17 de fevereiro de 2014

COM A COLABORAÇÃO DA RÚSSIA, AINDA PODEMOS IR AO MUNDIAL

Quando a segunda volta da campanha internacional na luta por um lugar no Mundial de 2015 arrancou, Portugal mantinha acesa uma leve esperança na obtenção do terceiro lugar e consequente entrada no grupo da repescagem, para o que lhe bastava conseguir, em cinco jornadas, mais duas vitórias do que a Rússia, a equipa que ocupava aquele desejado terceiro posto na tabela classificativa acumulada de 2013 e 2014.

Para o conseguir teria sido muito importante obter uma vitória contra os dois primeiros classificados da tabela - Geórgia e Roménia - o que não aconteceu.


Hoje, decorridas duas jornadas da época de 2014, apenas matematicamente existe uma possibilidade para os Lobos conseguirem o tão desejado bilhete para os jogos da repescagem, e depois de duas derrotas nacionais - e uma vitória dos russos - a nossa equipa só conseguirá chegar ao terceiro posto caso consiga obter três vitórias nos três jogos que lhe faltam realizar - Bélgica (fora), Rússia (fora) e Espanha (casa) - e os russos sejam batidos nos seus três últimos encontros - Geórgia (fora), Portugal (casa) e Bélgica (fora).

Se estas duas premissas não se verifiquem, Portugal está fora do Mundial de 2015.

E é assim que vamos enfrentar a primeira dessas grandes finais - o jogo deste fim de semana em Bruxelas - com uma agravante de peso.
Se Portugal não vencer a Bélgica no seu terreno, então não apenas estamos fora do Mundial de 2015, como corremos o sério risco de sermos despromovidos à Divisão 1 B da FIRA, o que a acontecer será a primeira vez que acontece, sendo a pior classificação nacional desde que a prova foi criada no ano 2000.

Recorde-se que neste momento, apenas Geórgia, Roménia e Portugal participaram em todas as edições da prova, e que foram também estas equipas as três únicas a vencer a competição, com Portugal a conseguir o feito uma vez (2003/2004).
Veja o quadro resumo das vitórias no Europeu das Nações e no 6 Nações B, no final do texto, recordando que entre 2003 e 2008 o título era atribuído no acumulado de dois anos.

Desde então e até 2013, Portugal terminou cada época com o seguinte resumo de resultados:


Note que entre 2000 e 2010 cada vitória valia 3 pontos, cada empate valia 2 pontos e por cada derrota era atribuído 1 ponto, mas a partir de 2011 isso foi alterado, a derrota deixou de ter direito a ponto, o empate manteve o valor de 2 pontos e a vitória passou para 4 pontos, ao mesmo tempo que foi introduzido o sistema de pontos de bónus.

Em condições normais este fim de semana deveria sorrir às nossas cores, com uma vitória portuguesa em Bruxelas e uma derrota russa em Tbilisi, mas a verdade é que até agora não foi satisfatório o comportamento da nossa equipa, apesar de ter beneficiado do melhor conjunto de condições alguma vez posto ao seu serviço, nomeadamente com a participação dos Lusitanos XV na Amlin Cup, o que aliado aos jogos da janela de Outono (Brasil, Fiji e Canadá) e ao já tradicional desafio com os England Students, deu ao nosso seleccionado um total de 10 jogos de preparação.
Além disso, os principais clubes nacionais privaram-se do contributo dos seus melhors jogadores, que estiveram permanentemente disponíveis para os trabalhos dirigidos por Frederico de Sousa.

Apesar disso tudo, a selecção nacional  (incluindo os Lusitanos XV) não conseguiu melhor do que uma singela vitória (frente ao Brasil) nos 12 jogos já realizados - 10 de preparação e dois no Europeu das Nações.

No momento em que escrevemos este artigo é já conhecida a lista alargada dos 32 jogadores que estarão à disposição do treinador nacional para escolha dos 23 que irão a Bruxelas.

De notar nesta lista alargada a presença de Cristian Spachuk que regressou aos campos este fim de semana na sua equipa, o Bourgoin, da ProD2 francesa, e que jogou por 64 minutos. (texto corrigido)

Fique com o quadro comparativo das convocatórias prévias para as três primeiras etapas do Europeu das Nações;


QUADRO RESUMO DAS VITÓRIAS NO EUROPEU DAS NAÇÕES E NO 6 NAÇÕES B
* Só vitórias

30 comentários:

Anónimo disse...

