16 de outubro de 2016

STREAMING NA PRIMEIRONA MOSTRA QUE HÁ MUITO QUE SE PODE FAZER

Mais uma jornada de grande equilíbrio entre todas as equipas que constituem a Primeirona, com a meia surpresa da derrota do Santarém em Lisboa frente ao São Miguel, que se pode explicar parcialmente pelo início tardio de temporada dos escalabitanos, mas a que não é alheia a atitude dos buldogues que já na semana passada tinham dado sinais de estarem na prova para lutar por uma boa classificação.

O destaque do fim de semana veio de fora das quatro linhas, com a transmissão directa do jogo (só vimos a segunda parte) Benfica-Vila da Moita através de streaming disponibilizado no Facebook por Paulo Jorge e que teve origem na utilização de um celular, nada mais...

Claro que a transmissão poderia ter sido de melhor qualidade técnica, bastando para isso que fosse feita com o aparelho apoiado num tripé, e as imagens captadas a meio do campo e não atrás dos postes.
Mas o que interessa aqui referir é que a qualidade não foi inferior à que tiveram as transmissões realizadas no passado recente, não teve custos adicionais nem direitos de antena, e apenas dependeu da boa vontade de um indivíduo, a quem enviamos uma calorosa saudação!

Há muita coisa que pode ser feita no rugby nacional, mas que exige imaginação e sobretudo vontade de fazer, pois sente-se nas atitudes de certos dirigentes e responsáveis, um conformismo, um snobismo de quem espera que as coisas lhe venham cair nos braços, e que tem sempre como desculpa, os erros ou a falta de vontade dos outros.

Antes não havia campos, jogava-se em qualquer lugar - e que me desculpem, mas na maior parte dos casos não se jogava pior! - antes, ir de Lisboa ao Porto era uma aventura que levava um dia a caminhar num sentido e outro dia a caminhar no outro, hoje sai-se de Lisboa, em três horas tranquilas está-se no Porto; antigamente as equipas do Porto viajavam semana sim, semana não até Lisboa, e ninguém reclamava, hoje há equipas que têm que viajar 80 ou 100 km e reclamam que é longe...

Paulo Jorge deu um pontapé no sistema, ficou quietinho no fim do campo, pegou no celular, e permitiu a quem está a muitos milhares de quilómetros de distância, ou a quem está ali ao lado em Algés, visionar o jogo, com uma qualidade de imagem muito razoável, sem interrupções, sem presunção nem água benta, apenas com vontade e disponibilidade!

Que belo exemplo para os clubes que se queixam que não têm dinheiro para transmissões directas, e para os dirigentes que têm como limite visual o seu próprio umbigo, e que depois dizem a quem pensa diferente "ah, estás desfasado..."

Embora sem conseguir o ponto de bónus, um excelente resultado do Bairrada nas Olaias, evitando o bónus dos engenheiros, impedindo que se desfizesse a dupla liderança Técnico/Évora.
Rui Rodrigues, o responsável pelos bairradinos adiantou que "Tal como antevíamos, o jogo produzido pela equipa das Olaias colocou-nos dificuldades bem diferentes em relação ao jogo anterior com o S. Miguel. Sabíamos também que umas das coisas que poderia fazer seriam os "pormenores" e foi nesses "pormenores" que o Bairrada perdeu o jogo. Com uma equipa que se baseou em cinco jogadores acima de 23 anos, foi notória alguma inexperiência competitiva na tomada de decisão, mas ao mesmo tempo uma garra e vontade enorme de cumprir com o seu papel, o que foi conseguido na maior parte do tempo, bem."
Na classificação o Bairrada segue na sexta posição, com um ponto menos que o trio de segundos que tem cinco na tabela.
O Técnico na frente, soma oito.

Resultado mais desnivelado da jornada, mesmo se a vantagem dos encarnados apenas se consolidou a partir dos 15 minutos da segunda parte, depois do Vila da Moita ter passado para a frente, com duas
penalidades transformadas no início do segundo tempo.
Mostrando confiança nos seus avançados, o Benfica recusou tentar a transformação de uma penalidade (fácil) trocando por uma bola fora nos cinco metros do Vila da Moita, a conquista da bola nesse alinhamento, e um maul dinâmico que conduziu ao empate a 17 pontos.
A partir daí só deu Benfica, que acabou por dilatar e vencer com justiça.
Como já referimos no início do texto, a iniciativa de transmitir o jogo em directo através do Facebook merece um forte aplauso, e mostra claramente que em muitas das circunstâncias em que os clubes se queixam de dificuldades, o que existe é uma forte resistência a utilizar os instrumentos gratuitos que estão por aí, sob o pretexto que não há dinheiro, é muito longe, não tem quem ajude...

