20 de junho de 2015

PORTUGAL NÃO ESCONDE CARÊNCIAS E LUTA PELA PERMANÊNCIA NO WGPS

A primeira rodada de jogos em Brive mostrou de que lado estava a força e quais as melhores equipas na prova, com (quase) todos os resultados a alcançarem a barreira dos 36 pontos no diferencial entre marcados e sofridos, com a excepção a acontecer no Holanda 21-19 País de Gales.

Portugal não foi excepção e perdeu para a França, uma das candidatas ao título, por 38-0 (embora quem assistiu ao jogo, como nós, jure que foi 36-0...) e ficou claro que as seis vencedoras, mesmo incluindo as holandesas que venceram por dois pontos apenas, não vão deixar fugir o apuramento para a Cup, ficando apenas algumas dúvidas quanto às duas últimas a apurar, e que virão do grupo das três terceiras classificadas nos grupo.


Portugal apesar da derrota não esteve mal, desenvolveu uma estratégia interessante com intenção de conseguir evitar o maior número de pontos que fosse possível, na perspectiva que seria nesse factor que se iriam decidir os já referidos dois lugares entre as terceiras classificadas.
Alguma ingenuidade, e um certo sabor a proteccionismo com a equipa da casa, levaram resultado final a ultrapassar a casa dos 20's, mas mesmo assim ficou dentro da média dos valores da rodada.

A SEGUNDA RODADA
Na segunda rodada os resultados dos jogos iniciais foram todos confirmados, deixando as vencedoras da primeira rodada com duas vitórias à entrada da última rodada, em que as melhores se defrontariam entre si, mas já com os dois primeiros lugares da classificação, em cada grupo, assegurados.

Às outras duas equipas de cada grupo, com duas derrotas cada, coube então discutir o terceiro posto na tabela, e quais as duas melhores terceiras, que avançam para a Cup.

Quanto a Portugal, que, novamente sem surpresa, perdeu com a Holanda, o primeiro comentário é para dizer claramente que o resultado dificilmente reflecte aquilo que se passou em campo, já que a nossa equipa defendeu bastante bem, tanto colectiva como individualmente, e foi claramente infeliz na procura de um ensaio compensador, que acabou por não conseguir.
E não esquecemos que, com o resultado em 0-21, as portuguesas tiveram uma excelente sequência de oportunidades para marcar, que não conseguiram concretizar, e que acabou por transformar uns bem possíveis e merecidos 7-21, nos finais 0-28, já que as holandesas não desperdiçaram a resposta à ineficácia atacante das nossas jogadoras.

A TERCEIRA RODADA
A terceira rodada ficou assim responsável por determinar o futuro da equipa no torneio, e mais uma vez, apesar da determinação e empenho de todas as jogadoras, Portugal não conseguiu ultrapassar as suas limitações ofensivas e acabou por cair às mãos das galesas, apesar dos ensaios da Catarina Antunes e da Catarina Ribeiro, que a Isabel Osório transformou.

Assim, amanhã Portugal tem uma tarefa bem difícil e de grande responsabilidade, para conseguir assegurar a presença nacional na principal divisão do rugby europeu feminino de sevens.

Na verdade as quatro equipas que vão disputar a Bowl obtiveram na etapa de Kazan a seguinte pontuação em termos de ranking da competição: Itália, 8 pontos; Escócia, 4 pontos; Portugal, 3 pontos e Alemanha, 1 ponto.
Recorde-se que na Bowl se encontram em disputa 4 pontos para a vencedora, 3 pontos para a finalista vencida, 2 pontos para a vencedora da luta pelo 11º lugar e, finalmente 1 ponto para a última classificada.
Então a matemática é simples.

Se Portugal vencer a Escócia, vai conseguir pelo menos ficar com o mesmo número de pontos do que as escocesas, e então ficará com a melhor posição, aquela equipa que tiver um melhor diferencial de pontos marcados/sofridos no conjunto dos torneios de Kazan e Brive.
Neste momento, após os jogos de hoje, a Escócia tem um saldo negativo de 107 pontos, e Portugal um saldo negativo de 108 pontos...
Ou seja, vencer é imperativo e impõe-se uma segunda vitória na Bowl para assegurar uma posição final no ranking superior à Escócia.

Entretanto ainda há a Alemanha, que tem um saldo de pontos marcados/sofridos negativo de 169, que vai defrontar a Itália, e que se vencer, pode ultrapassar a nossa equipa, recuperando os dois pontos de atraso que tem na tabela...

Ou seja, Portugal corre o risco de ficar para si com a última posição no ranking final, mas, pelo que vimos, pela determinação das nossas jovens jogadoras, pelo seu empenho e coragem, acreditamos que vamos sair de Brive com um sorrisinho nos lábios.

Fiquem com o quadro dos resultados de hoje, e os primeiros jogos de amanhã.


1 comentário:

Claudio disse...

Garra portuguesa nesta final da Bowl !

Vi grande parte dos outros jogos, vi técnica, vi potência e vontade, apenas falta ali uma ou duas “arromba postes” capazes de rivalizar com holandesas e outras "nórdicas" nas corridas de 80 metros… Alguma deteção nos clubes de atletismo já foi feita ?

Parabéns !