30 de outubro de 2013

SEGUNDONA CENTRO/NORTE COM OLHAR AGUÇADO *

*José Silva

No início da nova época 2013/2014 tentaremos acompanhar com mais detalhe e rigor a zona Norte/Centro.

Foram pedidas informações aos clubes, quer via Entrevistas no portal “Mão de Mestre” quer posteriormente por email.
De todos os clubes apenas o Tomar não respondeu ao nosso pedido.



Depois de no ano passado a FPR ter decidido separar as Zonas Norte e Centro em dois grupos distintos, o que obviamente não resultou, com os clubes (3) do Centro a saírem claramente prejudicados pela reduzida carga de jogos que tiveram comparando com os vizinho do Norte, em especial a Bairrada – como natural candidato ao grupo dos Apurados, este ano novamente com a junção dos Grupos Norte e Centro terão uma fase inicial com 18 jornadas, em que cada equipa folga duas vezes, perfazendo um total de 16 jogos, entre 2/3 Novembro e 3/4 de Maio. 
Por cada folga serão atribuídos quatro pontos na tabela classificativa tal como na Divisão de Honra, bem como nos jogos realizados com a equipa B do CRAV, que não contam para a classificação geral - consulte o Regulamento da prova.

Serão apurados os dois primeiros classificados que disputam a Final Four com os dois primeiros do Grupo Sul/Lisboa

CRAV “B”
Os Garranos, sob o comando de João Pedro Azevedo e Jorge Peixoto – e olhar atento de Nuno Vaz - apresentam-se para mais um época de pedra e cal na Segundona.
Optaram por não participar no Campeonato Nacional de equipas “B”, tendo assim um competição regular e relativamente perto de casa para dar andamento aos, que por variados motivos, não cabem na equipa “A”.
E a nosso ver, bem.
Apesar de não serem apurados e os pontos do adversário não valerem, serão com certeza um osso duro de roer, e irão dar o seu melhor.
Os Garranos foram na última época e em 2010-11, a melhor equipa do Grupo norte na fase regular do campeonato da 2ª divisão (confirme aqui).


LOUSADA (Lousada RC)
Mais uma nova época para equipa de Lousada/ Porto, que se desdobra em Prazer de Jogar, Escolinha de Rugby do Porto e Lousada RC…(confuso?)
O Lousada RC acabou a fase regular 2012/2013 em último lugar com uma vitória em 10 jogos e 46 pontos descontados administrativamente, tendo na fase seguinte – Não Apurados - ganho dois jogos em quatro.
Já no ano de 2011/12 teve um desempenho semelhante.
Apesar de tudo a ligação forte à família Vareta permite-lhes ter a ambição de um crescimento sustentado.
A falta de um local a que chamem “casa” pode ser um factor decisivo neste inicio de carreira do clube da Lousada.
Temos assistido ao melhor e ao pior do clube, pelo que sem muitos mais dados não avançamos prognósticos…
Não participou na Taça de Portugal este ano

BRAGA  (Braga Rugby)
O Braga Rugby, sob a batuta de Pedro Aguilar, prepara a sua 3ª participação no Campeonato nacional da 2ª divisão.
Clube criado em 2010, conta já com 133 atletas (final da época 2012/13 e nos vários escalões, o que é notável).
Para complicar as contas não têm, ainda, uma casa fixa.
Na temporada de 2012/13 acabou a fase regular na quinta posição com uma vitória em 10 jogos, tendo no grupo dos Não Apurados acabado em quarto lugar com duas vitórias.
Em 2011/12 acabaram a época regular com quatro vitórias em 10 jogos e nos grupo dos Não Apurados, ficaram na terceira posição com três vitórias em cinco jogos.
Esta época participou no Triangular de Guimarães com duas derrotas
Triangular (GRUFC/CRF/Braga Rugby) - jogos de 40 minutos
GRUFC 0 - CRF 7
GRUFC 26 - Braga Rugby 0
CRF 19 – Braga 14
Nos jogos oficiais foi eliminado da Taça de Portugal pelos vizinhos de Guimarães por 39-6
O Braga com certeza tentará melhorar as prestações passadas pois muito dificilmente terá andamento para as equipas mais fortes da zona Norte/Centro