Caro Geat Duke,

Se o Manuel cabral não se opuser, responderei aqui ao seu último comentário, porque esse já está na segunda página do site.

Não sei se tudo o que foi dito é verdade, mas concordo totalmente que o mérito desportivo é que devia contar e que o que se passa na RWC, por exemplo, é uma vergonha.

O Lapasset prometeu que iria tornar os calendários da RWC justos, com isso ganhou os votos da maioria dos "pequenos", mas não está a cumprir o prometido.

Temos que perceber que o rugby é o desporto menos democrático entre os que são praticados seriamente na Europa continental (aqui, não estou a falar de elitismo social e etc.)

Um pequeno grupo de países tudo faz para impedir uma competição alargada e justa.

Muito poderia escrever sobre isto, comparando com o que se passa noutros desoportos (futebol, handball, basketball, etc, etc.), mas falta-me o tempo.

O que eu defendo é uma estratégia conjunta entre os países do ENC, Canadá, EUA, Japão e outros para, SEM FINGIREM QUE NÃO PERCEBEM COMO SÃO TRATADOS PELO IRB, colocarem pressão sobre a IRB e gradualmente conseguirem melhor tratamento. Se algum desses países não estiver interessado, que se lixe, avançam os outros.

Enquanto os dirigentes das federações dos tiers 2 e 3 andarem a mendigar benesses (de preferência contra os seus directos competidores) e não disserem preto no branco que, por exemplo, com as verbas que a IRB dá à Escócia, alguns deles, ao fim de uns 15 ou 20 anos estariam muito melhores não se vai lá.

PSM

Anónimo disse...

Não sou grande entendido em rugby... Desculpem, mas a ver se percebi bem... basicamente há equipas já automaticamente sempre apuradas para os mundiais com base em nada mais que a tradição... É isso? Haverá mais algum desporto assim? Abraço, MC.

Anónimo disse...

senhor mao de mestre o spachuk jogou 64 minutos a pilar direito que é o seu lugar! e esmagou o adversario que tinha pela frente! segundo o midol de hoje ele foi um dos melhores em campo!!!!!

Manuel Cabral disse...

Comentário das 11,54
Agradeço a correcção. O texto foi devidamente alterado.

Anónimo disse...

Na primeira tabela passa-se algo com o ano de 2007. Estão indicados 5 jogos na segunda coluna mas nas três seguintes só se contam 2 vitórias e 2 derrotas.

LM

Anónimo disse...

Não percebo o porquê de continuar a alimentar esta ideia de que podemos ir ao Mundial. Não percebo esta mania de nos querermos pôr em bicos dos pés e achar que podemos competir com "gente crescida", foi esta mania de nos queremos comparar artificialmente aos povos do Norte da Europa que nos levou ao descalabro e ao buraco onde estamos metidos e de onde nos custa tanto sair.
Mais vale dizer que estamos mais próximos da descida do que do mundial e que o próximo jogo é importante não para as contas do Mundial mas para as contas da descida.
Dificilmente o rugby, as famílias, as empresas, os países, poderão ter crescimentos sustentados, níveis de qualidade elevados, senão forem capazes primeiro de perceber o estado em que estão e de fazer algo de acordo com esse estado, no nosso caso de o alterar para melhor.

Que se trate de perceber o estado do rugby, sem paixões, que se trate de encontrar estratégias para o desenvolvimento do rugby, que se tente salvar a descida, que se tente a manutenção como equipa residente no VII e que se acabe com esta coisa estúpida, ridícula de dizer que ainda é possível ir ao Mundial (se formos optimo mas esse não deve ser o nosso objectivo no momento).

Anónimo disse...

lobitos demasiado longe do mundial. mundial so com a easyjet....

mais importante que qualquer mundial é mesmo o estado nacional... dos nossos 3 campeonatos que esta época andaram para tras 15 anos

Manuel Cabral disse...

Anónimo das 14:12, na verdade são 2 vitórias e 3 derrotas...
Obrigado pela chamada de atenção, já coloquei uma nota junto ao quadro e assim que tenha tempo faço a correcção...

Anónimo disse...

O dizer-se que ainda podemos ir ao Mundial, faz-me lembrar um 1º ministro há poucos anos, que a caminho de assinar um documento com a troika que nos pôs a pão e água, ainda falava nos grandes investimentos públicos. Quem viesse atrás que fechasse a porta, que ele iria da abalada até Paris.
Melhor do que ele só o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Iraque, ou o nosso Presidente da Federação.

