1 de outubro de 2016

ACADÉMICA, CDUP E MONTEMOR QUEREM CORRIGIR IMAGEM DO 1º DIA

Depois de um arranque de época com alguns resultados mais dilatados, fruto não apenas da natural diferença entre as equipas, mas ainda de um início de época em velocidades diferentes e de um calendário condicionado cuja aplicação foi completamente desvirtuada, aguarda-se agora que haja um certo ajustamento das formações às características da prova.

Para que não fiquem dúvidas quanto ao que queremos dizer sobre a aplicação desvirtuada do calendário condicionado, lembramos que a sua introdução partia de uma premissa - a prova não seria interrompida para a realização dos jogos da selecção nacional, e nesses finais de semana as cinco equipas mais fortes (que habitualmente fornecem os jogadores à equipa nacional) defrontariam as cinco equipas mais fracas - Confira aqui.


Ora acontece que esta premissa não foi aplicada na presente época desportiva, pois a prova vai ser interrompida sempre que a selecção nacional tenha um encontro, e como ainda por cima se concentraram no início do campeonato três das jornadas entre as mais fortes e as mais fracas, em claro benefício das mais fortes que são aquelas que melhor estrutura têm e que tradicionalmente começam a trabalhar mais cedo, foi absolutamente desvirtuada a intenção que norteou a introdução do sistema de calendário condicionado...

Ou seja, não apenas é absolutamente inútil a aplicação de um calendário condicionado que arrasta por mais duas jornadas a competição (de 18 para 20 jornadas), como se dá uma vantagem desnecessária às equipas mais fortes. 
Mais valia acabarem com o  calendário condicionado, sujeitarem-se ao sorteio pré definido para uma prova com 10 equipas, e ou começarem a época duas semanas mais tarde - depois do 5 de Outubro - ou terminarem a época duas semanas mais cedo.

Claro é que estas "pequenas" alterações aos princípios que foram estabelecidos em 2012, não são ingénuas, e pretendem mostrar que Portugal não está preparado para ter 10 equipas na divisão principal, e que seria melhor deixar as equipas de Lisboa jogarem entre si, dando às equipas de fora de Lisboa, a mera função de papel de embrulho.

O jogo, a realizar em Monsanto por troca de jornada, vai ser uma dura prova para os portuenses, saídos de uma pesada derrota na Tapada, para quem ambiciona fazer parte do grupo das melhores equipas portuguesas.
Para quem ambiciona, e para quem o rugby português precisa que faça parte desse grupo, sob risco de 
concentrar ainda mais a nossa modalidade entre a Alameda das Linhas de Torres e o Rio Tejo.
Se CDUP e Académica não conseguirem levantar cabeça, então não valerá a pena reclamarem contra o centralismo lisboeta do rugby nacional, e é bom que tenham consciência que uma eventual alteração da forma de disputa da prova, nomeadamente para o sistema de 6 + 6, vai deixar na divisão de topo apenas as equipas da capital.

Mas voltando ao duelo de Monsanto entre duas equipas que mantém muitos laços entre os seus jogadores - com muitos do Norte aproveitando as condições da equipa do Sul, para se afirmarem entre os melhores – Direito é claramente favorito, ficando apenas por saber qual a transformação do CDUP em relação à primeira jornada.
O CDUP vai com certeza melhorar, em especial na sua postura defensiva, pois o adversário desta semana não vai perdoar qualquer fraqueza nessa área e castigará o aparecimento de qualquer buraco na defesa, qualquer placagem menos bem sucedida, ou qualquer hesitação no solo.

Os pretos tiveram uma boa estreia frente ao Técnico, mas a indisciplina de alguns dos seus jogadores provocou a exibição de dois cartões vermelhos que ditaram o resultado daquele jogo.
Se esta indisciplina for afastada do relvado, então o trabalho conduzido por João Luís e Jorge Franco pode levar a Académica ao grupo da frente, como acontecia no passado com muita frequência.
O problema gravíssimo da falta de plantel parece estar resolvido, os treinos estão repletos de jogadores com ambição – muitos jovens que cresceram pelas mãos de Jorge Franco, e que ainda há duas épocas davam cartas nos sub-18 – e agora é preciso persistência e paciência, para que os resultados apareçam.
Aos olhos dos seus dirigentes "a Académica vai disputar o seu primeiro jogo em casa para o campeonato e encontra-se bastante confiante num resultado positivo. 
Têm sido semanas de intenso trabalho, com uma entrega fantástica dos atletas, que permitem antecipar um bom jogo de Rugby, contra um adversário também reforçado para esta época desportiva, e que certamente tudo fará para levar pontos de Coimbra."

Quanto ao Cascais, não deixou dúvidas quanto à sua disposição para a época, com uma avantajada vitória na primeira jornada, embora o resultado da sua equipa do Challenge deixe algumas preocupações.
Os 12 ensaios marcados (e transformados) garantem que a equipa está capaz de correr durante os 80 minutos, dando a sensação que o seu tradicional espírito de conquista está mais forte, mas apesar do favoritismo do Cascais falta saber como os pretos se irão comportar neste primeiro jogo em casa.

Os alentejanos foram duramente castigados em Cascais na passada semana, embora o resultado da sua equipa do Challenge tenha dado a indicação que desta vez os mouflons têm à disposição um plantel capaz de suportar uma prova longa e exigente como a Divisão de Honra.

Com uma semana para recuperar daquele resultado inicial, em casa, é natural que o Montemor consiga reagir de forma diferente a uma Agronomia que se pretende afirmar como real candidata à luta pelo título, e as dificuldades que a sua Frigideira podem trazer para os visitantes, pode traduzir-se em vantagem para os da casa.
"Espero um jogo difícil, mas espero que a minha equipa tenha uma atitude totalmente diferente da semana passada. Os treinos correram bem, vamos ver em competição se conseguimos melhorar em todos os aspectos, sabendo de antemão que ainda não tenho a equipa toda como gostaria." disse-nos João Baptista Malta, treinador do Montemor.

Agronomia teve um excelente resultado e comportamento frente ao CDUP, após uma pré-época bem trabalhada, mas apesar de favorita não pode encarar a partida com ânimo leve, pois o Montemor não vai facilitar a sua vida, e precisa mostrar frente ao seu público que não vai baixar os braços e que tem condições reais para se manter na Divisão de Honra.

Esta vai ser a partida do fim de semana, com um Técnico que apesar de vencer na passada semana, não convenceu quanto à qualidade da equipa, e um Belenenses que apesar de não ter conseguido um bom resultado frente ao CDUL, promete ser capaz de fazer bem melhor do que fez.
Aproveitando alguma precipitação da Académica, os engenheiros viraram o jogo da primeira jornada, mas não pode cotar com o mesmo tipo de erros por parte da equipa do restelo, que dispõe de um maior poder ofensivo, e de uma maior experiência acumulada.
Resultado sem vencedor antecipado, com as duas equipas desejosas de mostrarem mais e melhor do que mostraram anteriormente, e que tem todas as condições para ser um bom espectáculo.

Depois de uma pesada derrota em Monsanto, os beirões vão ter oportunidade de mostrar que em casa são uma equipa diferente, e que nenhum adversário pode partir do princípio que vai passear à Lousã.
É sempre um espectáculo ver o apoio que o público lousanense dá à equipa, e a forma como esta reage a esse incentivo.
Mas o CDUL é uma equipa poderosa, em formação e adaptação aos métodos de Jack Farrer, e parte para o encontro como claro favorito, ficando por saber até onde a Lousã conseguirá suster a anunciada superioridade do adversário.


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