GUIMARAES (GRUFC)
Os comandados de Jeremias Soares tem sido um força sempre crescente nos últimos anos, tendo em 2011/12 ficado a um ponto da disputa dos lugares de subida e em 2012/13 chegado ao Final Four da 2ª divisão, tendo caído na meia-final aos pés do atual campeão da Segundona.
Um clube com um crescimento sustentável, e com a sua história recente, faz-nos apontar os” Bravos” como um potencial candidato aos lugares de subida à segunda fase da competição.
Triangular (GRUFC/CRF/Braga Rugby) - jogos de 40 minutos
GRUFC 0 - CRF 7
GRUFC 26 - Braga Rugby 0
CRF 19 – Braga 14
Já a doer eliminou o Braga Rugby da taça de Portugal por 39-6, sendo posteriormente batidos pelo Famalicão por 17-41

FAMALICÃO (Famalicão RC)
O Famalicão versão 2012/2013 sempre se assumiu como candidato à subida tendo um recorde invejável de ter ganho 14 em 15 jogos para o Campeonato em 2012/13.
Na Taça venceu um oponente do escalão superior (Loulé) só acabando perante o Montemor, hoje na Divisão de Honra.
A equipa treinada por Pedro Campos Costa é a nossa primeira aposta para finalista do Grupo Norte/Centro.
Este ano venceram o Torneio Triangular de Guimarães, (com vitórias sobre o Guimarães 5-0 e Braga Rugby 19-14) e posteriormente o Aveiro em jogo de preparação (44-5 em Famalicão).
Na taça beneficiaram da desistência da UTAD, vitória por 41-17 perante o vizinho Guimarães e na 3 ronda bateram o Bairrada por 27-26 no difícil campo da Moita.

UTAD (AAUTAD)
A UTAD sempre se pautou por um comportamento errático, tanto podem estar em grande forma aparecendo nos lugares cimeiros da classificação, como desaparecem por uns tempos, faltando a jogos, desistindo de competições.
A equipa treinada por Bruno Sá Lemos e Nuno Vilela tem a desfavor o facto de ser ainda uma equipa universitária, sem ligações à Cidade e região e, acima de tudo, à juventude….e sem formação não vão lá.
No ano passado a UTAD lutou até ao final por um lugar na Final Four, tendo depois “ganho” os Não Apurados.
Já no ano anterior apuraram-se para as finais da 5ª ao 8ª e dão falta de comparência.
Vamos ver o que nos oferece a UTAD este ano, sendo, que nos anos em que conseguem cativar a equipa são normalmente uma bota muito difícil de descalçar.

BAIRRADA (MRCB)
Na Aldeia da Moita, com mudanças na Direcção técnica da equipa com o “Lobo” Rui Rodrigues a fazer companhia a um italiano – Furio Cinti, recém-chegado a Portugal.
A juntar a isto temos as novas e melhoradas condições de trabalho com o acesso a um sintético bem juntinho ao velho relvado.
Nos últimos dois anos o Bairrada esteve sempre na luta por um lugar na fase final, tendo em 2011/12 acabado em sexto lugar da geral, a um passo da Final Four, e no ano que passou exactamente o mesmo filme a ficar a um passo da Final Four
O Bairrada foi o clube da Segundona com mais e melhores jogos de preparação (que saibamos, claro) tendo defrontado varias equipas de escalões superiores começando na organização de um Triangular de Pré época onde derrotou o CRAV por 32-20 e perdido com o Caldas por 38-8.
Seguiu-se Agrária (fora) por 17-14, nova derrota com o histórico Benfica (casa) por 17-41, acabando com nova derrota caseira frente à Lousã 31-0.
Nos jogos oficiais venceu Aveiro por 17-14 (casa) e Tomar por 28-13 (casa) sendo derrotado na 3ª eliminatória da Taça de Portugal por 26-27 perante o favorito Famalicão num belo jogo de rugby.
Claramente uma aposta para alcançar a Final Four.
A ajudar isto tudo a aposta ganha na formação com a equipa de Sub18 a disputar o grupo "A" do respectivo campeonato, prova do bom trabalho feito na Aldeia da Moita.