Anónimo disse...

O nível e resultados das seleções nacionais (XV e VII) pouco ou nada têm a ver com os modelos competitivos em vigor ou a implementar. Enquanto todos os agentes do rugby não perceberem que apenas e só participando em competições internacionais de nível elevado e enquadrando os melhores jogadores em Academias quer nacionais, quer internacionais, é que se alcançam resultados é que Portugal poderá voltar a participar num Mundial.
De uma vez por todas haverá que separar as águas e assumir claramente o jogo em dois andamentos: a alta competição e o rugby social.
Vejamos: em Portugal quantos clubes assumem sem rodeios a alta competição. GDDireito, CDUL, Agronomia, CDUP e Belenenses. Ou seja são quem de há mais de 14 anos de forma ininterrupta, melhor trabalha nos escalões de formação, melhores resultados apresentam, maior número de jogadores e são quem mais "alimentam" as seleções.
O resto, por mais simpatia e respeito que se tenha,é rugby social e de fim de semana.
A realidade descrita é a mesma de há 50 anos! Os melhores clubes de hoje são os mesmos de 1970. (honrosa excepção ao Cascais, Técnico e Académica que as espaços aparecem, mas logo depois caiem para niveis bastante baixos).
O rugby regional é bom e simpático para ocupação de tempos livres. Nada de novo irá trazer ao rugby de alta competição,a curto e médio prazo, apenas um ou outro jogador (veja-se quais os jogadores que atingiram patamares competitivos elevados que não tenham nascido nos atrás referidos clubes)
Tudo isto e para concluir:
1) Clara e inequivoca aposta nas Academias, quer nacionais quer internacionais;
2)Participação nas competições internacionais europeias (Amlin CUP ou outra)
3)Super Liga com 6 Clubes a três voltas (15 jornadas mais a final)
4) Prioridade às Seleções Nacionais no restante período da época;
5) Organização de uma competição nacional com a participação das segundas equipas das da super liga e mais 10 clubes que decorrerá durante toda a época (cada equipa fará 30 jogos);
6) Revisão dos escalões etários e fixar sub 15, sub 17 e sub 19. A partir daqui é tudo escalão sénior;
7) Segunda divsião terá por base o rugby regional.
Vamos pensar um pouco nisto!

Luis Bernardo.

Anónimo disse...

O comentário anterior do Luis Bernardo, expressa clara e cabalmente porque é que o modelo que propõe não é sustentável.
1.- Enumera cinco ou seis clubes que segundo ele se dedicam á alta competição, enquanto a base e recrutamento for tão pequena dificilmente sairemos da "cepa torta".
2.- Todos os clubes que enumerou se situam em Lisboa e no Porto (curiosamente o único que lá existe), isto prova que o rugby não tem expressão nacioanl.
3.- Depois porque relegar todos os outros para o Rugby chamado social, é dizer que não existem mais projectos a serem trabalhados de forma profissional em Portugal (independentemente do seu estádio de maturação).
4.- Academias, competições internacionais com o dinheiro de quem? qual o patrocionador interessado num campeonato disputado a seis equipas, cinco delas de Lisboa? Qual o clube do chamado do "Rugby Social" que estaria disposto a pagar para os clubes de "Elite" e para as competições internacionais? e os apoios do Estado, será que que iriam apoiar um desporto assente só em Lisboa? e a IRB iria dar dinheiro para isso? A única solução é o aumento da base competitiva, o aumento do numero de jogadores.

Luis Bernardo em condições ideais eu diria que gosto do seu modelo mas infelizmente só o facto de cinco dos clubes estarem em Lisboa inviabiliza o modelo (eu sei que eles não têm culpa disso, eu sei que Lisboa não tem culpa disso).

Uma nota, estive a ler a convocatória para a selecção de sevens e vi que o seleccionador de Sevens não tens os complexos do Seleccionador Nacional e convocou jogadores jogadores de vários clubes, muitos clubes, da DH e da Primeira Divisão. Sei que quando chegar a altura serão escolhidos os melhores mas fez mais o Seleccionador de Sevens pelo Rugby nacional do que todo o resto da FPR. É assim que se ajuda a cativar miúdos na provincia para o Rugby, é também assim que se contribui para tornar o rugby com implantação á escala nacional.