Muito público Caldense na primeira jornada em casa dos Pelicanos.
Tempo com alguns chuviscos no início, mas magnífico para a prática do Rugby. Pitch em bom estado e instalações em estado magnífico para acolher esta jornada da Primeirona. 
O Rugby tem condições em todo o País para uma prática com nível.
O Caldas, motivado pelo resultado da jornada anterior na Moita apresentou-se determinado a vencer. O Vitória, procurando rectificar a derrota caseira inicial também viajou determinado à procura da vitória.
Resultou destas posturas de entrega total das duas equipas um jogo muito intenso, muito lutado, nem sempre bem jogado, com resultado incerto até ao apito final e que prendeu a assistência.
Vitória que assenta bem aos Caldenses pela sua determinação, espírito de luta e, talvez por um Rugby de melhor qualidade técnica. 
Uma palavra ao apoio caloroso do público Pelicano que “levou” a equipa da casa a aguentar a corajosa reacção final dos Sadinos.
Parabéns às duas equipas pela entrega total. O Rugby saiu vencedor.
Melhor entrada dos Setubalenses. Jogo de avançados e até aos 10 minutos o jogo nos 22 m dos visitados.
Equilibraram os Caldenses e beneficiando de um jogo muito faltoso do adversário conseguiram uma transformação de penalidade aos 17 minutos.
Nos primeiros 20 minutos, Caldas 3-0 Vitória, e grande equilíbrio.
O Vitória reagiu e instalou-se nos cinco metros Pelicanos, obrigando a equipa da casa a defesa corajosa. 
O Caldas respondeu com jogadas de contra-ataque e, por duas vezes esteve à beira do ensaio. 
Erros finais na libertação da bola na placagem comprometeram a concretização que se avizinhava. Mérito para a defesa agressiva do Setúbal.
Mas, aos 36 minutos, mais uma jogada de contra-ataque conduzida pelos centros Pelicanos resultou em ensaio, não transformado. Caldas 8-0 Vitória.
Uma perda “infantil” num ruck no recomeço, colocou os avançados do Vitória de Setúbal em fases sucessivas de ataque de que resultou um ensaio, este bem transformado, aos 39 minutos.
No reatamento o Caldas, rápido a jogar à mão esteve novamente à beira do ensaio, mas um ligeiro toque na linha lateral do seu ponta, que já corria isolado, desperdiçou o ensejo de pontuar.
Ao intervalo, Caldas 8-7 Vitória.
Tudo em aberto e uma 2ª parte que se adivinhava de luta.
Lesionado na jogada do ensaio adversário, o capitão Pelicano não regressou para a 2ª parte e o pack Caldense viria a ressentir-se. 
Mas logo no recomeço o Setúbal consentiu uma penalidade, bem transformada, o que colocou o resultado em Caldas 11-7 Vitória. As 20 penalidades cometidas pelos Vitorianos em todo o encontro explicam, em parte, o resultado.
O jogo foi intenso, com paradas e respostas, o Setúbal a privilegiar o poder dos seus avançados, o Caldas a procurar jogar à mão, e, resultado de forte agressividade defensiva de ambas as equipas muitas paragens para assistência.
Aos 58 minutos e após fases sucessivas de avançados o Setúbal passou para a frente do resultado, na sequência de um segundo ensaio após uma formação ordenada nos cinco metros Pelicanos e saída do nº 8. Bem transformado, e Caldas 11-14 Vitória.
O coração e coragem Pelicana entraram então em cena. 
Levados pelo forte apoio vindo das bancadas, os Caldenses instalaram-se no meio-campo adversário e, mesmo sem jogar sempre com o melhor discernimento, foram provocando faltas sucessivas, beneficiando de quatro pontapés de penalidade aos postes, dos quais dois foram concretizados, aos 74 e 78 minutos.
Procurou, ainda reagir o Vitória, mas foi a vez de o Caldas defender a vantagem.
Resultado Final: Caldas Rugby Clube 17-14* Vitória Rugby.
Como deve ser, as equipas comemoraram o 3º tempo em ambiente de camaradagem.


 
Excelente vitória do São Miguel que sobe ao terceiro lugar da classificação, embora com o mesmo número de pontos de Benfica e Caldas, beneficiando do ponto de bónus obtido na primeira jornada.
O Santarém não conseguiu manter o ritmo e acabou por ser derrotado sem margem para contestação, e sem ponto de bónus, sendo a única equipa sem estrear a tabela, mas com a atenuante de ter disputado apenas uma partida.
E pode estar aí - no atraso do arranque - uma das razões para a derrota dos cavaleiros, mas certamente a grande responsabilidade do resultado ficou por conta dos buldogues que não se deixaram abater perante a derrota da semana passada na Bairrada, e mostraram claramente que estão na prova com uma determinação competitiva bem superior à que mostraram no passado recente, e vão criar muitos problemas aos que eram à partida os principais candidatos.

Na estreia do CRAV na competição, pode ter tido influência o seu descanso do primeiro dia, e foi o Évora quem beneficiou disso, mostrando-se superior nas formações ordenadas e nos alinhamentos,
conquistando a posse da bola e defendendo sempre com grande determinação.
Sem preocupação de jogar bonito,o Évora adaptou-se bem às condições do terreno, com uma chuva que caiu a maior parte do tempo, aproveitou as penalidades de que dispôs e acabou por conquistar quatro preciosos pontos, que poderão fazer muita diferença no futuro, pois com certeza não será fácil a nenhuma equipa pontuar em Arcos de Valdevez.
Dominando a maior parte do tempo, os chaparros foram justos vencedores do encontro.
Cabe aqui fazer uma correcção a uma afirmação feita na semana passada sobre o treinador do CRAV, que, ao contrário do que foi dito, é treinador da equipa desde 2013-2014, sendo portanto esta a quarta época em que dirige a equipa.
As nossas desculpas ao David Pereira.


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