AVEIRO (AAUAV)
Com a nova dupla Nuno Bernardo Malta e Joachim Falque a AAUAv prepara a
nova época com esperança de melhorar os últimos resultados.
Em Aveiro temos visto uma equipa a lutar pela fuga aos últimos lugares da tabela.
Em 2011/12 ficou-se pelo último lugar da zona Centro tendo ficado na metade inferior dos Não Apurados.
Já em 2012/13 acabou no último lugar quer na fase inicial quer no Grupo Não Apurados.
Vamos ver se a criação de um clube satélite (??) – Rugby Union Aveiro (RUA) – irá trazer algo de novo.
Este ano o AAUV disputou um jogo de preparação com o Famalicão (derrota em Famalicão por 44-5) e na 1ª eliminatória da Taça perdeu na Moita com o Bairrada por 17-14.

TOMAR (IP TOMAR)
Apesar dos vários esforços nunca recebemos informações sobre o IP TOMAR este ano pelo que estamos um pouco às cegas sobre o mesmo, o mesmo tendo já acontecido em relação à série de entrevistas que fizemos no verão - nada de resposta.
Em 2011/12 foi penúltimo no grupo Centro mas nos Não Apurados, só perdeu para o Guimarães, já em 2012/13 beneficiou de um grupo reduzido para se classificar para os Apurados, tendo ai registado por derrotas todos os jogos que fez.
Treinado pelo ex-Santarém, Joaquim Santos, o Tomar foi eliminado na Taça de Portugal desta época na Moita da Bairrada por 28-13.

P.S. No início da nova época 2013/2014 tentaremos acompanhar com mais detalhe e rigor a zona Norte/Centro.
Mas somos amadores, apaixonados é certo, mas amadores, e por vezes teremos outros assuntos para tratar.
Nem teremos tempo para guerrilhas.
Mas aceitamos todas as colaborações que os  clubes queiram dar; promoção e publicidade não valem!
E os clubes ficam desde já convidados para publicarem na nossa página do Facebook - https://www.facebook.com/PortalMdMestre - informações sobre eventos de rugby (!) que organizem, agradecendo apenas que só façam uma publicação por evento, incluindo os cartazes de anúncio dos jogos que vão realizar.

15 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde,
Por ter acompanhado pessoalmente todo o processo e apesar de não ser defensor da FPR e da sua actual direcção, na qual tive a infelicidade de votar, tenho que fazer uma correcção ao parágrafo introdutório deste texto.
A responsabilidade pelo que se passou com as Regiões Norte e Centro, na época passada, é exclusivamente dos clubes dessas regiões.
A FPR propôs uma junção idêntica à que se fez com os grupos Lisboa e Sul. Os clubes recusaram.
Se têm queixas, neste particular têm que fazer mea culpa.

Cumprimentos,
AV

Anónimo disse...

Este modelo veio estrangular toda a competição nesta divisão:

1 - Acabaram com a competição de pelo menos 6 equipas "b´s" Técnico, Loulé, caldas, Lousa, Loulé e Évora, umas porque desistiram e outras porque não têm com quem jogar, isto representa mais de 100 atletas sem competição.
2 - Penso que a UTAD já desistiu também.
3 - Como é possivél uma equipa emergente começar desta maneira?? com 16 jogos numa 1ª fase?? nenhuma claro, continuaram a jogar sevens toda a vida... pode ser que tal especialização leve um dia algum atleta à seleção...
4 - vamos ter dificuldade em acompanhar esta tabela classificativa com a quantidade de adiamentos, o problema é que pelo que parece vão estar a jogar até junho... (Como é possivel??) É assim que pensamos. EM GRANDE, por isso temos o pais que temos... Grande parte dos jogadores desta divisão treina uma vez por semana, quando treina e não vai aguentar um disparate de jogos(lesões, outros compromissos)
5 - Será que nesta divisão o interesse não é aumentar o nº de praticantes e apoiar os clubes na sua formação??
6 - Até na primeira divisão haverá equipas com dificuldade em terminar o campeonato, na 2ª divisão esta questão não se coloca não é?? Agora têm 30 gajos aos treinos e em Janeiro?? Haverá treinos com 6/8, e mais grave com jogo no fim de semana.

Sugestão... pensem nisto...
Ou manter as zonas regionais
Ou criar na 2 divisão Serie 1 - Os 6 melhores classificados Norte/centro, Serie 2 Os 6 melhores Lisboa /sul; Serie 3 os restantes Norte/centro mais equipas B e Serie 4 os restantes Lisboa /sul e equipas B com play-off nas varias series para promoção á serie 1 e 2 e subida de divisão. Aqui as equipas emergentes tentavam dar o passo, sem muitos riscos e consequencias( acabar com praticantes da modalidade e que sabe com clubes...

