RUGBY EM PORTUGAL
As únicas duas equipas que tinham algo a alcançar na última ronda da fase regular do campeonato, Belenenses e Direito, mediam forças à mesma hora e a poucos quilómetros de distância.
As únicas duas equipas que tinham algo a alcançar na última ronda da fase regular do campeonato, Belenenses e Direito, mediam forças à mesma hora e a poucos quilómetros de distância.
E, curiosamente, acabaram ambas por não conseguir aguentar a pressão… e falharam estrondosamente os objetivos pretendidos, saindo derrotadas nos dois jogos.
Mau sinal para o que se avizinha…
Mau sinal para o que se avizinha…
O Belenenses caiu na Tapada perante Agronomia (18-17) e Direito viu-se de novo surpreendido em casa pela Académica (38-33), mantendo assim as posições relativas à partida para a derradeira jornada, pelo que a equipa do Restelo, 2.ª classificada, vai descansar no próximo fim-de-semana, acedendo diretamente às meias-finais a par do líder CDUL
Na Tapada, desde o apito inicial se percebeu que o jogo não tinha sido convenientemente preparado pelos azuis, que entraram em campo apenas com uma meta – obter quatro ensaios. Mas a equipa do Restelo esqueceu-se de um “pequeno pormenor”: primeiro, havia que garantir a vitória (só assim há direito a bónus atacante) e para marcar ensaios é preciso ter posse de bola, lutando por ela, roubando-a ao adversário e, se possível, jogando em terrenos o mais adiantados possível.
Tudo o que os homens de Francisco Borges não fizeram.
Ora apesar da enorme eficácia do Belenenses – na 1.ª parte os azuis foram,
literalmente, duas vezes ao meio-campo de Agronomia e de ambas as vezes, fizeram ensaios – a equipa da casa dominou o jogou durante largos períodos do encontro, tendo muito superior posse de bola, porque ganhou quase sempre as batalhas por ela no solo.
Também se superiorizou nos alinhamentos, ao contrário das maiores dificuldades sentidas nas formações ordenadas, onde os avançados do Restelo estiveram bem mais à vontade.
literalmente, duas vezes ao meio-campo de Agronomia e de ambas as vezes, fizeram ensaios – a equipa da casa dominou o jogou durante largos períodos do encontro, tendo muito superior posse de bola, porque ganhou quase sempre as batalhas por ela no solo.
Também se superiorizou nos alinhamentos, ao contrário das maiores dificuldades sentidas nas formações ordenadas, onde os avançados do Restelo estiveram bem mais à vontade.
Os primeiros 10‘ gastaram-se com os agrónomos na área de 22 contrária, até que na primeira vez que a oval foi agarrada por mãos azuis, Sebastião Cunha arrancou, engoliu metros, deu a Seara Cardoso, que transmitiu a Rafael Simões para este concluir um contra-ataque fantasticamente eficaz (0-5).
Duarte Cardoso Pinto – que regressou, e mesmo a 20 à hora, geriu o jogo com a mestria que só ele, em Portugal, sabe – reduziu aos 15’ (3-5).
Mas pouco depois, um pontapé a aliviar de 60 metros fez a bola cair perto da área agrónoma e a atrapalhação entre o ponta e o defesa da casa fez a bola sair pela lateral de meta.
Mêlée azul a cinco metros, bola a chegar a Diogo Mateus, e este a furar para um ensaio… de Pirro (3-12), pois torceu o joelho no ato de marcar, lesionando-se com gravidade, suspeitando-se de rotura de ligamentos cruzados, o que implicará ida à faca e paragem mínima de sete meses.
Duarte Cardoso Pinto – que regressou, e mesmo a 20 à hora, geriu o jogo com a mestria que só ele, em Portugal, sabe – reduziu aos 15’ (3-5).
Mas pouco depois, um pontapé a aliviar de 60 metros fez a bola cair perto da área agrónoma e a atrapalhação entre o ponta e o defesa da casa fez a bola sair pela lateral de meta.
Mêlée azul a cinco metros, bola a chegar a Diogo Mateus, e este a furar para um ensaio… de Pirro (3-12), pois torceu o joelho no ato de marcar, lesionando-se com gravidade, suspeitando-se de rotura de ligamentos cruzados, o que implicará ida à faca e paragem mínima de sete meses.
