17 de fevereiro de 2013

TAÇA JÁ TEM FINALISTAS

Decorreram sem surpresa as meias finais da Taça de Portugal que se realizaram ontem, com CDUL e Agronomia a assegurarem a sua presença na final que decorrerá dentro de duas semanas.

Nas Olaias o Técnico ofereceu boa resistência aos campeões nacionais, mas em Montemor subiram à tona da água as enormes diferenças entre a Primeirona e o grupo da frente da Divisão de Honra.

MONTEMOR 3 - 76 AGRONOMIA
Jogo sem história, inteiramente dominado pelos agrónomos que fizeram valer a sua maior experiência e capacidade, e deixaram bem marcada a enorme diferença que existe entre os primeiros da Divisão de Honra e os melhores da Primeirona.

Este resultado pode levantar algumas questões e o Mão de Mestre não quer deixar de contribuir para a discussão, para o que aproveita a ocasião.

Algumas vozes se levantaram, criticando o fato do Montemor ter chegado a este ponto da prova sem ter defrontado nenhuma equipa da divisão principal, mas a verdade é que essa é a própria essência duma Taça, como sempre a conhecemos - não contamos neste conhecimento algumas experiências que se fizeram, mas que morreram por si só - e que permite aos mais fracos desafiarem os mais fortes, em dependência do resultado do sorteio para acasalamento das equipas nas eliminatórias, mesmo que isso possa resultar em números tão desiquilibrados como os deste encontro.
É uma oportunidade única, que deve ser encarada como uma festa e um momento de contato entre níveis obviamente distintos do nosso rugby, e do qual até pode sair uma surpresa! Raramente sai, mas pode sair, e só essa possibilidade justifica este modelo!

Quanto à diferença manifestada, ela não constitui qualquer surpresa - a surpresa seria o contrário! - e apenas serve para que olhemos com mais cuidado para a Primeirona, por forma a que as equipas que sobem para a Honra se possam integrar com maior facilidade.

Um dos primeiros cuidados, já o dissemos, deveria passar pelo alargamento da 1ª Divisão para 10 equipas, ficando em pé de igualdade com a Divisão de Honra, e obrigando os seus integrantes a uma tarefa de maior dificuldade e exigências.

Reparem o que está a acontecer com a Segundona, na zona Sul/Lisboa, em que decorridos dois terços da prova, cinco dos oito candidatos continuam na luta por um dos dois lugares da classificação, sem cederem um único milímetro. E isto só pode trazer benefícios para o nosso rugby.

É urgente elevar o nível da Primeirona, e isso só se vai conseguir com o aumento do número das suas equipas, com o aumento do número de jogos, realizados com grandes exigências de rigor administrativo e com a participação permanente de equipas completas de arbitragem.

Ou seja, sem entrar nos detalhes, a Primeirona tem que ser credibilizada com o cumprimento com tolerância zero dos regulamentos, e com o respeito federativo que a Divisão de Honra já merece, ou deveria merecer.

Uma última reflexão para referir que deve ser encontrada uma forma de promover jogos - fora da Taça e dos Campeonatos - entre as melhores da Primeirona e as piores da Divisão de Honra, para que as equipas possam aferir da sua verdadeira posição na hierarquia nacional, e não sejam surpreendidas com resultados como o de hoje.

TÉCNICO 13 - 40 CDUL
O jogo foi mais equilibrado do que os números finais podem fazer acreditar, já que foi apenas nos últimos 15 minutos que os universitários conseguiram dilatar o marcador, depois dos 20-10 do intervalo, e do bom início de segunda parte dos engenheiros, que dominaram, mas não marcaram...

O CDUL assegurou assim a presença na final onde vai defrontar a Agronomia, na terceira finals entre as duas equipas, que se encontraram em 1968 com vitória do CDUL por 33-3, e em 2010, com vitória de Agronomia por 23-16, ficando assim em aberto um acertar de contas que pode sorrir a qualquer uma das finalistas de agora.

Recorde-se que os universitários já disputaram 15 finais, tendo vencido em seis ocasiões, e que os agrónomos já disputaram 13 finais, com a vitória em nove delas.

Fotos: António Simões dos Santos

19 comentários:

Anónimo disse...

"....do bom início de segunda parte dos engenheiros, que dominaram, mas não marcaram..."

Errado ! O Técnico chegou aos 13-20 e foi a partir daí que o CDUL, após uma falha ofensiva do Técnico que podia ter levado ao ensaio, reagiu para dilatar, então sim, o marcador

Anónimo disse...

