SIR GARETH, O MAIOR DE TODOS OS TEMPOS

Gareth Edwards foi escolhido pela Raínha de Inglaterra para integrar uma curta lista de desportistas a quem é autorizado o uso do Sir, e é certamente o primeiro Homem do Rugby a quem tal honraria é concedida, que se revelou pela sua participação como jogador.

Anteriormente já Sir Clive Woodward e Sir Ian McGeechan foram homenageados mas como treinadores, não como jogadores, e existem alguns outros antigos jogadores que receberam o direito, mas não pela sua acção na área do rugby, e sim noutras áreas como a política, a lei, como militares ou mesmo por serviços prestados à RFU.

Sir Gareth Edwards é assim confirmado como uma referência no rugby mundial, um nome que dificilmente será esquecido, e que atravessou os anos 60 e 70 mostrando o caminho para uma nova forma de jogar e de atrair o interesse de multidões que se deslocavam apenas para o ver em acção.

Além de ter representado o País de Gales em 53 ocasiões entre 1967 e 1978, 13 das quais como capitão, Gareth Edwards vestiu a camisa dos British Lions em 10 ocasiões, incluindo nas vitoriosas campanhas da Nova Zelândia em 1971 e da África do Sul em 1974, e a do Barbarians Football Club em inúmeras ocasiões, de que destacamos abaixo o jogo com a Nova Zelândia em 1973.

Claro que o que vou contar vai parecer exagero por quem hoje tem acesso a todo o tipo de informação e também a um número cada vez maior de técnicos cada vez mais especializados, para os ajudarem a conhecer novas técnicas e a aperfeiçoar outras.

Mas a verdade é que nos anos 60 do século passado as coisas não funcionavam assim: havia pouca documentação, pouca informação e poucos técnicos, que tinham na maior parte dos casos, pouca formação, que compensavam com uma dedicação enorme e um espírito de rugby que hoje parece estar tão ausente...

Gareth Edwards, hoje Sir, teve um enorme contributo na divulgação da modalidade jogada ao mais alto nível, e a que naqueles longínquos anos tivemos acesso pelas transmissões do então Cinco Nações, através da RTP, pela mão de Serafim Cordeiro do Vale Marques.

Recordo por exemplo o espanto que foi quando Sir Gareth apareceu abrindo as bolas em spin, uma técnica até então desconhecida em Portugal, e recordo que, na ausência no nosso país de quem a soubesse ensinar, passei muitas horas em frente a um espelho alto que havia no meu quarto, tentando imitar aquele passe que levava a bola tão longe e com tanta direcção...

Fiquem com um momento fantástico de Sir Gareth Edwards com a camisa dos Barbarians, num jogo com os All Blacks em 1973.