4 de fevereiro de 2013

INÍCIO ÉPICO DO SEIS NAÇÕES *

O melhor torneio de seleções do hemisfério norte começou no Sábado. O País de Gales defende o Grand Slam e a Escócia procura entregar a "prestigiada" colher de pau.

No Millennium Stadium em Cardiff deu-se o pontapé de saída para o torneio com Gales a receber a Irlanda.

PAÍS DE GALES 22-30 IRLANDA
A Irlanda aproveitou bem os erros dos galeses e O'Driscoll não se afetou com a perda do posto de capitão para Heaslip, e foi o dínamo que a sua equipa precisava para vencer o País de Gales.
Simon Zebo que promete ser um dos destaques deste torneio ensaiou logo aos 10 minutos e esteve novamente em destaque no ensaio do pilar Healy 14 minutos depois, o talonador irlandês pressionou o abertura galês e impediu o pontapé de Biggar, garantiu a posse de bola e na jogada Zebo demonstrou qualidades futebolísticas ao dominar a bola com o calcanhar, mais à frente num pick-and-go o formação Mike Phillips não conseguiu parar o pilar irlandês a caminho do ensaio.
A primeira parte terminava com uma penalidade de Sexton, numa tarde imaculada, a pôr o resultado em 3-23 ao intervalo.
As palavras do treinador galês deverão ter sido fortes no balneário, a sua equipa voltou com maior vontade de disputar o jogo mas um excelente O'Driscoll decidiu intrometer-se na luta normalmente reservada aos avançados e saiu de um ruck para colocar a bola na área de validação logo aos 43 minutos.
Desespero para os galeses.
Cinco minutos depois viria a tardia resposta de Gales, o abertura Biggar ataca a defesa atraindo os adversários e com um passe sublime encontra o ponta Cuthbert que colocou a bola na área de ensaio.
O orgulho ferido levou os galeses a esforço extra e os seus 3/4 combinaram bem para Halfpenny ensaiar 15-30 com 20 minutos para jogar.
Rory Best, já estava no descanso por 10 minutos por falta no breakdown e o formação Connor Murray garantia também 10 minutos no lugar mais caro do estádio.
A Irlanda bateu-se contra a pressão galesa com 14 homens durante 20 minutos e aguentou até aos 75 minutos quando o gigante pilar suplente Craig Mitchel concluiu várias fases com um ensaio para o 22-30 final.
Excelente recuperação dos galeses, dados como mortos ao intervalo, embalados por Halfpenny que joga sempre bem mesmo que a sua equipa perca, mas insuficiente para um rejuvenescido O'Driscoll e Best a comandar a partir da avançada.

INGLATERRA 38-18 ESCÓCIA
Em Twickenham a Inglaterra venceu a Calcutta Cup frente aos velhos rivais escoceses.
A Inglaterra até agora vivia muito da vitória frente à Nova Zelância, frente à Escócia o jogo mostrou uma Inglaterra excelente com a bola na mão recorrendo ao excelente pontapé de Farrel quando necessário.
Os 3/4 da Escócia foram capazes de meter os ingleses em sentido mas faltou imaginação no ataque, tirando o excelente Stuart Hogg.
No meio campo de Inglaterra Tuilagi não recuperou de lesão mas (felizmente?) deu o seu lugar a Twelvetrees que se estreou por Inglaterra após boas épocas pelos Tigers e a afirmação do seu talento pelo Gloucester este ano.
A avançada inglesa dominou os adversários e deu o mote para uma boa vitória. Mas foi Sean Maitland logo aos 5 minutos a garantir o primeiro ensaio do jogo, ensaio bem imaginado por Hogg, não enjeitou na estreia os cinco pontinhos.
Chris Ashton respondeu aos 30' por entre dois placadores a encontrar a toque de meta.
Farrel punha pressão nos escoceses com penalidades e ao intervalo 19-11 dava a justa vantagem aos ingleses.
A segunda parte premiava Twelvetrees, uma excelente estreia, logo aos 42 minutos a ensaiar, depois do segunda linha Launchbury já ter visto um ensaio anulado.
A pressão inglesa, embalada pelo Swing Low Sweet Chariot brindava os adeptos com um ensaio, outro segunda linha Parling, após excelente passe do formação Farrel (dias difíceis para Flood).
A Escócia ainda deu um ar da sua graça, um ensaio a partir dos seus 22 com vários jogares envolvidos até Maitland pontapear rasteiro e o defesa Hogg, mais rápido que Flood, ir buscar a oval e colocá-la no ensaio para o final 38-18.
Farrel homem do jogo com 7 em 8 pontapés, e destaque para Hogg na Escócia e as estreias de Twelvetrees e Maitland com um ensaio cada um. 