Continua abismal a diferença entre divisão de honra e primeirona. Que tal uma divisão intermédia e tornar a 1a em 2a e a 2a em terceira ?

Anónimo disse...

A realidade é que equipas como o Benfica, o CRAV ou o Cascais estão a mais na divisão de honra, da mesma forma que qualquer uma das equipas candidata a ganhar o título na Primeirona (Montemor, Évora, Lousã ou Setúbal) não tem capacidade para ocupar um lugar nessa divisão. Quem acompanhou os campeonatos dos últimos anos da primeirona viu uma competição equilibrada com jogos de qualidade com incerteza do vencedor até final.
O aumento de equipas na divisão de honra só veio prejudicar a primeira divisão.

Anónimo disse...

O segredo do jogo do cdul tecnico foi a enorme capacidade defensiva do cdul.
O tecnico entrou muito bem na segunda parte e o cdul estava a atacar muito mal mas a defesa do cdul esteve mais uma vez imparavel

Anónimo disse...

concordo que o alargamento da honra deu cabo da primeirona. a primeirona hoje em dia não tem o minimo de competitividade, apenas os jogos entre os 3 primeiros dão para ter algum ritmo.
Como é que se pode esperar que por exemplo o Montemor faça frente a uma Agronomia quando na semana antes deu 100-0 ao Loulé num jogo onde foi só correr e marcar e nem houve um minimo de defesa para treinar.
Se por um lado acho que todas as equipas que estão na honra merecem lá estar e já o provaram este ano(talvez o Benfica esteja a mais neste momento) a realidade é que a primeirona ficou uma divisão fraquissima onde estão os 3 primeiros e as restantes que lá estão têm um nível de segunda divisão(pelo menos por enquanto).

Anónimo disse...

Acho que este modelo se adequa muito bem as necessidades e à realidade do rugby nacional. É preciso ver como o Arcos, o Tecnico e o Cascais progrediram. O Benfica por razões que se conhecem continua a desiludir. A primeira divisao é naturalmente uma segunda divisao.Claro que o Montemor, o Évora ou o Setúbal não têm qualquer hipótese de ganhar ás melhores equipas nacionais, mas talvez possam bater-se com o actual Benfica.Parece-me bem. Mas quem acha que há alternativas melhores sugiram à FPR

Anónimo disse...

Caro Mestre não concordo em nada consigo. A verdade é que existem poucos clubes em Portugal e a Piramide não pode ser invertida (muitos clubes nas divisões superiores e poucos nas inferiores). Veja-se tambem a diferença que existe entre o Benfica ou o CRAV ou o Cascais e as equipas de topo. Por sua vez existe uma diferença enorme entre o Montemor, o Evora e o Lousã e as restantes equipas da primeira. Veja-se igualmente a diferença entre as equipas da Segunda que subiram á primeira e as restantes. Trazer maior competetividade é ter oito equipas na Honra, oito equipas na Primeira. Assim existiriam cinco equipas na primeira com qualidade identica e a competição seria maior. Aumentar o numero de clubes sem que a qualidade seja superior nao vai dar em nada, Pensem só nisto se o Montemor dá 100 ao Loulè e leva 70 de Agronomia, qual a vantagem de aumentar o numero de clubes na primeira?

José Silva disse...

Parece-me que o aumento de competitividade e de qualidade de uma divisão, através do alargamento, não acontece de imediato. Ainda só este ano se aumento a DH e a primeira ficou também com diferenças e já vêm tirar conclusões... é o mesmo com os sevens e com a seleção! há que ter paciência.
Parece-me que o modelo da DH trouxe jogos interessantes e tirando o Benfica, acho que as outras equipas tirarão todas os proveitos. O Cascais tem efectuado um bom trabalho e irá subir. O CDUP idem. O CRAV idem. O Técnico regressou.

Na primeira ficaram algumas diferenças mas tirando o Santarém que baixou uns furos, o Setubal parece ter recuperado de um ano menos bom. O Caldas elevou sem dúvida o seu nível. O Loulé e a Agrária certamente elevarão o seu nível no próximo ano. E se aumentarem para 10 as equipas da primeira, há clubes bem posicionados para realizarem um bom trabalho como Belas, Moita, Sporting e S.Miguel - que têm escolas.

