28 de fevereiro de 2014

NO CARNAVAL DA TAPADA, O VENCEDOR VAI SAIR MASCARADO DE LÍDER *

* António Henriques
Em Sábado Gordo, eis que vamos ter direito uma jornada igualmente robusta e pujante de interesse e que antecede nova paragem, pois nos próximos dois fins-de-semana, marcados pelos vitais jogos de Portugal com a Rússia (Sochi) e Espanha (Lisboa), o campeonato entra de novo em ponto-morto, para regressar só a 22 de Março, quando Tóquio recebe o circo dos sevens.

Esta 15.ª jornada engloba duelos entre equipas dos grupos A e grupo B, e o apetitoso menu contém o aguardado embate entre os dois primeiros da classificação com Agronomia a ser anfitriã do Técnico, sendo para mais a única formação que conseguiu vergar os lideres da DH até aqui.


Mas também em Leça da Palmeira, CDUP e Cascais se enfrentam num jogo vital para as aspirações das duas equipas com vista a uma eventual presença no play-off do título. O ambiente tem andado quente nas hostes portuenses, mas promete aquecer ainda mais a partir das 19.00 de amanhã…

Eis o programa completo da ronda, toda a disputar na tarde de sábado.


DIREITO-ACADÉMICA (Monsanto, 14.00)
Os clássicos encontros entre advogados e pretos, pelo menos nas últimas épocas, têm constituído, de todos os duelos possíveis da DH, aqueles que mais ensaios produzem de parte a parte, costumando ser sinónimo de espetáculos emocionantes e entretidos de seguir para os espetadores.
Então na época passada, na derradeira jornada da fase regular, os dois quinzes abusaram mesmo, com os homens de Coimbra a chegarem, verem e saírem vencedores por 38-33, com cinco ensaios para cada lado, na única vez na prova em que uma equipa fez uma mão cheia de ensaios… e perdeu.
Direito já poderá fazer apelo a muitos dos internacionais que têm primado pela ausência devido às seleções, e se ainda se conseguirem lembrar de como é jogar râguebi juntos, com tanta gente que já não se vê há um ror de tempo num relvado – vai haver por ali jogadores que se vão abraçar a meio do jogo em forma de saudação: olá, e já nem me lembro bem do teu nome, tu por aqui hoje? – isso só podem ser más notícias para a Académica. 
Mas, mais uma vez, palpita-me que os pretos não vão sair de Monsanto sem molhar o bico, ai isso não…



AGRONOMIA-TÉCNICO (Tapada, 15.00)
Encontros entre os dois primeiros da classificação na Tapada tendo o quinze da casa como contendor, são norma nos últimos anos. 
A novidade é que, cinco meses após o arranque da temporada, do outro lado vai estar um convidado nada habitual, o Técnico, que após várias épocas de “vã e vil tristeza” – não esqueçamos que em 2012 só não desceu de divisão devido a um milagroso alargamento… – vem mostrando um insuspeito vigor, tendo batido todas as equipa da DH, exceto – aí está – Agronomia, que na 1.ª volta foi às Olaias vencer por 25-16, roubando o ponto de bónus defensivo aos engenheiros já perto do final.
Frente a frente vão estar duas equipas como que em contraciclo. 
Depois de anos seguidos a viver com estrangeiros de grande nível e que deixaram marca na Tapada e no râguebi português, como Conrad Stickling, Juan Severino, Henry van den Bergh, Jacques le Roux, Joe Gardener (vindo das Olaias), Michael Lubbe (ou um armário estilo Luís XIV, sul-africano, de que não me recordo agora o nome…), os agrónomos, em tempo de vacas magras, estão reduzidos a dois: o excelente Marthinus Hoffman (sim, eu sei que é sul-africano, vocês não deixam passar um lapso…) e o centro Thomas Azar.
Já nas Olaias, o tempo parece ser de vacas um pouco mais rechonchudas, e mesmo depois das partidas de Gardener e van Lieshout, ainda resta o trio Egelmmer, Reidy e Hency, que vão pintando a manta por esses relvados do país.
É claro que ambos têm beneficiado esta época, relativamente à principal concorrência, do facto de terem poucos elementos envolvidos nas seleções, pois do lado de Agronomia apenas Fernando Almeida (e, a espaços, António Duarte, Murteira e Covas) tem envergado a camisola de Portugal ou dos Lusitanos, e no Técnico só o pilar Bruno Rocha (e como vem crescendo…) – para lá de Aquino, António Marques e Bernardo Baptista nos sevens – tem estado de fora.
Contudo, apesar da nítida melhoria dos engenheiros – poucas equipas estão a defender daquela forma… –, parece-nos que a formação de Murray Cox (onde o melhor marcador da DH Francisco Serra e João Paulo Lopes, vindos de Coimbra, se integraram a contento) é mais homogénea e ainda está uns bons furos acima, pelo que considero ser a favorita. 
Naquele que será o seu maior teste até aqui, caberá agora à equipa-surpresa da época se encarregar de tentar surpreender uma vez mais. 
E sabe que nada tem a perder.
Em termos carnavalescos é óbvio que o vencedor vai sair mascarado de líder. 
Mas que ninguém embandeire em arco, pois apesar de ficarem a faltar disputar apenas cinco jornadas, ainda haverá jogos bem complicados pela frente para todas as equipas. 
O desfile a sério ainda nem sequer começou a formar-se no sambódromo do título, e a Rádio Mestre participa da festa, entrevistando Pedro Lucas, vice presidente do Técnico responsável pelo reavivar do rugby dos engenheiros, e também Luis Pissarra, director técnico de Agronomia que esteve também na base das alterações porque passaram os agrónomos.
Oiça as entrevistas aqui
2014.02.28
Entrevista com Pedro Lucas e Luis Pissarra