Aos 36’ finalmente os agrónomos lá marcaram graças a um erro não provocado, com João Mestre a chutar a seguir uma bola perdida, reduzindo para 10-12 ao intervalo.
O jogo recomeçou com as mesmas características e o intenso domínio do quinze da Tapada seria materializado num ensaio iniciado numa entrada do ‘tanque’ Gustavo Duarte e concluído por Fernando Almeida, virando para 15-12.
Só aí o Belenenses – que na próxima 5.ª feira vai assinar a escritura para o seu novo relvado, aleluia! – percebeu que o 2.º lugar estava em risco e começou a circular a bola, montando fases e empurrando finalmente o rival para o seu extremo reduto.
Mas más opções táticas (dentro dos 22 contrários, com o pack a empurrar e linhas atrasadas formadas, por três vezes os passes foram para o lado mais tapado pela defesa adversária) e sucessão de erros (incrível a forma como aos 61’, um lance de cinco para um (!), desperdiçaram um ensaio cantado, por inábil toque para a frente!), inviabilizariam a obtenção de pontos.
Mas más opções táticas (dentro dos 22 contrários, com o pack a empurrar e linhas atrasadas formadas, por três vezes os passes foram para o lado mais tapado pela defesa adversária) e sucessão de erros (incrível a forma como aos 61’, um lance de cinco para um (!), desperdiçaram um ensaio cantado, por inábil toque para a frente!), inviabilizariam a obtenção de pontos.
E assim seria Cardoso Pinto, numa penalidade (tinha embatido outra contra o poste), a alargar para 18-12.
E nem o terceiro e tardio ensaio do ponta Seara Cardoso, colado à linha lateral, impediria a justa derrota dos azuis. Até por que o árbitro Pedro Fonseca se equivocou e, se calhar pensando tratar-se de um jogo de sub-18, deu por concluída a partida aos 75’, cinco minutos antes da hora!
E nem o terceiro e tardio ensaio do ponta Seara Cardoso, colado à linha lateral, impediria a justa derrota dos azuis. Até por que o árbitro Pedro Fonseca se equivocou e, se calhar pensando tratar-se de um jogo de sub-18, deu por concluída a partida aos 75’, cinco minutos antes da hora!
A partida não estava grande coisa, verdade se diga, mas também não era preciso tanto.
A sorte do Belenenses é que Direito, em casa, também não faria melhor. Ou, pelo
contrário, faria mesmo pior, ao ser surpreendido pela Académica de forma escandalosa, pois ao intervalo vencia por 26-3, num campo que parece ser talismã para os ‘pretos’, pois conseguiram ali o terceiro triunfo consecutivo, após os 21-18 na fase regular da época passada e os 35-26, num jogo de oito ensaios, na última ‘final four’, em maio passado.
contrário, faria mesmo pior, ao ser surpreendido pela Académica de forma escandalosa, pois ao intervalo vencia por 26-3, num campo que parece ser talismã para os ‘pretos’, pois conseguiram ali o terceiro triunfo consecutivo, após os 21-18 na fase regular da época passada e os 35-26, num jogo de oito ensaios, na última ‘final four’, em maio passado.
Os advogados – com Miguel Portela, 39 anos, jogando a titular como centro… – entraram bem melhor, e com o vento pelas costas, na 1.ª parte obtiveram quatro ensaios (três deles com menos um homem, por exclusão de Vasco Uva), através de Pedro Leal, bis de Vasco Fragoso Mendes e António Ferrador, entrando no balneário com o almejado ponto de bónus ofensivo no bolso.
Pois é, mas na 2.ª parte e ajudada pela exclusão temporária de Fragoso Mendes, o deixa-andar e desnorte dos homens da casa (a começar pelas ordens vindas do banco…) surgiria a fantástica reação dos estudantes, a partir da excelente atuação do jovem abertura Manuel Queirós (19 anos).
Num ápice, três ensaios (Eduardo Salgado, interceção de Sérgio Franco e do excelente n. º 8 António Salgueiro)… e de 26-3, passava-se para apertados 26-24.
Direito ainda se distanciou (33-24), mas nova interceção do ponta Edu Salgado voltou a aproximar as equipas (33-31). E em cima da hora, uma boa solicitação ao pé de Queirós libertou o ponta suplente João Tavares para o ensaio vitorioso (o quinto sofrido pela defesa advogada em 40 minutos!), produzindo uma incrível e histórica reviravolta para 38-33.
