27 de abril de 2014

BRASIL VENCE CHILE NO SUL-AMERICANO E FAZ HISTÓRIA *

Está de parabéns o Brasil, com a sua primeira vitória na história, frente ao Chile por 24-16, depois de 18 derrotas e um empate, tais foram os resultados dos jogos anteriores entre as duas equipas, com o primeiro deles a ter sido realizado em Setembro de 1951, e em homenagem aos nossos amigos brasileiros aqui reproduzimos, sem qualquer adaptação ortográfica (!), o texto de Daniel Venturole no Portal do Rugby, líder de audiência na web de rugby no Brasil, com fotos de Diego Gutierrez

Entretanto os mais interessados podem conhecer a história da competição neste texto do Victor Ramalho, também do Portal do Rugby, e ainda todos os resultados do Sul Americano e das selecções do Brasil, em trabalhos do Mão de Mestre.

* Daniel Venturole/Portal do Rugby
As pouco mais de mil pessoas que encararam o frio e compareceram à Arena Barueri nesse sábado, poderão dizer que viram de perto a história ser feita. O dia 26/04/2014 vai ficar marcado na história do Rugby brasileiro como o dia em que o Brasil venceu o Chile pela primeira vez em sua história. Até então, o melhor resultado no duelo entre as equipes havia sido um empate (no Sul-Americano de 1964), e uma vitória do Brasil contra a seleção do Sul do Chile na década de 80.

Com o triunfo diante de 1100 pessoas o Brasil deve subir nada menos que cinco posições no ranking do IRB, chegando à 32a posição.

Os Tupis começaram respeitando o Chile, deixaram os Condores avançar ao campo de ataque, mas sem objetividade, tropeçaram nos próprios erros e numa defesa impenetrável armada pelos Tupis. As equipes se alternaram na posse de bola, mas não criaram chances de marcar. Diante da dificuldade em atacar, o Chile só conseguiu abrir o placar com Larenas, em um penal que rendeu cartão amarelo para Jardel Vetoratto.

Ao contrário do que se podia esperar, o Brasil acabou melhorando e nivelou o jogo, mesmo com um
homem a menos, e não deixou o Chile marcar, com tackles certeiros e bom jogo de base. O scrum brasileiro já começava a se sobressair na partida, tirando do adversário, uma importante arma ofensiva. Nem mesmo o penal chileno anotado por Nordenflycht e o amarelo imaturo de Lucas Tranquez, que deixou o Brasil com apenas treze em campo por alguns minutos, mudou o cenário que vinha se desenhando no jogo, de superioridade Tupi. Os brasileiros eram certeiros na defesa, forçando o erro adversário e roubando bem a bola em rucks. Nordenflycht desperdiçou um penal que poderia mudar a situação do jogo e depois, começou a reação do time da casa. O jogode chutes funcionou muito bem também, sobretudo com André "Boy" e Coghetto, se beneficiando da hesitação do trio de fundo oposto.

O Brasil colocou a bola dentro dos 22m do adversário e quando chegou, levou perigo. Em uma sequência de fases, o Brasil foi para os 5m, empurrou a defesa adversária e no pick and go chegou ao ingoal adversário, mas o try não foi validado. Após scrum 5, no entanto, o try veio, através da marcação do penal try para os Tupis, empurrando de forma impiedosa o scrum adversário. Leco converteu e colocou o Brasil na frente.

Já com quinze em campo, o Brasil seguiu melhor e viu os Condores se complicarem no jogo de chutes, com boa pressão do Brasil que novamente subiu ao ataque sem conseguir criar novas chances. O Chile no entanto decaía a olhos vistos e cometia muitos erros de handling e recepção, facilitando o trabalho defensivo do Brasil. No entanto, uma bela infiltração pelo centro quase devolveu a liderança aos visitantes, mas o pilar Jardel Vetoratto deu um tackle salvador que conteve o avanço adversário. No último lance do primeiro tempo, Pilla anotou um belo penal, de 40m, aumentando a vantagem para o Brasil. A história estava sendo feita.

O segundo tempo começou como o primeiro, o Chile buscou atacar para voltar à liderança, e pressionou, com boa inversão de bolas na ponta, e uma delas alcançou o pilar Oyarzún, que anotou na ponta e devolveu a vantagem aos chilenos. Foi o último suspiro dos Condores, que seriam dominados pelo Brasil no restante da partida. Beneficiados por mais um erro não forçado, o Brasil seguiu pedindo scrum em todas as possibilidades, apostando na superioridade que já era clara nessa formação inclusive quando não tinha a posse. Assim, mais uma vez os chilenos tentaram derrubar a formação, dando ao Brasil novo penal try, convertido por Pilla. Logo depois, em novo penal, Zé desperdiçou o chute, deixando o jogo em aberto a pouco mais de dez minutos para o fim.

Com novo penal no campo de ataque, os Tupis pediram scrum e levaram perigo novamente, com nova sequência de pick and gos indefensáveis para os Chilenos, que viram o Brasil chegar ao seu terceiro try, com Ige, seguido d conversão de Tranquez. A vantagem de treze pontos tranquilizou o Brasil e animou a torcida, que cantava sem parar diante do feito histórico que estava prestes a se concretizar. O Chile reagiu, e chegou ao seu segundo try, com Fernandez, mas não havia tempo para mais nada, e após mais uma posse desperdiçada pelos visitantes, o Brasil chutou pra fora e selou o triunfo histórico sobre a terceira força do continente.

No próximo dia 3 de maio, é a vez de Bento Gonçalves receber os Tupis, contra o Uruguai, que venceu o Paraguai por 34 a 10 na estreia.

O Portal do Rugby elegeu Nick Smith como melhor jogador da partida


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