13 de janeiro de 2014

‘GRANDE 31’ DE REIDY E VITÓRIA ADVOGADA TIRADA A FERROS *

* António Henriques
Graças aos triunfos de Técnico, Direito e Agronomia, a 12.ª jornada da Divisão de Honra viu o trio da frente distanciar-se um pouco mais, pois o CDUL, 4.º classificado, já está a sete pontos dos agrónomos, com quem perdeu na Tapada.

Ao venceram os azuis só no derradeiro minuto no jogo que encerrou da ronda, os advogados não deixaram fugir os engenheiros que foram ao Minho manter a liderança graças a 31 pontos conseguidos pelo avançado neozelandês Sean Reidy. 

Em Taveiro, a Académica alcançou a sua primeira vitória em casa e aproximou-se dos lugares de acesso ao ’play-off’ do título.



ACADÉMICA 33-5 CR MONTEMOR (5-1) 
Pela primeira vez nesta temporada o Sérgio Conceição assistiu a um triunfo da equipa no seu próprio lar – e sem qualquer discussão, diga-se (ou escreva-se) desde já. 
Os pretos entraram algo nervosos e cometendo demasiados erros individuais, originando que até praticamente meio da 1.ª parte o resultado se mantivesse, teimosamente, num imaculado 0-0.
Mas contando com um quinze indubitavelmente superior e mais poderoso, depressa a Académica desequilibraria o encontro a seu favor. 
Três ensaios até ao intervalo e mais dois no 2.º tempo (bis de Tomás Pinto e um para Ricardo Dias, João Mateus e Ricardo Gonçalves) materializaram uma vitória robusta e justa perante alentejanos incapazes de alterar o rumo da partida e que, com um único ensaio da autoria de João Bibe, saíram de Taveiro ainda no último lugar da tabela mas já a seis pontos da equipa que os antecede, o 9.º classificado CDUP.




CRAV 10-36 TÉCNICO (1-5)
Os engenheiros foram até ao Minho alcançar a sua nona vitória na prova e – atestando a sua capacidade concretizadora (53 ensaios nos 10 jogos efetuados) – sétima com ponto de bónus atacante. 
Foi aliás a primeira vez nesta época que uma equipa conseguiu sair da Coutada bonificada por marcar
quatro ou mais ensaios, aquilo que Belenenses e Académica, mesmo vitoriosos, não fizeram.
Com o terreno em condições bem melhores que as que se aguardavam, o CRAV entrou bem e graças à sua
avançada forte, coesa e que dá muito trabalho aos antagonistas, aos 10’ vencia com uma penalidade de Jorge Vareta. 
Mas ao quarto de hora os lisboetas faziam o primeiro da tarde, pelo 1.º centro Pedro Castro, virando o resultado para 5-3.
A partir daí, e com um jogo mais dinâmico por parte do Técnico, chegaria a vez de surgir o ‘big show Sean Reidy’, 3.ª linha asa neozelandês e autor de todos os restantes pontos da formação das Olaias. 
Todos, leram bem. 
Foram só quatro ensaios (dois deles muito facilitados), outras tantas conversões e uma penalidade, num total de 31 pontos alcançados, algo que deve andar próximo de marca recorde para um avançado em jogo do campeonato nacional. 
Ou seja, depois dos 44 obtidos por Joe Gardener na 1.ª volta, agora foi a vez de um novo ‘carrasco’ de azul-e-branco surgir para infernizar o juízo aos minhotos…
Reidy, 24 anos e que veio do Counties Manukau (equipa pela qual atingiu as meias-finais da última ITM
Cup), está claramente a subir de rendimento e para lá da sua excelente cobertura de terreno, mostra ser um chutador tremendamente eficaz. 
No último jogo realizado, em Montemor, conseguira oito das nove conversões tentadas e assim já soma 63 pontos na prova, mesmo tendo chegado às Olaias só no início de novembro.
Com 15-3 ao intervalo, o Técnico foi cavando distâncias na 2.ª parte e apesar de se assistir a um jogo taco-a-taco em largos períodos, acabou por cedo fazer entrar os oito suplentes e sair de Arcos de Valdevez um bocadinho mais primeiro.