Estive a ver que o Groundlink Caldas tem dois convocados para o Sevens, um deles é o super consagrado David Mateus mas o outro tem 20 anos e foi certamente criado pelo Caldas. Este é o sinal que se calhar não só os clubes que referiu que estão a trabalhar bem, este se calhar é o sinal de que desde que existam condições outros clubes podem fazer igual ou melhor ao que se faz em Lisboa.

Obrigada Luis Bernardo não concordo consigo mas fez-me pensar no seu modelo e isso é importante.

Anónimo disse...

Ao das 19.56
Com tanta sabedoria em termos de futuro, poderás dizer-nos como é que fomos ao Mundial de 2007 ? Selecções regionais, meu caro. Repito, pois pelos vistos não percebes. Selecções regionais. Aproveitar a garra e o entusiasmo daqueles atletas da província, muito diferente dos lisboetas. Quase posso dizer que 80 % dos atletas lisboetas, se jogassem na província, desistiam ao fim de um ou dois anos. Essa é a realidade. Espalhem o Rugby pelo país e verão a diferença dentro de poucos anos. Ao Presidene da Federaçao eu diria somente que ele não se esqueça de que o elegeu.

A.C.Vera-Cruz disse...

É com muita surpresa que constato que ainda há muita gente que acredita no Pai Natal e que as cegonhas trazem os bebés de Paris. Mundial ? Na televisão.

António Ferreira Marques disse...

O tema da selecção propicia, mais uma vez, um debate interessante sobre o presente e futuro do Rugby Português,
Compartilho a opinião do anónimo das 21:37; o modelo de LB tem virtudes, mas diria que para um estágio post um desenvolvimento maior; primeiro há que criar bases alargadas, de âmbito nacional - pelo menos o mais possível. Só essas bases alargadas suportam um "consumo" de Rugby que possa atrair "investidores", sejam de que origem forem, institucionais ou não .... Por outro lado o Rugby regional não é só para ... ocupação de tempos livres ... e muito menos um "Rugby social".
É verdade que alargar a base tb requer divulgação, só conseguida com perspectivas mais elevadas de competição, a nível interno, mas mais especialmente a nível internacional ... não é preciso recuar muito no tempo, para perceber isto.
Em conclusão não haverá uma solução única mas talvez um mix de mtos dos contributos que este forum, e outros, têm trazido. Porque não um "Forum Nacional do Rugby", a organizar, p.e. no final da época, com uma análise de resultados e que sustente um Plano Estratégico de Desenvolvimento - a 5 - 7 anos, p.e.; para este evento possibilitar a apresentação de "estudos" a desenvolver por professores/alunos das n/ Escolas Superiores de Desporto, "casos" de outros países, etc. etc.

Anónimo disse...

Sou de Lisboa mas acredito que o Rugby em Portugal só crescerá quando tiver uma dimensão nacional, mas para isso as mentalidades têm que mudar. Se observarmos a competição desde a formação por aí acima, verificamos que muitos clubes usam e abusam da utilização irregular de jogadores de escalões etários superiores. Acreditem que enquanto obtiverem resultados de forma ilegal nunca crescerão e viverão sempre no meio de uma mentira. No Rugby não pode valer tudo para ganhar.

Great Duke disse...

O importante é ganhar na Bélgica...não importa se para ir ao Mundial ou não descerpara o CEN 1B. O importante é fazer um grande jogo e ganhar para que a equipa possa respirar um pouco do sufoco onde está.
A Bélgica é muito mais forte do que pensam e o jogo vai ser muito difícil, mas temos de ir com o pensamento na vitória e sem medo.

Agora deixem a malta trabalhar com calma e afinco. No final do CEN se farão as contas...

Quanto ao futuro do rugby nacional, já há muito que também alinho com aqueles que defendem que o rugby só cresce se se espalhar pelo país. Mas o problema é que isto pode não ser benéfico para todos os envolvidos...e para o fazer é necessário divulgação e, para isso, dinheiro que, pelos vistos, não existe...

Anónimo disse...

O problema do RUGBY se espalhar pelo país é o mesmo problema que os antigos do futebol (Benfica, Sporting, Belenenses) tiveram ao perder as redeas da Federaçao. Para aqueles que não sabem, durante décadas a presidência da Federaçao de Futebol era distribuída entre os 3 grandes. Depois as coisas mudaram e o futebol correu todo o Portgual.

