13 de abril de 2014

PÓQUER DE REIDY MANTÉM ENGENHEIROS LÁ EM CIMA *

*António Henriques
Como se esperava, Técnico e Direito levaram de vencida, sem problemas e com bónus, os seus adversários nesta 18.ª jornada, aumentando o seu favoritismo no acesso direto às meias-finais, apesar do CDUL ter ainda uma palavra a dizer nesta matéria...

Os engenheiros, que não perdem desde 5 de outubro, bateram em casa a Académica (62-14) com quatro ensaios e 31 pontos do líder dos marcadores, Sean Reidy, aumentando para 13 a série de vitórias consecutivas. 
Os advogados fizeram 11 ensaios em Leça, onde derrotaram o CDUP, por 69-17.

Enquanto no Restelo o Belenenses expunha as maleitas de uma Agronomia que somou o seu terceiro desaire nas últimas quatro rondas, a vitória do Cascais sobre o CRAV levou os homens da Linha a recuperarem a 6.ª posição. 

E agora que se sabe que, obviamente, vai haver play-off de descida, as equipas da metade de baixo da tabela vão começar a fazer as contas de outra forma. 

Obrigado FPR, os teus clubes agradecem-te a amabilidade de teres esclarecido todo este imbróglio tão cedo. Afinal, ainda faltam duas semanas para terminar a fase regular...


BELENENSES 24-21* AGRONOMIA (4-3)
Dominado em grande parte do jogo, mas sem culpa da ineficácia adversária – e, pelo contrário, dando mostras de um assinalável killer instinct – o Belenenses bateu, no Restelo, Agronomia, roubando-lhe toda e qualquer hipótese de sonhar com a presença direta nas meias-finais. 
E mais: praticamente garantindo que, no play-off, os dois quinzes se irão encontrar numa partida de tudo-ou-nada, mas desta vez na Tapada.
Mesmo contra o vento, os agrónomos – que surgiram com inúmeras alterações relativamente ao quinze titular que tão má imagem deixou há uma semana em Monsanto – comandaram amplamente as operações até ao intervalo, ficando a dever a erros próprios (má utilização da oval, incapacidade para tirarem partido de situações de superioridade de jogadores, etc., etc.) não terem materializado em pontos tanto domínio e os longos períodos em que acamparam na área de 22 contrária, nos quais deitaram fora dois ou três ensaios... cantados.
Os primeiros pontos só surgiriam bem tarde, aos 36', num ensaio do ponta azul Bernardo Seara Cardoso, mas em cima do intervalo o talonador sul-africano Marthinus Hoffman passaria o quinze da Tapada para a frente num ensaio convertido por Francisco Serra, que voltou a titular na posição de defesa (7-5).
No 2.º tempo o Belém começou melhor e em menos de um quarto de hora, com dois ensaios virou o resultado para 17-7. 
Logo a abrir por intermédio de António Vieira de Almeida e aos 53’, com o 2.ª linha sul-africano Odendaal a concluir lance coletivo e onde Sebastião Cunha teve papel primordial.
Finalmente aos 65’, três minutos após ter ficado a jogar com um homem a mais – exclusão com amarelo do capitão azul Diogo Miranda –, Agronomia lá reduziu por intermédio de Francisco Mira, sábado de regresso ao seu conhecido posto de três-quartos centro (17-14). 
Isto depois de Serra ter desperdiçado uma relativamente fácil penalidade e Guilherme Covas ter desperdiçado, incrivelmente, um lance de 4-para-2...
Mas dois minutos depois e num lance que, só por si, valeria o preço do bilhete para quem se deslocou ao Restelo se a entrada fosse paga, uma fabulosa iniciativa individual do inspirado médio abertura azul João Freudhental (slalom gigante de 40 metros!) alargaria a vantagem do Belenenses para 24-14, com o seu oitavo ensaio na DH.
Ainda haveria tempo para o segundo ensaio de Mira, em cima dos 80 minutos, valendo aos visitantes o merecido ponto de bónus defensivo. E o jogo terminaria com prolongados – e justificados – protestos agrónomos pela decisão do árbitro Pedro Fonseca, de apitar para o final ignorando uma vantagem que concedera aos visitantes e que, poderia dar, face ao local da falta azul, uma transformação que possibilitaria a eventual igualdade. 
Mas quem tanto ensaio falha, tanta ocasião propícia desperdiça, poder-se-á mesmo queixar?