DIREITO 18-17 BELENENSES (2-1)
A partida de Monsanto foi muito influenciada pela valente intempérie que atingiu Lisboa à hora do encontro, inviabilizando um jogo ao largo, tão do agrado das duas equipas. 
Mesmo assim os advogados – que têm essa característica bem vincada no seu ADN – foram insistindo ad nauseam em abrir bolas para as linhas atrasadas. 
E quase se prejudicavam por isso, não fosse o ensaio salvador de Luís Alvim surgido ao minuto 80!

Alinhando com apenas cinco habituais titulares (os outros estiveram envolvidos no massacre em Reading à mão dos London Irish, para a Amlin Cup), Direito abriu o ativo aos 2’ (drop de Gonçalo Malheiro), mas no minuto seguinte Manuel Costa igualava numa penalidade (3-3).
Apesar do maior domínio da equipa da casa, era estranha a sua insistência em abrir, vezes sem conta, uma bola tão difícil de manusear até à ponta – que, invariavelmente, era deixada cair ou passada em péssimas condições (e nesse particular Adérito Esteves levou a palma a toda a concorrência…). 
Já os azuis, à custa do trabalho da sua avançada (William Hafu jogou finalmente como talonador, mas atestando as atuais dificuldades azuis nos três-quartos, foi a vez do pilar Hugo Valente ser atirado para a ponta direita…), mostravam-se mais objetivos e práticos, e passaram para a frente ao minuto 19 num drop de Manuel Costa. 
Curiosamente, e apesar das péssimas condições climatéricas, foram marcados na partida três pontapés de ressalto, tantos como nos anteriores 51 jogos da Divisão de Honra!
Após um inteligente pontapé alto que não foi captado pela defesa azul, o ponta João Ventosa só não fez o primeiro ensaio para a equipa da casa devido a miraculosa placagem de Manuel Costa junto à bandeirola (24’). 
E perto da meia-hora Malheiro, empatava a partida a 6 -6 numa penalidade, resultado que se registava ao intervalo.
No regresso dos balneários os azuis continuaram a privilegiar o jogo pela avançada (Sebastião Cunha, a n.º 8, foi o jogador que mais vezes conduziu a bola, mas faltou-lhe melhor apoio…) e aos 47’ marcava finalmente por Miguel Fernandes, após imparável maul de touche (11-6).
Aos 56’ Hafu viu amarelo por anti-jogo e logo no minuto seguinte o segundo centro António Ferrador igualava o marcador, escapando como uma enguia enlameada a duas placagens e deslizando de seguida em mergulho sobre a água para o ensaio.
E com Direito insistindo em abrir todas as bolas (como foi possível Adérito desperdiçar, aos 65’, um lance
de cinco-contra-dois (!) fazendo um passe para os tornozelos do companheiro quando já se festejava o ensaio?), a equipa do Restelo que passou a ocupar mais tempo no meio-campo contrário, em tão-só quatro minutos marcava por duas vezes, ambas por Manuel Costa (penalidade e drop), fazendo os 17-11.
E quando já não se esperava a reviravolta, um derradeiro fôlego dos campeões nacionais e ibéricos (que o são, independentemente de quem enverga a camisola rubro-negra) daria frutos. 
Azuis metidos numa camisa-de-forças, falta a cinco metros da área e o asa Luís Alvim a mergulhar para o ensaio que fez Monsanto explodir e ‘dançar à chuva’. 
Desta vez Guilherme Themudo assinalou ensaio, ao contrário do que decidira num lance semelhante do ataque do Restelo. 
Mas quem estava em cima das jogadas era ele e foi convincente em ambas as decisões, portanto…
Malheiro não tremeu na conversão e selava os finais 18-17, resultado ingrato para o labor azul, que talvez merecesse mais que o pontinho de bónus defensivo, mas Direito foi a equipa que mais fez por este triunfo ‘arrancado a ferros’. 
E quando assim é…

Fotos: Eduardo Pimenta/Foto Beleza, Aguinaldo Vera cruz

10 comentários:

Anónimo disse...

quem marcou o primeiro ensaio do direito nao foi o ferrador, mas sim o joão ventosa

Anónimo disse...