Anónimo disse...

Dar o exemplo do futebol? Que diferença fez? Quem tinha títulos eram o Benfica, Sporting, Porto e Belenenses (1), depois de as "coisas mudarem" quem tem títulos são o Benfica, Porto, Sporting, Belenenses (1) e Boavista (1). Que grande e espectacular mudança! Dar o exemplo de uma modalidade que está debaixo de corrupção desde o inicio dos anos 60! O rugby para evoluir tem que ser trabalhado por todos, dentro das suas limitações. O que querem? Que o GDD, Agro, CDUL, Belem CDUP e Académica fechem durante uns anos para dar oportunidades aos outros? Já agora porque não propor à IRB que os 12 ou 15 melhores do ranking mundial não entrem no mundial para dar oportunidades aos outros? Ou proibir que os colégios ingleses tenham rugby para não terem tão bons jogadores para os outros países europeus poderem ganhar alguma coisa! Temos que querer ser nós a crescer e não que sejam os outros a piorar!

Anónimo disse...

Apesar do merecimento das apostas de vários clubes, das iniciativas da ARS e ARN , do aparecimento de investidores no rugby português o certo é que sendo os personagens diferentes o resultado é o mesmo.

Vejamos as evidências:

1.Após quase 50 anos de investimento, de trabalho e material ,o rugby não se conseguiu implementar no nosso país. O futebol tudo seca, principalmente porque se joga no mesmo campo.

2. De 1970 até aos nossos dias surgiram dezenas de iniciativas de clubes e seleções regionais (aqui voltarei para com todo o respeito contrariar aqueles que dizem que 2007 resulta do trabalho das seleções regionais). Desde equipas do Algarve a Trás-os-Montes, de Lisboa a Coimbra , todas elas desapareceram, tendo permanecido aquelas que já preexistiam.

3. Algns estarão recordados do maior convivio nacional de rugby realizado no ido ano de 1976 (Março)que reuniu o EUL cntenas de jovens jogadores. A pergunta fica, o que é que se aproveitou? Quantos jogadores/equipas se emanciparam e se cimentaram? Fugazmente uma ou duas (UTAD e S.Miguel entre outras) que depressa se apagaram.

3.A evidência da pobreza dos anos 80 que apenas ficaram marcados por três factos decisivos (i)a recorrente falta de campos, com a seleção nacional a treinar no "relvado" da Alameda das faculdades;(ii) o aparecimento da defunta Rugby Revista ; e (iii)o Lisboa Sevens. O resto era o deserto.

4. Os anos 90 ficam marcados pelas 5 vitórias consecutivas do Cascais no CNacional, sendo que o foi num campo pelado!

5. De qualidade tivemos o apuramento para a RWC Sevens num torneio organizado em Lisboa no qual articiparam 24(!) países, entre os quais a NovA Zelândia.De resto foi-se jogando um desporto parecido com o rugby. Os Clubes eram os mesmos que existiam em 1970.

6.Chegados aos finais dos anos 90 surge a primeira tentativa de elevar o rugby para niveis de alta competição através do Tomás Morais (goste-se ou não dele é mais uma evidência). O trabalho que fez no GDD, e que viria a ter reflexos nas seleções nacionasi, foi notável e incontornável.Os Clubes continuavam a ser os mesmos!

7. Os anos até 2007 são marcados pela aposta na participação num Mundial. Tudo foi feito nesse sentido e tudo foi consguido. A participação num mundial era o motor de arranque para a globalização do rugby em Portugal.

8. Os Clubes que se viram envolvidos nessa aventura foram os mesmos...

9.Aparticipação no Mundial de 2007 resulta apenas e só do compromisso e dedicação de uma verdadeira equipa de jogadores e técnicos como nunca vista até então.Não se invoque o trabalho de seleções regionais. Louve-se o trabalho do Tomás, Daniel e de 30 jogadores fantásticos na dedicação e cometimento. Os clubes que alinharam neste projeto: os mesmos de sempre! GDD, CDUL, Agronomia, CDUP e Belenenses. Os restantes continuavam a nada fzer.É uma evdência, e já tinahm passado 37 anos.

10.Após 2007 opera-se o boom do rugby português. Surgem equipas e nucleos por todo o país. Finalmente ir-se-ia conseguir a "nacionalização" do Rugby.