As equipas soubem, talvez levem um balde de agua fria, mas no ano seguinte já começam a época sabendo o que contam, treinando mais (fisicamente) e preparando melhor táctica e tecnicamente os seus jogadores. Além dos jogadores saberem que têm de fazer mais. Acho que o Caldas é um claro exemplo disto, tendo dificuldades na 1ª época na 1ª e este ano já tem feito melhores jogos.

Talvez pensar nas lenguilhas para saber se as equipas sobem e descem ou se mantêm. Por ex, Benfica vs Montemor/Evora. Ou vencedor da 2ª vs ultimo da 1ª...

Anónimo disse...

Concordo com o comentário das 22h51.
Realmente não faz sentido 10 DH e 8 1ª Divisão. A fórmula encontrada para a DH foi correcta, permitindo que os clubes mais fracos joguem com os mais fortes em tempos de selecção, mas isso desvirtua a igualdade entre os clubes que fornecem jogadores à selecção e o que não fornecem. Para já este ano a coisa até tem corrido bem, mas não sei até quando alguns clubes aceitam essa situação. A Nivel de DH conclui-se que o aumento não correu mal. Mas a nivel de 1ª divisão a coisa já é quase catastrófica. Um campeonato sem qualquer interesse, com 3 clubes a fazerem figura de corpo presente e com os 2 que subiram a levarem algumas derrotas pesadas. Estes clubes que subiram acabaram por fazer falta a uma 2ª divisão, que poderia ter uma fase de apuramento mais competitiva e uma final muito interessante. Só os clubes da zona sul é que se andam a divertir. Os outros, mais uns tempos e farão parte dos torneios de emergentes.

Anónimo disse...

Arcos, Tecnico e Cascais progrediram??? O Técnico deu a volta por cima, como qualquer clube português dum ano para o outro pode dar, seja o Évora, Montemor, Cascais, Lousã, etc.
O Cascais tem nivel de 1ª e estaria muito melhor a competir com os da primeira. Valorizaria estes e valorizaria-se muito mais.
Os Arcos parece que foram os que mais beneficiaram com a nova formula da DH, pois conseguiram jogos bem interessantes com o CDUL Belem e Direito.
No fundo o que acabou de acontecer nesta época foi o empobrecimento dum grupo de clubes (1ª divisão) que estava a crescer sustentadamente e que em meia dúzia de meses fazem jogos que mais parecem de solteiros e casados. Talvez isto também tenha a ver com a formula de disputa da fase de apuramento em que a classificação dos 2 grupos em nada conta para a fase final. Ou seja, o campeonato começa na fase final e resume-se a 6 jornadas. Tudo o resto até esta data faz lembrar um simples torneio de Abertura que deu para as equipas se irem preparando.
Se aumentarem a 1ª divisão para 10 então dão cabo do pouco que há.


Anónimo disse...

ninguém comenta o massacre que o CDUL em sub 21 deu ao Direito? Passam a vida a dar bocas sobre a formação do Direito e que são os maiores e depois encaixam 50 pontos do CDUL, CDUL que teve que utilizar alguns dos jogadores sub 21 nos seniores enquanto que o Direito estava na máxima força.

Anónimo disse...

Massacre? Foi um bom jogo e o CDUl mereceu ganhar, mas massacre? O adepto do cdul das 15h13 tem de aprender a ganhar.

E com isto não tiro qualquer mérito ao CDUl que foi claramente a melhor equipa.

Parabéns aos jogadores e equipa técnica do CDUL pelo excelente trabalho que estão a realizar.

Abraço de um adepto do direito

Anónimo disse...

Sobre a organização das competições penso claramente estamos a baixar o nível e qualidade delas, senão vejamos

Divisão de honra: aumentamos o nº de equipas para 10. Para tal criou-se figurino de disputa bastante bem pensado, colocando as equipas mais fortes a jogar com as mais fracas quando estão mais fracas. O que estamos a fazer... nivelar por baixo. Mesmo assim e a procurar minimizar as diferenças (puxando para baixo os mais fortes), já houve resultados de mais de 100 pontos na honra (ok, ok... o benfica não deve entrar nesta contabilidade), e houve bastantes acima dos 50 pontos (estou a lembrar dos jogos do cdul contra CRAV, CASCAIS, ACADÉMICA, etc....

