9 de fevereiro de 2014

MUDANÇAS NA LIDERANÇA EM INGLATERRA *

* Ricardo Mouro
O torneio das 6 Nações roubou os holofotes mas a Premiership regressou e tem um novo líder para o que resta da segunda metade da fase de apuramento dos finalistas. 

Esta é uma fase decisiva no campeonato com jogadores ausentes nas selecções em que as equipas, teoricamente, mais fracas batem o pé aos "líderes" que se vêm sem os seus mais influentes jogadores.
Já é tradição o Leicester recuperar quando todos os outros se distraem com o 6 Nações. 
Uma vitória muito suada sobre o Worcester que está em modo "tudo ou nada", que neste caso quer dizer Championship. 
A bota do defesa Chris Pennell que sob condições atmosféricas muito difíceis colocou 17 pontos no marcador para o Worcester. 
Do outro lado Goneva regressou à posição de origem, na ponta, e foi daí que infernizou o adversário com dois ensaios, um através de uma bela intercepção logo aos 4 minutos. 
Mas o Worcester que realizou o seu melhor jogo da época vendeu cara a derrota e Flood só conseguiu meter os tigres na frente já nos minutos finais com uma penalidade para o 22-23 final.

Ainda nesta noite o Sale recebeu o Gloucester e manteve a sua boa forma, os cherry whites continuam a ser
subjugados "lá à frente" mas foi a indisciplina que condicionou o jogo dos visitantes. 
Dois amarelos em cinco minutos para Hudson e Puafisi foram 14(!) pontos que o Sale meteu no marcador com o capitão Dan Braid a marcar os dois ensaios. 
Já nos primeiros 15 minutos o excelente defesa Rob Miller tinha também marcado dois ensaios. 
A matemática é fácil pois do Gloucester apenas Sharples e Martyn Thomas ensaiaram, final 24-19.

No Sábado mais surpresas os Saracens sem Farrell, Brown e os irmãos Vunipola sucumbiram às mãos do London Irish em casa. 
Apanhados de surpresa os sarracenos não conseguiram reagir ao fogo inicial dos exilados que, inclusivé, sobreviveram a dois amarelos. 
O território conquistado não resultou em pontos para os Saracens e o Irish ripostava com ensaios, levando sarracenos ao desespero, e construindo uma respeitável vantagem de 8-22 ao intervalo à custa da liderança de Skivington e da magia de James O'Connor (o controverso australiano parece já ter acertado a mudança para Toulon). 
Na segunda parte o Irish fez a vida negra ao adversário no breakdown e quando Brits ensaiou já era tarde demais e a vitória não escapou aos exilados, final 13-22. 
Com a inesperada derrota os Saracens colocavam a liderança da tabela à disposição dos Saints que viajavam até ao difícil Sandy Park em Exeter.

Esta equipa de Northampton esperou que o aparato das 6 Nações terminasse no Sábado para começar a escrever o seu nome nas páginas da Premiership e conseguiram a oitava vitória consecutiva na competição
num campo dificílimo e sem: Corbisiero, Hartley, Lawes, Wood, Dickson, Burrell, North e Foden.
Respeitável... 
Vamos ao jogo, o capitão dos Chiefs viu um amarelo logo aos seis minutos quando Dean Mumm fez uma sessão de sapateado na perna de um adversário num ruck, os Saints não têm o hábito de aproveitar superioridades numéricas e foi mesmo Steenson a abrir o marcador para os Chiefs. 
Quando Mumm regressou ao campo foi quando os Saints ensaiaram com uma jogada ao largo e excelente jogo de pés de James Wilson, o muito vento que se fazia sentir condicionou a performance de Myler que não converteu. 
Antes do intervalo o influente Samu Manoa ignorou a presença de três adversários para encontrar o canto para ensaiar, e Steenson aproveitava o favor do vento para colocar 9-10 no marcador para o Exeter. 
Após o intervalo o Exeter mais determinado colocou-se na frente do marcador com um ensaio de Dave Lewis convertido por Steenson para 16-10 e os Saints foram colocados um passo atrás. 
Os Saints com uma primeira linha renovada e surpreendentemente jovem (média de 20 anos) colocaram pressão na melée e forçaram várias penalidades em cima da linha de ensaio adversária, eventualmente foram para o alinhamento e quando o maul foi para o chão o formação Fotuali'i solicitou uma linha de corrida do seu centro George Pisi que não foi parado a não ser já na área de validação - jogada tirada a papel químico do ensaio de Burrell no Murrayfield contra a Escócia, influência Saint? - para Myler ensaiar para a vitória, 16-17.

Alheio a isto, no Sábado o Bath continuou a sua viagem segura no topo e bateu o Newcastle em casa com
três ensaios sem resposta. 
"Reforçados" com Ford e Watson não incluídos na equipa que defrontou a Escócia o Bath não teve problemas e o resultado final foi de 24-6 mantendo a equipa segura no terceiro posto da tabela.