11. Sete anos passados, o que é que se assiste? Os mesmos clubes de sempre e uns quantos personagens a protestar quanto a este estado de coisas, dizendo mal deste ou daquele, sempre incapazes de assumir e enfrentar a realidade. Tipico comportamento dos portugas, a culpa é sempre do outro, neste caso daqueles que há mais de 50 anos apostam de forma continuada e séria no desenvolvimento do jogo em Portugal.

12. Á porta de um jogo de capital e decisiva importância para o nosso país, que fazer face a uma eventual descida ao Grupo B. Nessa eventualidade os apoios daIRB desaparecem, os patrocinios decrescem, o fraco investimento do Estado diminui.Haverá que começar de novo e apostar numa nova geração de jogadores(os SUB 19 de 2012/13)e no trabalho dos clubes. Quais clubes, perguntar-se-á? Decorridos 50 anos, a resposta é : Os mesmos de 1970!

É uma evidência!

Luis Bernardo

A.C.Vera-Cruz disse...

Dar o exemplo de uma modalidade altamente corrompida como o futebol acho que foi um pouco infeliz ! Antes eram 3 a dominar a Federação e ganhavam, digamos, dois. Agora que foi aberto, como se disse, ganha...........um ! Com fruta, com cafézinhos, quinhentinhos...sem vergonha. É isso que querem ? Enquanto não houver um presidente consensual não haverá evolução no rugby.

Anónimo disse...

Vê-se que não percebeste o alcance das minhas palavras. Quando a federação do Futebol era dominada pelo polo BSB, todos os titulos ficaram em Lisboa. Quando saiu do domínio deles, outros clubes foram crescendo. O que eu digo e posso confirmar é que o bolo do rugby fica preferencialmente em Lisboa e desde que não haja "provincianos" na federação o desenvolvimento do rugby fora de Lisboa está sempre condicionada. Esta de pensares que no rugby é tudo honestidade, é sinal que deves andar longe dos nossos problemas....

Anónimo disse...

Peço desculpam pela não referência da AAC, tambem ela presente desde 1970.

LB

Anónimo disse...

Boa Tarde Luis Bernardo

Continuo a ler com interesse o que escreve, continua a fazer-me pensar e continuo a...não concordar consigo.

Basta ir ás selecções e ver que o CDUP também existe, o CRAV também existe, a Académica também existe, bem como o Técnico.

Basta olhar para a província para perceber que existe rugby para lá de Lisboa.

Basta olhar para os campeonatos para perceber que existem 30 a 40 clubes que tentam jogar rugby.

Nada mudará se continuarmos a dizer que só os quatro ou cinco clubes de Lisboa dão algo ao Rugby, é bom não se esquecer que eles podem dar ao rugby mas são também eles os principais beneficiários de todo o investimento que se faz no rugby.

Está-se a esquecer que o Cascais também foi Campeão Nacional, está-se a esquecer que o Benfica também, está-se a esquecer que o Benfica também foi campeão ibérico. Esquece-se porque eles hoje não são clubes de topo mas isso é sinal que nada é imutável e que entretanto apareceram outros clubes.

Finalmente Luis Bernardo está-se a esquecer que verdadeiramente nunca houve fomento do rugby na provincia, por várias razões. Está-se igualmente a esquecer de clubes como o Lousã que faz gradualmente o seu caminho.
Está-se a esquecer do Caldas que tem neste momento o projecto desportivo mais profissional que existe em Portugal.
Está-se a esquecer o Montemor que cada vez mais aparece bastante forte nos diversos escalões.

As coisas em Portugal mudam e vão mudando para melhor, não vão é mudando com a velocidade desejável, não mudam é de acordo com um plano de desenvolvimento mas com base na vontade dos clubes (ai concordo consigo).

Quanto aos cinco clubes de topo que refere, sem duvida que são os clubes de topo, os clubes Líder do rugby nacional mas isso acontece em todos os desportos, existem clubes mais fortes do que outros.

O que é necessário é ter um largo consenso sobre o que se quer para o Rugby e como o dinheiro não é muito, deve-se priorizar as opções que se podem tomar.
Alguém aqui falou num congresso do rugby, não sei se congresso não será demais mas um encontro para se falar de rugby seria bem vindo.
Sinceramente penso também que os treinadores ao serviço da selecção deveriam ser independentes dos clubes. Penso que os treinadores devem estar no terreno e não no gabinete, devem estar a trabalhar onde é necessário e não onde lhes dá mais jeito.
Também é verdade que os técnicos não se podem substituir aos dirigentes, não se podem substituir ao associativismo que precisa de existir e muitas vezes é na pouca disponibilidade das pessoas que tudo falha.

