9 de janeiro de 2013

O RUGBY QUE NÓS QUEREMOS

O rugby encontra-se ainda numa encruzilhada de contornos difíceis de definir, desde que o estatuto amador da modalidade se viu alterado com a introdução do profissionalismo, e com a convivência entre os dois códigos no mesmo tapete verde.

Até essa altura, jogar rugby, fazer parte da família dos amantes da modalidade, era quase uma religião, em que os principais mandamentos falavam de fair play, consideração, amizade e respeito.

Com a chegada do profissionalismo assumido temos visto que esse famoso espírito do rugby, a satisfação pelas terceiras partes, o respeito pelos adversários e pelos árbitros, tem sofrido profundas alterações, e jogar deixou de ser o mais importante, que agora passou a ser, em muitos casos, a vitória a qualquer custo.

E mesmo em países onde o rugby continua a estar num ghetto, onde os recursos financeiros não passam de alfinetes quando comparado com o que se passa nas grandes potências - hoje na Nova Zelândia, um jogador contratado pela Federação do país para se dedicar em exclusivo aos sevens, começa com um vencimento equivalente a cerca de 45 mil euros/ano, e prevê-se que esse valor duplique nos próximos tempos - e no esforço para não perder o comboio dentro de campo, perde-se o sentido daquilo que efetivamente nos move.

Somos e queremos continuar diferentes, queremos jogar e desfrutar da companhia dos amigos e beber umas cervejas no terceiro tempo, mas será isso compatível com a ambição de vencer semana a semana, mesmo que para isso seja necessário quebrar alguns dos tabús do fair play e do desportivismo...
Ou haverá ainda a possibilidade de encontrarmos um ponto de equilíbrio entre os dois códigos numa mesma modalidade?

Temos acompanhado com crescente preocupação os comentários que nos chegam sobre as arbitragens, os insultos aos árbitros, aos adversários, a todos e a mais algum, e achamos que é altura de começar a pôr um sério travão nestas questões, se não queremos correr o risco de nos tornarmos uma modalidade vencedora, praticada por um bando de mercenários sem respeito nem consideração por nada que não seja o dinheiro, e com uma assistência de vândalos e bandidos que tantas vezes, todos nós, criticámos ao assistir a jogos de futebol aqui ou ali.

Chegou a altura de dizermos claramente o que queremos do rugby, e o Mão de Mestre levanta hoje esta questão despoletada por uma comunicação de Paulo Laginha, presidente do Rugby Clube de Loulé, que deveria servir de exemplo e fonte de ponderação e comprometimento.

E o que Laginha diz, tem sido visto um pouco por todo o lado - no Universitário de Lisboa, no Sérgio Conceição, na Tapada, em Monsanto, em Évora, em Montemor, na Lousã ou no Estádio Nacional, apenas citando alguns daqueles onde eu próprio fui testemunha de comportamentos absolutamente condenáveis.

A palavra a Paulo Laginha, que gentilmente autorizou a sua reprodução nas nossas páginas.

Se há memória das que guardo do Algarve Sevens, em boa hora organizado no passado mês de Julho pela FPR no Estádio Algarve que, ainda hoje, me provoca algum pesar quando a evoco é a da monumental assobiadela que o público dedicou ao atleta espanhol que, na final contra a equipa portuguesa, se preparava para tentar a conversão do pontapé de transformação que poderia determinar o empate no marcador. É certo que, naquele momento, estava em risco a vitória da equipa das quinas e, também é verdade que a vitória sobre o vizinho é sempre a mais apetecível. Contudo, continuo a considerar que aquele não foi um bom momento de rugby, uma vez que o comportamento coletivo que aqui me refiro não faz jus aqueles que entendo constituírem os princípios da modalidade que pratiquei. 
Os fins não podem justificar os meios porque no rugby não se deve procurar vencer a qualquer custo.

Serve esta introdução para me conduzir ao assunto que aqui me traz – O comportamento dos adeptos. Do bom ao menos bom. 

Todos nós estamos conscientes da importância dos adeptos na vida dos clubes, designadamente dos clubes de rugby. 
Também todos sabemos que, para além do apoio que votam à sua equipa quando está em campo, ainda suportam grande parte das atividades dos clubes que, segundo penso, não serão, na maioria dos casos, muito diferentes do nosso, vivendo essencialmente do voluntariado dos seus apoiantes, enquanto colaboradores, pais e mesmo técnicos ou atletas.
Esse é um aspeto muito meritório da participação dos adeptos, atendendo à sua enorme relevância na vida dos clubes e que, pelo menos no caso particular do Rugby Clube de Loulé, nunca será demais reconhecer.