No Domingo derbi londrino onde os Harlequins, no Stoop, defrontavam a meio da tabela os Wasps. 
O vencedor encostar-se-ia aos lugares de playoff e os Quins encontravam-se orfãos dos seu influente contigente inglês: Marler, Robshaw, Care e Brown. 
Foi precisamente através do pack que as vespas aplicaram a primeira ferroadela com um ensaio de penalidade, isto após Carlisle e Evans trocarem penalidades nos primeiros minutos. 
Os Quins tiveram que esperar até fim do jogo onde os seus avançados trabalharam em cima da linha de ensaio para a bola ser libertada ao largo para o ponta Sam Smith ver um ensaio confirmado pelo TMO, final 11-10.

Na tabela os Saints roubam a liderança aos Saracens e regista-se a quarta posição dos Quins. 
O Bath segue seguro no terceiro lugar e os Warriors não vêm como sair lá de baixo.



Championship
O segundo escalão está ao rubro com muitas mexidas no topo da tabela. 
O Rotherham de Mike Dias é neste momento o primeiro classificado e o London Welsh veio cá para baixo, o Leeds aproximou-se do topo com a sua passada segura e constante.
A jornada 15 disputou-se este fim de semana com o Welsh - Titans como principal atracção.
Na Sexta o Moseley - Pirates não se disputou devido à intempérie, já no Sábado o Nottingham continua a sofrer esta época e concederam mais uma derrota na viagem às Ilhas de Jersey, na bola de jogo os insulares roubaram a vitória ao Nottingham e respiram melhor no fundo da tabela, final 17-13. 
O Leeds não teve problemas em ir a Ealing buscar ponto de bónus e aplicou 7 ensaios nos lanternas vermelhas para o 11-46.
London Scottish e Plymouth proporcionaram um jogo belíssimo para entreter os espectadores com 10 ensaios entre si, o Scottish relaxou após ganhar vantagem o que permitiu ao Plymouth roubar a liderança temporariamente, foram necessários dois ensaios nos dois minutos finais (!!) para virar o resultado novamente para sofrimento dos fãs, o inevitável Miles Mantella fechou o resultado com o seu 14º ensaio na liga, final 38-27. 
A fechar o dia o Bedford continua sem conseguir aproximar-se de lugares a que está mais habituado e foram derrotados em casa pelo Bristol que cedo acampou no meio campo dos blues para conseguir uma vantagem de 0-15 até aos 25 minutos. 
O Bedford reagiu para animar a partida mas o poder de fogo do Bristol foi superior e trouxe o ponto bónus negando qualquer ponto ao adversário, final 19-32.
No jogo de Domingo jogava-se a liderança e o Rotherham não teve "pernas" para o London Welsh, aos 10 minutos os londrinos já tinham dois ensaios no saco, como resposta Socino marcou duas penalidades apenas para ver Tideswell ensaiar novamente. 
O desespero continuava quando Stegmann garantiu o bónus ofensivo ainda antes do intervalo para o 26-9.
O ritmo demolidor continuou na segunda parte e foram mais dois ensaios em 10 minutos, sem reação possível sofreriam o sétimo antes de darem o ar da sua graça, com um ensaio, para o 47-16 final.
O Rotherham sentiu o sabor da liderança por uma semana e o Welsh voltou lá a cima com uma demonstração de força e são ainda os óbvios candidatos ao regresso à Premiership, o que é certo é que o estatuto de "underdog" tem servido aos Titãs e ainda têm uma palavra a dizer nos 4 primeiros.


National League 1
Jacques Le Roux regressou após a derrota dos Lobos na Roménia para um campeonato a meio gás com jogos adiados devido ao mau tempo. 
Não foi caso do Coventry que viajou até Blackheath, sem sucesso, e de onde trouxe uma derrota. 
O treinador/jogador Tom Poole optou por manter o XV que bateu o Wharfedale em casa (22-10) o que significou que Le Roux não participou no encontro. 
O Blackheath dominou as operações a partir do apito inicial e marcou dois ensaios contra apenas duas penalidades de Hodgson, sem armas e imaginação o Coventry não reagiu e o resultado foi de 24-6 para os da casa. 
O Coventry, ainda que com menos um jogo, já vê o Doncaster a 27 pontos que voltou a vencer com ponto bónus e seis ensaios o Henley.



Quadros: itsrugby.fr

3 comentários:

Anónimo disse...

Não tem a ver com este assunto mas gostaria de saber se o MdM vai criar uma liga do super rugby fantasy, à semelhança do ano passado.
Obrigado.

Anónimo disse...

sugeria ate que se ligasse ao miguel rodrigues do cdul que tem organizado uma fantasy league do super rugby ha uns anos e que assim organizassem apenas uma liga e de preferencia com premios para os vencedores!

Manuel Cabral disse...

Isto responde à questão?

http://www.maodemestre.com/2014/02/liga-fantasy-do-mao-de-mestre.html

Abraço