20 de janeiro de 2013

REFUNDIDO CDUL NÃO DEU HIPÓTESES A AGRONOMIA *


Mesmo alinhando com as suas linhas atrasadas remodeladas, os campeões nacionais bateram esta tarde Agronomia, por 13-3, no jogo em atraso respeitante à 12.ª jornada, e alargaram para oito pontos a sua vantagem no topo da DH. 

Os agrónomos, que desperdiçaram uma ocasião de ouro para trepar na tabela, mantêm-se na 6.ª posição, mas agora ainda mais longe de um fantástico CDUP, que cilindrou o Benfica e subiu ao 4.º lugar.    

Foi pena que o jogo desta tarde no EU Lisboa, que noutras circunstâncias poderia constituir um belo reclame para a modalidade, se disputasse sob condições atmosféricas tão más – e com os dois quinzes bem desfalcados em relação a tempos não tão distantes. 

Só para terem uma ideia, em relação às equipas que se defrontaram na final da última edição do campeonato há nove meses, o CDUL apresentou somente um titular nessa ocasião (o 1.º centro Bernardo Silveira), enquanto Agronomia, curiosamente, surgiu mesmo assim com seis (Gustavo Duarte, Marthinus Hoffman e António Duarte na avançada, os médios Kadosh e Cardoso Pinto, e ainda Bernardo Campelo, que se estreava esta época e era o único três-quartos repetente dessa partida no Jamor).   
E assim, a “meia dúzia” de heroicos adeptos que esteve nas bancadas pôde assistir a um jogo muito pouco aliciante e pelo “módico preço” do bilhete, para lá do nada entusiástico rugby, tiveram ainda direito a uma panóplia de desportos aquáticos e uma pitada de boxe – esse sim, do bom.

A equipa da Tapada começou melhor, a empurrar o adversário para o seu meio-campo, mas cedo se cansou e logo se percebeu que dificilmente faria ensaios face às dificuldades para tirar bolas limpas da avançada e usá-las a preceito nos três-quartos. 
E quando perto do quarto de hora os avançados do CDUL começaram finalmente a ganhar o despique entre packs, a equipa de Manuel Sommer Ribeiro tomava conta das operações… e não mais perderia o controlo do jogo.
E tudo começou exatamente aos 15’ quando após uma falta frontal aos postes feita por um jogador agrónomo, se armou grossa borrasca envolvendo quase os 30 jogadores. 
Murro para lá, empurrão para cá, o combate durou largos segundos perante o concerto de apito do árbitro Afonso Nogueira, a quem ninguém ligava coisa nenhuma
Como o árbitro fora nomeado para dirigir um jogo de rugby e não um combate de boxe resolveu, com ajuda dos auxiliares – e muito bem – expulsar um jogador de cada lado: o agrónomo Hoffmann, que começou o 1.º round e o universitário Faleafa, esse sim o vencedor do combate, graças a dois socos notáveis que o próprio Cassius Clay não desdenharia.
Ora a ausência do australiano – o elemento sempre mais ativo e que mais anda para a frente nos oito avançados da Tapada – seria muito mais sentida nos visitantes do que a falta do neozelandês na equipa da casa. 
E assim não se estranhou que aos 22’, um largo período de intenso domínio do CDUL através do labor da sua avançada fosse concluído pelo pilar João Almeida (não mereceria uma chamada de Errol Brain ao alargado lote de jogadores selecionáveis?), naquele que seria o único ensaio da partida (7-0).


Até ao intervalo, o hoje a centro David Araújo, convertido em chutador, transformou uma penalidade (para compensar duas falhas embaraçosas, uma delas num autêntico penalty após a batalha campal), nova cena pugilística valeu amarelo para a dupla Duarte Foro (CDUL) e António Duarte (Agronomia) e no derradeiro minuto assistiu-se à única jogada com princípio-meio-e-fim das linhas atrasadas de qualquer das equipas ao longo dos 80 minutos (!), de autoria dos agrónomos, mas que seria travada por excelente placagem, indo as equipas para o descanso com 10-0.       
Com as condições climatéricas gradualmente a piorarem, a 2.ª parte foi ainda mais penosa, sem hipóteses de ensaio, muitas substituições e com imensas bolas largadas para a frente. 
Duarte Cardoso Pinto, que falhara aos 43’ a primeira penalidade tentada, aos 76’ converteria a segunda (10-3) que dava, do mal o menos, o valioso ponto de bónus. 
Mas o CDUL voltou a implantar o seu jogo na área de 22 rival e ganhou uma falta que David Araújo não regateou, selando os 13-3 finais. 
E tudo por que uma derradeira tentativa de penalidade do capitão agrónomo sairia ao lado, fazendo a sua equipa deixar o relvado feito piscina de mãos a abanar. 

