6 de abril de 2014

SEGUNDA PARTE À CAMPEÃO AFASTA UMA AGRONOMIA SEM CHAMA *

* António Henriques
Entre os quatro da frente apenas Agronomia não venceu nesta 17.ª jornada e assim, após largas semanas sempre no duo da frente, terá agora grandes dificuldades para se qualificar diretamente para as meias-finais, onde o Técnico, que cilindrou o Cascais (65-0) conquistando o seu nono ponto de bónus ofensivo, já está com… pé-e-meio (cinco pontos sobre Direito, nove de avanço para o CDUL e 10 sobre os agrónomos). 

Bastar-lhe-á praticamente vencer em casa a Académica no próximo fim-de-semana com bónus e só um cataclismo tiraria aos engenheiros um dos dois primeiros lugares.
Mesmo sem jogar e graças ao bónus por ter folgado, a Académica subiu ao 6.º lugar que dá acesso ao play-off do título, ultrapassando o Cascais. 

Mas os pretos têm três derradeiras jornadas muito complicadas enquanto os homens da Linha recebem o CRAV na próxima semana. 

No fundo da tabela, o triunfo do Montemor permite-lhe, quando folgar na próxima jornada, apanhar os minhotos, pois estes não conseguiram bónus defensivo, pelo que o jogo da Guia será decisivo para as aspirações… de três equipas.


TÉCNICO 65-0 CASCAIS (10-0) 

Jogo sem história para o líder da DH, que somou a sua 12.ª vitória consecutiva (não perde desde 12 de outubro, ou seja, há praticamente seis meses!) diante um adversário que até entrou bem na partida causando alguns problemas e atrasando o ensaio inicial dos engenheiros de autoria do centro Pedro Castro. 
Mas quando, perto do quarto de hora, o dique rompeu de vez, o bom rugby praticado pelo Técnico e a sua flagrante superioridade originariam um jorrar de ensaios, num total de 10, metade dos quais graças à sua legião estrangeira.
Com 34-0 ao intervalo, na 2.ª parte acentuou-se o domínio dos homens das Olaias, em especial face à quebra física da equipa da Linha. 
Para lá de Pedro Castro, bisaram igualmente Francisco Dias, Niels Egelmeer e o ‘maestro’ Kane Hancy, com o asa Sean Reidy a obter 16 pontos pela 2.ª jornada consecutiva (ensaio, quatro conversões e uma penalidade), igualando Francisco Serra no topo da tabela de marcadores do campeonato, com 143 pontos.

RC MONTEMOR 25-17 CRAV (3-3)

O terceiro triunfo caseiro (e da prova) dos alentejanos começou mal para a equipa da casa pois aos 3’ já sofriam um ensaio (Luís Tenente) de um CRAV que se deslocou muito desfalcado, em especial nas linhas atrasadas. 
Mas depressa o quinze da casa se apropriou do comando do jogo graças a um judicioso jogo ao pé que permitia ocupar terrenos adiantados… e daí resultariam três ensaios de rajada (e outro mal anulado por deficiência de leitura da lei da vantagem do árbitro espanhol que viajou de Badajoz – e que repetiria o erro no 2.º tempo!).
No último quarto de hora da 1.ª parte os minhotos fecharam o jogo, impuseram o seu maior poder físico a antes do intervalo fariam o segundo ensaio, para 22-12 no descanso.
Os derradeiros 80 minutos foram menos interessantes e mesmo com um homem a menos por vermelho, o CRAV até conseguiria o único toque de meta (Viriato Teixeira), mesmo assim insuficiente para o ponto de bónus defensivo que daria a vantagem no confronto direto entre as duas equipas, que com o bónus da folga do Montemor na próxima jornada vão ficar siamesas na tabela.