1ª divisão - Mantiveram-se as 8 equipas, mas 2 das equipas de elevavam o nível de competitividade desta prova foram promovidas às honra e com isso promoveu-se também as melhores equipas da segundona para esta prova. Conclusão, os 3 primeiro fazem um campeonato à parte (qualquer dia nesta competição tb terá de haver sorteio condicionado das jornadas de forma a permitir nivelar por baixo), e não têm equipas para competir de igual para igual o que vai cavar o fosso entre eles e as piores equipas da honra. Os resultados do Montemor contra o Loulé e contra a Agronomia são um grande exemplo disso. Como se pode preparar uma equipa da 1ª divisão para jogar com uma da honra se apenas faz 4 jogos relamente competitivos de outubro a Março???? NOTA - Também nesta divisão há muitos resultados cuja diferença é acima dos 50 pontos.

2ª Divisão - Realmente o campeonato da zona Sul está a ser bem disputado com bastante equilíbrio entre quase todas as equipas. O facto de serem só quase equipas de zona da Grande Lisboa permite realmente que se faça um campeonato com um nº alargado de equipas (parabéns ao Elvas que estando muito longe se tem mantido em actividade).

Já na zona Norte e na zona centro a dispersão geográfica, e as consequentes implicações disso, levaram a que o figurino de disputa fosse o dos anos anteriores (fase regional e depois fase inter-regional). A fase final irá permitir verificar se realmente as equipas do Norte e do Centro foram prejudicadas em relação às do sul por causa do figurino competitivo. Vamos esperar para ver.

Anónimo disse...

Massacre nos mabecos de monsanto!

Anónimo disse...

Boa noite!

O Montemor não consegue um resultado melhor contra a Agronomia por uma simples razão. A primeirona é um autentico passeio para a equipa alentejana. Concluindo assim que só O Évora e a Lousa criam um bom espectáculo de rugby jogos muito competitivos. O Resto das equipas levam grandes cabazes... deveria ser revisto os moldes do campeonato. Sou a favor das duas primeiras equipas subiram de divisão

miguel rodrigues disse...

Subscrevo o comentário do adepto do Direito, relativamente a saber ganhar.
A derrota de sábado não tira qualquer mérito às excelentes escolas de Monsanto, mau dias dias todas as equipas têm e o CDUL já teve vários em Monsanto.
Obviamente que foi uma grande vitória obtida em condições muito complicadas, mas há que saber ganhar e respeitar os adversários.

Anónimo disse...

em relação aos sub21, o jogo GDD-CDUL esteve por 7 pontos até bem perto do final e depois, 2 ensaios tardios deram alguma margem ao resultado. O estranho, é a equipa do GDD levar 11 convocados e o CDUL, 2, à selecção de sub20... Isso sim. Mas enfim, os treinadores nacionais de sub20 continuam a não ver os jogos e dá nisto como sempre.

Anónimo disse...

Em 1º lugar não há dúvida nenhuma sobre a grande qualidade da formação do GDD, como de outros clubes também.

Depois, e como diz e muito bem o Miguel Rodrigues e CDUL e todas as outras equipas já perderam e bem em Monsanto, e em qualquer outro campo em Portugal. Ninguém ganha sempre.

Por último e mais importante, o desporto e principalmente no rugby há que saber perder e ganhar. E ninguém ganha nada sem antes ter perdido, portanto os comentários atrás escritos por adeptos do CDUL em nada dignificam o rugby, e acima de tudo o CDUL.

Não é essa a postura do CDUL e do Rugby. E é pena que haja pessoas que ainda não tenham percebido isso, ainda mais a escreverem como anónimos ...

Lourenço F. Thomaz

Anónimo disse...

E a propósito do Técnico CDUL, centrando o debate neste jogo, que está na base do post no MdM:

Diria que foi um bom jogo de rugby entre duas equipas ainda com grandes diferenças e pretensões: o CDUL, com o melhor plantel nacional, o melhor fio de jogo, no presente a melhor equipa nacional. O Técnico, muito acima do ano passado, fruto dos bons reforços que encontrou.

O que se viu foi um CDUL controlador, sempre por cima no marcador, mas que encontrou forte oposição e acabou por sofrer (e saber sofrer, com boa defesa) na segunda parte, onde uns bons 25 minutos foram jogados no seu meio campo.Depois, com o seu killer instinct sobre matar o jogo com 3 ensaios nos últimos 10-15 minutos!

O Técnico deu tudo o que tinha, manteve-se no resultado durante muito tempo, mas ainda não tem equipa para sonhar mais alto. Grande atitude, boas jogadas ofensivas, mas muitos erros a defender!