21 de outubro de 2013

ENQUANTO MONTEMOR E ACADÉMICA SORRIEM, AGRONOMIA ENCANTA *

*António Henriques
Os primeiros triunfos de Montemor e Académica assinalaram a ainda incompleta 5.ª jornada da Divisão de Honra, que permitiu a Agronomia manter-se no topo da tabela ao cilindrar o CDUP, em Leça da Palmeira, por incríveis 54-3, numa exibição de gala dos comandados de Murray Cox.

Com Direito e Técnico de folga, Belenenses e CDUL encerram a ronda já na 3.ª feira (20.30, Jamor).





MONTEMOR 23-19 CASCAIS 
Mais cedo do que, se calhar, até eles próprios acreditavam, o quinze alentejano arrancou, sexta à noite, a sua primeira vitória de sempre na principal competição nacional, após uma partida não muito bem jogada mas plena de entrega e concluída num triunfo que serviu às mil-maravilhas como prenda dos jogadores ao seu técnico, nubente no dia seguinte.
Cada qual tem a sua maneira de comemorar um êxito histórico e inédito. Alguns, ele há malucos para tudo, casam-se!
A trabalharem muito, os homens do Montemor cedo chegaram a 10-0 através de dois ensaios (Filipe Brás e José Luís Castro).
Mas a equipa da Linha, que alinhou com 13 sub-21 no XV titular, daria a volta antes do intervalo com um ensaio do Rodrigo Faria de Carvalho e pontapés de José Abrantes (10-13).
O 2.º tempo continuou equilibrado mas a equipa da casa, que acabaria por ser aquela que menos erros cometeu e por isso mesmo mereceu por inteiro a vitória, marcaria de novo num bom contra-ataque, por intermédio de Diego Caeiro (17-13).
E as trocas de penalidades entre o regressado José Maria Santos e José Abrantes já não alterariam o que estava escrito antes do jogo: João Baptista Malta vai ter uma lua-de-mel bem mais agradável.




CRAV 10-12 ACADÉMICA
O saudado e festejado primeiro triunfo dos pretos na DH foi conseguido à base de muito suor, sacrifício e uma alma que parecia arredia da equipa nos últimos tempos.
Num encontro que poderia ter caído para qualquer dos lados, a aguerrida equipa minhota (onde não estavam os importantes Afonso e Francisco Vareta) teve maiores períodos de domínio, marcaria aliás o único ensaio do jogo, mas ao não conseguir materializar em pontos esse ligeiro ascendente, acabaria por ser castigada pelas muitas faltas realizadas, que o chutador Manuel Queirós penalizaria sem compaixão.
O CRAV passou grande parte da 1.ª parte no meio-campo adversário, mas sem qualquer proveito pois os visitantes venciam ao intervalo por 6-3. 
Henrique Cunha marcou o ensaio do jogo logo no minuto inicial da 2.ª parte, virando o resultado para 10-6. Com a oval a ser disputada maioritariamente entre as avançadas, o jogo foi-se arrastando com muitos erros de parte a parte. 
Mas nos últimos 10’ de jogo Queirós dispôs de duas penalidades e não falhou, selando uma vitória bem suada. 
E que no derradeiro lance poderia mesmo ter sido invertida, com Jorge Vareta a não conseguir converter uma complicada penalidade de meio-campo.




CDUP 3-54 AGRONOMIA 
A vitória agrónoma, nesta sempre perigosa deslocação ao Norte, seria mais ou menos expectável, mas acho que nem o mais empedernido dos adeptos da Tapada (que os há, que os há…) apostaria num triunfo por oito-ensaios-oito a zero – o segundo resultado mais desnivelado até aqui da prova e logo num duelo entre equipas do mesmo grupo.
No 1.º tempo os portuenses até foram equilibrando a contenda, mas os lisboetas – que jogaram metade dos 40 minutos iniciais com menos um homem, por exclusões de Marthinus Hoffmann e Gustavo Duarte – foram de uma eficácia tremenda, pois das três vezes que foram à área de 22 contrária, saíram de lá com ensaios no bornal, para 21-0 ao intervalo.
O 2.º tempo foi uma réplica do triunfo, na véspera, dos London Irish diante dos Lusitanos XV: o ritmo imposto pelos visitantes continuou a ser demasiado elevado para a oposição que, extenuada, desatava agora a abrir brechas – e a partir de determinada altura, com as substituições, quase convidava o adversário a entrar por onde lhe aprouvesse, e ele não se fez rogado, em especial após a entrada de Duarte Cardoso Pinto. 
E mesmo sem um castiço “bispo irlandês” a abençoar, surgiriam mais cinco ensaios numa exibição de luxo, digna de Premiership e onde se destacaram Manuel Murteira (hat-trick), Hoffmann (mais dois ensaios e já vai com cinco na prova, o melhor dos avançados), Francisco Serra (autor de 19 pontos, sete conversões e um ensaio) e, acima de todos, o incansável asa Gonçalo Barros, man of the match.


(Resultados e classificação actualizada em 20 de Outubro)

9 comentários:

Anónimo disse...

Mais uma grande surpresa esta vitória de Agronomia!

Anónimo disse...

Afinal existe rugby fora de Lisboa....... Muito bem parabens a estas duas equipas para bens ao rugby

Fred Vasconcelos disse...

Afinal de contas sempre se pontua nas folgas?

Anónimo disse...

Por vezes é bom ficar calado, e não falar antes das coisas acontecerem, Também seria bom deslocar-se ao local e não escrever de ouvido, até ficava a saber que Montemor é no Alentejo, para não comer a gafe que cometeu na época passada quando disse que era bom que o Évora ganhasse para o Alentejo ter uma equipa da divisão de Honra

Anónimo disse...

Em todos os jogos metade da equipa do Montemor é sub 21, também podem referir isso.

Anónimo disse...

o comentario deve ser feito ao jogo e não só ao resultado

Anónimo disse...

Já repararam na quase ausência de notícias nos jornais desportivos online sobre o campeonato principal. Pode ser impressão, mas não acham que a relevância dada diminuiu bastante este ano?

Anónimo disse...

Belenenses 26 x CDUL 24

Anónimo disse...

No CRAV faltavam o Afonso e o Vareta, mas nos Pretos faltava o 8 António Salgueiro, a jogar pelos Lusitanos XV. Se vamos dar abébias a uma equipa por faltar este ou aquele, então sejamos justos.