DIREITO 22-9 AGRONOMIA (3-0)

Os duelos entre advogados e agrónomos são, de há uns anos a esta parte, todo um clássico no rugby nacional. 
Mas a partida de sábado à tarde, em Monsanto, esteve bem longe de constituir um jogo exemplar. 
Excepto talvez para o pilar João Correia, forte candidato a ‘melhor em campo’ ao cumprir os 80 minutos
fazendo uma exibição portentosa (quando se vê o ex-capitão da seleção nacional sorrir a bom sorrir a meio das partidas, é por que ele sabe que as coisas lhe estão a correr bem – o que só pode ser um mau sinal para os adversários…).
Em ritmo devagar-devagarinho Direito entrou demasiado faltoso e essa indisciplina custou-lhe ver-se a perder por 6-0 aos 10’, com dois pontapés de Manuel Murteira (o melhor chutador da Tapada, Francisco Serra, só entrou a 15‘ do final…), que mesmo assim ainda desperdiçou uma terceira oportunidade (13’).
Bolas altas por parte dos agrónomos iam causando algum pânico na defesa advogada (onde António Aguilar, a contas com o tendão de Aquiles, esteve ausente, aliás tal como Gonçalo Malheiro) e nesse bom período inicial Agronomia ficou a dever à sua incapacidade concretizadora não ter alargado a vantagem, com num bom lance mal concluído com pontapé cruzado de Duarte Cardoso Pinto – ontem mostrou evidente falta de frescura e velocidade de execução, se calhar numa época ‘a mais’ para a sua brilhante carreira… – num evidente fora-de-jogo do captador da oval.
Sentindo essa inépcia e falta de chama de uma equipa que surgiu em Monsanto sem líder e com claros problemas físicos (isto do campeonato avançar aos soluços deixa marcas…), os donos da casa tomaram então finalmente conta do jogo, por mor da ultra-ativa 3.ª linha e do sempre endiabrado e ‘chato’ de travar Adérito Esteves, que atiraram com o jogo para a área adversária. 

Pedro Leal, ontem a n.º 15, reduziu ao 26’ (6-3) e a cinco minutos do intervalo, uma bela arrancada de Vasco Fragoso Mendes iniciou o lance do primeiro ensaio da tarde, com o abertura Luís Salema (que estaria também na jogada do ensaio seguinte), inteligente e preciso num passe raso para as costas da defesa contrária, bem aproveitado pelo sprinter… João Correia, a mergulhar para a reviravolta ao intervalo (8-6).
O 2.º tempo começou com um amarelo a Rui d’Orey, por ‘speer tackle’, e dessa falta Murteira voltaria a colocar Agronomia na frente (9-8).
Mas com a avançada de Direito demolidora nas mêlées – grande jogo também de Jorge Segurado, provando que estar na seleção, mesmo perdendo e levando tareias na mêlée, dá um outro ritmo aos jogadores… – e com Luís Sousa imperial nas touches (qual imperial, o seu domínio nos alinhamentos mais pareceu uma caneca de litro e meio!), a equipa de Martim Aguiar partiu para uma 2.ª parte de nível superior.
Logo a seguir, aos 44’, Fragoso Mendes concluiria em força lance iniciado por bom pontapé cruzado de Salema, com Leal fantástico a converter encostado à lateral, para 15-9.
E com Agronomia sem capacidade de reação e encostada às cordas, uma sucessão de quatro faltas na mêlée, onde os advogados dominavam a seu bel-prazer (nem um amarelinho, Afonso Nogueira?) originaria um justo ensaio de penalidade assinalado pelo árbitro, condoído e decido a terminar com o baile que os sofredores homens da Tapada estavam a levar. 
Convertido, daria os definitivos 22-9, pois apesar de ainda faltarem 20 minutos, Direito achou que já não valia a pena acelerar em busca do quarto ensaio, perdendo um ponto de bónus que seria merecido e lhe poderá vir a fazer falta…

CDUP 13-27 CDUL (1-3)

A viagem dos vice-campeões nacionais a Leça da Palmeira não foi completamente conseguida, já que ao contrário do que se esperaria, os lisboetas não somaram a totalidade dos cinco pontos, pois só alcançaram três ensaios (Bruno Medeiros e bis de Tomás Appleton). 
Vamos ver se esse simples pontinho não lhes vai custar presença direta nas ‘meias’ quando se fizerem as contas finais.

20 comentários:

Anónimo disse...