ITÁLIA 23-18 FRANÇA
No Domingo, em Itália a recepção aos franceses era recebida com entusiasmo depois da vitória do ano passado.
Este ano o Olímpico transformou-se no Coliseu e os jogadores italianos em autênticos gladiadores!
É histórico o problema dos italianos em haver alguém que consiga pontapear com eficácia, a pressão dos avançados italianos, que não devem nada às outras nações, e também um abertura que pegue no jogo e exija linhas de corrida e bom jogo dos seus 3/4.
Ora nessa equação entrou hoje Luciano Orquera que joga no Brive, em França.
E que começo jogo para Orquera, aos cinco minutos orquestra bem o ensaio para o inevitável Sergio Parisse, o abertura encontra um espaço entre Mas e Maestri e mais rápido que os dois avançados corre para encontrar o seu capitão que corre isolado para o ensaio, Orquera converte.
Feridos os franceses jogam várias fases no 22 italiano e o outro conceituado nº 8 Louis Picamoles arrasta Parisse que em desespero não evita o ensaio francês.
Michalak não converte e Orquera põe mais uma farpa nos franceses com um drop fantástico aos 14 minutos e uma penalidade aos 17.
A França mostra os músculos e após dois off loads deliciosos o ponta Benjamim Fall recebe e só pára nos postes italianos com Michalak a não falhar desta vez, ao intervalo 13-15 e o jogo bem aberto.
Na segunda parte o inferno do Olímpico foi muito forte e Giazzon e Cittadini, frescos do banco, carregaram bolas até Orquera já perto da linha de ensaio conseguir libertar um off load para o pilar Castrogiovanni ensaiar e colocar os italianos novamente na frente, 20-18 (Michalak já tinha adicionado uma penalidade).
Os franceses pressionaram a Itália mas com muita atrapalhação e Parra só viria a entrar depois dos 60 minutos para dar alguma rapidez ao jogo dos franceses.
Orquera dava o lugar a Kris Burton e o australiano, com muita classe viria executar mais um drop que os franceses não esperavam e do qual não recuperaram mais, 23-18.
Nos minutos finais o talonador suplente viu um amarelo já nos seus 22 e o capitão francês Dusatoir pediu formação ordenada.
Muita, muita pressão sobre os italianos que com 14 encontrou o 15º jogador no infernal Olímpico (terá faltado a Portugal?) e os franceses perderiam a bola pela linha lateral após defesa impecável dos italianos, 23-18 final.
Os Italianos parecem não ser já o saco de pancada do 6 Nações, prova é que não seguram a colher de pau e subjugaram a França.
Parisse, Castrogiovanni e um renovado Orquera foram os maestros da equipa e os franceses que entraram um pouco já com a vitóra no papo nunca conseguiram lidar bem com a pressão. 

Tabela do torneio:

SEGUNDAS EQUIPAS
O rugby das principais nações do hemisfério norte não ficou por aqui, os Saxons ingleses perderam frente à Escócia A, um ensaio madrugador do jovem ponta Ducan Taylor inspirou a sua equipa para contrariar as 3 penalidades de George Ford que já acertou a sua saída do Leicester.
O abertura escocês pontapeou mais 8 pontos para o 9-13 final de uma Escócia que sobreviveu à pressão final com apenas 13 jogadores em campo.

SUB-20
Os Sub-20 também disputam as 6 Nações: a Inglaterra bateu a Escócia por 15-6, inspirados pelo pilar Luke Cowan-Dickie que marcou um ensaio na segunda parte mas logo aos 29 minutos formou uma parceria com o outro pilar Kyle Sinclair para subjugar a melée adversária para um ensaio de penalidade.

Os jovens italianos sucumbiram frente aos franceses.
Baptiste Serin e Enzo Selponi (9 e 10) controlaram o jogo para os visitantes e Selponi com uma excelente simulação enganou a defesa para o único ensaio do jogo, final 6-13.

A Irlanda visitou Gales para sair derrotada por 2 pontos, o abertura Sam Davies marcou 12 pontos mas foram os pilares Nicky Smith e Nicky Thomas a dominar as fases estáticas e a proporcionarem boas bases atacantes para os seus 3/4, final 17-15.

FEMININO
No feminino também houve jogo de seleções: E outra surpresa com as gladiadoras a conseguirem, também, bater as francesas por 13-12, uma penalidade da abertura Shiavon nos momentos finais garantiu a vitória da sua equipa.

A Inglaterra, potência mundial do rugby feminino, destroçou a Escócia por 76-0 e 12 ensaios sem história.
Large, Chamberlain e Tuson ensaiaram por duas vezes com Reed a conseguir um ensaio e 8 comnversões.

Já no Domingo Gales recebeu e perdeu contra as irlandesas, um ensaio de Bourke aos 75' selou a vitória das celtas, final 10-12.

CHAMPIONSHIP
No Championship jogou-se o jogo em atraso do fim de semana passado, na 6a feira o Doncaster apenas conseguiu o bónus defensivo frente ao London Scottish e não sai do último lugar da tabela.
O homem do jogo James Love controlou bem o jogo e garantiu a vitória dos escoceses, final 9-14.
O Scottish parece tranquilo na segunda metade da tabela.

COVENTRY
O Coventry RFC jogou este fim de semana sem um dos seus melhores jogadores - Jacques Le Roux - mas ainda assim uma vitória com ponto de bónus embalada pelo abertura Hodgson com 14 pontos.
A vitória não foi fácil com o Tynedale a conseguir dois ensaios convertidos em 16 minutos colocando o Coventry na perseguição do resultado.
O Coventry sobe à sétima posição com 52 pontos e está a quatro pontos do quinto.

3 comentários:

Anónimo disse...

Ouvi, o comentador António Aguilar, a falar sobre os árbitros auxiliares que em Portugal, nao intervém .
Isto por causa duma jogada no Wales - Irland, onde o arbitro auxiliar, intervém mt bem.
Nao intervém porque o responsável pelos Árbitros, nao dão formação aos Árbitros
Mas no jogo Cascais - Direito o auxiliar varias vezes chamou o Arbitro, onde este perante o relate do auxiliar, deu vários amarelos.
Sr Presidente da FPR, os jogadores , os treinadores o Rugby evolui , mas também os árbitros tem de acompanhar.

Filipe Costa disse...

Uma correcção, Luciano Orquera já não joga no Brive desde 2011. Neste momento joga no Zebre.

Anónimo disse...

Ups! Sim tens razão Filipe! Obrigado

Mouro