Porém, o comportamento dos adeptos durante o desenrolar dos encontros da sua equipa de eleição com as equipas adversárias, nem sempre se revela o mais adequado. 
A utilização de palavrões é recorrente, a par dos insultos aos atletas da equipa adversária e, principalmente, aos árbitros. 
Carapuço que, em minha opinião, também a nós, Rugby Clube de Loulé, deverá servir.

Ora este tipo de comportamento, para além de ter efeitos contraproducentes, é, em si mesmo, potencialmente perigoso porque o efeito de contágio ao grupo é indutor de atitudes mais exacerbadas do que aquelas que os participantes isoladamente adotam. 

Se, por um lado, o potencial de agressividade nestes grupos espontâneos é menor do que nas claques organizadas, por outro, a ausência de liderança pode conduzir a resultados igualmente graves, independentemente de existir confrontação física ou não.

Felizmente que, na grande maioria dos casos, esta não chega a despontar, porque as situações inversas resultam, quase sempre, em pesadas sanções para os clubes visitados, não só em termos pecuniários, mas também fruto da interdição do respetivo campo de jogos.

Ainda que não exista confrontação física, os efeitos negativos não deixarão de se revelar, desde logo porque o uso excessivo de palavrões, para além de não ser agradável de escutar, tende a fazer recuar alguns pais de potenciais atletas na sua opção pela modalidade. 
Os insultos aos atletas adversários também não têm cabimento no espírito da modalidade, uma vez que, como todos sabem, no final de cada partida de rugby, felicita-se a equipa vencedora e agradece-se o desempenho da equipa derrotada. 
É disso que trata a cerimónia do corredor. 

Por outro lado, os insultos e a pressão sobre o árbitro podem gerar a animosidade deste para com a equipa apoiada e, em situações de dúvida, a decidir favoravelmente à equipa mais exposta. 
Igualmente negativa é a desinquietação que é transmitida para dentro do campo, quebrando a concentração dos próprios atletas da equipa que se pretende apoiar, com claras consequências em termos do seu desempenho disciplinar e mesmo físico.

Por tudo isto, não me parecem subsistir dúvidas de que são os clubes os únicos e grandes prejudicados pelo mau comportamento dos seus adeptos, contudo, sem que tenham meios ao seu alcance para os controlar diretamente.

E, porque o Rugby Clube de Loulé não é imune a estes problemas, aproveito para aqui lançar o repto aos nossos estimados adeptos para que, no apoio às nossas equipas, sejam comedidos a extravasar as suas opiniões e não tomem atitudes que possam prejudicar o nosso clube.

Não estou a pedir que sejam menos bairristas do que o são. 
Bairrismo é, quanto a mim, a defesa dos nossos usos e valores, das nossas tradições e cultura, e não o apego insensato a comportamentos que impedem a evolução social dos indivíduos. 

Perante um qualquer encontro de uma das nossas equipas, é imperioso assumir que todos os intervenientes estão em campo para executar da melhor forma que possam, as tarefas que lhes são incumbidas, de boa-fé e com espírito de lealdade. 

Obviamente que não sou ingénuo ao ponto de acreditar que as coisas se desenrolam sempre desta forma. 
Também já vivi casos em que o RCL foi deliberadamente prejudicado. 
Mas os outros clubes certamente também terão histórias destas para contar.

Dir-me-ão que noutros sítios o ambiente é pior e o nível de proteção da integridade física dos intervenientes é menor. 
Até é possível que sim, mas para o caso não é relevante, porque, se pretendemos evoluir, não nos podemos nivelar por baixo, pelos piores exemplos. 
Temos, isso sim, que almejar a réplica das boas referências.

Para que tal aconteça temos que ter a coragem de “dar um passo em frente”, não ficando à espera que outros o deem por nós.

E nada me faz crer que não o daremos, porque o Rugby Clube de Loulé é a nossa casa que todos pretendemos valorizar.

20 comentários:

Anónimo disse...

Actual e muito relevante.E importante também.
Não basta falar sobre o assunto é preciso fazer algo sobre isto - e isso depende acima de tudo de cada um de nós.

João Quintela

Anónimo disse...