E no próximo fim-de-semana encontram-se de novo. Depois destes 10 ensaios, a coisa promete!
Nos jogos entre equipas do grupo B, o Técnico foi à Guia bater o Cascais, por 19-13, com três ensaios (o 10.º na prova de Taione Vea, Gonçalo Faustino e João Dias).
Foi a terceira vitória dos engenheiros ante a equipa da Linha esta temporada, após os triunfos na 1.ª volta e também na Taça de Portugal, este no mesmo palco.
Foi a terceira vitória dos engenheiros ante a equipa da Linha esta temporada, após os triunfos na 1.ª volta e também na Taça de Portugal, este no mesmo palco.
Na Sobreda o Benfica foi batido pelo CRAV, por 29-20, somando a sua 18.ª derrota noutros tantos jogos e concluindo esta fase regular sem conseguir um único ponto – nem de bónus!
Os minhotos fizeram quatro ensaios (sem bónus atacante), com dois deles de autoria do 3.ª linha Jorge Molina, que com 15 ensaios integra o trio líder da lista de marcadores da DH, com Sérgio Franco e Vasco Fragoso Mendes.
Os minhotos fizeram quatro ensaios (sem bónus atacante), com dois deles de autoria do 3.ª linha Jorge Molina, que com 15 ensaios integra o trio líder da lista de marcadores da DH, com Sérgio Franco e Vasco Fragoso Mendes.
Já no próximo fim-de-semana arranca então a parte decisiva da época, com o início dos play-off do título e da manutenção, sem paragens e com tudo a ser decidido em três fins-de-semana consecutivos.
Na luta pelo título nacional, já se sabe, CDUL (1.º) e Belenenses (2.º) acedem diretamente às meias-finais e ficam a aguardar o desfecho dos jogos Direito (3.º)-Académica (6.º) e Agronomia (4.º)-CDUP (5.º) para conhecerem os seus adversários nas ‘meias’.
Já na luta pela manutenção, os vencedores dos duelos Técnico (7.º)-Benfica (10.º) e Cascais (8.º)-CRAV (9.º) entram de férias, enquanto os derrotados vão-se defrontar no jogo do tudo ou nada.
* Texto: António Henriques
Fotos: Rugby Photo Store/António Simões dos Santos, Rugby Photo Store/Miguel Rodrigues
20 comentários:
Jogo excelente dos Pretos na segunda metade, numa vitória mais do que merecida. Em muito bom plano Salgado, Tozé e Sérgio Franco.
Perdemos bem, não soubemos aguentar o jogo. Parabéns à Académica, foi um belo jogo de rugby.
é claramente assumido pelo Benfica a descida de divisao que pelo menos souberam manter-se à margem de tantas mentiras que se foi dizendo e nao contrataram nenhum estrangeiro.
Importa referir que a AAC também levou dois cartões amarelos, não foi apenas o Direito a ter jogadores 20min. fora de campo.
Os selicionadores nacionais, ou mesmo o DTN, estiveram presentes no jogo Direito vs AAC. Ou em algum dos outros jogos? Podiam dividir-se e observar assim as melhores equipas portuguesas. Se estiveram fizeram bem. Não vi nenhum deles em Monsanto.Também, verdade seja dita, os de lisboa eles conhecem bem, os de coimbra não vale a pena. Se calhar foram a frança ver os luso-descendentes. Abram os olhos.
O primeiro ensaio da AAC é do Henrique Ribeiro e não do Eduardo Salgado.
a malta de Coimbra esta sempre a refilar porque nao tem jogadores seus na selecção sénior, gostava portanto de lançar um desafio. que indiquem os jogadores que acham que teriam lá lugar. Nao vale a pena dizer o Sergio Franco porque esse acho que toda a gente concorda que pelo menos aos treinos devia ser chamado.
O Edu, o Tozé, o Zé Miguel, o Serra, o Queirós... queres mais? Ainda lá há mais
Porque e que não chamamos a equipa toda de coimbra para render a seleção? talvez seja o melhor a fazer!! obvio que erros foram feitos mas ainda assim nao e preciso existir o constante ressabianço de coimbra. as reformas na seleção irão acontecer, calma
O Queirós já está na selecção sub-20
O teste será feito no próximo Sábado. Saber se a Académica discute o jogo ou se leva um cabaz. Aquilo cá atrás parece uma peneira.
