20 de janeiro de 2012

COMPETITIVIDADE - QUANDO NÃO HÁ, RECLAMA-SE, QUANDO HÁ, ACABA-SE COM ELA

FALTA DE COMPETITIVIDADE, OUVE-SE CLAMAR AOS QUATRO VENTOS, para tentar arranjar argumentos que justifiquem a redução do número de equipas da Divisão de Honra, para levantar a sebastiânica solução de constituição de uma equipa para disputar a Challenge Cup, para esconder a incapacidade em encontrar uma solução que dê um impulso consistente ao rugby português.

Porque o que se passou a seguir à miraculosa participação de Portugal numa fase final do Mundial de 2007, foi a prova clara da nossa incapacidade em retirar proveito de uma situação que nos caiu nos braços, quer ao nível da Federação, quer ao nível dos clubes, que se deixaram embalar na doce ilusão que "nós é que somos bons, e isto com mais um ou dois camones, está no papo!"


Ora a verdade é que apesar de toda a exposição que o rugby teve a seguir ao Mundial de França, das carradas de estrangeiros que foram importados sem um generalizado controle de qualidade e de oportunidade, o rugby português, continua cada vez mais na mesma!

Bom, com uma extraordinária diferença: os Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão, tem sido, nos últimos anos, de uma enorme competitividade.

Para não irmos mais longe, que a memória é curta, e o espaço pequeno, sugerimos que consultem os dados que temos ao vosso dispôr nas nossas páginas dedicadas aos resultados de 2009-10 e de 2010-11, para confirmar o que aqui afirmamos, ou ainda, que vejam a atual situação da Primeirona, onde, com duas jornadas por disputar, ainda falta saber por quem será constituído o grupo que vai disputar a fase final para atribuição do título.

Não assisti à final entre CRAV e Évora em 2010, mas assisti à final de 2011, entre CDUP e Cascais, e já tive oportunidade de referir por diversas vezes, que foi um dos jogos mais agradáveis a que assisti nos últimos anos, com o resultado incerto até ao apito final, e com as equipas empenhadas totalmente no que estavam a fazer - e não acreditem no que por aí se diz que eu não vejo jogos, já que no ano de 2011 assisti, durante as duas épocas desportivas, a uma média superior a um jogo por fim de semana, visitei e assisti a jogos em Évora, Montemor, Caldas, Lousã, Coimbra, Cascais, Sobreda e Lisboa, para referir apenas encontros das duas divisões principais, e observei quase todas as equipas que participaram naquelas provas - e posso afirmar com segurança que, para além desse jogo, competitividade, na Primeirona, é coisa que não tem faltado!

O problema da falta de competitividade, meus amigos, não está nos campos, está nas secretarias, que permitem, por exemplo, que se interrompa o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, a duas jornadas do termo da fase de apuramento, quando a prova está no seu melhor, para se disputarem umas jornadas de um novo figurino de uma Taça de Portugal travestida - há quem não goste deste termo, mas eu gosto, acho que lhe veste apropriadamente - ou que autorizam que, contrariando claramente o que está definido nos Regulamentos, se disputem jogos da Segundona, depois da sua última jornada.

Ou seja, não só os calendários são tratados apenas com os olhos postos na seleção nacional, como os regulamentos são tratados como campo de experiências avulsas, sem qualquer critério ou consistência - só quem não assistiu à final da 1ª Divisão do ano passado, num Estádio Universitário com muito público, pode ter tido a ideia de terminar com a finalíssima da prova, que já se disputava desde 2005-06.

Aquele jogo foi mesmo um dos pontos altos da época 2010-11, e um dos poucos que foi prestigiado com a presença de público, aliás coisa muito rara nos jogos em Portugal, se não contarmos com os pais, mães, namoradas, cães e gatos dos jogadores, como me recordo que já acontecia nos anos setenta - a excepção a esta regra só veio a acontecer na segunda metade da década de 80, com o Lisboa 7's...

E então meus amigos, para este fim de semana podem escolher dos jogos que indicamos na página dos Próximos Jogos, aquele a que irão assistir, e vejam lá se encontram o Mão de Mestre entre a assistência, porque uma coisa é certa - nós estamos de olho em vocês!

1 comentário:

G. Viana disse...

até as grandes potencias do rugby como Australia, NZ, Irlanda, Escócia etc etc participam em "campeonatos conjuntos" acho que era a solução, fazer 2 ou 3 equipas fortes em portugal, e participar num campeonato com equipas "regionais" espanholas, algumas francesas, alemãs..