Não poderia estar mais de acordo com tudo o que aqui foi escrito até porque para mim é cada vez mais preocupante a integridade física dos árbitos e equipas visitantes. Quando os jogos se desenrolam sem que forças policiais estejam no campo, quem nos garante que situações graves não acontecerão? Por exemplo num jogo da Primeira divisão deste fim de semana houve cenas lamentáveis com um jogador a querer por várias vezes e já no final do jogo agredir o árbitro, em que este ao passar para os balneários foi brindado com objectos vindos de uma das claques.
As palavras de Paulo Laginha são preocupantes quando diz: "Obviamente que não sou ingénuo ao ponto de acreditar que as coisas se desenrolam sempre desta forma.
Também já vivi casos em que o RCL foi deliberadamente prejudicado." que quer dizer com o "deliberadamente"? quer isto dizer que já existe corrupção no Rugby? que já existem pré-indicações aos árbitros? ou isto é fruto apenas das nossas cabecinhas latinas? quando se quer serenidade no Rugby uma das coisas que os dirigentes não podem dizer nem escrever são frases destas porque elas lançam a suspeição sobre o Rugby em geral e sobre os árbitros em particular, quando isto acontece pela boca dos dirigentes depois não nos podemos queixar do comportamento dos adeptos.
Cada vez mais, feliz ou infelizmente, o Rugby tambem em Portugal se vai profissionalizando nas atitudes e na realidade, para mim isso é bom, perde-se em cavalheirismo mas ganha-se em competetividade. Acredito que clubes que agora estão na primeira mas que claramente são suportados por fortes empresas locais irão nos próximos anos subir à divisão de honra e fazer o seu percurso para outras competições e que equipas que tradicionalmente estão na Honra irão ter muitas dificuldades em manterem-se por lá, precisamente porque o profissionalismo vai cada vez mais entrar.
Seria no entanto importante que o Rugby, que é um jogo duro para não dizer bruto, fosse jogado dentro e fora de campo por gente inteligente, educada e com espirito desportivo, caso contrario temos um remake de um jogo muito soft mas que é jogado dentro e fora de campo por gente sem cultura, sem espirito desportivo e muito pouco inteligente (se são espertos isso já é outra estória).
Se o Rugby se profissionalizar mas os dirigentes tiverem cultura desportiva e forem gente sensata não á que temer.

Anónimo disse...

E para quando a atualização dos quadros classificativos do Campeonato Nacional Feminino da I Divisão?

Anónimo disse...

O que é preciso saber, também, é o que tem sido feito pela entidade competente e seus órgãos para banir tais situações. Todos somos responsáveis e uns mais que outros. Basta ver o que diz o regulamento de disciplina sobre a aplicação de sanções : Artigo 10o Aplicação de sanções
As sanções disciplinares estabelecidas neste Regulamento são aplicadas:
1. Em face do relatório disciplinar elaborado pelo árbitro.
2. Em resultado de inquérito realizado com base em:
a) Relatório do Delegado ao jogo, quando nomeado pela FPR;
b) Participação de qualquer sócio ou de membro dos Órgãos Sociais da FPR;
c) Participação de Director Técnico Nacional ou Regional, ou de membro das Equipas Técnicas Nacionais;
d) Participação do Conselho de Arbitragem;
e) Iniciativa do Conselho de Disciplina, quando se verifiquem divergências relevantes entre o relatório do árbitro e o relatório do delegado ao jogo, quando nomeado pela FPR, ou nas situações em que existam dúvidas quanto à natureza das infracções praticadas;
Agora não me venham dizer que estes senhores não estão nos campos a assistir aos jogos . Claro que estes técnicos e membros de órgãos da FPR têm de denunciar o que vêm. A bem do Rugby .
Basta ver o comportamento dos bancos em todos os jogos para haver logo motivo para actuarem . E muitas das vezes é daí que vem a primeira acha para a fogueira.

Anónimo disse...

Concordo com tudo o que foi dito, mas julgo que o exemplo deve vir de cima, da Federação. Bem sabemos que é dirigida por 2/3 clubes que movem as suas influências como se o rugby ainda fosse o mesmo de à 20 anos atrás, em que todos se conheciam. Agora, existem vários clubes e mais praticantes. A sua maioria sem conhecer as raízes do rugby e os seus valores. E esta mudança de comportamento esta de facto relacionada com esse crescimento. Crescimento que a Federação não soube acompanhar, preocupando-se apenas com o seu feudo de clubes de Lisboa e deixando à sua sorte os restantes. Dá apoio na hora de apresentar números e pouco mais. Tratando os sempre de forma secundaria. Outro dos erros da Federação e esse na minha opinião é escandaloso é a nomeação de árbitros para jogos de clubes da mesma divisão a que os jogadores estão inscritos como jogadores. São humanos e erram, muitos sem conhecimento total das regras. Resultado desconfiança das suas arbitragens. Quando não havia o profissionalismo esta não era uma questão a colocar mas agora penso que é inadmissível. Pondo em risco os próprios árbitros. Recentemente viu-se um FCT-SCP com um árbitro/jogador do São Miguel. Ou um arbitro/jogador do Beira Mar em jogos da mesma divisão.