O primeiro ensaio do direito surgiu apos arrancada do Luis Portela e não do Vasco Fragoso Mendes.

Anónimo disse...

Jogo entretido em Monsanto!

A poucas jornadas do fim, tudo continua em aberto em relação às duas equipas que se vão apurar directamente para as meias finais!

Nos quatro de baixo, estranha-se o silêncio da FPR sobre o play-off que apurará a equipa que desce.

Play-off perguntarão!

Sim... pois o que está em vigor é o Regulamento da DH de 2012/13 e não o de 2013/14. Ora vão lá ler o Acordão do CJ nº 16/2013, que está acessível no site da FPR, publicado num dos primeiros boletins informativos de 2014.

Não me digam que tanto assessor, director e por aí fora ainda não leram. Ou não sabem ler?

Anónimo disse...

Salema, o Gazua!

É "spear tackle" e não speer.

Anónimo disse...

A "2ª parte á campião", é a diferença entre uma equipa com mais de 1/2 equipa nas selecções XV e 7s práticamente a época toda, e outra equipa parada meses e meses sem competição!Tão simples quanto isto!

Anónimo disse...

preocupante é uma equipa com os pregaminhos de Agronomia ter que ir a Monsanto jogar para o CN com apenas 13 jogadores, parabéns para eles que foram verdadeiros heróis e ainda por cima se bateram sempre de forma digna, não a culpa não e de Agronomia, é do modelo da prova, e o desinteresse que a maior parte dos jogadores tem pelo jogo, e não concordo que uma divisão de honra alargada permita uma evolucao das equipas mais pequenas, veja se o caso do montemor, (o jogo deste fim de semana e excepcao arcos veio mt desfalcado) mas esta a jogar pior agora do que n inicio, alguns jogadores já se desinteressaram e já estão noutra o que conta e que os resultados estão cada vez piores

Anónimo disse...

Sem duvida que a presença de muitos jogadores na seleção num campeonato como o nosso é fundamental para haver consistência nos 80 minutos !!

Anónimo disse...

Extra Campeonato Nacional
Depois da 3 de Maio 2014 Portugal vai ocupar o vigesimo setimo ( 27 leram bem)no ranking da IRB.
Vale uma aposta?

Anónimo disse...

se for adepto dos advogados e sensível à dor, face ao que se viu sábado no EU Lisboa, eu cá só aparecia depois da meia-hora de jogo, período susceptível de causar algum sofrimento a incautos visitantes…

Isto foi escrito no mao de mestre antes do jogo na Tapada, resultado final:

- Massacre da da primeira linha da agronomia e mele fraquinha fraquinha.

Na segunda volta:

- massacre da mele e primeira linha fraquinha fraquinha.

Se fosse adepto D agronomia não ia ver os jogos contra o GDD, da dó o sofrimento da avançada .

Anónimo disse...

«Depois da 3 de Maio 2014 Portugal vai ocupar o vigesimo setimo ( 27 leram bem)no ranking da IRB..»

Qual o problrma? Para o Manuel Cabral, nenhum.

Para os gajos que nem na segunda equipa dos seus clubes têm lugar, mas que acham que devem ser titulares na SN, eis a prova de que eles, coitadinhos, são preteridos,

Qual é o problema?

Temos jogadores para estarmos no TOP20. Mas com o nepotismo (ide ver ao dicionário) e a canalhice merecemos estar atrás do Top25.

Pedro Saragoça Martins

Manuel Cabral disse...

Pedro Saragoça Martins,
Já em 2012 tivemos uma longa troca de mensagens por e'mail que terminou quando os seus comentários passaram ao ataque pessoal e à agressividade gratuita.

Vejo agora que você está de novo a enveredar pela mesma via, e repito o que lhe disse na altura:
"Se você pretende enveredar por esse caminho da provocação gratuita e sem sentido, o melhor é deixar de comentar aqui - os seus comentários de ordem rugbistica são apreciados, e são apenas esses que aqui serão publicados."