Anónimo disse...

A grande culpa da falha das equipas B é o jogador português, isto já é sabido de quem anda nisto há alguns anos, o jogador português não têm nível para jogar nas reservas !

Manuel Cabral disse...

Anonimo das 00:09
Começo por dizer que este é o tipo de comentário que gostaria de ver mais vezes por aqui. Obrigado pela colaboração.
Mas acho que só tens razão parcial.
Quanto aos dois primeiros classificados na 1ª Fase, avançam directamente para as meias finais e final, ou seja fazem no máximo - as que forem à final - mais 3 jogos.
Na época fazem 19 jogos.
Menos que isto também não parece razoável. Por exemplo, no ano passado o Famalicão e o Guimarães fizeram 17 jogos e se tivessem ido à final fariam 18... Não me parece que haja grande diferença.
Agora no que diz respeito às restantes equipas já tens razão - no ano passado fizeram 15 jogos e este ano vão fazer 16 na 1ª fase mais não sei quantos na 2ª fase, o que não faz sentido.
Ou seja, o que está mal não é esta fase com 16 jogos, é aquilo que se acrescentou...

Quanto à equipas emergentes, também não concordo contigo e explico:
Creio que a primeira preocupação deveria ser organizar competições de 15 para as equipas emergentes, mas fora da 2ª Divisão.
E deixar as três divisões principais para quem queira competir como deve ser.
E aí sim, essas competições de emergentes, deveriam ser regionais, em 4 zonas.
Ou seja, nem me parece que o que eu digo seja muito diferente do que tu queres, talvez apenas um pouco mais organizado e claro.
Faltou-me dizer que acredito que os grupos Centro/Norte e Sul/Lisboa, que disputam a 2ª divisão deveriam ser definidos para 8 equipas cada um.
Mas claro, com a obrigação de serem organizadas competições para as emergentes e as B's.
Ninguém pode ficar sem jogar! Mas também tem que ser estruturado ANTES do final de uma época para ser posto em prática na seguinte e não esta palhaçada a que estamos a assistir!

Manuel Cabral disse...

AV das 18:12
Existe alguma verdade no que dizes, mas não existe a verdade toda.
É verdade que as equipas do Norte quiseram jogar separadas, mas as do Centro não quiseram.
E a FPR, em vez de ouvir, ponderar e decidir, simplesmente foi pelo que a maioria queria, o que nem sempre é o melhor para o rugby nacional.
Se assim fosse, não seria necessário ter uma direcção federativa, bastava um funcionário que perguntaria aos clubes o que querem e colocaria em execução o que a maioria dos clubes decidisse.
Para dar um exemplo que talvez ilustre melhor, imagina que as decisões sejam tomadas dessa forma e pensa o que aconteceria com o domínio numérico dos clubes de Lisboa sobre todos os ouros...acabava o rugby fora de Lisboa.
Ou achas que os clubes de Lisboa iam permitir que fossem destinadas verbas ao desenvolvimento do rugby fora de Lisboa???
Assim como sou contra decisões "Lisboa-centradas", também o sou contra decisões "Norte-centradas"... Ou outra coisa qualquer, com base no isolamento das minorias...
Existe um interesse maior que é o do Rugby Portugês, e esse deve ser protegido pela FPR.

Anónimo disse...

Minha sugestão era um pouco diferente:
- Voltar a diminuir a 1ª divisão para 8 equipes. 1ª fase todos contra todos, meia final na casa dos 2 primeiros e final na casa do melhor da 1ª fase.
- 2ª divisão passava a ter 8 equipes (2 primeiros do Norte/Centro + 2 primeiros do Sul/Lisboa + 2 que descessem da 1ª Divisão + 5º e 6º colocados da 2ª divisão) - 1ª fase todos contra todos, meia final na casa do dos 2 primeiros da 1ª fase, e final na casa do melhor classificado. O mesmo para descida.
- criacção de uma 3ª divisão com 4 regiões - campeão de cada região disputava um quadrangular nacional - campeão sobe para 2ª divisão por troca com ultimo da 2ª.
Além disso criava um torneio nacional de provincias para equipes da 1ª e da 2ª divisão em um fim de semana, com 4 equipes (meia final a hora do almoço e final ao fim da tarde, jogos com 2 partes de 20 min. - todos dormem no local do torneio de sábado para domingo (FPR poderia e deveria dar uma ajuda aqui, ou arranjar um patrocinador) com uma grande 3ª parte a noite, pois não podemos nem devemos esquecer que a esmagadora maioria dos jogadores é amadora e a esse nível devemos voltar a tentar preservar o espírito de camaradagem e a amizade entre os vários jogadores do país).

