19 de abril de 2014

NO JUNIOR TROPHY URUGUAI INVICTO AFASTADO DA FINAL *

* Paul Tait
O vencedor do Grupo A, Tonga, enfrentará o vencedor do Grupo B, Japão, na final do Junior World Trophy que se disputa amanhã. 

Tonga chegou no final porque venceu dois dos seus três jogos, derrotando Hong Kong por 37-0 e os Estados Unidos por 28-22 mas perdeu por 34-10 contra a Geórgia, que terminou em terceiro lugar no Grupo. 

Os EUA derrotaram Hong Kong e a Geórgia, mas perderam por seis pontos contra Tonga, para terminar com dez pontos, como Tonga, na tabela.
Uruguai terminou invicto. 
Los Teritos derrotaram o Japão por 32-28 e a Namíbia por 16-13, além de empatarem 18-18 contra o Canadá. 
Assim, o Japão conseguiu doze pontos em comparação com os dez do Uruguai, e, consequentemente, o Uruguai enfrentará os Estados Unidos no final de bronze, também no Sábado dia 19 de Abril. 
A Geórgia enfrentará a Namíbia para definir quem termina em quinto lugar enquanto o Canadá jogará contra Hong Kong na batalha para evitar a colher de pau.
O cenário de ter um país invicto fora da final, com o Japão tomando o lugar de Uruguai pelo facto de ter conseguido mais pontos de bonificação em vez de realmente ganhar o grupo com vitórias sugere que os organizadores cometeram um erro. Será? 
Em outras palavras a pergunta é se torcedores, a imprensa ou A IRB tolerariam isto num Campeonato do Mundo?

Por exemplo, a chave D do Mundial de 2015 contará com França, Irlanda, Itália, Canadá e Roménia. 
Se a Irlanda derrotar o Canadá, a Itália e a Roménia, mas perder contra a França e não conseguir segurar nenhum ponto de bonificação, a Irlanda conseguirá 12 pontos. 
Ou seja, a Itália poderá avançar para as finais se perder com a França e a Irlanda por sete ou menos pontos e marcar quatro ensaios contra uma delas, além de derrotar Canadá e Roménia e marcar pelo menos quatro ensaios contra eles.

Se for assim, a Irlanda teria doze pontos no grupo e a Itália treze. 
A Itália teria vencido 50% dos seus jogos e a Irlanda 75% mas a seleção com mais vitórias seria eliminado. Seria considerado justo ou aceitável?

Este cenário não é totalmente impossível e nem improvável. 
A Itália conseguiu vitórias no Seis Nações contra França e Irlanda desde o Mundial de 2011. 
A Itália também terá suas partidas contra França e Irlanda separadas por uma partida contra o Canadá. Além disso os italianos jogarão exclusivamente nos fins de semana e assim terão tempo para descansar e recuperar para obter pelo menos 13 pontos.

O Uruguai foi maltratado por uma sistema que, intencionalmente ou não, premia as equipas por perder por margens pequenas em vez de premiar por ganhar os jogos disputados?



3 comentários:

Manuel Cabral disse...

Esta é uma questão de grande importância, que põe em causa o sistema dos pontos de bónus não apenas se devem ser atribuídos cada vez que uma equipa marca quatro ensaios, ou apenas se além disso conseguir mais três do que o adversário, mas do próprio conceito em si.

O sistema de PB foi introduzido com a intenção de estimular as equipas a lutarem até final do jogo, e não se acomodarem quando o resultado esteja (a vitória, ou a derrota) já garantido.

No entanto, não é minimamente razoável que uma equipa com mais pontos de jogo, seja preterida a favor de outra, com menos pontos de jogo mas com mais pontos de bónus.

Há muito tempo que defendo que o sistema de pontos de bónus deve apenas ser utilizado como forma de desempate entre equipas com o mesmo número de pontos na classificação, o que evitaria situações desta natureza.

Anónimo disse...

Manel, obrigado pelo excelente ponto de discussão. Eu concordo com o sistema de PB, pois incentivou os ensaios contra os pontapés como nenhum outro sistema até aqui (e nessa época vivíamos na ditadura dos pontapes de Stransky, de Wilkinson...), mas só em series regulares de todos contra todos a mais do que uma mao e com um razoável numero de equipas (mais de seis?).
A solução de ser usado apenas para desempate parece-me muito redutora e de rara aplicação pois não poderia ser o primeiro fator de desempate, esse seria sempre o confronto direto.
Em séries pequenas com menos de cinco equipas a duas ou a uma mão, como é o caso de este exemplo que aqui trazes, não deveria ser usado, pois pode provocar injustiças. No Six Nations que é só a uma mão, não se usa, talvez porque quem tomou essa decisão sabe o que anda a fazer...
Jose Maria Marques

Anónimo disse...

só queria dizer que acho incrível não haver um único post sobre a nossa seleção de sub.18 que jogou o campeonato europeu contra algumas das melhores equipas mundiais. deviam dar mais importancia as nossas seleções jovens. cumps