anónimo disse...

CRAV 20 - 11 Cascais (3-1)