Anónimo disse...

Manel. O teu comentário da 1.04 merece ser lido e relido. Na mouche e escrito para quem já esteve dentro e agora está fora (fisicamente falando). Essa de bastar um Funcionario para ouvir os clubes é de morte. Morte do sistemaorque afinal foi isso que aconteceu. A Fedracao em vez de estudar o historial, auscultar os clubes e depois.... Doa a quem doer tratar de fazer com que o rugby se desenvolva como um todo em todo o país e, mais mortalmente que tudo os atletas possam praticar. É para isso que existe os clubes, as associações e a Fedearacao. É para que cada vez mais portugueses façam desporto. Diz-se atras que 100 atletas ficam sem praticar, mas por arrasto eu penso que serão bem mais.

Anónimo disse...

ainda bem que o Presidente e o Tomaz Morais destruiram a proposta do Sporting sobre os quadros competitivos...

Unknown disse...

Boa tarde,

Deixo aqui os meus dois cêntimos para a discussão;

Acima de tudo sempre defendi que deveria haver uma 4ª divisão, regional, de rugby de 15 organizada q.b, mas sem algumas exigências de um Campeonato Nacional. Sempre me pareceu estranho que qualquer clube que comece a actividade tenha de escolher os emergentes (que devem continuar para quem não consegue reunir 15) ou ser sujeito a 16 Jogos – ter em conta o valor das deslocações - de rugby de 15 por época.
Vamos por partes.
Sempre defendi uma Honra curta, com poucos clubes – 6/8 no máximo – para obrigar a termos jogos de altíssimo ritmo competitivo, a juntar aos compromissos das seleções e competições de clubes (?)
Depois uma 1ª divisão com um também número reduzido de clubes, 8 no máximo. Por muito que se queira tem de haver divisão entre mais fortes e mais fracos. Esses clubes, com pretensões de chegar ao topo do Rugby em Portugal jogariam um Campeonato Nacional com equipas equivalentes
No grupo seguinte, haveria dois grupos regionais (tal como hoje em dia) Norte/Centro e Lisboa /Sul, cada um com cerca de 6/8 equipas. Essas equipas, já com um minino de preparação técnica e, acima de tudo, de infraestruturas – não só no sentido material; mais no sentido de organização, etc – onde seria impossível de acontecer desistências, adiamentos de jogos (por dá cá aquela palha), etc.
Por fim a criação de 4 grupos regionais, com competição acompanhada – no sentido de haver um órgão competente a legislar e pensar a coisa – mas onde houvesse uma maior flexibilização de calendários, jogos, etc – se o clube X aparecer com 13 jogadores, não seria dramático pois o clube “Z” emprestava os jogadores que pudesse, para que todos pudessem jogar…ou marcava-se uma jornada de 1 dia com “n” jogos de rugby de 15 de, digamos, 30 minutos, de modo a que cada equipa faça vários jogos, com treinos específicos dos técnicos dos comités no meio, etc, novos jogos, tudo isso com uma final e real 3ª parte a valer….
Em todo este processo haveria lugar para as equipas B de queim estivesse interessado, desde que cumprindo as regras da respectiva divisão, e, porque não; com a possibilidade de a equipa “B” do clube “Y” subir de divisão (até por exemplo, ao escalão inferior da equipa “A”)
O que noto na 2ª divisão é que há claramente várias “velocidades”; não só no jogo em si, com no espirito dos clubes, na maneira de ver e sentir as coisa. Aliás, salvo raras exceções, é fácil ir vendo ao longo dos anos porque vários clubes sobem de divisão e outros não; porque alguns clubes crescem, mesmo sem subir de divisão, outros não….
Penso, tal como o MdM defende, que deveria haver um departamento na FPR a pensar sobre isto, a criar bases para termos cada vez mais clubes a jogar (bem) em Portugal com tudo o que isso implica; maior visibilidade; mais apoios; mais jogadores; mais competição; mais árbitros; mais dirigentes, etc

Manuel Cabral disse...

