20 de fevereiro de 2015

UM OLHAR TRANQUILO A UMA EQUIPA QUE (JÁ) É NOSSA!

Os primeiros 40 minutos do jogo em Tbilissi começaram mal, com menos de um minuto de jogo um ataque da Geórgia de segundo tempo, uma penetração na nossa linha de defesa e um ensaio sem espinhas, punham a equipa da casa a vencer por 5-0.

A apreensão de quem assistiu justificava-se, na expectativa do que iria suceder quando o confronto dos avançados realmente começasse, conhecida a força dos Lelos na frente, em especial nas formações ordenadas.


Mas aos quatro minutos e meio assistiu-se à primeira daquelas formações, e quem ficou mais surpreendido foi o cinco da frente da Geórgia, que imaginava que iria ter uma tarde de descanso e se enganou redondamente (ou seria ovalmente??), já que foi castigado com uma penalidade que os atrevidos portugueses resolveram jogar pressionando a defesa da casa, com um pontapé alto para trás dos avançados adversários, e na sequência do qual foi assinalada a segunda e decisiva formação ordenada, também desta vez com introdução lusitana.

Esta formação aconteceu aos seis minutos e trinta e demorou dois minutos e meio, que foi o tempo que durou a conversa entre os homens da frente das duas equipas, em que ficou esclarecido que não seria por ali que os Lelos levariam água ao seu moinho...

Explicando: a formação ordenada do minuto seis e meio não foi uma, foram três, já que duas foram as vezes em que o árbitro decidiu mandá-la repetir, antes de castigar a Geórgia com mais uma penalidade, que os portugueses desta feita resolveram tentar aos postes, e que Pedro Ávila transformou nos primeiros três pontos das nossas cores.

Este foi o melhor período da equipa portuguesa na primeira parte, já que não apenas não se intimidou nas referidas formações, como também soube, por diversas vezes, manter a circulação da bola, criar rucks rápidos e novos tempos, garantindo a posse da bola e a pressão sobre a defesa dos Lelos.

O que mais marcou esta primeira parte que terminou registando 14-9 para a Geórgia - descontado o buraco oferecido no único ensaio registado - foi a consistência do conjunto da nossa equipa a defender e a estabilidade da formação ordenada e a mobilidade dos nossos avançados.

O início do segundo tempo viu a equipa da Geórgia preocupada em conseguir conquistar uma posição de supremacia nos avançado, que teve um ponto alto numa formação a meio campo em que uma introdução não feita por Portugal acabou com uma nova formação, agora com introdução dos Lelos, e na qual eles foram realmente superiores, ganhando uma penalidade que levou o marcador aos 17-9.

Mas rapidamente os Lobos souberam recuperar a sua concentração, e o equilíbrio foi a nota dominante desta segunda parte, como os seis pontos conseguidos por cada uma das equipas indicam.

Não queríamos fazer referências individuais, preferindo saudar a consistência do nosso pack avançado, com destaque - pela pouca frequência com que isso se verifica - para o cinco da frente que lutou de igual para igual contra aquele que é reconhecido como o melhor conjunto da prova, e pela forma como as linhas atrasadas desempenharam um papel de sacrifício, que se não fosse o referido buraco aos 45 segundo, teria sido perfeito.

Mas não seria justo não fazer duas referências individuais pelo que se passou dentro de campo, numa das mais bem conseguidas exibições do XV nacional dos últimos anos.

A primeira delas vai obviamente para o marcador dos 15 pontos da nossa equipa, Pedro Ávila, que
Foto: Facebook Geórgia Oficial
esteve nesse capítulo apenas irrepreensível, e a segunda vai para o Mike Tadjer que esteve enorme nas formações como todos os seus companheiros do cinco da frente, mas que sobressaiu pela sua movimentação fora das formações, mais parecendo em muitas ocasiões um verdadeiro terceira linha, fazendo dupla perfeita com o Julien Bardy.

Esperamos que seja possível manter estes avançados juntos para a próxima partida frente à Alemanha - o jogo que não podemos perder - e ao encontro com a Espanha, adversário que encaramos sempre com especial carinho, para conseguirmos aquele que deve ser o principal objectivo desta equipa, a manutenção no Grupo A da 1ª Divisão da Rugby Europe.

A importância da vitória naqueles dois jogos em casa - o primeiro no Universitário de Lisboa, o segundo em Coimbra, no Sérgio Conceição - é grande, já que em 2016 enfrentaremos aquelas equipas nos seus territórios.

Termino com a satisfação de ter assistido ao (vídeo do) jogo em que a atitude da equipa, a sua consistência e disposição nos transportaram aos tempos em que o XV nacional nos levava ao colo no apoio às nossas cores!

Para quem não teve oportunidade de assistir à partida, ou para quem queira rever o jogo, aqui ficam os links para as duas partes do encontro:

1ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=4VdRahMWpjU
2ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=rDo-czqfkzs

Foto de capa: Facebook Geórgia Oficial

1 comentário:

fandoslobos disse...

està mais que visto! a seleçao nao pode progredir sem os lusodescendentes! vejam a espanha que tem um campionato Superior ao nosso para os dois primeiros jogos foi a frança buscar 15 jogadores! ok perderam na roménia mas no primeiro jogo deram uma grande soba aos russos!