Muito do esforço de desenvolvimento tem sido conduzido para os escalões de formação, sobretudo através das Associações Regionais de Rugby, com o apoio dos técnicos da FPR, em especial através do Projecto Nestum, que se espalhou por quase todo o País, com resultados que se podem considerar muito satisfatórios.
No entanto, recentes alterações na estrutura de apoio àquele tipo de Projecto exige uma ponderação do que fazer e como fazer nesses escalões etários.
O primeiro passo a dar, decorre de uma situação inesperada - pelo menos para nós - com a saída da Nestum do âmbito do crescimento do rugby em Portugal, e com o risco que se corre de ver um trabalho de excelência, feito ao longo dos anos, cair por água abaixo, sem deixar rasto.
O que vai acontecer nesta particular área de desenvolvimento? Existem alternativas para que se mantenha a intervenção junto das escolas, por todo o País, introduzindo o Tag Rugby junto de largas camadas da população estudantil?
E, por outro lado, o que foi feito para promover o enquadramento desses jovens em clubes já existentes ou na criação de novos clubes?
Porque não é visível qualquer evolução significativa do número de jogadores ou equipas, nos escalões de competição, como resultado de todo o trabalho feito nos escalões de formação.
Temos visto ao longo dos anos o trabalho feito nos escalões juvenis não ter reflexo no aparecimento de novos clubes ou equipas, e nos poucos casos em que tal aconteceu, quase sempre foram casos sem continuidade, com o desaparecimento desses clubes em menos de nada.
Por isso pensamos que um dos passos a tomar de imediato é a reconversão da Associação Regional de Rugby do Sul, com a criação de uma Associação apenas para a área de Lisboa e o lançamento faseado de uma organização global ao Sul do Tejo, que comece pela criação de uma Associação no Alentejo que abranja também a Península de Setúbal e o Algarve.
Posteriormente esta Associação será dividida, conforme as regiões se desenvolvam cada uma por si.
Outro aspecto importante a ter em conta, é que as AR’s devem ter intervenção significativa nos escalões sub-16, sub-18 e seniores, por forma a que o trabalho feito nos escalões de formação tenha sequência nos escalões de competição, com o surgimento de clubes e equipas onde os frutos do trabalho feitos com a miudagem de menos de 15 anos surja com todo o seu potencial.
Claro que a renovação da estrutura não se fica por aqui, e é da maior importância verificar qual a intervenção de cada AR existente e em que região realmente ela actua.
A título de exemplo, podemos perguntar qual o papel do Comité Regional de Rugby do Centro, em relação ao desenvolvimento e apoio de núcleos ou clubes na zona da Beira Baixa e da Beira Alta, ou se preferirem, nas regiões da Guarda, Covilhã e Castelo Branco.
Ou o que fez a Associação de Rugby do Norte para consolidar a implantação do rugby na região de Trás-os Montes?
Um dos pontos a considerar como prioritários passa pela implantação de uma filosofia em que os técnicos ao serviço da FPR – cerca de 20 – passem a ter uma actividade preferencialmente junto dos clubes, e não como até agora, baseados especialmente no Vale do Jamor.
Por outro lado, a sua actividade deve ser valorizada quantitativamente, pois não faz sentido ter tantos técnicos ao serviço, para depois não haver um crescimento acentuado do número de clubes e equipas.
Ou seja, só se justifica a presença de tantos técnicos se a cada um deles corresponder directamente um crescimento quantitativo do Rugby.
Mais uma vez, e a título de exemplo, achamos que a região do Alentejo Interior – de Portalegre a Beja – precisa urgentemente de ter um técnico regional que atenda cada clube em cada semana, e que promova o aparecimento de um número a determinar de clubes/equipas em competição, num espaço de tempo a definir.
Mas é também importante que se entenda que em termos de enquadramento, muitas vezes não é na área técnica que a sua falta se faz sentir, e sim na área de administração e organização, pois os técnicos devem ter uma acção preferencial junto aos clubes, nos treinos, na orientação dos treinadores e dos candidatos a árbitros, deixando as restantes tarefas para indivíduos com experiência na área de organização, conhecedores das regiões e com vontade para um trabalho de 24/24 horas, mas sempre com um passado na modalidade que permita garantir que os princípios enumerados na primeira parte deste artigo – a propósito dos Estatutos – não sejam deixados para segundo plano.
Porque não é visível qualquer evolução significativa do número de jogadores ou equipas, nos escalões de competição, como resultado de todo o trabalho feito nos escalões de formação.