João Quintela, o teu contributo é sempre apreciado.
Concordo com umas coisas, e não concordo com outras.
Vamos começar pelas que não concordo...

Divisão de Honra e 1ª Divisão.
Acho que estão muito bem como estão. A Primeirona está altamente competitiva, e ainda se espera que venha a estar mais.
Não vejo o que se ganharia agora com a sua redução.
Repara: as equipas que parecem mais fracas são a Agrária, o Santarém, o São Miguel e o Loulé.
Acontece porém que a participação destas equipas juntamente com as outras que parecem mais fortes, apenas irá elevar o seu nível - só jogando com os melhores se evolui (se este argumentos serve para tantos casos, porque não há-de servir aqui?)
O Santarém está numa fase de óbvia passagem de grau, com a construção do seu campo próprio, e é natural que cresça e se desenvolva. Não deu qualquer falta de comparência nos últimos anos (não sei se alguma vez isso aconteceu), o grupo já deu mais do que provas de vontade e espírito de sacrifício, aposto que dentro em pouco estará ao nível, se não dos melhores, pelo menos do meio da tabela.

O Loulé é o exemplo claro de um grupo de malucos que todos os 15 dias viajam 300 ou mais km apenas para jogar rugby. Fazê-los descer de divisão é condenar todo o esforço feito na implantação da modalidade em escala verdadeiramente nacional.
Tecnicamente não estão muito bem? Acho que têm altos e baixos, mas apenas no confronto com os melhores pode crescer.
Fala-se muito na questão da sua indisciplina, mas a verdade é que pela voz do seu presidente assistimos ao reconhecimento de que existe um problema, mas que o clube o está a tentar resolver, continuando a jogar e a formar.
O Loulé não é caso único de indisciplina, mas é certamente caso único de reconhecimento da existência do problema e de compromisso em tentar resolvê-lo.
Foi promovido inesperadamente ao escalão, mas desde então tem tentado adaptar-se e parece que isso está realmente a acontecer.
Não duvido que acompanhará o Santarém na sua caminhada para o meio da tabela.

A Agrária está a sofrer as consequências de uma passagem de testemunho entre gerações e ainda pela quebra na divulgação da modalidade na cidade de Coimbra.
No entanto é conhecido o esforço e empenho que tem sido feito, esperando-se que consiga acompanhar as restantes equipas na sua melhoria.
Um eventual rebaixamento será prejudicial? Vou esperar mais uns meses para te dizer se, pelo contrário, a manutenção na Primeirona não será benéfico...Para já é importante que a região Centro esteja representada na Divisão...

Finalmente o São Miguel, outro clube que subiu um pouco inesperadamente, o que pode ter levado a que a equipa talvez ainda não estivesse preparada para o salto qualitativo entre as duas divisões.
Mas uma coisa é certa, a equipa é organizada, sabe o que anda a fazer, tem escola e tem instalações.
E se conseguir manter-se este ano posso apostar que será nos anos que se seguem um certo candidato ao meio da tabela...

Dito isto, não vejo porque reduzir a divisão...

=== Segue em próximo comentário ===

Manuel Cabral disse...

Vamos então à DH
É claro que existem dois andamentos na divisão e mesmo na Top-14 de França isso acontece...
Entre nós as equipas mais cotadas estão sistematicamente privadas de alguns dos seus melhores elementos, e o alargamento apenas levou a que mais jogadores possam ser testados e forçados a evoluir, porque competem...
Quanto às equipas mais fracas, pequemos no exemplo do Técnico, que tantas vezes é aqui falado.
Condenado a descer em 2011-2012, o Técnico beneficiou do alargamento da DH e ficou. Como resultado disso, em 2012-13 foi sétimo entre 10, com mais 19 pontos que o oitavo. E este ano está entre os melhores...
O que teria ganho o rugby português com o seu rebaixamento? Nada, absolutamente nada!