TÉCNICO *62-14 ACADÉMICA (9-2)
Terão explicado a Sean Reidy que o ponto de bónus atacante é concedido por quatro ensaios marcados por UMA equipa e não tem que ser por UM SÓ jogador? 
É que a forma como o n.º8 neozelandês se atirava, levando tudo o que lhe aparecia pela frente rumo à área de ensaio adversária, parecia indicar: a) que não lhe explicaram bem as regras; b) que o rapaz estava possesso; ou c) que um atleta que atingiu as meias-finais da última ITM Cup é mesmo bom e só tem mesmo que distinguir-se dos jogadores que disputam o nosso campeonatozinho. 
A escolha é sua caro leitor.
Fora a atuação do agora destacado melhor marcador da DH com 174 pontos (e só chegou no final de outubro...), o jogo das Olaias não teria grande estória, pois o líder –que há mais de seis meses que só sabe o que é ganhar! – alcançou fácil vitória através de uma exibição q.b., poupadinha em muitos períodos.
O jogo dos engenheiros apenas acelerava e adquiria alguma dinâmica e intenso brilho, quando o fantástico n.º10, o neozelandês Kane Hancy, decidia dar uma safanão naquela modorra e sonolência mais própria de uma peladinha de praia. 
E seria ele próprio a abrir o marcador logo aos 2' (7-0) para antes do 10' e perante tanta facilidade, o talonador João Lobo fazer os 12-0.
Apesar de dominada completamente nas mêlées, surgiu então a reação da equipa de Coimbra (que, dizimada, por lesões, se apresentou com ausências de vulto como João Diogo Silva e Manuel Queirós e só com 21 jogadores...), com Eduardo Salgado a penalizar incríveis falhas defensivas (12-7). 
E logo a seguir começaria o show pessoal do poderoso Reidy, que em curtos dez minutos, faria dois ensaios (o primeiro numa saída de n.º8 numa mêlée a 5 metros), convertendo um e apontando ainda uma penalidade, num total de 15 pontos! 
O pior, para mal dos pecados dos pretos, é que o rapaz não se ficaria por aí...
António Salgueiro, à beira do intervalo, faria o segundo e aquele que seria o último ensaio dos visitantes, para 27-14 no descanso. 
Mas por aí se quedaria o quinze de Coimbra que, degastado, assistiria a uma 2.ª parte controlada totalmente pelo Técnico que, com cinco ensaios todos transformados – mais dois para o ‘poker’ pessoal de Sean Reidy, autor de 31 pontos ( e parece que nada preocupado com recordes, ainda deixou que Duarte Marques convertesse os três últimos ensaios) e que já soma 12 na prova – fecharia uma tarde sem grandes pressas nem grande pressão, com um triunfo gordo naquele que foi o último jogo fácil dos engenheiros desta épcoa. 
A partir daqui são as ‘finais’ contra CDUL e Direito e depois os jogos de mata-mata. 
Explicaram ao Reidy o que está em jogo?

CASCAIS 33-17 CRAV (4-3)
O Dramático de Cascais ‘vingou-se’ da derrota sofrida na 1.ª volta ao bater, na Guia, o CRAV, num triunfo sem direito a bónus (4 ensaios marcados contra 3 dos minhotos), mas que permitiu aos homens da Linha recuperarem a 6.ª posição que dá acesso ao play-off do título.
Com a sua avançada praticamente completa, a equipa da casa dominou nas mêlées e superiorizou-se igualmente no alinhamentos, mas nem essa vantagem na batalha dos packs lhe permitiu chegar ao intervalo na frente, pois após 40 minutos de luta intensa, os minhotos lideravam no descanso por 9-5, com um ensaio do argentino German Haeffeli em maul.
Mas no 2.º tempo o Cascais, com três ensaios pelos avançadinhos (um de penalidade e bis do n.º 8 Rodrigo Faria de Carvalho, autor de 21 pontos, pois também conseguiu uma conversão e teve êxito nas três penalidades da 1.ª parte), virou o resultado para uma importante vitória. Que só não foi mais dilatada devido à execelente atuação do abertura José Maria Vareta, que em dois lances de predestinado – a falta que ele vai fazendo à seleção nacional de sevens, por exemplo... – rasgou de alto a baixo a defesa da casa criando dois ensaios apontados pelo defesa Renato Rodrigues. 
E só mesmo no último suspiro do encontro o Cascais, que vencia por 25-17, descansou com o derradeiro toque de meta que selaria os finais 33-17.