CDUL-MONTEMOR (EU Lisboa, 5.00)
O regresso da meia dúzia de internacionais universitários vai afastar ainda mais duas equipas do mesmo campeonato, mas ‘de outro campeonato’ (if you know what I mean…). 
Na 1.ª volta, o CDUL foi à Frigideira fritar sem compaixão o quinze alentejano, por oito ensaios a zero.
Sábado não será certamente pior para as contas dos vice-campeões nacionais num jogo que até poderá permitir ao novel Lobo, Tomás Noronha, acrescentar algum ensaio aos 12 que já obteve na DH, distanciando-se na liderança dos marcadores de ensaios.


BELENENSES-CRAV (Campo n.º 2 Jamor, 15.00)
A equipa do Restelo recebe o CRAV desta vez no sintético do Jamor, numa partida que deve constituir mais uma etapa no caminho ‘de menos a mais’ que os azuis parecem estar a trilhar nesta temporada. 
A equipa começou titubeante, por mor das muitas partidas e lesões de peças importantes, o que originou que já se encontre muito distante dos quatro primeiros lugares (são 13 pontos para o rival que a antecede, o CDUL), mas melhora a olhos vistos e aponta todas as baterias para os jogos de mata-mata que tudo vão decidir.
Ou seja, todos já percebemos que há que ter em conta os homens de Francisco Borges e ninguém acredita que, em Sábado Gordo, o Belém surja mascarado de hesitante ‘não candidato’.



CDUP-CASCAIS (Leça da Palmeira, 19.00)
A jornada encerra com uma partida não só interessante como muito importante para as contas finais da DH, pois está em jogo um lugar no play-off do título. 
A equipa da Linha está, de momento, na última posição para o apuramento, mas com apenas quatro pontos de vantagem sobre os portuenses (e já agora também sobre a Académica, basto interessada no desfecho), pelo que um triunfo caseiro pode alterar o ordenamento, complicar os cálculos… e tornar a batalha final ainda mais aliciante.
O CDUP vai com três triunfos consecutivos sobre o Cascais, mas de momento mais do que a qualidade dos plantéis ou o rugby capaz de produzirem, parece-nos que a diferença entre as equipas poderá estar na confiança dos atletas e no ambiente que as rodeia. 
Ora face aos últimos desenvolvimentos, nesse departamento o Dramático de Cascais está bem mais consistente, tranquilo e crente nas suas possibilidades. 
O que, nesta altura decisiva da temporada, pode valer um euro-milhões…

4 comentários:

Anónimo disse...

Kane HANCY, não Hency

Anónimo disse...

O tecnico vai acabar a fase regular em 3 ou 4. Querem apostar ?

Anónimo disse...

Não precisamos apostar, é certinho!!!

Anónimo disse...

TÉCNICO ÉS ENORMEEEEEE