Ontem, em Leça da Palmeira, o CDUP confirmou o seu favoritismo e num jogo de sentido único venceu o Benfica, por 50-0, conseguindo oito ensaios, três deles à conta do n.º 15 Afonso Rodrigues (que atingiu a meia dúzia na prova, revelando-se o melhor marcador dos portuenses).
Perante condições muito difíceis – apesar do terreno ser sintético, a tarde de temporal nortenho incluiu toda a receita possível de elementos de uma grossa invernia: vendaval, chuva copiosa e até granizo – a equipa da casa parece não ter sentido em demasia a ausências dos seus jovens metidos em trabalhos das seleções de XV e sevens, e jogando contra um adversário, esse sim de peso, o forte vento, virou ao intervalo a ganhar por 19-0, fruto de três ensaios.
Com o vento pelas costas, a 2.ª parte foi bem mais fácil para os homens de Marcello d’Orey, que somariam mais cinco ensaios, concluindo a ação de rolo compressor com meia centena de pontos a zero, para o que contribuiu decisivamente seu chutador sub-21 Rodrigo Figueiredo, com um total de 15 pontos através de um ensaio e cinco conversões, confirmando-se como melhor marcador do CDUP e 4º da Divisão de Honra.

Cabe aqui uma correção ao que dissemos no comentário prévio a este jogo, em que referimos - erradamente - que o Benfica não consegue um triunfo desde 15 de Outubro de 2011.
Na verdade após essa data o Benfica obteve duas vitórias na Fase Final da DH da época passada, contra o Técnico em 7 de Abril de 2012 por 27-10 e em 26 de Maio de 2012, contra o CDUP por 34-14.
Agradecemos ao leitor que nos chamou a atenção na caixa de comentários, e apresentamos as nossas desculpas ao Benfica.
        
O campeonato mantém-se interrompido no próximo fim-de semana devido ao jogo de preparação da seleção nacional diante dos England Students (sábado, EU Lisboa, 15.00), regressando a 2 de Fevereiro, precisamente no mesmo dia em que Portugal recebe a Roménia, no Jamor, na sua estreia na Taça Europeia das Nações.  

* Texto: António Henriques
Fotos: António Simões dos Santos

18 comentários:

Anónimo disse...

Pareceu me exagerado os cartões na segunda cena referida, nao chegou a existir troca de murros, foram so empurrões e agarrar. No entanto, é de lamentar a atitude do treinador da agro que tentou agredir o jogador do CDUL quando nem os seus jogadores o fizeram.
De resto, foi o jogo possível dadas as condições do campo e atmosfericas

Anónimo disse...


Lamentável é os jogadores preocuparem-se mais com picardias do que jogar rugby!

Na segunda situação, se aquilo não eram murros (ou tentativa de os dar), era o quê? Festinhas?

Muito bem a arbitragem no campo disciplinar.

E o estado do relvado (excelente, se tivermos em conta que aguentou um jogo no dia anterior)e as condições atmosféricas não servem de desculpa, são iguais para ambas as equipas.

Anónimo disse...

O CDUL - Agronomia foi um bom jogo de rugby com um vencedor justo e talvez inesperado, mas apenas para quem não conhece o grupo de jogadores do CDUL.

Escrevi aqui na semana passada qie era meu entendimento e tamb+em de muita gente, que a decisão da FPR em proibir a utilização de 20 a 25 jogadores era ILEGAL. E contínuo a manter esse entendimento. O que a FPR provavelmente não contava era com uma equipa do CDUL tão forte, mesmo privada de tantos jogadores.

