Foi preciso chegar à última jornada da prova para que se saiba quem vence a edição deste ano,e, apesar da fase final da competição ser disputada no sistema de todos contra todos e não com meias finais e finais desde o ano passado, a verdade é que este ano se escreveu direito por linhas tortas e o jogo do próximo domingo é uma verdadeira final que bem merecia por palco o Estádio Nacional.
Bem sabemos que o Campeonato é uma prova de regularidade, mas também sabemos que a existência de uma grande final entre as duas melhores equipas é um momento único que atrai público e dá visibilidade às equipas, aos jogadores, enfim, ao rugby como um todo.
Como acontece na Divisão de Honra e na Segundona, e ninguém contesta hoje esse formato.
Talvez fosse altura de tentar dar uma maior homogeneidade às competições, embora se aceite que haja ligeiras adaptações que respeitem as particularidades de cada uma delas, em especial no que respeita à Segundona.
Recordo a última final da Primeirona, em 29 de Janeiro de 2011, no Estádio Universitário de Lisboa, entre o Cascais e o CDUP, que os portuenses venceram por 32-30, num jogo de elevado nível técnico e emoção, apenas decidido na última bola do jogo, que valeu os derradeiros três pontos da partida.
Mas vamos à última jornada deste campeonato que tudo fez para nos deixar sem respostas até ao último momento.
GRUPO DO TÍTULO
MONTEMOR - ÉVORA
Frigideira, domingo, 16 horas
Depois de 19 jogos, com 17 vitórias para cada lado e duas derrotas também, o
Montemor toma a dianteira geral sobre o Évora nos pontos de bónus, em que regista 17 contra apenas 12.
Mas na contagem restrita à fase final, quem leva a dianteira são os chaparros, que venceram os muflões em Évora na primeira volta, mas viram a vantagem obtida ser reduzida precisamente nos bónus registados, chegando as duas equipas a este jogo final separadas apenas por um pequeno ponto.
Ou seja, na prática este ponto apenas servirá como factor decisório em caso de empate no jogo de domingo.
Fora disso, quem ganhar o jogo vence o Campeonato!
O Montemor parte para o jogo sem baixas conhecidas, e junta a isso o factor casa, que pode ser determinante na decisão, mas o Évora, que perdeu Francisco Borges há duas semanas, tem nos seus avançado um forte reduto que pode controlar o desenvolvimento do jogo.
Prognóstico, só depois da partida!
LOUSÃ - VITÓRIA DE SETÚBAL
José Redondo, sábado, 16 horas
Sem interesse em termos de classificação, já que as duas equipas nem podem vencer a prova, nem serão rebaixadas, o jogo entre serranos e sadinos vai com certeza reunir muita gente que quer saber se a equipa da casa confirma a boa imagem transmitida na semana passada frente ao Évora, ou se os visitantes serão capazes de chegar aos primeiros pontos nesta fase da prova.
Um dos pontos de interesse da partida reside em saber se Casper Lotter, da Lousã jogará ou não, e, caso jogue, se conseguirá apanhar e ultrapassar o muflão José Luis Castro na tabela do Grande Prémio Mar e Sol para marcadores de ensaios, onde se encontra na segunda posição, com menos dois toques de meta que o seu adversário.
GRUPO DA MANUTENÇÃO
Situação complicada a 80 minutos do final da prova, com três equipas em perigo, qualquer delas, de ser rebaixada, com a decisão final a depender da conjugação dos resultados das duas partidas...
Resumidamente a situação é a seguinte:
Loulé tem 6 pontos, Agrária tem 8 e Santarém tem 10, e Loulé defronta o Santarém, enquanto a Agrária recebe o Caldas, que está há muito fora desta discussão..
Se o Santarém vencer, o Loulé está condenado, mesmo que obtenha o ponto de bónus, e o assunto fica arrumado independentemente do resultado do outro jogo.
Se o Loulé vencer iguala o Santarém na tabela, ficando o desempate entre as duas equipas por conta de eventuais pontos de bónus conquistados no encontro, já que na soma dos pontos marcados por cada uma delas nos dois jogos realizados na fase final (recorde-se que o Loulé venceu a primeira volta por 14-10), o saldo lhes será favorável.
Mas caso a Agrária vença o Caldas (o que a livraria automaticamente da descida) pois no caso contrário, (derrota da Agrária), o destino fica traçado de imediato, com o último lugar a ser ocupado pela equipa de Coimbra.
Esclarecido? Como vê, só no sábado depois das 15,30 h (os dois jogos serão disputados em simultâneo) se saberá como tudo vai terminar, e até lá, em Loulé, em Santarém e em Coimbra, os corações estão apertados sem saber o resultado de uma época de lutas e sacrifícios...
Como o Mão de Mestre tem defendido, nenhuma destas equipas ou o rugby português em geral, beneficiará de uma descida à Segundona, e é altura para se decidir o alargamento da Divisão para 10 equipas, e o regresso à decisão da fase final num sistema ao utilizado na divisão de Honra.