Anónimo disse...

Concordo com o que foi escrito, mas, infelizmente, julgo que a tendência é piorar. Estou ligado ao rugby juvenil e assisto, cada vez com maior frequência, a treinadores e diretores de equipa, alguns com responsabilidades nos clubes, a insultarem os árbitros durante todo o jogo. Quando um treinador grita para um árbitro "é só roubar, é só roubar" qual a reação que se espera dos jogadores? E dos pais? Infelizmente a pior!
Julgo que não estamos a assistir à profissionalização do rugby, mas sim à sua "futebolização".
O que fará quando for sénior um jogador que hoje é SUB12 ou SUB14 e já insulta o árbitro, recusa-se a fazer o corredor ou, como já assisti, cospe no adversário?

Anónimo disse...

Caro Anónimo das 17h35m não podia estar mais de acordo consigo e por isso disse que a profissionalização não traz nada de mal desde que tenhamos dirigentes sensatos, claro que isto se estende a treinadores. Por isso tambem disse que é preciso gente inteligente caso contrario torna-se igual a um jogo mais soft (você chama-lhe futebolização) em tudo o que este tem de mau.
É vergonhoso que se assista a miudos a cuspirem noutros e não exista punição, é vergonhoso os maus exemplos que são dados aos miudos. Penso que isso é tambem resultado da falta de cultura desportiva que existe em Portugal e um dos "preços" que o Rugby tem de pagar por se abrir à sociedade, o oposto, ser um desporto cheio de cavalheirismo mas fechado num gheto, tambem não me parece ser desejável.
Penso que a Federação tem aqui um papel essencial na sensibilização dos treinadores durantes os cursos de treinadores e junto dos dirigentes atravéz de acções de formação em ética desportiva. Talvez o empenho e esforço e dinheiro que a Federação coloca nos Sevens (sem grande reflexo no país real do Rugby) fosse melhor direccionado para a formação e consciencialização do Rugby do País real e daquilo que queremos ver no futuro nos campos de Rugby por esse país fora.
Isto não é um problema "deles" não é um problema do "sistema", este é um problema "nosso" e em que todos podemos e devemos contribuir com o nosso comportamento e exemplo e por isso gostei do que escreveu Paulo Laginha.

Absurdo disse...

Excelente post, e um bom texto do presidente do único clube do qual sou sócio.

Nas largas centenas de jogos que arbitrei em quase três décadas de atividade, tive desempenhos muito bons, bons, assim-assim, maus e péssimos, como, aliás, no resto da minha vida.

Ouvi de tudo, mesmo nos jogos em que o meu desempenho era muito bom, pois adeptos, jogadores, treinadores e dirigentes, têm uma visão do jogo colorida pelas suas cores, enquanto a do árbitro será, necessariamente, multicolor.

Nunca me furtei a enfrentar as críticas na terceira parte, tendo aprendido com algumas ou, até, esclarecido os críticos noutras ocasiões, de como se encontravam enganados, por desconhecimento - e é tão grande, senhores!... - das leis de jogo ou por mera injustiça motivada pelo tal enviesamento provocado pelo apego às suas cores.

O que nunca discuti, nem alguma vez o aceitei, é de que os meus erros, efetivos ou virtuais, eram deliberados, de que, de alguma forma, tinha a intenção de prejudicar uma equipa.

Quem tal afirma não faz a menor ideia do que é ser árbitro, e, ainda menos. ser árbitro numa modalidade como a nossa.
Se a generalidade dos agentes da rugby são amadores, os árbitros são amadores na génese do termo: são alguém que verdadeiramente ama este desporto e que, por motivos vários, não o podendo fruir de outra forma - lesões, menor capacidade física ou técnica, idade, etc - o tenta fazer numa forma essencial para o jogo, ajuizando as jogadas, esclarecendo as dúvidas entre os 30 intervenientes que, episodicamente, se defrontam.
Semana após semana, os árbitros treinam fisicamente, estudam as leis e as orientações, trocam ideias uns com os outros, passam fins-de-semana prolongadas a ouvir prelecções entediantes ou a discutir pormenores bizantinos das leis e do jogo, tão interessantes para um leigo quanto a vida sexual do bicho-da-seda, para no final do jogo de cada fim-de-semana - quantas vezes! - ouvir mimos como, "não percebes nada disto!", "vieste aqui só para estragar o jogo" e, o pior de tudo, "só sabes roubar a nossa equipa!"

