12 de abril de 2014

AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA GESTÃO DESASTRADA NÃO ACABARAM

Como afirmámos em artigo separado, infelizmente há ainda pelo menos um aspecto do Regulamento Geral de Competições em vigor que não foi respeitado, o que poderá trazer mais problemas caso alguma das equipas participantes acabe por se sentir prejudicada, e invoque o respeito pela regulamentação, o que teria sido evitado caso existisse um entendimento federativo de que uma das suas principais tarefas consiste em administrar as competições nacionais com empenho, seriedade e competência.

O furor regulamentador que tomou posse da Direcção federativa no verão de 2013 criou uma série de problemas que se espalharam através do rugby nacional, e que retiraram à actual gerência da Julieta Ferrão qualquer ponta de credibilidade, e as suas consequências podem não estar ainda completamente resolvidas.


A história conta-se em poucas palavras.
Em Junho de 2010 foi publicado um Regulamento Geral de Competições que previa no seu Artigo 54º, que, a partir da época 2011-2012, os clubes que inscrevam equipas na Divisão de Honra deverão obrigatoriamente apresentar equipas em pelo menos dois escalões dos sub 16, sub 18 ou sub 21.

Os clubes prepararam-se e na verdade na época 2011-2012, todos os clubes da Divisão de Honra, com excepção do Benfica e do Técnico, apresentaram equipas não apenas em dois dos três escalões, mas sim nos três escalões.
O Benfica apresentou equipas nos escalões Sub-16 e Sub-18, cumprindo o que estava previsto no RGC, e o Técnico apresentou equipas nos três escalões e ainda uma equipa B na 2ª Divisão.

Registe-se que na mesma época, na 1ª Divisão, as equipas do Cascais, Évora, Santarém e Setúbal, apresentaram equipas nos escalões Sub-16 e Sub-18, o CRAV apresentou aqueles dois escalões e mais uma equipa B, a Lousã apresentou equipa de Sub-16 e equipa B, e o Caldas e o Montemor apresentaram apenas equipa no escalão Sub-18.

Então, sem deixar o sistema ganhar raízes e alargar-se à 1ª Divisão de forma gradual e organizada, a Direcção da FPR resolveu alterar para a época 2013-2014, o que tinha sido estabelecido com sucesso em 2011-2012, passando a constar, agora no Artigo 15º do RGC, que os clubes que inscrevam equipas na Divisão de Honra deverão obrigatoriamente apresentar equipas em pelo menos um dos dois escalões dos sub-16 e sub-18 e ainda no sub-escalão senior.

Ou seja, da obrigação de apresentar equipas em dois de três escalões, as equipas passaram a ser obrigadas a apresentar o mesmo número mínimo de equipas, mas entre elas obrigatoriamente uma no sub-escalão senior. (*)

O resultado prático desta medida, foi que se em 2011-2012 e 2012-2013 todas as equipas cumpriram o que estava regulamentado, para a época de 2013-2014, e sem tempo para se prepararem para a subtil alteração, quatro(*) equipas não cumpriram o que passou a estar contido no Regulamento Geral de Competições...

E agora pergunto eu: e se o play off da permanência ditar que quem deve descer de divisão é uma equipa que cumpriu com o que o Regulamento alterado para esta época determina, será que esta equipa vai aceitar caladinha que fiquem na Divisão de Honra equipas que não cumpriram o Regulamento desde o início da competição?


(*) Texto alterado, ver caixa de comentários

11 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia Manuel , em relação a regulamentos a FPR já nós tem presenteado com estas irregularidades.
O seu artigo só prova que a Hulieta Ferrão não sabe o que escreve ou não tem capacidade para impor os seu próprios regulamentos.
Já agora para ainda agravar esta situação a FPR da como equipas inscritas equipas que não tem os jogadores mínimos inscritos até ao início das provas, o que no meu intender as mesmas deviam ser desclassificadas.
Isto é tudo uma grande palhaçada , os regulamentos são feitos e são obrigados a cumprir os não afilhados ou os que tiverem contra o sistema.
É LAMENTÁVEL

Anónimo disse...

