3 de dezembro de 2011

DUBAI SEVENS - PORTUGAL FORA

UMA DERROTA NAS MEIAS FINAIS DA BOWL frente à Escócia por 19-17, afasta Portugal da competição, ficando muito aquém daquilo que se poderia esperar.

Mais uma vez os Linces entraram mal no jogo, e o resultado acumulou-se rapidamente, até aos 19-0 com que se chegou ao intervalo.
Este fato não é inédito, e urge encontrar uma solução para que Portugal deixe de ser uma equipa de "segunda parte".

No segundo tempo a nossa equipa reagiu e conseguiu chegar aos 19-17, ainda com quase três minutos para jogar, mas não foi suficientemente forte para passar daí.

Uma eliminação nas meias finais que dá aos portugueses cinco pontitos no ranking do Circuito, valor muito distante daquilo de que necessita para se conseguir firmar como uma das melhores equipas do Mundo.

Quando muito dá-lhe uma mediana posição no conjunto de equipas que correm atrás do comboio principal dos sevens internacionais...

A verdade é que a Portugal só resta uma solução para ser reconhecida como uma grande equipa, e ambicionar uma presença nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro - ser apurado para disputar a competição principal dos torneios do Circuito, ou, no mínimo, vencer a disputa pelo 9º lugar (a Bowl).

Tudo o que seja fora disto, não presta - já não basta ser uma eterna promessa, é preciso confirmar a nossa capacidade, sob risco de irmos ocupar, no rugby de VII uma posição semelhante à que ocupamos no rugby de XV, na franja entre o fim do tier dois e princípio do tier três.

E se a nossa condição de campeão da Europa (oito vezes em 10 anos) é excepcional, ela não vai durar por muito tempo - a política saltitante da FPR em relação aos sevens deu (miraculoso e agradável) resultado em 2011, mas dificilmente isso tornará a acontecer.

Basta ver o que se está a passar com a França, o País de Gales, a Inglaterra e a Escócia - cada dia mais longe de nós...E, podem acreditar, o mesmo vai suceder com a Itália, a Rússia, a Espanha e mesmo a Geórgia.

Ou seja, esta política de abandono a que se tem entregue os sevens em Portugal, vai tirar-nos uma das poucas coisas em que (ainda) somos bons e respeitados por esses estádios fora, para passarmos a ser olhados como mais uns pobrezinhos que por aí andam, como no rugby de XV.

Porque, não tenham qualquer dúvida - é assim que nos olham para além das nossas fronteiras!

Uma vitória aqui contra a Inglaterra, outra ali contra os Estados Unidos, ou ainda um conjunto de honrosas derrotas, são apenas isso, casos pontuais - a verdade é que na época passada conseguimos apena pontuar no Torneio de Hong Kong (entre cinco participações) para o ranking da IRB, no ano anterior, também em cinco participações não conseguimos pontuar em nenhuma delas, e em 2009-2010 apenas conseguimos somar pontos no torneio de Londres.

E se o sistema de pontuação não tivesse sido alterado, desta vez a nossa pontuação também não teria saído dos tacos de partida - seria igual a zero.

Ou seja, não basta afirmar que vamos lutar por um lugar entre os 12 maiores do rugby de sevens no cenário internacional - é preciso tomar as medidas que permitam e conduzam a que isso aconteça, e neste particular a atuação da FPR não passa de uma piada de mau gosto.

Guardem-se bem as oito taças conquistadas no Europeu de Sevens, pois a continuar a presente (irracional) política, vamos precisar delas para nos lembrarmos dos tempos em que éramos uma equipa temida por esse mundo fora...

Fique com a ficha do nosso último jogo de hoje, e espere pelo próximo fim de semana para saber o que vai acontecer em Port Elizabeth, na África do Sul.

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