27 de outubro de 2013

CDUL VENCE COM TREZE E UM ‘EXTRA-TERRESTRE’ NAS OLAIAS *

* António Henriques
Direito como única equipa invencível;
Agronomia a manter-se líder mas perde pela primeira vez diante de um CDUL que, com dois cartões vermelhos, jogou os derradeiros 11 minutos com 13;
o segundo triunfo consecutivo da Académica e vitória intramuros do Técnico com one-man-show e marca recorde para Joe Gardener (cinco-ensaios-cinco e um total de 44 pontos, sim, leram bem), foram os destaques da 6.ª jornada da DH.




CDUL 23-20* AGRONOMIA (2-1)

Naquela que terá sido a melhor partida do campeonato até aqui – parece que,


seis semanas depois, finalmente as melhores equipas começam a soltar-se e os seus mais cotados jogadores a mostrar fulgor, e já não era sem tempo… – e na qual nenhuma das equipas mereceria sair derrotada, Agronomia entrou com o diabo no corpo e acampou no meio-campo adversário, à custa de uma exibição que roçava a perfeição: avançada poderosa e móvel montando boas sequências de fases, médios Kadosh e Cardoso Pinto (DCP) empreendedores, e três-quartos rápidos como há muito não se via para os lados da Tapada, a pensar e a executar. 
E perante um CDUL surpreendido pela avalanche de lances de perigo e que se limitava a ver jogar e a conceder turn-overs, cedo chegou a 9-0, com duas penalidades de Francisco Serra e um inteligente drop de DCP.
Com menos um elemento por amarelo ao asa João Lino, a equipa da casa – que, nervosa, ia amontoando adiantados por mau controlo de bola (Francisco Appleton então abusou…) nas recepções ao bom jogo ao pé adversário –, defendia como podia e perto dos 23’ esteve um largo período em cima da sua área de ensaio, travando in-extremis umas quantas tentativas de mergulho agrónomas, com destaque para Carl Murray, que só à sua conta, evitou um par de vezes o ensaio rival.
Nos últimos cinco minutos do 1.º tempo o jogo incendiou-se por mor de uma decisão (errada) do auxiliar Rui Gomes, que não viu, na suas barbas, um pisar de linha de um jogador do CDUL, o que provocou forte reacção dos homens da Tapada e até dos suplentes que aqueciam (é verdade, mas jogava-se a 15 metros da linha de ensaio, vêem-se decisões dessas tantas vezes num jogo. Justificava-se tanto aparato?).
O mais exaltado foi, vejam só!, o habitualmente calmo e sempre exemplo de fair-play Cardoso Pinto, que se excedeu nos protestos, foi continuando a reclamar e ao não recuar 10 metros numa falta jogada rapidamente à mão já no seu meio-campo, veria um bem mostrado amarelo por Paulo Duarte. 
Da falta, Tomás Noronha faria os primeiros três pontos do CDUL (9-3).
Mas mesmo sem o seu exaltado maestro, Agronomia partiu de novo para cima do adversário e à beira do intervalo, num imparável maul dinâmico, faria por António Duarte o merecido ensaio (Serra disparou ao poste a conversão, como repetiria na 2.ª parte, o que custou o triunfo à sua equipa…), para 14-3 no descanso.
O CDUL veio diferente dos balneários, agora com Pedro Cabral como abertura, com outra velocidade, e aos 46’ João Lino, em pick-and-go, reduzia (14-10) para, logo a seguir, Serra não perdoar nova falta (17-10).
Aos 56’ uma placagem do duro Seti Filo, que o auxiliar indicou ao árbitro como tendo sido a um adversário no ar, e que armou tremendo banzé com os 30 jogadores envolvidos (e se mais houvera mais estariam por ali a distribuir
empurrões e sopapos…), terminou com um vermelho ao tonguiano jogador-treinador e um amarelo para o pilar José d’Alte.
À hora de jogo tem que se saudar o regresso aos relvados do infeliz pilar Leal da Costa, recuperado da gravíssima lesão sofrida há largos mês e que poderia ter terminado com uma promissora carreira. 
Mas logo a seguir e no mais belo lance do encontro, Gonçalo Foro empatava o jogo (17-17 com a conversão de Cabral) finalizando uma jogada rápida e eficaz dos três-quartos com Carl Murray em destaque (é raro o neozelandês pôr um pé em falso num campo de rugby…) na forma como permitiu a libertação do seu ponta para um ensaio de chancela Foro.
O CDUL ganhava ascendente com o alento vindo do seu mais cotado banco, que continua a render bons juros e o jogo terminaria num crescendo de emoção, mas agora com os agrónomos a denotarem, compreensivelmente, menos pulmão. Aquele ritmo inicial era mais para o Toulon…
Troca de penalidades entre Serra e Cabral (20-20), expulsão por vermelho de Nuno Penha e Costa (agressão a um adversário no chão) – levando os agrónomos a jogarem com mais dois homens durante 11 minutos! – Serra acerta num poste numa fantástica tentativa de penalidade de 50 metros (digna de um Morné Steyn, acreditem) e finalmente, a 4’ do final, enorme pressão do CDUL num pontapé para a área adversária obrigou Guilherme Covas, sem apoio, a ficar agarrado à oval perante três universitários. 
A falta seria convertida por Pedro Cabral para os definitivos 23-20, num triunfo meio-justo pela boa reacção dos vice-campeões (heróicos face à sucessão de vermelhos) mas numa igualmente demasiado penalizadora derrota para o bom jogo de Agronomia. 
Mas uma equipa que joga contra 14 ao longo de 17’, contra 13 mais de dez, e não marca, pode-se queixar de quê?


