1 de dezembro de 2013

DUBAI SEVENS - FIJI EM GRANDE DÁ LIÇÃO AOS ALL BLACKS

Como dizia o locutor britânico da TV, o domínio da Fiji sobre a Nova Zelândia parecia um tsunami!

Oito ensaios sem resposta, um resultado final de 44-0, a maior derrota de sempre dos All Blacks Sevens, e um absoluto domínio, reduziu os campeões do mundo a uma equipa vulgar...

(Desta vez Sir Gordon Tiejtens e seus jogadores experimentaram o tratamento que, normalmente, são eles a dar!)

Depois, na final, a vitória sobre a África do Sul acabou por surgir com naturalidade para a subida ao pódio, que nunca vira, no Dubai, os fijianos em tão grande altura!

Ben Ryan, o ex-treinador da Inglaterra, que agora segue no leme da Fiji, não sabia o que dizer de tanta felicidade, e temos que admitir que com inteira justiça.

Outro treinador que fez a sua estreia na direcção de uma nova equipa, foi Paul Treu, ex-África do Sul, agora à frente do staff do Quénia, mas a derrota na meia final da Plate deve ser pouco para as ambições dos quenianos e do seu novo responsável...

Melhor esteve a Argentina, com Santiago Gomez Cora a fazer a sua estreia como treinador nacional, depois de uma brilhante carreira como jogador, que levou para casa a Plate, o melhor resultado dos argentinos desde o torneio de Port Elizabeth no ano passado.

Matt Hawkins à frente dos Estados Unidos está a ver a vida a complicar-se, assim como Jesus Delgado, no comando espanhol, para felicidade de Portugal - mas de Portugal falaremos mais à frente...

Simon Amor da Inglaterra, que substituiu Ben Ryan, conseguiu aguentar o barco e chegar ao 4º lugar, mas a equipa não demonstrou o brilho de outras ocasiões, enquanto Samoa, com Viliamu Punivalu, deixou cair a coroa conquistada no Dubai em 2012, e foi fazer uma visita ao mundo da Bowl, o que não sendo inédito, também não é comum...

Outro técnico que vai incomodado na viagem para a África do Sul é o francês Frederic Pomarel, mas para não se sentir muito sozinho, vai acompanhado do australiano Michael O'Connor, que caiu do céu até (quase...) ao inferno, e que vai ter muito trabalho para retomar a trilha das vitórias...

A África do Sul, sob a batuta de Neil Powell não pareceu sofrer muito com a mudança de técnico, e a derrota na final não é desonra, bem pelo contrário, assim como as duas derrotas de sábado da Escócia de Stephen Gemmell não eliminam o apuramento para a Cup, e os correspondentes 10 pontos na tabela geral, enquanto Paul John o Pais de Gales e o Canadá de Geraint John podem não ter estado no seu melhor, mas também não desiludiram as expectativas...

Antes de falamos de Portugal, veja os resultados completos do torneio, e o respectivo ranking actualizado.



PORTUGAL CUMPRE E SOBE NA CLASSIFICAÇÃO
Como dissemos na prévia sobre o Dubai Sevens chegar à final da Bowl foi um bom resultado - e os Linces mesmo vencidos nesse jogo derradeiro, não foram esmagados, nem humilhados, ficando apenas a um ensaio da poderosa Austrália.

Mas não vale engalanar em arco e deitar foguetes, porque a nossa equipa ainda cometeu erros absolutamente inadmissíveis, que poderiam ter posto em causa o bom resultado final alcançado.

E a verdade é que esse resultado poderia ter sido bem melhor, se frente ao Quénia e equipa tivesse tido um comportamento mais adequado.

Mesmo assim, com a  derrota na Final da Bowl, Portugal arrecadou sete pontos na tabela, e beneficiando dos resultados da Espanha e dos Estados Unidos, subiu um lugar na classificação, agora com cinco pontos de vantagem sobre os americanos e seis sobre os espanhóis e apenas a dois da França e três do Canadá.