Anónimo disse...


Caro Luis Bernardo,

A sua visão histórica do rugby, e que serve de base para todo o seu raciocínio, é completamente errada.
Até meados dos anos 90, os clubes dominantes sempre foram o CDUL, o SLB, o Belenenses e o Cascais. Fora de Lisboa a Académica tambem sempre foi um clube com grande historial mas poucos títulos. De resto lembro-me de um campeonato do Técnico em 82 e 98 se não estou em erro. Mas foram os únicos.
O GDD, e Agronomia, são clubes históricos, mas que escreveram as suas páginas douradas no últimos 15 anos. E com todo o mérito, diga-se de passagem.
Portanto, se o Luis quer apresentar uma visão, um caminho, para o rugby português, sustentando-o numa visão histórica, conte pelo menos uma versão real.

O caminho para o sucesso de qualquer desporto, passará sempre pelo "alargar da base". Sempre. Pode dar as voltas que quiser ao desporto, mas limitar um campeonato a 6 equipas é ter uma visão de muito, muito curto prazo. Ainda mais agora em que temos 6-7 anos para trabalhar até ao próximo mundial.

Posso dar-lhe "n" exemplos de outras modalidades, em que o profissionalismo matou o desporto em causa. Atletismo, andebol, besquetebol e voleibol. Estas quatro modalidades, tiveram o seu apogeu nos anos 90 e a certa altura decidiram dar o salto para o profissonalismo. E entre clubes que acabaram, porque faliram ou optaram por não aderir ao profissionalismo, estas modalidades práticamente morreram. E, podemos achar que somos uma elite, mas devemos ser humildes e olhar para o que aconteceu nessas modalidades. E olhe que todas têm ou tiveram o Sporting o SLB e o Porto presentes. E todos sabemos que não há maior atractivo do que esse, em termos de mercado, no desporto em PT.

Obviamente que defendo que os atletas que estejam nos trabalhos das selecções devem ser remunerados. Mas não mais do que isso.

Criar a ideia de que fchar um campeonato para 6 equipoas em 3 voltas, é matar o desporto.

E, pior do que isso, é assumir que só 5-6 clubes é que trabalham em portugal. Que tudo o resto é rugby social. Fazer esse género de análises são tudo menos um favor ao desenvolvimento do rugby.

Se fosse assim, nem o GDD nem a Agronomia tinham dado o salto que deram na viragem do século.

Cumprimentos,

Anónimo disse...

Esta visão de elite só funciona com o dinheiro dos apoios... como esse vai desaparecer diga-lá como é que vai funcionar a super elite ? É um esquema que precisa de ser pago por alguém porque sozinho não pode andar.

Anónimo disse...

Caro Manel. É importante ver que existem pessoas, ligadas à modalidade, que querem expressar as suas ideias. Pegando numa ideia de Luís Bernardo vinha sugerir que, como houve nos anos 70, se realizasse no final da época um Encontro Nacional de Rugby em que todos os agentes, ligados à modalidade pudessem falar. O teu Blog poderia servir para dar força a esta sugestão, que no momento atual é a que, na minha opinião, melhor seve a modalidade. Abraço KIko Pimentel

Anónimo disse...

O profissionalismo não matou só o atletismo, basquetebol, andebol e voleibol. Sabem que mais de 30 equipas seniores de clubes de futebol deixaram de competir e muitas outra que eu conheço voltaram á sande e cerveja no final dos jogos e até os atletas é que se deslocam nas viaturas próprias para os jogos. Os apoios ao Rugby diminuíram e vão diminuir muito mais, não tenhamos ilusões. Quanto mais reduzirem. Rugby a Lisboa e a 6 clubes mais depressa caminham para a perda de credibilidade da modalidade na comunicação social.

Anónimo disse...