BELENENSES 5-16 DIREITO (1-1)

Direito passou de forma mais fácil que o esperado no Restelo, desta feita com
honras de estádio principal, que pôde testemunhar as conhecidas características da equipa da casa: bem a defender e no jogo no solo, mas com claros problemas nas fases estáticas de conquista da oval, o que permitiu aos advogados terem mais posse de bola e controlarem quase sempre as operações, a partir do labor do seu pack (sem Vasco Fragoso Mendes lesionado no confronto com os London Irish), já que as linhas atrasadas (Aguilar ausente), sem conseguirem passar a linha da vantagem, continuaram a folga da jornada anterior…
Após uma penalidade de Malheiro (Pedro Leal falhara antes duas tentativas e cambiaram chutadores), aos 36’ Direito passou para 10-0 com um ensaio por Jorge Segurado à saída de um ruck após touche a cinco metros. 
Mas na resposta, o Belém marcou no mais bela jogada do encontro, num ataque à mão de compêndio com participação de Francisco Vieira de Almeida, Rafael Simões e Duarte Moreira, concluído por Manuel Costa, para 10-5 ao intervalo.
A 2.ª parte foi mais lenta e desinteressante com os azuis, sem banco, a mostrarem-se incapazes de virar o resultado perante o bom jogo táctico ao pé dos homens de Monsanto que, com duas penalidades de Gonçalo Malheiro, mantiveram a sua invencibilidade nesta época, vencendo por 16-5.


TÉCNICO *64-5 CRAV (9-1)

É um avião? Um ET? Contrataram o Daniel Carter e não disseram nada a ninguém? Ah, não, é simplesmente Gardener, que nas Olaias possibilitou assistir-se a um fantástico ‘Big Show Joe’ iniciado logo no minuto inicial, quando o abertura australiano (internacional português, não esqueçamos) e melhor de todos quantos jogadores evoluem na DH, marcou de rajada o primeiro dos seus cinco ensaios. 
Num jogo de sentido único e que cedo ficou resolvido, antes dos 20’ os engenheiros já tinham feito ponto de bónus com quatro ensaios marcados e um parcial de 31-0!
Depois, para o público, foi uma questão de se acomodar e assistir confortavelmente a uma exibição de luxo (aqui e ali obviamente facilitada pela frágil oposição) e com números históricos, de Joe Gardener, que converteria ainda oito dos nove ensaios da sua equipa e uma penalidade, num total de… deixem-me ligar a calculadora… noves fora nada… dá… 44 pontos. 
Número que dificilmente deixará de ser recorde em jogos do principal campeonato português.


MONTEMOR 17-45* ACADÉMICA (2-7)

Os pretos entraram a todo o gás, com um jogo muito dinâmico, naquela que terá constituído a melhor meia-hora da equipa de Coimbra desta época, conseguindo nesse período marcar 17 pontos sem resposta. 
Depois os alentejanos até equilibraram a contenda e conseguiriam dois ensaios. Mas claramente insuficientes para contrariar os sete alcançados pela Académica, curiosamente por sete jogadores distintos, que permitiram segundo triunfo consecutivo dos pretos que, em pleno percurso ascendente, vão agora folgar na próxima semana.

Veja a classificação actualizada da D.H., num exclusivo do Mão de Mestre, e clique na dita para ver o quadro de resultados.


11 comentários:

Anónimo disse...

Caro Mão de Mestre,
tenho uma questão para colocar-lhe.
A FPR anunciou esta sexta-feira que o Vila da Moita é satélite do GDD no entanto o Vila da Moita continua na Taça. Pergunto se passar a próxima eliminatória e calhar o GDD, o que acontece?
A FPR poderou este caso? Faz sentido o Vila da Moita continuar na Taça?
Agradeço a sua melhor atenção para este caso.
Joaquim Calix

Anónimo disse...

"sempre exemplo de fair-play Cardoso Pinto"?! isto é de rir!! ele não pára de criticar as arbitragens durante os jogos e infelizmente muitas vezes consegue mesmo influenciar a decisão do arbitro... Desta vez correu lhe mal! Devia acontecer mais vezes para ver se os jogadores se preocupam mais com o seu jogo e menos com o trio de arbitragem!

Anónimo disse...

Os jogadores , dirigentes e outros deviam ter mais respeito, pelos árbitros, claro também comentem erros, quem não comete, na minha opinião, a FPR devia punir forte os infractores monetariamente e castigos mais fortes.
Tenho conhecimento que a árbitros os mais novos e alguns mais velhos, todos os fim‑de‑semana, são insultados , ameaçados, como o mundo acaba-se.
Temos vários árbitros internacionais e antigos jogadores como nunca tivemos , se calhar se tive-se o passaporte com outra nacionalidade, não estavam cá.
Abraço

BDW

Anónimo disse...