Bom dia,

É possivel colocar aqui o boletim jogo entre o Direito - Belenenses?

Gostei de ver no boletim do Técnico que o treinador fez entrar todos os jogadores na deslocação ao CRAV e não o fez apenas ao minuto 70 como alguns fazem mas sim muito antes. praticamente todos os jogadores entrararm aos 55'. è que ir a Arcos só para jogar 10 minutos é muito mau.

cumprimentos,
andre´matos

Anónimo disse...

Idependentemente da justiça do resultado merece vencer que marca mais pontos , ponto final.
Tal como o Direito o Belenenses não actuou com 7 dos jogadores que haviam feito 80% dos outros jogos:
Jaime Freire(lesão), Rafael(Lusitanos), Miranda(lusitanos), Kiko V. a (lesão ao serviço Lusitanos), Mirra(Lesão), Junior, (Costela partida)Salvador(Lesão) Duarte Moreira(Motivos profissionais)e ainda perde neste jogo Barreto aos 30 minutos por lesão e Hugo Valente tambem por lesão.

Anónimo disse...

concordo com quase tudo que aqui vem escrito, e está tão certa a vitória do Direito como estaria a do belenenses, só um aspecto me parece não muito certo, não acho que o Adérito tenha deixado cair assim tantas bolas e foi seguramente daqueles que mais conseguiu andar para a frente com a bola mas claro que é indesculpável o falhanço do 5 para 1, vi jogadores dos dois lados que eu não faço a minima ideia quem são o que seguramente é bom para o rugby Português, mas falo essencialmente do direito um pilar e o talonador, um 2ª linha um formacao e um ponta que eu não faco ideia quem são e que fizeram grandes jogos ontem e tirando o pilar nenhum deles apresentava fisico imponente que grande jogo fizeram e ainda para mais aguentram 80 minutos sem substituições??? parabéns, e parabéns aos jogadores das duas equipas em que num jogo dificilimo e com condições muito más além de toda a luta em campo foram de uma correcção extraordinária,

Anónimo disse...

O Salvador? lol Esse tava magoado para os Lusitanos, mas lá jogou contra o Direito….

Anónimo disse...

Pois é, coisas muito estranhas se andam a passar com as convocatórias, sobretudo para os Lusitanos!

Acredito que seja penoso ir levar uns amassos dos adversários estrangeiros e sempre é mais simpático jogar nos jogos cá do burgo.

Como se esperava, lá vem o fado das lesões, ausências, etc para justificar mais uma derrota. Ainda não vi ninguém dizer algo simples: o Belenenses perdeu porque os adversários foram melhores.

Será que um dia vão conseguir dizer ou escrever isto?

Anónimo disse...

É verdade, do Belém ouvem-se sempre desculpas. Um dia perdem pq o adversário tem muitos estrangeiros, noutro é pq têm muitos lesionados. Deixem-se de desculpas e tentem aguentar o 5o lugar.

Anónimo disse...

Para quem gosta de um jogo de rugby com muito poderio, onde a batalha se vence nos avançados, entao este foi um bom (mas nao bonito) jogo. Muita lama e muito combate. ganhou a equipa que mais lutou. Nao sei se o belem merecia mais o jogo ou nao, mas o que vi foram duas equipas a dar tudo. muitos jovens em campo com vontade de se mostrar e com boas exibiçoes como foi o caso do tomas macedo e do freudenthal do lado do belem, e do lado do direito o lobato, francisco bruno, sebastiao roxo, joao ventosa ...

So faz bem ao rugby portugues que estes jovens tenham oportunidades.

saudaçoes

Anónimo disse...

Muita lama?

Não dei por nada.

Ou então já não há lama como na Tapada....:))))))))))

Anónimo disse...

Quem escapou como enguia enlameada às 2 placagens e marcou o 1º ensaio do Direito foi o Ventosa e não o Ferrador