O criar uma divisão mais curta e "elitista" não é de maneira alguma fechar o rugby, é sim torna-lo mais competitivo. A equipae que todos os anos subir será mais forte pois tb ela virá duma 2ª divisão mais competitiva. A realidade custa mas é verdade, muitos dos clubes e jogadores não querem mais que o rugby social, ou seja nada mais querem do que serem amigos e beberem uns copos após o jogo, mas a realidade do desporto de competição não é essa, a realidade é trabalhar arduamente durante a semana, pôr o rugby em segundo plano imediatamenta a seguir ao trabalho ou ao estudo e sacrificar uma vida boémia pelo desporto, é esta a realidade da competição nos nossos dias, quem a quer?.... pois é poucos.... Temos que entender que á lugar para todos, mas com várias divisões, assim não será necessário andarem clubes da mesma divisão a darem malhas de 50, 60 ou mais de 15 em 15 dias, com divisões mais curtas todos cumprirão os seus objetivos, quem quer competição, terá competição quem quer rugby social tb poderá ter o seu espaço (reconheço q tb é necessário). que interesse tem para uma e3quipa andarem um ano inteiro para fazer dois jogos equilibrados...

Joaquim Ferreira disse...

Acho engraçado o comentário que diz que desde 2007 a ida ao Mundial não teve efeito porque não trouxe novos Campeões Nacionais à baila...

Quantos clubes havia a competir nos Camp. Nacionais (DH, 1ª e 2ª) em 2007 e agora?

Quantos clubes subiram à DH e 1ª e se mantiveram vindos da 2ª divisão (lembram-se em que ano o Montemor subir à 1ª)?

Quantos Federados havia em 2007 e agora?

E quantos clubes federados havia em 2007 e agora?

Quantos treinadores e árbitros credenciados havia em 2007 e agora?

Qual a estrutura de escalões em 2007 e agora? Havia Sub21 ou Sub23?

Quantos jogos da Seleção de Portugal, DH e Taça eram transmitidos anualmente na Tv em 2007 e agora?

Quantos novos campos de Rugby existiam no país em 2007 e agora?

Existiam em 2007 clubes como Famalicão, Guimarães, Borba, S. Miguel, Sporting, Aveiro, Ubuntu, Sobredense,...?

Haviam tantos clubes na 2ª Divisão a apostarem em aumentarem o nível, apostando muito na subida de Divisão como o fez o Sporting no 1º ano ou vemos agora o Moita?

Será que em 6 anos se consegue que um clube novo seja Campeão Nacional?

É claro que o nosso rugby cresceu desde 2007. Tem mais jogadores! Claro que houve um BOOM e agora estagnou. Mas a profissionalização de alguns jogadores nacionais, a participação mais profissional dos Selecionados nos 7's e XV deixaram espaço para mais jogadores jogarem a DH.

Acho sinceramente que há muito caminho a percorrer mas Portugal pode e deve ter níveis muito mais altos. Portugal pode ser uma grande seleção de 7's e ter uma seleção de XV a bater-se constantemente pela qualificação pelo Mundial.

Eu acredito!!!!

Manuel Cabral disse...

Att. Joaquim Ferreira, é preciso muito cuidado com as afirmações que se fazem, sobretudo nessa questão de quantos clubes e equipas havia em actividade antes e depois do Mundial de 2007.
Porque se é verdade que houve um crescimento, esse crescimento ficou muito aquém do que se poderia esperar...Assim é importante saber que:
Ano-nº clubes/nº equipas/nº jogadores seniores
2001/02 - 29 - 34 - ?
2005/06 - 27 - 27 - 749
2006/07 - 27 - 27 - 879
2007/08 - 31 - 32 - 1102
2009/10 - 30 - 31 - 1039
2011/12 - 34 - 37 - 1192
2013/14 - 33 - 36 - ?

Quanto ao aparecimento/desaparecimento de equipas antes/depois de 2007, desapareceram equipas como o Caparica, o Vilamoura, o RC Coimbra, o ISEP/REI, o Amora e o Fabril, e das equipas que referes como tendo surgido depois do Mundial, o Famalicão surge em 1989, o Aveiro surge em 1985 e o São Miguel surge nos anos 70...

Portanto e resumindo, entre 2001 e 2013 surgiram 4 clubes, o que parece manifestamente curto em relação aos investimentos feitos e às expectativas criadas.
Também em relação ao crescimento no número de jogadores seniores houve crescimento entre 2006 e 2009 (correspondeu a um crescimento de 47,8%)mas esse crescimento estagnou no período seguinte (2009/12 = 7,68%) e os anos de 2009/10 e 2010/11 são de crescimento negativo (-6,14% e -4,14%).
Este ano houve mais um recuo, com os desistências do Lousada, Elvas e Oeiras...