Crer e verbalizar que o pobre do árbitro faz a sua carreira com esforço, que enfrenta todo o sacrifício do estudo, do exercício físico, mental e psicológio essencial para poder arbitrar um jogo, durante o qual corre - entre 4 a 8 km! - atrás de 30 matulões e uma bola com ar deformado, apenas para poder prejudicar intencionalmente uma equipa, mostra que o seu autor não é, nunca foi, nem nunca pensou no que, verdadeiramente, é a vida de um árbitro.
O que é pena, sobretudo, quando afirmações destas vêm de agentes desportivos com responsabilidades no rugby.

Continuem a gritar com os erros dos árbitros. Eles erram e não querem ser imunes a críticas, com as quais, repito, podem aprender. Falem com eles depois dos jogos, expliquem-lhes as vossas críticas, peçam esclarecimentos, ensinem-lhes e aprendam com eles, mas, NUNCA duvidem da honorobilidade e da isenção dos árbitros, pois essa é a maior ofensa, essa é a verdadeira falsidade, a grande injustiça que podem dizer sobre eles.

Abraços da Associação Nacional de Árbitros de Rugby e um Bom Ano de 2013.

José Machado de Almeida

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
José Lopes disse...

A questão fulcral não é a disciplina que tem de ser exigida de todos os agentes, sem excepção. A indisciplina é uma questão de educação e da sociedade sendo difícil ao rugby permanecer alheio ao que o rodeia, mas alguns comportamentos são, contudo, possíveis de emendar. Não é aceitável assistir-mos a movimentações e interpelações agressivas por parte dos "bancos" a árbitros e adversários sem em contrapartida incendiar ânimos. Essas atitudes são, na base, facilmente corrigíveis impedindo a movimentação fora de um espaço pré determinado e colocando a assistência (todos os que não sejam técnicos ou dirigentes destacados para essa partida) atrás de uma qualquer linha, nos locais onde não existam bancadas.
Quanto à questão de fundo será preciso compreender que o rugby para crescer tem de alargar a sua base de recrutamento e até de se profissionalizar. Pode ser estabelecida uma cota máxima para a inscrição de jogadores cuja formação não se tenha efectuado em Portugal ou que não sejam elegíveis para jogarem com as nossas cores, mas a época das famílias do rugby está ultrapassada e a médio prazo irá perder influência nas decisões. Assim sendo e dado que para já são ainda os históricos que dominam será um bom momento para que eles possam dirigir a passagem da fase de um desporto de alguma forma elitista e confinado para um desporto aberto e em expansão.

Anónimo disse...

Desde já dou os parabens aos excelentes comentários e essencialmente ao texto que levou a fazer esses comentários de excelência nos tempos que correm no rugby.
So irei acrescentar uma questão que é a punição. Desde as equipas de formação que será necessário a punição, pois situações relatadas e já vistas por mim, que passam incolumes tanto pelos treinadores como pelo proprio clube, não falndo da federação. Aí sim deve ser dado o exemplo, como nos escalões acima de U16 deve ser relatado pelos arbitros e a punição da federação deve ser severa.

Anónimo disse...

É natural que se fale tanto em punir, isso é o reflexo das muitas situações que se passam nos campos de rugby em Portugal...

É legitimo que existam mecanismos para punir e sobretudo para garantir que a punição é cumprida, mas não é isso que resolve o problema de indisciplina nos escalões mais jovens, ou pelo menos não é o que nos orienta para uma solução de futuro.

Os clubes e os seus treinadores são uma peça fundamental para formar os os jogadores, como desportistas, mas especialmente como pessoas.

Anónimo disse...