Para aqueles que vem para aqui, escondidos no manto do anonimato, chamar incendiário a pessoas que dão a cara e que fundamentam juridicamente as suas afirmações, eu imagino a azia que devem ter ficado no domingo com a derrota da Agronomia.

Aproveito para deixar aqui mais uma novidade da nossa querida FPR.

Parece que afinal o prazo de incrições de jogadores será alargado. Ou seja deixa de terminar a 31 de Dezembro. Mas calma, isto apenas para a inscrição de jogadores da 1ª linha!!!!!! Que maravilha,

Quem será a equipa a quem esta alteração interessará mais?

Sr. Presidente da FPR porque não estender esta NOVA ALTERAÇÃO QUE APARECE A MEIO DO CN, a outras posições? Ao CDUL por exemplo daria imenso jeito poder ter um abertura, já que o Pedro Cabral se lesionou com gravidade e só estará apto na proxima época. E provavelmente a outras equipas tamb+em daria jeito esta alteração.

Esta é só mais uma pérola duma FPR que envergonha uma modalidade como o rugby.

Pedro Silva

Anónimo disse...

Contra tudo e contra a FPR CDUL vence e convence

Anónimo disse...

Alteração ao regulamento que permite a inscrição de 1ª linhas depois de 31 de Dezembro de 2012 devia ser conhecida por Lei Leal da Costa. Isso de mudar as regras a meio do campeonato conforme a conveniência dos clubes é o maior exemplo de que o actual presidente pensa antes no seu clube e depois no rugby português. Uma tristeza.

http://www.fpr.pt/noticias/index.asp?opm=25&id=10444&id2=25

Anónimo disse...

coitados...

Anónimo disse...

meus amigos, o que a FPR fez é inaceitável e,quiçá,ilegal.É óbvio que só há 2 entidades que benefeciam com esta "xico-esperteza" : a FPR, que quer ter cá mais um pilar para a SN a treinar e jogar e até pagaria parte do ordenado via CNT, e Agronomia.Isto é indesmentivel.Mas tambem ainda ninguem ouviu dizer que Agronomia fosse buscar mais alguem, pois não? Então porquê tanta excitação?! Tenham calma e não falem do que não sabem.Agronomia nada tem a ver com a FPR, nem tem culpa de o actual presidente ter sido anteriormente presidente do clube.
Vamos esperar,sim?Calma....ou não acham que isto poderá não ser mais que uma manobra do Presidente e do DT-Tomas Morais para terem ,eles sim,mais um jogador para a seleção a treinar e competir em Portugal?

Anónimo disse...

Senhor Manuel Cabral,
Gostava de saber a sua opinião sobre a mais recente trapalhada da federação...esta história de alargar a contratação de jogadores da 1ª linha? Bem sei que o senhor é contra as opiniões e rumores infundados mas esta decisão surge numa altura muito dúvidosa, logo após a agronomia ter levado uma sova de melle no domingo e depois da expulsão do Martinez que deverá levar a uma suspensão de algumas semanas a juntar á lesão do Zé Leal da Costa....
Parece-me muita coincidência junta...
JP

Anónimo disse...

Qual é a lógica de a meio de uma época de mudar os regulamentos??? É para beneficiar clubes como Belenenses e Agronomia?? Visto que sao os clubes que mais precisarão de jogadores nessa área para ver se conseguem fazer alguma coisa no restante campeonato visto que levam baile na 1ª linha de todas a equipas!

Anónimo disse...

Sr. Pedro Silva,

Não sei se já se deu ao trabalho de imaginar uma fase final com melles sem força, mas digo-lhe que a primeira linha é uma das mais (se não a mais) protegido pela IRB.

Nessa matéria todos os cuidados são poucos e digo-lhe que as lesões provenientes de se formar mal na melle ou de se não ter conhecimento nem experiência nessa área são bastante graves.

Não sou do CDUL nem de Agronomia, sou do Belenenses e como sabe o meu clube esteve às portas do abismo porque primeira linhas... nem vê-los. A adaptação do Hugo Valente apenas tapa um buraco, apesar de o mesmo me surpreender a jogar a 3. E quanta falta nos fazia um pilar para aí.. Mas não vi nenhum elemento da Direcção a fazer ultimatos ou a criar uma revolta.

