Se antes desta jornada, Portugal tinha que vencer, em cinco jogos, mais dois jogos que os russos, agora serão precisas, em quatro jogo, mais três vitórias do que a Rússia...
Impossível? Não! Improvável...
Mas o que nos deixa mais preocupados foi que, mesmo apresentando uma equipa de muito boa qualidade para o nosso nível, e mesmo com uma primeira parte - para ser exacto uns primeiros 40 minutos - de nível razoável, em que dominou territorialmente, e em que chegou junto da área de validação romena por algumas vezes, Portugal foi incapaz de concretizar pontos...
Umas vezes porque os romenos também defendem, não somos apenas nós, noutras ocasiões a ausência de um chutador obrigou que penalidades que deveriam ter sido tentadas aos postes, fossem resolvidas com pontapés para fora dos quais resultaram alinhamentos favoráveis e Portugal, mas nos quais a Roménia levou vantagem.
Ou seja, para avançar no terreno os portugueses recorreram a uma fase estática de jogo, onde, desde cedo os donos da casa se mostraram superiores.
Com o decorrer do jogo a superioridade romena foi-se sentindo cada vez mais, e Portugal nunca chegou a representar uma real ameaça para o adversário, que não conseguiu o bónus de ataque (só marcou dois ensaios) por manifesta má gestão da superioridade que os seus avançados tiveram nas formações ordenadas, a partir de certa altura do jogo.
Registe-se que nos últimos 44 anos, desde 1970, Portugal apenas tinha sido derrotado sem marcar qualquer ponto, em cinco ocasiões: em 1996, em Bucareste frente à Roménia, por 0-92, em 2001, em Lisboa, frente à mesma Roménia, por 0-47, em 2006 por duas vezes, em Tbilisi frente à Geórgia por 0-40 e em L'Aquila frente à Itália por 0-83, e, finalmente em Janeiro de 2009, em Stockport, frente aos England Saxons, por 0-66.
Por outro lado tivemos oportunidade de assistir ao segundo tempo do Espanha-Rússia, e se a Espanha chegou ao intervalo a perder por 3-23, o segundo tempo foi uma demonstração de capacidade espanhola em manter a continuidade do jogo, em ultrapassar a linha de vantagem, em variar o jogo e as zonas de perfuração, e em manter o adversário sob pressão, cedendo apenas por um resultado final de 25-28...
Não fosse uma falha defensiva que valeu à Rússia os únicos pontos que conseguiu marcar nos segundos 40 minutos, e os russos teriam regressado a casa de orelha murcha.
E se os espanhóis continuarem assim, então Portugal não pode deixar de vencer a Bélgica, para assegurar que se mantém na Divisão 1A do Europeu das Nações.
Apesar da derrota, aposto que a cerveja vai correr farta pelas gargantas dos rugbistas espanhóis, naturalmente satisfeitos com o que viram naquele segundo tempo...
Em Tbilisi a Geórgia venceu sem dificuldades, por 35-0, uma equipa belga que diz que não viajou com o melhor XV para poupar jogadores para o encontro com a Espanha.
Marcando seis ensaios, os georgianos registaram o bónus de ataque, isolando-se no comando da tabela com mais um ponto que a Roménia.
Veja a tabela classificativa provisória:
No próximo sábado, 8 de Fevereiro, realiza-se a segunda jornada da prova, com os jogos:
PORTUGAL - GEÓRGIA
RÚSSIA - ROMÉNIA
ESPANHA - BÉLGICA
10 comentários:
Alguém sabe onde pode-se acompanhar os jogos de Portugal via internet neste torneio?
Já há no youtube o jogo contra a Romênia?
Boa noite.
Este jogo (tal como toda esta campanha para o Mundial de 2015) são sinais mais do que evidentes de que é preciso alterar o rumo das coisas no rugby nacional. Já está mais do que visto, pois os resultados falam por si, que a aposta em Portugal tem de ir para o rugby de sete e não para o de quinze, pois vejamos:
- os resultados em sevens são clara e indiscutivelmente melhores;
- é uma vertente mais "imprevisível", onde as equipas menos boas têm uma probabilidade muito maior de ganhar às melhores, isto comparando com o rugby de XV;
- estamos muito mais talhados para jogar rugby de sete pelas próprias características do jogo, fomos uns dos pioneiros desta vertente na Europa, tornámos-nos uma equipa de referência no nosso continente!;
- a partir deste ano o último desce, e nós não estamos assim tão à vontade, temos de lutar e muito por isso;
- e, obviamente, o rugby de sete vai ser desporto olímpico a partir de 2016. O financiamento nas modalidades olímpicas é superior, para além da sua expressão ser muito maior (o que pode trazer mais praticantes para a modalidade) e claro, é o maior evento desportivo do mundo...
Agora que o mundial de 2015 é autenticamente uma miragem, creio que está na altura de reformular estratégias e apontar baterias para os sevens.
Depois do que aconteceu em Las Vegas, que foi mau de mais para ser verdade (os jogadores foram os menos culpados), há que aprender com os erros e levantar cabeça, acreditar no nosso valor e nos nossos jogadores, que são capazes de nos dar grandes jogos e grandes momentos!