Temos visto ao longo dos anos o trabalho feito nos escalões juvenis não ter reflexo no aparecimento de novos clubes ou equipas, e nos poucos casos em que tal aconteceu, quase sempre foram casos sem continuidade, com o desaparecimento desses clubes em menos de nada.
Por isso pensamos que um dos passos a tomar de imediato é a reconversão da Associação Regional de Rugby do Sul, com a criação de uma Associação apenas para a área de Lisboa e o lançamento faseado de uma organização global ao Sul do Tejo, que comece pela criação de uma Associação no Alentejo que abranja também a Península de Setúbal e o Algarve.
Posteriormente esta Associação será dividida, conforme as regiões se desenvolvam cada uma por si.
Outro aspecto importante a ter em conta, é que as AR’s devem ter intervenção significativa nos escalões sub-16, sub-18 e seniores, por forma a que o trabalho feito nos escalões de formação tenha sequência nos escalões de competição, com o surgimento de clubes e equipas onde os frutos do trabalho feitos com a miudagem de menos de 15 anos surja com todo o seu potencial.
Claro que a renovação da estrutura não se fica por aqui, e é da maior importância verificar qual a intervenção de cada AR existente e em que região realmente ela actua.
A título de exemplo, podemos perguntar qual o papel do Comité Regional de Rugby do Centro, em relação ao desenvolvimento e apoio de núcleos ou clubes na zona da Beira Baixa e da Beira Alta, ou se preferirem, nas regiões da Guarda, Covilhã e Castelo Branco.
Ou o que fez a Associação de Rugby do Norte para consolidar a implantação do rugby na região de Trás-os Montes?
Um dos pontos a considerar como prioritários passa pela implantação de uma filosofia em que os técnicos ao serviço da FPR – cerca de 20 – passem a ter uma actividade preferencialmente junto dos clubes, e não como até agora, baseados especialmente no Vale do Jamor.
Por outro lado, a sua actividade deve ser valorizada quantitativamente, pois não faz sentido ter tantos técnicos ao serviço, para depois não haver um crescimento acentuado do número de clubes e equipas.
Ou seja, só se justifica a presença de tantos técnicos se a cada um deles corresponder directamente um crescimento quantitativo do Rugby.
Mais uma vez, e a título de exemplo, achamos que a região do Alentejo Interior – de Portalegre a Beja – precisa urgentemente de ter um técnico regional que atenda cada clube em cada semana, e que promova o aparecimento de um número a determinar de clubes/equipas em competição, num espaço de tempo a definir.
Mas é também importante que se entenda que em termos de enquadramento, muitas vezes não é na área técnica que a sua falta se faz sentir, e sim na área de administração e organização, pois os técnicos devem ter uma acção preferencial junto aos clubes, nos treinos, na orientação dos treinadores e dos candidatos a árbitros, deixando as restantes tarefas para indivíduos com experiência na área de organização, conhecedores das regiões e com vontade para um trabalho de 24/24 horas, mas sempre com um passado na modalidade que permita garantir que os princípios enumerados na primeira parte deste artigo – a propósito dos Estatutos – não sejam deixados para segundo plano.
11 comentários:
A mentira do rugby português
como é possivel haver evolução , a maioria dos clubes que não é da divisão de honra , em todos os escalões de formação , jogam nos grupos B não têm treinadores qualificados , são antigos jogadores e alguns nem isso foram ,a quantidade de jogadores por treinador é excessiva , logos os miudos não evoluem.
por outro lado não têm equipas de sub-21 , os poucos mais ou menos passam doa sub-18 para os séniores, com todo o prejuizo fisico e técnico que isso levanta.
equipas como o CALDAS E LOUSÃ que conseguem arranjar dinheiro , compram paletes de jogadores e de um ano para o outro passam de de 8 a 80 , no entanto a formação continua mal e nos grupos Bs .
A federação tem N treinadores nos seus quadros que fazem o quê? .
quando faltar o dinheiro e os bons jogadores sairem , onde estão jogadores com formação adequada para os subestituir.
Outros compram estrangeiros , não é que seja contra isso desde que sejam de qualidade, mas deviam enquanto cá estão treinar os miudos da formação , enfim todos querem estar no topo sem trabalho adequado e certo nas bases.
Até que enfim alguém tem coragem para, abertamente, opinar neste sentido! Existe um grupo, que gere a FPR, com um pensamento absolutista e elitista que apenas se acompanha dos objetivos generalistas do Râguebi para angariar patrocinadores. Parabéns Mão de Mestre por esta critica! Apenas uma pequena observação, em relação ao Nestum, falamos de dois sistemas diferentes (escolar e federado) criar um projecto de contacto num deles e esperar resultados avolumados noutro é simplesmente utópico.