CDUP 17-69* DIREITO (2-11)
A uma semana da final da Taça de Portugal que irão disputar com o CDUL (numa Sexta-Feira Santa, valha-nos Deus!), os campeões nacionais foram de excursão a Leça da Palmeira e, de permeio, voltaram a dar “chapa 69” e a repetir os 11 ensaios obtidos precisamente na última partida que disputaram fora de Monsanto, na ocasião em Montemor. 
Foi sem perdão a cadência de toques de meta dos advogados, que viram Luís Portela, Adérito Esteves e João Ventosa bisarem, e Gonçalo Malheiro regressar para converter sete ensaios. 
E as meias-finais cada vez mais perto…


12 comentários:

Anónimo disse...

"historia" e nao "estoria" !os seus resumos dos jogo podem ser maus, mas aprenda a escrever

Anónimo disse...

LOLOL não há coisa pior que a ignorância convencida...

Anónimo disse...

Caro Manuel Cabral espero que me perdoe e aceite este comentário dedicado ao "mente brilhante" da 1:45
História ou estória





A palavra mais correta e socialmente aceite é história. A palavra estória aparece em dicionários mas não é unanimemente aceite, sendo o seu uso condenado por muitos por se considerar uma “invenção” brasileira sem necessidade de existir. Alguns defendem que devemos utilizar o termo história para a narração de fatos documentados e situações reais sobre o passado da humanidade e o termo estória para a narração de fatos imaginários, de ficção.

História e estória têm sua origem na palavra grega historía. A forma estória também tem influência da palavra em inglês story. Estória nos aparece então como sendo uma forma antiga da palavra história, que deveria ter caído em desuso. Tal não aconteceu e esta palavra é utilizada atualmente não como sinônimo de história, mas para distinguir a história de fatos reais das histórias das fábulas e contos infantis.

Exemplos:
A história do Brasil se inicia com a chegada dos portugueses e vai até aos dias atuais.
Filha, hoje vou contar a estória da princesa inteligente e do príncipe sapinho.

Alguns defendem que não há razão para esta distinção porque a palavra história abrange as duas significações.

Anónimo disse...

muito pouca informação acerca do jogo do CDUP-GDD....

Anónimo disse...

É impossível o Cascais estar perder 9-5, tendo sofrido um ensaio. 9 pontos são 3 penalidades, era o Cascais que os contabilizava ao intervalo, contra 5 dos minhotos.
De resto, boas crónicas!

António Henriques disse...

É preciso ter muita paciência....


ESTÓRIA(inglês story, do latim historia, -ae, do grego historía, -as, exame, informação, pesquisa, estudo, ciência)
substantivo feminino
Narrativa de ficção, oral ou escrita. = CONTO, FÁBULA, HISTÓRIA, NOVELA


"estória", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa http://www.priberam.pt/dlpo/est%C3%B3ria

Anónimo disse...

No resumo do Belenenses- Agronomia, até se podem falhar 100 penalidades e 200 ensaios mas se o árbitro erra, como é obvio que uma equipa se pode queixar, tanto neste jogo, como numa final de campeonato.

António Henriques disse...

Claro que foi (mais) um lapso meu. Como se depreende da crónica, era o Dramático QUE VENCIA ao intervalo, por 9-5.
E o resultado à beirinha do final era 26-17 e não 25-17, pois com os sete pontos do ensaio convertido, é que deu os definitivos 33-17.

Álvaro disse...

Pobres e mal agradecidos.

Sem pagar lêem-se algumas "estórias" do rugby Português podendo-se de uma forma geral obter alguma informação com mais detalhe que a generalidade da comunicação social.
Eu, agradeço, principalmente por estar à distância e sentir um pouco o cheiro dos relvados portugueses, mesmo que maltratados pela FPR ou pelos mesmos "velhos do Restelo" (que nada tem a ver com o Belém)do Rugby nacional.

Saudações Tecnicistas,
Álvaro

Anónimo disse...

CDUP-Direito? Quem escreveu crónica não foi ver o jogo!

Anónimo disse...

Já vi tudo, mas a final vai ser Cdul - Direito, e o
Direito, vai ganhar.

Cumprimentos

Velho dos Montes

Anónimo disse...

Obrigado Antonio Henriques, até podes errar às vezes, mas as tuas crónicas são sempre bem vindas.
Quanto à "ESTÓRIA", vozes de burro não chegam aos céu.