7 de fevereiro de 2016

VITÓRIA SOBRE O JAPÃO LEVA PORTUGAL ÀS MEIAS DA BOWL

Desde Dezembro de 2013 em Port Elizabeth que Portugal não fazia melhor do que fez este fim de semana em Sidney, e desde então apenas por duas vezes - Gold Coast, Outubro 2014 e Dubai, Dezembro do mesmo ano - conseguiu chegar ao mesmo ponto a que chegou agora.

Só por isso valeu a pena ficar acordado, e é claro que a nossa equipa merece um abraço de parabéns!

Depois da vitória de ontem sobre o Canadá, a vitória de hoje sobre o Japão por 31-17 restabeleceu alguma da confiança perdida ao longo das últimas 23 derrotas seguidas no Circuito, e promete mais bons resultados para o futuro.

Mas não vai ser tarefa fácil, porque - embora seja grande o nosso sorriso de alegria - temos que ser realistas e há ainda muita coisa a melhorar, antes de podermos encarar cada torneio com optimismo e esperança em bons resultados.

Mostrámos o nosso potencial quando temos posse de bola, e com isso batemos canadenses e japoneses, mas mostrámos que não basta ter a posse da bola para vencer: é preciso evitar os erros, capitalizar todas as oportunidades e manter sempre uma atitude de guerreiro...
Ora o jogo com Samoa foi um clássico exemplo disso mesmo - desperdiçámos um ensaio no toque de meta que não foi feito, desperdiçámos outro num passe falhado numa derradeira situação de 2 para 1, errámos sucessivos passes infantis por falta de comunicação, e não mostrámos atitude para reverter uma situação de desvantagem.
E o resultado final de 10-14, ficou assim carregado de um sabor típico de... nada...

Por outro lado é urgente rever o sistema e a atitude defensiva, em que misturamos uma - quase sempre - boa atitude, com atrasos na subida, com desorganização colectiva e com falhas na placagem de fazer corar o mais calejado dos descarados.

Mas acreditamos que o mês que se avizinha vai servir para corrigir e melhorar, e se mesmo com estes erros a equipa fez o que fez, imaginem no dia em que conseguir evitar os erros que cometeu!

Duas notas pessoais, uma para João Belo e para os dois ensaios que marcou contra o Japão - destaque para o oportunismo do segundo! - que garantiram a vitória e a passagem às meias finais da Bowl, e a outra para Tiago Fernandes que conseguiu uma excelente sexta posição no Performance Tracker que a World Rugby organiza jornada a jornada, e que aqui deixamos para vossa apreciação.

A POSIÇÃO NO RANKING
Com a presença nas meias finais da Bowl, Portugal somou cinco pontos aos três que trazia na bagagem, e com os oito pontos acumulados ultrapassou a Rússia na geral, depois dos ursos terem perdido a final da Shield para o País de Gales e somarem apenas dois pontos aos cinco que traziam de Wellington, e igualou o Japão, que não é equipa residente.

Esta é o facto mais significativo do fim de semana, pois retira uma enorme pressão dos ombros dos nossos jogadores, que podem assim preocupar-se apenas com o jogo-a-jogo, sem estarem de olho na classificação geral - esse ónus passou agora para os ombros dos russos, pois são eles que têm que correr atrás do prejuízo...

O TORNEIO DE SIDNEY
A primeira nota sobre o torneio de Sidney tem que ir para o muito público que esteve presente, em flagrante contraste com Wellington, embora também no torneio da semana passada todos os bilhetes tenham sido vendidos.
Acontece que na Nova Zelândia os presentes no estádio optaram por ficar mais próximo da festa que do rugby, e as bancadas apresentaram um desolador aspecto.
Este fim de semana a festa foi grande, mas o público não deixou de estar presente no rugby, complementando o fim de semana entre as duas vertentes do evento.

Dissemos na semana passada que a diferença entre os quatro primeiros e os quatro seguintes ia diminuindo, e aos poucos isso torna-se cada vez mais evidente.
Nos quartos e nas meias finais da Cup a Austrália (7ª do ranking) bateu a Inglaterra (4ª) primeiro, e depois a África do Sul (1°) para se juntar na mais desejada final com a Nova Zelândia (3ª).

Também a Argentina (5ª) deu um ar da sua graça ao bater a Inglaterra nas meias finais da Plate, e o Quénia (8ª) bateu os Estados Unidos (6ª) no mesmo degrau da prova.

Para a Plate a Argentina bateu na final o Quénia, e para o terceiro lugar as Fiji derrotaram a África do Sul

Sobre a final a expectativa era grande especialmente depois do que aconteceu no jogo entre as duas equipas na fase de grupos, em que a Nova Zelândia conseguiu empatar mesmo no final da partida, mas - como se veio a descobrir mais tarde - quando tinha em campo oito e não sete jogadores!

A World Rugby, quando o assunto foi desvendado resolveu não ter nenhuma iniciativa em relação ao resultado do jogo, mas declarou em comunicado que abriu um inquérito sobre a matéria para a aplicação de eventuais sanções.

Então pode-se imaginar como estava o ambiente do jogo com um estádio lotado a puxar pela Austrália, que procurava a vitória e a desforra a todo o custo!

E o jogo não desiludiu, foi uma sucessão de ensaios, para um lado e para o outro, com sucessivas
igualdades no marcador: 7-7, 12-12, 17-17, e a um minuto do fim a Nova Zelândia falha a conversão de mais um ensaio, e a igualdade não se repôs, com a Austrália na frente por 24-22!
E foi assim que se entrou no segundo zero do jogo, com uma penalidade contra a Austrália a cerca de 30 metros da área...e a Nova Zelândia marca e vence a partida por 27-24, e o segundo torneio do ano!

Com estes resultados houve muitas alterações no ranking geral da competição, com a África do Sul apanhada na liderança pelas Fiji e pela Nova Zelândia, as três com 69 pontos, com a Argentina e a Austrália igualadas com 54 pontos na quarta posição, a Inglaterra a descer para o sexto lugar e os Estados Unidos a descerem um lugar na escala.

Fique com o quadro completo dos resultados e o ranking actualizado, sabendo que a próxima etapa do Circuito terá lugar dentro de um mês, em Las Vegas nos dias 4 a 6 de Março.



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