Concordo plenamento que os técnicos pagos pela FPR deveriam estar ao serviço do desenvolvimento do rugby a nível nacional. O que se verifica, por exemplo na região centro, é que os 2 técnicos da FPR que aqui existem, trabalham diretamente com a Académica e Agrária. Estes clubes estão totalmente consolidados pelo que seria desejável que os srs Rui Carvoeira e João Luís apoiassem clubes que se encontram na fase inicial de desenvolvimento.
Continua a ser mais do mesmo como sempre, fazemos ações, formações para "inglês ver" mas no fim o rugby em Portugal continua na mesma os grandes continuam a ter todo o apoio e o resto do país é paisagem ou melhor números para a estatística apresentar ao IRB e outros organismos para manter a verba para mais umas épocas. Por exemplo na última ação de apoio técnico comunicada aos clubes menciona que caso não haja disponibilidade de tecnicos da FPR mediante o numero de pedidos será dada a prioridade aos clubes da Divisão de Honra??? Será que estes clubes necessitam de apoio tecnico? Não estará a pirâmide invertida no que diz respeito aos apoios sejam eles tecnicos ou até mesmo material? Existem clubes que nem a cor duma bola ou um saco de placagem chegam a ver durante o ano e no entanto existe material a marinar no Jamor destinado a certos clubes que não têm tempo para ir levantar. Enfim continuamos a ter a mentalidade feudal e de vassalagem onde uns são mais do que os outros e servem-se a seu belo prazer daquilo que é suposto ser de todos.
É isto que eu gosto no adepto de rugby Nacional, fala do Caldas e do Lousã em tom critico porque têm jogadores formados noutros clubes mas depois aos da DH que compram jogadores estrangeiros isso já é desculpável desde que tragam qualidade!!!
O Inteligente que informe qual a diferença entre trazer um estrangeiro que traga qualidade e um Portugues que também traz aumento de qualidade ao plantel da sua nova equipa?
Existe depois outro estratagema sublimemente utilizado por um clube da DH que é ir buscar jogadores a outros clubes de menor dimensão e prometendo-lhes a selecção.
Não será admitido mais nenhum comentário que fuja ao tema ou que venha com a porcaria dos ataques a este ou àquele clube.
Chega! Não sabem aproveitar o que têm, então passaremos a ser mais rígidos na moderação dos comentários, para que aqueles que querem trocar impressões, pontos de vista, sobre as matérias publicadas de uma forma séria, tenham aqui o seu espaço!
Julgo que o projecto Nestum/escolar foi bastante positivo pois permitiu a divulgação do rugby a muitas crianças que nunca o tinham contactado. De uma forma geral foi mal aproveitado, se por falta de interesse dos clubes ou por má divulgação das ARs já não sei. Quanto à organização e enquadramento competitivo deixa muito a desejar. Com quem contacto mais é com a ARS que se por um lado protege muito os clubes emergentes, essa acção não é muito produtiva, pois na realidade, e infelizmente, esses clubes subsistem de carolas e da entrega pessoal de muitos poucos, logo deveriam ter um maior apoio em termos organizativos, administrativos, técnicos e, se possível, de material. Como? Tentando intervir junto das instituições locais, câmaras e juntas de freguesia para facilitarem transporte, cedência de espaços para uma secretaria, facilidade de campos, etc,etc, fazendo um protocolo tipo, se fosse aprovado pelos respectivos ministérios melhor, que os clubes com o apoio da FPR apresentariam a essas entidades. Se há uma diferença assinalável entre os clubes das grandes cidades e os da, chamada, província, essa diferença, como tudo, terá as duas faces, pois se um clube de Lisboa ou do Porto for pedir um autocarro para uma sua equipa se deslocar a um torneio ou jornada, possivelmente nem resposta levará. Temos que sem dúvida melhorar o nível do rugby português, não pode é ser baixando os que são menos maus, é tentando melhorar os outros. Promover e ajudar os clubes emergentes de forma a que estabilizem e não dependam somente da boa vontade de uma ou duas pessoas.
Venho através deste espaço expôr algumas ideias que acho necessário para o desenvolvimento do rugby nacional, vou ser breve.
Geral: O fato dos dias e horas de jogos ser sempre diferente e marcados em cima da hora. Deveria ser a FPR a definir e marcar este jogos(ex. sempre ás 15h e aos domingos)Sem massa associativa o clube não evoluí, as pessoas não sabem em que dias são os jogos e horas, pois é sempre diferente, ás vezes até se joga durante a semana... Temos de habituar as pessoas a ir aos campos para as podermos fixar, para isso tem de existir uma norma.