Quem lhe dá o direito de avaliar o que eu considero um problema ou deixo de considerar?
Dê a sua opinião e limite-se a ela, pois as suas avaliações pessoais sobre o que você pensa que eu acho ou deixo de achar não passam de imaginação não fundamentada.

E para evitar gastar muito tempo consigo, que já demonstrou por diversas vezes que o não merece, aproveito este mesmo espaço para lhe dizer exactamente o mesmo que lhe disse em relação à posição de Portugal no ranking da IRB, a propósito do seu comentário sobre o "meu reduzido interesse" pela questão do número de jogadores que as equipas da DH ou da Div 1 apresentaram durante a época.
Onde você já leu qualquer referência minha que suporte os seus comentários sobre "o que eu penso"?

Quem você julga ser para opinar sobre o que você julga que eu penso ou deixo de pensar??


Escreva, se quiser sobre o que VOCÊ pensa, e se quiser comente sobre o que lê aqui, de forma educada e civilizada, e não meta o nariz onde não é chamado. Caso contrário não terei qualquer problema em rejeitar o que você escreve.

Anónimo disse...

"Temos jogadores para estarmos no TOP20. "

Quem diz uma barbaridade destas não tem o minimo conhecimento do panorama internacional, além de desconhecer a realidade dos nossos próprios jogadores.

Anónimo disse...

Só para esclarecer a queda provavel no ranking tem a ver com os péssimos resultados obtidos pela SN nos ultimos anos.
Já somos 24 com os jogos que faltam ás equipas que estão atrás de nós vamos acabar provávelmente em 27.
Tempos houve em fomos 19 pertinho do 16 lugar.
Deve ser da evolução apregoada pelo Eng.

Anónimo disse...

Tempos houve em que éramos 16º, com uma semana em 15º (15º que aliás não era muito merecido)

Qd digo que temos jogadores para estarmos no Top20 estou a contar com os luso descendentes que querem jogar por Portugal e com 2 ou 3 naturalizados.

Há 18 selecções que estão e são melhores que nós.

As outras? Rússia, apesar de ter todas as condições, regrediu de 2011 para cá. Estão melhores porque nós estamos muito mal, mas temos potencial para os ultrapassarmos.

Uruguai, para quem acompanha o rugby internacional, não tem evoluído, não apareceram novos Lemoine, etc. Há relativamente pouco tempo vencêmos lá (e tb o Chile).

Espanha está muito mais dependente dos descendentes do que nós.

Bélgica? Não.

É claro que para ambicionarmos regressar ao Top20 a selecção tem que ter uma equipa técnica competente e coesa e que, na minha opinião, inclua um treinador de avançados que saiba da poda.

PSM



Anónimo disse...

Leiam um artigo do Miguel Portela no Recor de ontem em que ele demonstra que o Profissionalismo no rugby português matou a paixão e eu concordo em pleno com ele. 2007 foi paixão. Paixão verdadeira que galvanizou toda uma nação do rugby e não só. Agora a exemplo do futebol que foi ao mundial de 66 e depois esteve 20 anos sem lá pôr os pés, vai-nos acontecer o mesmo ou talvez pior, se não começarmos a aumentar a competição interna, esquecendo por uns tempos o profissionalismo da selecção.

Anónimo disse...

Mais dinheiro ou profissionalização forçada não faz melhores atletas sem cultura do desporto.

Anónimo disse...

O Miguel Portela é um símbolo de tudo o que de bom temos no rugby em Portugal. Obrigado Portela pelas palavras.

Anónimo disse...

A selecção não é profissional, nem nada que se pareça. Há alguém a propor que seja? Algum link?
Obrigado.

Anónimo disse...

Se Para ti a seleção não e profissional, então é pq és cego!!

Anónimo disse...

Eles não trabalham e vivem exclusivamente do que recebem da selecção? Não sabia.

Ou será que é o senhor que não faz ideia do seja o profissionalismo?

Anónimo disse...

Quantos jogadores profissionais jogaram este ano na selecção. Basta contar os que viajaram de França. Os portugueses já alguns que não têm outro rendimento que não seja jogar rugby e depois há mais alguns que acumulam e a principal profissão não será certamente o rugby.Julgo ser está a realidade.