26 de abril de 2013

CDUL VERSUS DIREITO: A 'MÃE' DE TODAS AS FINAIS *

RUGBY EM PORTUGAL
Este fim-de-semana vamos ficar a conhecer o campeão 2012/13, com o 55.º título nacional a ser decidido num jogo de deixar água na boca entre CDUL e Direito, as duas melhores equipas da temporada – os advogados só não foram segundos na fase regular devido aos dois pontos que lhes foram retirados pela má inscrição de um jogador – que se irão defrontar num tira-teimas que se aguarda intenso e muito discutido.

É já amanhã pelas 17.00, e de regresso ao recuperado relvado do campo A do Estádio Nacional (evitando as despidas bancadas do Campo de Honra…) que se concluirá o campeonato.

E se, como referia o capitão universitário Gonçalo Foro, há muito tempo que o CDUL procurava defrontar Direito numa final, a equipa de
Monsanto vai ser, no seu regresso a jogos decisivos – não disputa nenhum desde 5 de Outubro de 2011 –, certamente o mais difícil dos adversários, dada a sua experiência, consistência e tendência para vencer jogos de tudo-ou-nada (desde que o campeonato passou a ser assim decidido, em sete edições ganhou quatro das cinco finais que disputou).

E só mesmo um quinze matreiro e calejado, sabedor que finais são para
conquistar e não para fazer floreados (quantas os advogados já venceram, de forma justa e pragmática, à exclusiva custa de penalidades?), terá condições para levar de vencida uma equipa ‘papa-troféus’ que tem passeado a sua classe e
superioridade nos relvados nacionais (e ibéricos…), e que ergueu só os últimos quatro que disputou: campeonato passado, Supertaça, Taça Ibérica e Taça de Portugal.

Face a lesões ocorridas na última semana, as duas equipas têm de momento muitas dúvidas quanto aos quinzes titulares, que só serão esclarecidas de facto nos ‘captain’s runs’. Muito do que poderá acontecer amanhã está dependente da ausência de peças essenciais. E neste particular o CDUL está em piores lençóis, já que após uma época relativamente descansada em termos de enfermaria (com a importante exceção do playmaker e chutador Pedro Cabral…), as últimas semanas têm sido pródigas em dar cabelos brancos a Manuel Sommer, com nomes como Frederico
Oliveira, Francisco Coimbra, Daniel Faleafa, Seti Filo, João Sacadura, Appleton a engrossarem uma lista… no mínimo preocupante.

E por mais que se elogie a extensão e valia do recheado plantel dos campeões nacionais, qualquer semelhança entre um pack que tem Seti e Faleafa (e como se irão apresentar fisicamente…) e uma avançada sem eles, é pura coincidência. E poderá esta aqui a chave para o bicampeonato dos universitários.

Já quanto a Direito, a equipa está em clara subida de forma (e a sua defesa de betão só concedeu um ensaio em cada um dos últimos dois jogos a eliminar) e o cocktail de veterania e juventude concebido por Martim Aguiar, se conseguiu embebedar Académica e Belenenses, também poderá atordoar o mais bem apetrechado CDUL. E neste particular há um jogador que será fulcral: Pedro Leal. Se estiver ao nível a que nos habituou – apesar de ainda serem evidentes os resquícios da lesão sofrida nos sevens e que afetou os seus desempenhos na seleção de XV, para mal de Errol Brain (e nosso!) –, o ‘Pipoca’ dos grandes dias, a mexer os cordelinhos do jogo, a chutar (e a chatear…), poderá dar o quarto título a Monsanto nos últimos cinco anos, o que seria notável.

Anteriores Finais (7)

2012 CDUL-Agronomia 24-15
2011 Direito-Belenenses 9-3
2010 Direito-Agronomia 22-12
2009 Direito-Agronomia 32-25
2008 Belenenses-Agronomia 22-21
2007 Agronomia-Direito 15-8
2006 Direito-Belenenses 22-6

Campeões Nacionais (54 edições)
CDUL, 18 títulos; Benfica, 9; Direito, 8; Cascais e Belenenses, 6; Académica, 4; Técnico, 2; Agronomia, 1.

CDUL – Palmarés
Campeonatos: 18 (1964 a 1969, 1971, 1972, 1974, 1978, 1980, 1982 a 1985, 1989, 1990, 2012)
Taças de Portugal: 6 (1968, 1977, 1979, 1986, 1988, 1989, 2013)
Taças Ibéricas: 3 (1983, 1884, 2012)

Direito – Palmarés
Campeonatos: 8 (1999, 2000, 2002, 2005, 2006, 2009, 2010, 2011)
Taças de Portugal: 7 (1976, 1981, 1982, 2002, 2004, 2005, 2008)
Taças Ibéricas: 2 (1999, 2002)

QUEM DESCE, QUEM FICA
Mas nem só para decidir o título se vai jogar neste fim-de-semana. Também no que respeita à permanência na DH, vão disputar-se 80 minutos com o seu quê de dramático, entre CRAV e Benfica (amanhã, Taveiro, 15.00).

Tendo somente em conta o que as duas equipas fizeram ao longo da época o favoritismo deveria ser atribuído em grande parte (70% contra 30%) ao quinze de Arcos de Valdevez – venceu os dois duelos (29-6 no Minho e 29-20 na Sobreda), somou 19 pontos na fase regular contra zero dos encarnados, tem mais 141 pontos marcados e menos 492 pontos consentidos, marcou mais 19 ensaios e sofreu menos 112 (!) – mas todos esses números vão ser esquecidos quando se ouvir o apito inicial do árbitro.

Seria injusto que uma equipa que, até à derradeira partida, só somou derrotas nos 19 jogos efetuados vencesse o último e decisivo encontro e com isso, se mantivesse na DH? Talvez, mas vai ser precisamente esse ‘milagre’ que as águias de José Mendes Silva vão tentar tornar possível.

5/6º LUGAR
Ainda no Sérgio Conceição, mas domingo (14.00), CDUP e Académica vão
discutir qual a equipa que será 5.ª classificada, ficando assim integrada no grupo A para a próxima época.
Tendo em consideração o que se passou nesta temporada, parece-nos que ser a melhor equipa do grupo B é preferível, em termos de calendário (defronta os grandes quando eles se encontram desfalcados pelas seleções…) que ser a pior do grupo A.
Moral da estória: perder domingo vai acabar por ser algo reconfortante. 
Mas é sempre bonito fechar uma temporada com um sorriso de triunfo.

*Texto: António Henriques
Fotos: Rugby Photo Store/António Simões dos Santos

1 comentário:

Manuel Cabral disse...

Ao anónimo que está desiludido comigo apenas chamo a atenção que no site ou página do Facebook dos reclamantes nessa matéria nada aparece sobre a questão.
Porque será?
Quanto ao Mão de Mestre, quando achar oportuno falará, ou não sobre isso, mas nunca porque um ou outro acha que aqui se deva abordar o assunto, e sim porque ele próprio entende que deve ser abordado.