"Os clubes e os seus treinadores são uma peça fundamental para formar os os jogadores, como desportistas, mas especialmente como pessoas."
Li esta análise muito bem feita e gostaria de recordar um pouco da história do RC Lousã.
Tinha o Rugby Club da Lousã 10 anos de existência quando um seu atleta foi pela primeira vez expulso do campo. Sofremos um ensaio ele devia ter devolvido a bola para o meio campo e malevolamente fingiu que chutou mal e mandou-a para a linha lateral. O Arnaldo Neto muito bem, levantou o braço e mandou-o sair. Isto para confirmar o titulo desta minha cronica. Por outro lado acrescentar que há 40 anos que faço cronicas de rugby em vários jornais da região e até hoje só por 3 vezes (TRES VEZES) referi o papel do árbitro numa partida. Por coincidência e foi o artigo dele que despoletou esta minha análise, um dos artigos foi referente a um dos jogos em Loulé apitado pelo Sr. Machado de Almeida. Ao fim destes anos todos e já não sendo ele árbitro (julgo eu) vim a saber que o unico clube de que ele é sócio é do RC Loulé. Gostei de saber, pois tinha na altura feito aquele artigo muito contrariado, mas não podia deixar de o fazer para contar tudo o que aconteceu à época.
Abraço a todos e continuemos todos a lutar para elevar o nível da nossa modalidade de eleição.
José Redondo/RC Lousã

Jonas Stilwell disse...

saúdo a bela crónica do Manel e o grande texto do presidente do Loulé. o rugby é um desporto saudável que só tem a ganhar com a fuga à futebolização, dado que no contexto a futebolização ameaça cortar as raizes humildes do rugby. reforço o sentimento de que a educação em casa e dos primeiros treinadores (nos escalões jovens) são fundamentais para formar bons seres humanos e melhores jogadores.

abraços

Great_duke disse...

Voltando ao tema da punição, creio que esta não terá de depender necessariamente e apenas dos orgãos federativos.

Na sequência dos comentários em relação ao carácter formador/formativo dos clubes, penso que a disciplina/punição deverá começar precisamente nos clubes.

Se os clubes nada fazem nos casos em que os seus atletas, treinadores e/ou dirigentes (porque não juntar os adeptos tb) estão a passar uma mensagem muito negativa aos mais jovens que se sentiram incentivados a ter comportamentos menos próprios.

Já se os clubes forem os primeiros a punir estes comportamentos (sem esperar pela federação que nem sequer tem meios para tudo punir) a disciplina e o fair-play entrarão nos genes dos muúdos, evitando-se problemas futuros.

Anónimo disse...

Mais papista que o papa, o Presidente do Loulé.

Quando se vai la jogar, vale tudo por parte dos adeptos do loule.

Palavrões, promessas de violência no fim do jogo, até cuspidelas aos jogadores adversários.

Enfim do pior que há em Portual.

Já para não falar dos próprios jogadores que quando marcam ensaios cantam e dancam....num total desrespeito pela equipe adversária...

Mas é o rugby que temos.

Anónimo disse...

Deixem por favor de dizer mal dos clubes adversários. Olhem para vocês próprios. Faz lembrar as reportagens televisivas quando vão a alguma terra e começam sempre por dizer que estão numa terra de gente trabalhadora e laboriosa. Não há clubes melhores ou piores. Todos passam por fazes boas e menos boas, e aí sim, a mudança deve-se à atitude das direcções. Sejam os Arcos, Vila real, Académica (o pavor que era jogar naquele universitário à uns anos atrás), Benfica (sarrafeiros até dizer chega) Évora, Lousã, e já agora porque não o Loulé, cujo Presidente colocou um bom post, mas a olhar para o horizonte, que não para o próprio umbigo.

Jose Silva disse...

olha alguém que partilha a mesma opinião do Loulé que eu... secalhar os jogadores até nem eram violentos como são (não estou a falar de agressividade) senão tivessem os adeptos que têm, mas que são uma equipa pouco desportiva... são!

Anónimo disse...

Estive a ver o que foi escrito nos comentários à noticia e a verdade é que a qualidade se vai detriorando, talvez por comentarem os comentários em vez da noticia, mas se repararem Paulo Laginha escreveu o texto para "dentro" do clube e não para fora, escreveu o texto para alertar o clube e não para acusar os outros. Por favor não deatem a dizer mal deste clube ou daquele porque o sentido do texto é exactamente o oposto, MELHORAR e não ACUSAR

Anónimo disse...

Bom dia Sr. José Silva.
Afinal qual é o seu problema com o Rugby Clube de Loulé e com os seus adeptos?
Será que está relacionado que nós em Loulé nos treinos temos mais pessoas a ver do que vocês nos vossos jogos em casa? Lamento informar mas esse problema cabe a vocês resolver.
Mais una vez desejo-lhe as melhoras pois mesmo com a entrada do ano novo continua igual.
Rugby Clube Loulé Sempre
Saudações desportivas
Luis Gomes - jogador do Rugby Clube Loulé