Porque é que se subentende que o escalão subsenior inclui equipas B ?

Anónimo disse...

Antes de olharem para as despromoçoes... terão de melhorar e muito o sistema de apoio às equipas e principalmente os escalões novatos...

Anónimo disse...

em vez de existir um campeonato sub21/23 que na realidade e uma palhacada com 5/6 equipas que andam ai a jogar com 12/13 jogadores as vezes, crie-se um liga de equipas b, e se necessario ate com equipas c (alguns clubes podem ter jogadores para apresentar duas equipas nessa liga). permite mais jogadores poderem jogar e facilita alguns clubes jogar com duas equipas no mm fds

Anónimo disse...

E a perguntinha ?

Anónimo disse...

Caro anónimo,
se a '' perguntinha '' é referente à interpretação da regulamento de competições creio a tua pergunta encontra aqui a resposta. Com que a expressão sub-escalão sénior o RGC abre espaço às mais diversas interpretações entre as quais a da equipa '' B '' sénior. É apenas uma questão de literacia. Nada mais.
António Prates

Anónimo disse...

Caro AP, estabelecendo o regulamento a banda etária do escalão parece-me estarmos mais perante uma caso de inscícia. Abraço

Anónimo disse...

Meu caro,
seguindo essa linha de raciocínio então um sub 21 ou sub 23 não podem jogar com a equipa sénior?!Parece-me que podem... .
Ab,
AP

Manuel Cabral disse...

Caro Ap e anónimo das 08:15

Quando se utiliza num documento do tipo Regulamento ou Estatuto uma expressão nova, o sentido dessa expressão deve ser devidamente esclarecido no próprio documento.

Na verdade isso acontece no actual RGC, logo no seu Artigo 1º, e quando escrevemos o texto do artigo não nos apercebemos disso, e do facto pedimos desculpa.

Fica nesse Artigo esclarecido que:

Sub-escalão sénior – equipa de seniores limitada por idade

o que elimina a possibilidade das equipas B serem incluídas no sub-escalão senior.

Sendo assim, vou retirar ao texto a expressão:

... seja lá isso o que for, podendo depreender-se que seja Sub-21, Sub-23 ou equipa B.

já que a mesma não faz sentido.

Anónimo disse...

Boa tarde Manuel Cabral,
Após meditar alguns dias sobre este assunto, estudar o RGC para 2014-2015, a conclusão que tiro e que resulta da aplicação estrita deste regulamento, é que o Engº Amado da Silva conseguiu por via regulamentar a redução da Divisão de Honra a 6 equipas.
Algo que persegue há alguns anos, que os clubes sempre lhe negaram.

O RGC é claro.

Para os clubes puderem jogar na Divisão de Honra, estão OBRIGADOS a inscrever uma equipa no escalão sub-senior.

O escalão sub-senior não é equipa B.

Ou seja, da análise dos mapas que acima apresentou e perante o cenário desta época, só 6 equipas são elegíveis para disputar a Divisão de Honra na próxima época.

Agora uma questão se coloca.

A Direcção da FPR vai mais uma vez violar os regulamentos que aprova ou vai despromover 4 equipas da Divisão de Honra (Académica, CRAV, Montemor e Cascais), criando um Campeonato da I Divisão com 14 equipas, já que também nenhuma equipa desta divisão reune aquele requisito (equipa sub-senior)??

Cumprimentos,
AV

Anónimo disse...

Uma escalão de equipas b e quiçá c, é muito mais interessante para o nosso rugby do que o campeonato sub 23, com 6 equipas, das quais algumas não conseguem apresentar jogadores. E é mais interessante pelo facto de poder voltar a chamar jogadores que eventualmente não conseguem jogar na DH (e assim talvez se sintam atraídos para jogar num campeonato mais acessível)mas permite-os deixar em contacto com o rugby e ir evoluindo para além de permitir uma utilização de jogadores com menos minutos (recuperação de lesão, jogadores pouco rodados e que querem ser chamados, etc..)