PRIMEIRONA VIAJA ATÉ AO ALGARVE

Pela primeira vez em muitos anos, o Algarve terá um jogo da 1ª Divisão, que promete mobilizar as atenções dos desportistas sulistas.

O calendário tinha atribuído ao Évora a honra de ser a primeira equipa a deslocar-se à terra da Tia Anica, mas por acordo entre os clubes esse jogo realizou-se no Alentejo, e cabe então ao Vitória de Setúbal defrontar o Loulé neste jogo memorável.

Para quem defrontou os louletanos há mais de 25 anos - já em fim de carreira... - em Vilamoura, o momento toma uma importância especial, e não resisto a contar um detalhe desse jogo pelo envolvimento de alguém que se tornaria, anos mais tarde, numa celebridade.

Foi com o Clube do Rugby que me desloquei ao Algarve para defrontar o Loulé (creio que em 1986) nesse jogo que agora recordo, e com a tradicional dificuldade em encontrar número suficiente de jogadores para a deslocação, aproveitámos a estadia em Portugal da equipa sub-18 do Merchiston Castle School, de Edimburgo, e convidámos dois dos seus professores para nos acompanharem e completarem a equipa - o que foi imediatamente aceite!
E foi assim que Frank Hadden ganhou a sua inscrição na FPR e jogou em Portugal um encontro que, claro!, ganhámos!
Resta dizer que passados vários anos, Frank ganhou outros galardões no rugby escocês e foi treinador principal da seleção nacional da Escócia de 2005 a 2009.

Satisfeita a minha vontade de contar histórias, vamos à análise prévia da 3ª jornada, quando Évora e Montemor comandam a tabela com duas vitórias bonificadas, com Lousã, Setúbal, Agrária e Santarém na peugada, com uma derrota e uma vitória, e Caldas e Loulé mais atrás, sem terem ainda provado o doce sabor da vitória.

O Loulé vai receber o Setúbal, e apesar da vitória conseguida na primeira jornada pelos sadinos e as duas derrotas dos algarvios, a vitória destes pode muito bem acontecer, já que a própria experiência das derrotas frente ao Évora e à Lousã pode muito bem ter dado aos louletanos o calo de que necessitavam para enfrentar equipas em teoria ligeiramente superiores.
Mas os setubalenses, se pretendem manter-se na corrida pelos quatro lugares cimeiros da classificação, não podem deixar-se abater pela derrota sofrida perante o Montemor e devem apresentar-se em força na deslocação ao Algarve.
O encontro do Campo de Rugby de Loulé, no sábado às 15,30 h, apresenta-se assim com o resultado em aberto, tanto podendo dar para um lado como para o outro.

Em Coimbra, ou melhor, no Taveiro, no domingo às 17 horas, terá lugar o dérbi do Centro, que vai pôr frente a frente os charruas da Agrária, e os serranos da Lousã, que chegam ao jogo separados por um ponto de bónus, favorável à Lousã, mas sem que nenhum dos opositores tenha demonstrado mais competência que o outro.
Recorde-se no entanto que na última época em que as duas equipas participaram simultaneamente os lousanenses venceram as duas partidas que realizaram, por números bem expressivos (64-7 e 26-6), mas entretanto os charruas amadureceram e a vitória conseguida perante o Santarém na jornada inaugural, mostra que estão agora mais preparados para a luta que no passado.
Apesar disso pomos as fichas na Lousã, que vai tentar tirar partido da sua maior experiência e também do fato de se tratar duma pequena deslocação.

Na Frigideira, sábado às 16 horas, o Montemor vai receber o Caldas e poderá mesmo conseguir a vitória bonificada, já que, neste momento, a diferença entre as duas equipas não permite pensar numa vitória dos visitantes - e se ela acontecer, será uma grande surpresa.
Recorde-se no entanto que na última época, se o primeiro encontro entre as equipas foi claramente favorável aos mouflons (34-3), já o mesmo não se passou na segunda volta, quando o Caldas conseguiu o bónus defensivo (15-12).

O último jogo da jornada é a visita do Évora a Santarém, e também aqui a vantagem parece pender para os alentejanos, que não deverão deixar fugir o Montemor, mas para o garantirem, os chaparros deverão conseguir bonificar a vitória, o que já é outra história.
Na verdade na última época, o Évora venceu os dois encontros entre as equipas, mas sempre por margens que denotam algum equilíbrio (17-5 e 15-6)