13 de dezembro de 2011

IRB - LAPASSET ELEITO PARA NOVO MANDATO

BERNARD LAPASSET o francês que preside aos destinos da IRB desde 2007 foi re-eleito para o quadriénio 2012-2015, com 14 votos a favor e 12 a favor do seu opositor, Bill Beaumont.

Um sistema de votação dos tempos da "velha senhora", onde poucos concentram muito poder, com a vantagem a ir para os oito grandes, que entre eles dividem 16 dos 26 votos do Conselho, onde as Associações regionais apenas dispõem de um voto cada, e apenas quatro federações "menores" estão representadas.

A revisão do sistema de votação foi uma das promessas de Lapasset, que vai ter bastante dificuldade em conseguir resolver este nó górdio do funcionamento da IRB.

Com dois votos cada uma, Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, Inglaterra, Escócia, País de Gales, Irlanda e França, só precisam de ter sete delas do mesmo lado para vencer qualquer votação, enquanto a FIRA-AER, a CAR, a ARFU, a FORU, a NACRA e a CONSUR, representando a Europa, a África, a Oceania, a América do Norte e Central, e a América do Sul, respectivamente, e o Canadá, o Japão, a Itália e Argentina, mesmo estando todas do mesmo lado, dobram-se ao poder das oito grandes.

O que aconteceu desta vez é que as grandes não se entenderam e enquanto França, Austrália e África do Sul, votaram com Lapasset, a Nova Zelândia, a Irlanda, o País de Gales, a Escócia e a Inglaterra ficaram com Beaumont, assim como o Canadá e a FORU.

A vitória do atual Presidente ficou assim a dever-se aos votos das restantes associações regionais, da Itália, do Japão e Argentina, talvez como forma de retribuição pela entrega do Mundial de 2019 ao Japão, e à inclusão da Argentina no Tri-Nations, transformado a partir de 2012, em Four Nations.

O apoio das associações regionais não espanta, já que uma das medidas de maior importância tomada por Lapasset, foi uma generosa distribuição das receitas do Mundial, para promoção e expansão do rugby pelos quatro cantos do mundo - coisa com que Beaumont pretendia acabar, entregando esse grosso do bolo às oito grandes.

E nesse contexto, se o voto da França não espanta, como líder da maior associação regional, e até por uma tradicional aversão a acompanhar os britânicos - uma reação à forma como foi tratada durante décadas por aquelas entidades - o mesmo não se poderá dizer dos votos da África do Sul e da Austrália, que acabaram por ditar a sorte do ato eleitoral

Refira-se ainda que o representante da África do Sul, Oregan Hoskins, foi eleito para a vice-presidência, beneficiando (após um empate com Bill Beaumont, que depois de derrotado para a Presidência tentou conservar o seu antigo posto) do voto de qualidade do Presidente Lapasset...Uma mão lava a outra...

Perante estas duas derrotas, não restou ao antigo capitão da Inglaterra senão um lugar na Comissão executiva da IRB.

Muito pouco para quem ambicionava tanto.

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