Caro Senhor,
Acho que o facto de o cdul jogar com 13 jogadores não devia ser motivo de elogio!! dado que levar 2 encarnados em 40 minutos e muito mau!!! não e minimamente abonatório para um clube que já foi de senhores e hoje e o que se vê dentro e fora dos campos.... e um excelente exemplo para os seus pupilos ter um jogador- treinador "duro" que leva 1 amarelo e 1 encarnado... E que joga sempre fora dos limites, já para não falar no espectáculo de miséria que assistimos na tribuna do cdul, cada vez que vamos ao universitário.

Anónimo disse...

Anónimo das 21.54 , sou jogador do Direito e não concordo mesmo nada com aquilo que dizes, se há jogador que admiro e respeito pela sua correccao e atitude e o Duarte , grande jogador e grande pessoa...

Anónimo disse...

Grande 1ªparte de Agronomia, controlando e mamdando no jogo. Na 2ªparte, o bloco avançado de Agronomia estoirou cedo, o que permitiu ao Cdul "aparecer" e aproveitando os erros de Agronomia conseguiu vencer.
Agronomia demonstrou ser um sério candidato ao titulo, e com o regresso de alguns jogadores ainda vai melhorar.
Cdul parece-me estar mais fraco do que a época passada, mostrando-se muito indisciplinada e estando os seus jogadores reclamando sistemáticamente com o árbitro.

Só uma palavra para o Técnico. O que vai ser quando o Joe sair em Janeiro? Qual o interese em pagarem um balúrdio a um jogador para jogar até Janeiro? É para se apurarem para o play-off? E depois, levam uma tareia no play-off? Espero que não se apurem!!!

Anónimo disse...

Apenas apontar uma coisa no jogo Cdul-Agronomia..

Fora isto uma boa crónica do que foi o jogo..

O jogador do Cdul (Seti) nao foi expulso pela placagem que fez, o arbitro apos falar com o fiscal conclui que a placagem foi limpa, o jogador foi expulso por ter respondido às agressoes dos jogadores agronomos apos a placagem...

No ensaio do goncalo foro quem libertou o ponta para o ensaio foi o Penha e Costa...

E o Penha e Costa foi expulso nao por agredir um jogador no chao mas por dar um murro ao 2ª linha da agronomia depois de este o morder?!?!

Anónimo disse...

"Só uma palavra para o Técnico. O que vai ser quando o Joe sair em Janeiro? Qual o interese em pagarem um balúrdio a um jogador para jogar até Janeiro? É para se apurarem para o play-off? E depois, levam uma tareia no play-off? Espero que não se apurem!!!"

Estás com medo que o teu clube não se apure é? O ano passado tb nao havia Joe e nao foi por isso que o tecnico levou tareias...
Se tivesses um bocado de inteligencia vias/analisavas que o Joe é um atacante e não um defensor, logo se a defesa não for boa, que interessa haver um bom finalizador?!?!?

Think Mcfly think

Anónimo disse...

Anónimo das 9:35 de 23/Out:

Antes de mais, que fair-play é esse?

Escreveste «Só uma palavra para o Técnico. O que vai ser quando o Joe sair em Janeiro? Qual o interese em pagarem um balúrdio a um jogador para jogar até Janeiro? É para se apurarem para o play-off? E depois, levam uma tareia no play-off? Espero que não se apurem!»

Difícil é não se apurar, caso olhes para as outras equipas, todas em geral com rendimento abaixo do ano passado.

Além disso, devias saber, o rugby joga-se com 15, é um jogo de equipa e um só jogador não pode fazer tudo sózinho. Mas compreendo, deves estar com receio que a tua equipa não se apure.

Ao que consta ainda não te foram pedir dinheiro, sendo certo que os clubes pagam o que quiserem (ou puderem) aos jogadores. Portanto, o salário dos jogadores não é da tua lavra e o melhor é ficares em silêncio. Para não entrar mosca ou sair asneira...

Mas fica tranquilo que quando o Joe for embora (se for) outros virão para o substituir e para te atormentar com pesadelos :) !...

Devias era estar feliz por ver um campeonato competitivo com jogos disputados palmo a palmo, com incerta no resultado e boas exibições individuais de boa parte dos jogadores. Caso contrário é porque não gostas de rugby.

Mas, lá diz o ditado, aguenta que é serviço !

Anónimo disse...

Não compreendo isto, está bem que é o clube com menos nome,e digo isto com todo o respeito pelos Srs. e Sras. Arbitros, mas o RCM tem sido prejudicado pela arbitragem de à 3/4 jornadas para cá. Penso que deve ser investigado e que os mais conhecidos devem ser tratados como os menos conhecidos. Cumprimentos a todos!

Anónimo disse...

É isto que o Rugby se tornou? Só se fala de arbitragem e dinheiro e coisas que não interessam! Preocupem-se em placar e em se divertirem!

RP