Está na cara o porquê dessa alteração (as melhoras rápidas ao Zé Leal da Costa) e digo-lhe que se houverem mais leis alteradas no sentido de se proteger os nossos jogadores que assim seja.

Não se porte como uma donzela e lide com os problemas que lhe aparecem como homem e enfrente-os (como fez o XV do CDUL,) mesmo que os outros não o façam.

Anónimo disse...

Ouvi dizer de gente da Agronomia que vem uma avançada de Sul Africanos a caminho, dois pilares e um talonador, ja que o prazo alargou iam reforçar a equipa para as fases finais.

Anónimo disse...

Se forem à agronomia on lime no Facebook ficam sem duvidas de que esta lei foi mudada para eles. Estes assumem que desde dezembro estão a tentar contratar um pilar mas houve um problema qql burocrático.

Anónimo disse...

vale tudo, é o lema da FPR, do seu presidente e dtn, depois quando falaharem, vão atribuir culpas a outros, tem sido assim, vai ser assim no futuro.
e, ninguém parece conhecer o rgc, é um facto que também não é preciso conhecer com o avontade com que o cabe altera as coisas, mas para uma equipa alinhar de inicio com 15 tem que ter 3 jogadores da primeira linha, caso contrário perde por falta de comparência. paara ter 16 jogadores no boletim, tem que ter 4 jogadores aptos para a primeira linha. só tem que dar falta de comparência, é o que diz o regulamento, o resto é inventar a seu belo prazer

Anónimo disse...

Este Pedro Silva é completamente anormal, só diz asneiras e tenta incendiar aquilo que não é incendiável. Enfim, os tugas são assim...

Anónimo disse...

Porque é que cobardolas sem caráter vem para aqui ofender os outros?

Defendam as vossas opiniões e fundamentem nas. Só os fracos de espírito é que não aceitam que existam opiniões diferentes das suas e que precisem de baixar o nível e ofender os outros. A esse Sr. sugiro Kompensam ou Rennie são excelentes para a azia. E a sua azia desde domingo que deve estar numa fase bastante aguda

Quanto ao anónimo das 22:01 de 22 de Janeiro, eu até percebo o seu ponto de vista e posso perceber o seu argumento, mas não me peça para aceitar a alteração da lei a meio do CN.

E o Sr. que é adepto dum clube que diz ter problemas na 1ª linha devia ser o primeiro a insurgir-se pelo momento em que ela aparece. Tal como escreveu no seu comentário também eu desejo as rápidas melhoras ao Leal da Costa.

Mas já que se preocupa tanto com a segurança dos 1ªs linhas porque não recorreu à FPR que alterasse a lei desde o início do CN já que o Belenenses tem problemas nessa àrea?

Mas também acho estranho que o Belenenses apenas tenha 3 primeiras linhas, caso contrário não poderia apresentar 22 a 23 jogadores por jogo.

Quanto a lidar com os problemas como um homem deixe lá isso para mim e para a minha vida e preocupe se com a sua.

Abraços e carreguem no Kompensan

Pedro Silva

Anónimo disse...

Deixem de ofender as pessoas apenas porque não concordam com elas.

Mudar leis a meio do CN não está correto e devia ser ilegal. Em qualquer outro país seria. Aqui não é porque temos um Sr. Cabé que altera os regulamentos conforme lhe dá jeito.

Anónimo disse...

oh Anónimo das 12:47h se estás habituado a participar em competições que mudam as regras a meio do jogo só podes ser o Cabé ou o filho do Cabé.

Ou menos assina antes de ofenderes

Anónimo disse...

Se há tanta gente incomodada (mais do que os clubes, ao que parece), porque não se organizam e requerem a convocatória de uma Assembleia Geral da FPR?

Assim, de uma vez, apreciam-se as alterações ao RGC, pede-se uma auditoria às contas da Federação, às contrações de advogados e assessores pessoais do Presidente, às despesas e ordenados por este auferidos, ao desvio de verbas da formação para pagar salários, etc, etc!

Boa?

Não se vê é os clubes nacionais a reagir, basicamente é só fumaça por aqui no MdM. Um dejá vu em Portugal, muito fumo e pouco fogo.