Para quem afirmava a boca cheia que o Belenenses dificilmente ficaria nos 6 primeiros deve estar a ser complicado digerir o Sapo, principalmente para quem escreve as crónicas ainda estará para chegar o dia em que diga que o Belenenses mereceu uma vitória.
Ressabianço não é coisa que se use aqui para os lados do Mondego. Não somos nem cegos nem idiotas. Nem nos comem as papas na cabeçorra. Pra bom entendedor...
Coimbra tem muita lábia... na hora da despedida!
Está próxima, é já no próximo sábado em Monsanto.
É bom não falarem nem do CDUP nem de Agronomia, as equipas mais jovens que terão uma palavra a dizer. O CDUP já venceu o CDUL e Agronomia desfalcada limpou o Belenenses. Isto não quer dizer nada ?
Quer dizer que uma delas fica-se no sábado e que a outra dura mais uma semana. É evidente.
Quer dizer que ainda vai à tapada limpar mais umas vez a Agronomia.
está visto que alguns dos comentários que aqui aparecem a dizer que a Académica vai a Monsanto levar um cabaz vêm de Coimbra, há que espicaçar o grupo para irem a Monsanto ainda com mais vontade, não sendo nem da Académica nem do Direito mas tendo visto o jogo de sábado não tenho qualquer dúvida que há 50% de possibilidades de vitória para cada lado, o Direito é uma equipa sem chama e à deriva que vive de alguns bons momentos dos seus jogadores mais experientes, alguns dos mais experientes já nem isso fazem o Malheiro é uma sombra daquilo que foi, mete dó, o Aguilar joga ao ritmo dos veteranos , não faz uma placagem não tem uma arrancada que se veja, muito fraco mesmo, a Académica tem falta de maturidade que compensa com a qualidade de 4 ou 5 jogadores e com a vontade e a raça que nãose vê no Direito, pode estar aqui a grande surpresa deste CN, Académica na meia-final e Direito pelo caminho.
Duvido que algum verdadeiro adepto dos Pretos coloque aqui comentários dizendo que a Académica vai levar uma cabazada em Monsanto. Nem sei que importancia para o ego e força animica da equipa teriam uns eventuais comentários nesse sentido.
Os Pretos vão entrar, isso sim, em campo com a mesma vontade de ganhar com que entram em todos os jogos. O resultado logo se verá. Não há 2 jogos iguais e, mesmo estando mal, no começo do jogo as possibilidades são matemáticamente iguais para as duas equipas.
Força Pretos
Penso que se tem falhado em Lisboa na compreensão do que se diz em Coimbra que deve acontecer em relação à selecção nacional.
Não se pede que convoque de uma assentada 20 jogadores para ir aos treinos, ou 10 para ir a torneios. O que se pede é que sejam dadas oportunidades iguais a jogadores do mesmo nível de Lisboa e de fora.
Com o tempo é lógico que os de Lisboa, com a motivação que existe em pertencer a uma selecção acabam por trabalhar mais e até se tornar melhores(por isso ganham os campeonatos). Mas a realidade é que há muitos jogadores na AAC que conseguiriam responder bem a uma chamada a treinos por terem potencial para acompanhar o nível de jogo.
Não se esqueçam que alguns dos jogadores que hoje são regulares das selecções de XV e VII eram relativamente fracos quando sub-20 ou sub-18 mas tiveram a sorte de lhes serem dadas oportunidades por quererem trabalhar (todo o mérito, atenção). Quem não é de Lisboa não tem esta opção e deixa de priorizar o rugby.
A título de exemplo de jogadores que tiveram essa oportunidade cito apenas alguns:
- David Mateus
- João Correia
- Pedro Silva «Banana»
- Pedro Leal
- António Aguilar
- Jorge Segurado
- Gonçalo Foro
- Luis Sousa
- Miranda
Os nomes acima hoje são muito bons jogadores, mas ao contrário de outros de fora de Lisboa, foi-lhes dada inúmeras chances, perdoados vários erros, e ajudados por diversos treinadores de bom nível. Já com o pessoa de fora, basta um ou dois maus jogos ou treinos e bye bye.
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