AGRÁRIA - CALDAS
Escola Agrária, sábado, 15,30 horas
O Caldas apareceu nesta fase final com um extraordinário vigor, de que os cinco vitórias e os quatro pontos de bónus são reflexo claro, e não se espera outro resultado em Coimbra que não seja a vitória folgada dos visitantes, pese embora a situação desesperada dos conimbricenses, e a sua necessidade de vitória.
Na verdade os charruas nunca conseguiram durante toda a época - excepto numa ou outra situação esporádica - encontrar o ritmo e eficácia que se esperava deles, pelo que é difícil de admitir que isso venha a acontecer precisamente agora, contra um super Caldas que promete lutar pelo título da divisão na próxima época.
LOULÉ - SANTARÉM
Municipal de Loulé, sábado, 15,30 horas
A pressão inicial deste encontro está toda do lado dos algarvios, que partem no fundo da tabela, mas que, com uma vitória dos donos da casa tudo se altera e será então o Santarém a ficar em maus lençóis.
As duas equipas, tal como a Agrária, não conseguiram atingir o nível que é necessário para estar na Primeirona, mas a verdade também diz que qualquer delas tem potencial para continuar na divisão, pelo que o seu rebaixamento será um desperdício...
O Loulé teve uma primeira fase da prova bastante positiva, chegando mesmo, em certa altura, a discutir o quarto lugar, mas depois não aguentou as exigências da prova e a sua juventude contribuiu para alguns resultados desastrosos.
O Santarém começou pior, mas a excelente vitória da semana passada, a perspectiva de ter um campo próprio e o regresso de algumas peças importantes no xadrez da equipa podem significar uma evolução importante no conjunto.
Mais um resultado de prognóstico reservado...
Foto: Rita Sousa Cachado
8 comentários:
Super Caldas?...esperem para ver para o ano...
Já vi nascer o sol tantas vezes.... E interessante é que ele sempre se põe. E às vezes há clubes que até o deixam de ver para sempre.
Boa Tarde
Caro anónimo das 17.55H tem toda a razão no que diz...mas também existem aqueles clubes que quando o Sol nasce novamente, nasce mais radioso para eles do que para os outros...
Se o Caldas já é Super e joga só com a excelente "prata da casa" que tem e com duas contratações (estão já a beneficiar das excelentes condições proporcionadas pelo patrocionador), imaginem o que será para o ano com os jogadores que já contratou.
Claro que si, que existem clubes que deixam de ver o Sol e existem outros que quando ele se levanta novamente passam a brilhar mais, é o caso do Super-Caldas.
Virão a reportagem na Bola TV? vai existir espetáculo para o ano na 1ª Divisão, O Benfica, o Sporting e um Caldas com Internacionais A, vão existir mais motivos de adrenalina por ali. Os outros clubes que se cuidem porque o Super-Caldas brilha, está radioso.
isto até dá piada ouvir falar desse colosso que é o caldas... lol. o city tambem contratou mundos e fundos e ve-se..
enfim
sobre a final na frigideira, tenho a informar que o chico está bem e vai jogar ponto!
Sobre o jogo apesar de aqui tentarem meter a pressao na equipa da casa, eu como quero e tenho quase a certeza disso quem vai ganhar é o CRE, que nao falha nestes momentos e vai ganhar SEM ESPINHAS!!!
Caro anónimo das 2100H ainda bem que a sua equipa vai ganhar amanhã...assim no próximo ano não terá que enfrentar o brilho quente do Super Caldas e assim evita "chamuscar-se".
Claro que o Évora , não falha basta recordar a ultima final em que esteve. lolol
Tenham calma, nao chamem de Super-Caldas a uma equipa em crescimento. Todos os resultados obtidos vem do fruto de muito trabalho, tanto dos jogadores (diga-se de passagem todos bastante jovens) como da equipa tecnica, preparadores fisicos, direcção, e claro do Mainsponsor Groundlink. Já há muito tempo que esta equipa tem mais que qualidade, mas faltavam condições, condições que muitas equipas ja tinham, com é o caso do evora que todas as semanas tem carrinhas a sair de lisboa com jogadores para ir treinar ao alentejo, nas caldas nao havia isso, eram os jogadores nos seus carros e que faziam essas viagens ficando com todos os encargos. Agora e diferente, há uma carrinha, há preparadores fisicos, há sem duvida condições e vontade para vencer. As contratações não são essenciais, são sim complementos às lacunas que a equipa tinha, pois com toda a certeza que aposta do Presidente, treinador e Patrocinador foi, é e será a formação do clube.
O Caldas vai subir de nivel, nao tenham duvidas, mas com muito trabalho e dedicação de todas as pessoas envolventes no projecto.
Cumprimentos
Tomás Cambournac
Enviar um comentário