OS ERROS TÉCNICOS E DE ATITUDE
Este fim de semana, no Dubai, a nossa seleção cumpriu o seu objectivo classificativo, mas - já o disse anteriormente - cometeu ainda erros de palmatória que devem ser corrigidos com a máxima urgência, e se aos mais novos se desculpa algum deslumbramento, alguma sensação de superioridade, já aos mais credenciados é difícil desculpar uma atitude menos "reactiva" - como lhe chamou Pedro Netto no intervalo do jogo com o Quénia - ou alguns erros individuais infantis.

Como já referimos hoje no Facebook, os sevens são um jogo que se resolve nos detalhes, nos pormenores, no aproveitamento de todos os erros do adversário e no evitar de os cometer, e nesses detalhes Portugal ainda tem um longo trabalho de recuperação a fazer.

Reconhecemos que hoje a equipa já começa a apresentar uma nova disposição, mas ainda há muito a remediar, pelo que é imperativo que os mais velhos, dentro e fora de campo, sejam verdadeiros exemplos para os mais novos, e que consigam levar o conjunto na direcção apontada pelo treinador da equipa.

E isso não pode esperar. Viu-se no Dubai, que a equipa sabe fazer, e é natural então que se pergunte porque o faz tão poucas vezes...

Referimos alguns aspectos que consideramos ser importante chamar à discussão, para que os nossos jogadores entendam que aqueles 14 minutos são sempre os 14 minutos mais importantes das suas vidas - e que quem está de fora sofre com os erros e se alegra com as coisas bem feitas.

PORTUGAL NO CIRCUITO DESDE O MUNDIAL DE 2009
Dito isto relembremos todos os resultados de Portugal nas Séries Mundiais, desde o Campeonato do Mundo de 2009, para que se tenha a noção da importância dos resultados alcançados nesta segunda etapa do Circuito.


Nos últimos cinco anos Portugal apenas em três ocasiões, incluindo este torneio do Dubai, conseguiu alcançar três vitórias - em Hong Kong 2009, na África do Sul no ano passado e agora.

E dos 29 torneios realizados desde aquele Mundial, a nossa equipa foi relegada para as posições mais baixas em 14 ocasiões (Disputa da Shield) e nesses 14 torneios apenas conseguimos chegar à final numa ocasião, e mesmo assim perdemos...

Não tendo conseguido chegar uma única vez às meias finais da Cup, Portugal conseguiu disputar a meia final da Plate em cinco ocasiões e numa delas (Londres 2009) chegámos mesmo à final.

Nos restantes 10 torneios os Linces lutaram pela Bowl e chegaram à final em três ocasiões, como aconteceu desta vez.

Das cinco finais - das diversas provas - que Portugal disputou nestes anos todos, apenas conseguiu vencer uma, a Bowl de Londres na época de 2009/10.

Falta apenas dizer que dos 10 jogos realizados antes do Torneio do Dubai, Portugal perdeu nove e ganhou um, mas agora, dos últimos 10 jogos Portugal ganhou quatro e perdeu seis.
Veja quais foram os últimos 22 resultados da nossa equipa nas Séries Mundiais:
Tóquio-30MAR2013DDDDD.DDDDD.DDDDVD.DDVVVD30NOV2013-Dubai

Não vamos fazer comentários sobre este trajecto, mas pedimos a cada um - adepto, técnico ou jogador! - que olhe para os resultados e estabeleça comparações - e imagine qual pode e deve ser o lugar de Portugal no mundo dos sevens...

OS JOGOS E JOGADORES DE PORTUGAL
Quanto ao Dubai, fique com as fichas dos jogos de Portugal, e depois veja o quadro resumo da actuação dos nossos jogadores nos Emirados e o acumulado dos dois torneios desta época já realizados:





1 comentário:

Anónimo disse...

MDM na tua análise nota-se um desconforto em relação ao anterior técnico da seleção e uma preferência pelo atual. Já somos dois! Talvez seja bom também não esquecer que o que interessa mais é chegar à CUP.parabensvpela análise.