A FPR sempre que quer mudar alguma coisa pergunta a todos os clubes... ora existem sempre diferenças porque a realidade dos clubes de Lisboa é diferente da realidade dos clubes da província, acho que deveria ser mais autónoma nas decisões(não se pode agradar a gregos e troianos), por vezes tem de doer a alguns, não podem é ser sempre os mesmos a sentir dor.
Relativamente aos regulamentos de todos os escalões devem estar definidos no inicio da época, se não deixa transparecer falta de organização e desleixo pelos escalões de pré competição(muito importantes para o desenvolvimento da modalidade e para as seleções).
Especifico:2 escalões que neste momento são a chave do desenvolvimento. Sub 12(Neste escalão da-se a passagem do desporto individual para o coletivo. Aqui começa a fazer sentido uma competição regional e depois 1 torneio nacional com pontuação com jogos regularmente. O que existe são convívios e o espírito competitivo não esta presente( veem muitos atletas experimentar e depois acabam por não continuar visto não haver resultados. Competição de 7 ou 10!!! O outro escalão é os Sub 18. Importante para a continuidade dos clubes e o menos apoiado pela FPR ( fraca regulamentação/organização). Aqui sim a FPR deve pensar profundamente a sua intervenção, nomeadamente, apoios técnicos aos clubes, melhores árbitros,mais competição, criar uma seleção nacional B para chegar a uma maior captação e observação de atletas etc... Lembrar que depois deste escalão em 90% dos casos só existe equipa sénior, poucas equipas têm sub 23. Podem verificar que atletas nascidos em 95(1ºano sub23)é o ano mais deficitário. Estas coisas têm de nos pôr a pensar... porque é aqui que se dá o maior abandono, por várias razões(universidade, namoradas, saídas, copos e de repente o rugby está em 5 ou 6 plano)
Perguntem quantos reuniões tiveram os responsáveis da FPR com os clubes, nos clubes para perceber estas realidades. Só há reuniões(na sede da FPR) para discutir formulas de campeonatos, o que é uma chatice por pelos vistos tem sido todos os anos...
Não sou um critico fanático da FPR, só acho que deveria mudar o seu modus operandi.
Já que falamos de formação, alguém me pode explicar a razão pela qual os escalões em Portugal são pares, S8, S10, etc e na maioria dos países são S9, S11 e por aí acima? E já agora o porquê dos SUB14 jogarem Rugby de 13 e não de 15 como por exemplo na Grã Bretanha. Não atrasará, comparativamente, a evolução dos jogadores?
Em França, os Sub-15 jogam as duas variantes. Só jogam a XV as equipas que enviaram uma parte dos miúdos fazer os testes a nível regional ara avaliar se podem jogar com formação ordenada ou não. Uma equipa que não consiga aprovar pelo menos 10 avançados para a mélée tem de se contentar em jogar a XII.
Mas à espaço para todos e as organizações regionais até permitem que os torneios de final de época "Challenges" se joguem a XV, XII e VII para que todos possam participar.
Concordo com a maioria dos comentários acima referidos.
Proposta de escalões:
Seniores > 23 anos
Sub 23> 20,21,22 anos (os clubes existentes) e eventualmente seleções regionais(ex: Algarve, Alentejo, centro e norte. Isto é os 5 cinco clubes mais essas seleções(possivelmente 7/8 equipas
Sub 20 > 16,17,18,19, neste escalão as equipas competiam emparelhadas com os seniores, sempre nas divisões onde os seniores estivessem
Nota: Todas as equipas conseguem ter este escalão, visto que tem um intervalo de 4 anos, como foi dito anteriormente os 19 e 20 anos são importantes para fixar jogadores.
Sub 14 e 16 - Emparelhado,vários formatos possíveis (torneios, competição de 15 nos 2 escalões, competição de 7 num escalão e 15 noutro).
Vantagem na eventualidade de terem poucos sub 16 como os sub 14 também viajavam poderiam jogar...
sub 12 - competições regionais regulares
Sub 6,8,10 - Convivios (como está)
Feminino - Como está(na minha perspetiva bem ajustado...
O que pensa o MDM? Como podemos fazer chegar estas propostas há FPR? Têm que cumprir as regras da IRB ou FIRA? Temos autonomia para gerir e ajustar os nossos escalões... Tenho um estudo em andamento que aborda a questão competitiva, e que não deixa de lado as questões financeiras e logísticas.
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