Da mesma forma, o que ganhariam Cascais ou CRAV com a despromoção? O mesmo, ou seja nada...
E o que seria do vencedor da Primeirona - que tem todo o direito a subir de divisão, se na DH apenas houvesse Direitos, cdules, agronomias, ... Como poderia uma equipa que sobe adaptar-se ao andamento superior? Ou só serviria de saco de porrada condenada antecipadamente a descer?
Não me parece errado que a DH tenha dois andamentos - será que em França o Biarritz, o Bordeaux, o Bayonne ou o Oyonnax têm o mesmo andamento do Clermont, do Toulouse ou do Toulon, por exemplo?
cabazes? Acontecem um pouco por todo o lado...
Ou não serão cabazes os 62-12 do Toulon ao Brive, os 55-0 do Clermont ao Bayonne, os 39-0 do Castres sobre o Biarritz, ou, noutras paragens, os 40-6 do Exeter sobre o Worcester, os 44-12 dos Saracens sobre o Gloucester, ou os 38-11 do Northampton sobre o Exeter? Tudo resultados deste ano...
E não vejo qualquer movimentação para reduzir a Top-14 para 12 ou 10 equipas ou a Premiership para 10 ou 8...
Isto para não falar dos cabazes dos Lusitanos na Amlin Cup.
Se nuns casos só jogando com os melhores, embora levando cabazes, se aprende e se cresce, porque se defende que noutros casos essa participação a um nível mais elevado é prejudicial??


Concluindo para não vos fazer perder muito tempo - o alargamento das duas principais divisões foi bom, precisa de algum tempo para estabilizar, mas os resultados são bastante positivos - os mais fracos estão a crescer, os mais fortes tem mais jogadores em competição, e não é com certeza culpa das mais fracas se as mais fortes não se desenvolvem...

===Segue em próximo comentário===

Manuel Cabral disse...

Passo agora à questão da Segundona. estou de acordo com as duas zonas, mas acho da maior importância que se defina com carácter definitivo quantas equipas participam em cada um dois dois grupos, e como estes são disputados.
Essa é a primeira questão - a Segundona não pode continuar a ser uma rebaldaria.
Uns anos jogam seis, no outro jogam dez, depois jogam oito...Umas vezes joga-se em duas fases, de outras numa fase só...
Ponto principal - definir as regras da competição!

Dentro desse espírito, eu acredito que que um número de jogos entre 15 e 20 será adequado.
Menos de 15 só se for para brincar, mais de 20 é com certeza um exagero - NESTE MOMENTO.

Então talvez se possam organizar duas zonas de 6 equipas, que jogam regionalmente em duas voltas - cada equipa faz 10 jogos - e depois uma série de apurados com três equipas de cada zona a duas mãos (mais 10 jogos) atribuindo o título sem play-off, ou a uma volta (5 jogos) com play-off (mais 2 ou 3 jogos para os melhores...)

Quanto aos não classificados - três de cada zona disputam os lugares de baixo a uma volta (mais 5 jogos).
O último classificado será rebaixado para as competições regionais de que já falaremos.

Existem outras opões? Claro que sim, mas só a falar é que a gente se entende - no respeito dor regulamentos e sem deixar começar um ano sem se saber o que vai acontecer...
Quanto à competições regionais elas devem aceitar soluções de compromisso, como o Quintela refere, mas devem também ter uma parte mais "séria" que possa conduzir as equipas que queiram evoluir, a um ambiente mais competitivo e de preparação para a entrada na Segundona.

Uma última palavra para dizer que, conseguida a estabilização da Segundona, a mesma deve evoluir para duas zonas de 8 equipas.

Por agora, fico por aqui!

Eladio Ribeiro disse...

Caro Jose Silva, apenas um pequeno reparo, mas o Tomar na epoca 2011/12 na segunda fase nao perdeu apenas um, mas dois jogos, ambos na condicao de visitante em deslocacoes a duas cidades rivais, pois averbou derrotas em Guimaraes frente ao GRUFC e em Braga frente ao Braga Rugby.

De resto continuacao de bom trabalho e que este nao esmoreca face as criticas e atoardas que vai receber, que eu tambem as tive e muito me ri de algumas e outras tive de dar a mao a palmatoria.

Abraco
Eladio Ribeiro

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Manuel Cabral disse...

Depois de escrever estas opiniões aqui, achei que lhes deveria dar outra divulgação, pelo que publiquei um artigo com elas, e mais algumas coisas, aqui:
http://www.maodemestre.com/2013/11/competicoes-nacionais-verdadeira-base.html