A selecção de VII tem de ter os melhores! Temos de nos manter no circuito internacional, pois este é o nosso campeonato! E claro, 2016 está já aí à porta e eu acredito piamente que temos mais do que valor para lá estar!
Força linces!!! Força Portugal!
Agora é preciso ser realista e lutar para garantir a permanência (os belgas pouparam alguns dos seus melhores jogadores, não os pondo a jogar contra a Geórgia e a Espanha este ano está mais forte).
Entretanto, começar a repensar tudo.
a apostar nos sevens esta a federação há 10 anos...
e apesar de já termos tido bons resultados... já não somos a potência que fomos.
em XV ... a historia e completamente outra....
pipoca ficou em Monsanto...e que jeito teria dado na romenia..
O Pipica e um dos melhores jogadores do Seven, no so em Portugal mas tambem em europa.
Ela devia se concentrar no Seven e dechar o XV.
Porque temos muitos jovems a espera do lugar no XV.
Temos que mudar o paradigma, mudar mentalidades, e isso tem que ser feito já, top-down. Por menos que estes resultados vi treinadores a sairem, estamos á espera de quê??
Só um Tomás, um Henrique, um José..podem dar a volta aos assuntos, estamos a inventar porquê?
Anónimo das 03:13 se a federação estivesse realmente a apostar como deve ser no rugby de 7, não teríamos levado a equipa que levámos a Las Vegas!
Por muito respeito que eu tenha por aqueles jogadores que, repito, foram os menos culpados daquele descalabro, há que admitir que o grupo devia ter sido elaborado de outra maneira.
O Pedro Leal, Carl Murray, Pedro Avila, Miguel Lucas, o Bettencourt, Frederico Oliveira, entre outros, são jogadores fundamentais na manobra da equipa de sevens e um grande acréscimo de qualidade e experiência!
Só assim nos podemos bater com os melhores e lutar pelo nosso lugar, que é a elite.
É verdade que podemos já não ser a potência que fomos, mas era óbvio que a competitividade iria aumentar quando esta vertente foi anunciada como desporto olímpico. A aposta de outras nações também está a ser mais forte, e por isso mesmo nós temos de continuar também a nossa aposta pois independentemente de tudo somos uma excelente equipa de sevens!
Claro que não somos a NZ nem as Fiji, mas no ano passado até conseguimos bater a África do Sul e a Inglaterra, duas equipas topo.
Se realmente houver uma aposta séria e concreta, temos qualidade para conseguir estar no top-12 indiscutivelmente. Não acho que a Escócia, Gales, Canadá e até a própria França sejam superiores a nós quando jogamos com os nossos melhores.
Mas, é óbvio que com uma equipa remendada e com uma exibição como a que tivemos em Las Vegas vamos continuar a penar, e muito, e permitir que os outros aumentem a distância para nós...
Para acabar, acho que seria de equacionar criar uma liga de XVII à parte da de XV, como muitas nações têm. Era meio caminho andado para diminuir esta esta "mistura" de jogadores que vão
ao XV ao XVII...
Força Portugal!!!!
Não sei se teve alguma influência na convocatória da selecção de VII, mas num pais onde o rugby é amador e os seus jogadores ou trabalham ou estudam, não deve ser fácil ter disponibilidade para se ausentarem duas semanas seguidas, para já não falar nas outras todas quando são convocados!
O mundial 2015 já foi! Desta equipa há a salientar negativamente a falta de poder fisico de todo o 15, o mau jogo da dupla de médios (não acrescentam mais valia), a falta de estratégia atacante das linhas atrasada (sempre em "after you"), o péssimo jogo ao pé (nº10 sempre em "kick off), defesa pouca agressiva (sempre em "before you"), trio trás mal posicionado (sempre em "wait and see").
Positivo: a capacidade técnica e fisica dos 2 centros (sempre mal aproveitados pelo nº10), 3ªlinha combativa (mas com dificuldade no "fight to fight").
Enfim, já todos conhecemos a maneira de jogar de Roménias, Geórgias, Russias,etc etc. e continuamos sem estratégia alguma para podermos "estragar" este tipo de jogo.
Esta malta dever ser toda super-dotada. Detesto pessoas que falam assim e não fazem melhor.
Apesar da vitória até gostei do jogo, mostrando uma evolução e um fio de jogo comparado com o desnorte do ano passado.
Temos finalmente um par de centros que joga. 2 perfurações, 1 para cada, a galgar metros e metros.
O 10 fez uns passos para o infinito mas não me parece que tenha comprometido mais que isso.
Aguilar a surpreender, fazendo a placagem e a parar o romeno que fugiu a várias placagens na jogada que antecedeu o ensaio.
Os "franceses" a não surpreenderem pela negativa como o ano passado. Gostei do Asa (beco).
Não vi grande coisa do Jaques :(
O Foro infelizmente não me parece ter nível de ponta internacional. Não há mais opções? Falhou algumas placagens e não cria perigo com bola. Penso que um ponta deverá fazer bem mais que correr, meter a bola de baixo do braço e a outra na frente.
Também não gostei do G. Uva que até chutava...
Eu gostei, penso que houve evolução e estamos a melhorar!
Uma coisa sei: melhor não faria!
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