23 de julho de 2013

MELHOR MARCADOR DE ENSAIOS É DE COIMBRA

Sérgio Duarte Franco faz parte de uma das mais conhecidas famílias de rugby de Portugal, seguiu os passos do seu pai Jorge Sérgio e do seu tio Sérgio Manuel, e também ele entrou já no restrito clube dos internacionais portugueses.

Mais virado no entanto para os Sevens, Sérgio Duarte já representou Portugal em nove ocasiões, mas ultimamente tem sido "esquecido" nas convocatórias da seleção nacional, o que não o impede de somar títulos como melhor marcador nacional de ensaios - em 2011-12 e 2012-13 - e como jogador da actual equipa campeã nacional de sevens.

Coimbrão empedernido, Sérgio defendeu quase sempre as cores da sua Académica, apesar de breves passagens pela Lousã e pelo Brasil, e é com ele que vamos conversar hoje.

Mão de Mestre: Quem é o Sérgio Franco? Onde nasceu, onde passou a infância e juventude e fazendo o quê? Quando surge o rugby?
Sérgio Franco: Nasci em Coimbra em 1987, passei cá toda a minha juventude e comecei a jogar Rugby com seis anos. 

MdM: Sempre jogaste na Académica de Coimbra, ou vestiste outra camisola em alguma ocasião?
S.F.: Joguei um ano na equipa sénior da Lousã quando tinha 18 anos e tive
o prazer de jogar durante seis meses em Salvador da Bahia pelos Orixás. 
As restantes épocas foram todas passadas na Académica.

MdM: Que títulos e honras contas na tua biografia de rugby, tanto em XV como em Sevens?
S.F.: O meu percurso desportivo conta com mais títulos na vertente de 7's, em que se notabilizam mais as vitórias conquistadas no IV Mundial Universitário de 7's (2010), no IV Europeu Universitário de 7's (2010) e também em 2011 quando vencemos o Europeu de 7’s da FIRA. 
Ainda constam do meu percurso desportivo três Campeonatos Nacionais de 7’s (2008, 2010 e 2013).
No que toca ao XV fui finalista da Taça de Portugal na Época 2011/2012.


MdM: Dois anos seguidos como melhor marcador de ensaios da Divisão de Honra, como se consegue tal feito, jogando numa equipa que nos últimos anos tem tido um comportamento mediano no principal escalão do rugby nacional?
S.F.: Em relação ao facto de ter sido pelo segundo ano consecutivo
melhor marcador de ensaios, procuro ao máximo desprender-me desse rótulo no início de cada época e apenas pensar no sucesso da equipa. 
Sendo ponta e tendo como objetivo finalizar, é-me mais fácil marcar ensaios do que a outros jogadores em outras posições e eu limito-me a cumprir o meu papel. 
Não procuro ser o melhor marcador (se acontecer e tiver hipótese de o ser claro que luto por isso) mas a prioridade número um é a equipa e o resultado final em cada jogo.

MdM: Muitos se perguntam como o melhor marcador de ensaios nacional não aparece em nenhuma convocatória para treinos da seleção nacional, quer de XV, quer de Sevens.
Isso é motivo de estranheza para ti? Existe algum motivo que tu conheças, para que tal aconteça?
S.F.: Em relação à Seleção Nacional lamento que nenhum jogador da Académica tenha sido convocado para treinar (7’s e XV) durante esta época. 
Já fui convocado algumas vezes em outros anos e o trabalho que se realiza nas Seleções Nacionais é um trabalho sério e bastante exigente, faz evoluir os atletas e consequentemente a qualidade do Rugby no nosso país. 
Exemplo disso foi a aposta feita em jovens jogadores do CDUP. 
Foram campeões em Sub-21 num jogo emocionante em Coimbra em que alguns jogadores demonstraram uma evolução enorme por terem usufruído do trabalho realizado com os melhores nas seleções. 
Julgo que fora de Lisboa não é só no Porto que se encontra talento, por cá
também se joga alguma coisa. 
Não é o facto de eu não ter sido chamado esta época que levanta controvérsia mas sim o facto de nenhum jogador da Académica ter sido chamado para um treino sequer. 
Este facto é mais evidente na vertente de 7’s onde a nossa equipa tem um palmarés recheado de resultados desportivos relevantes.

MdM: E o futuro do Sérgio Franco como jogador como vai ser? Continua a passar por Coimbra?
S.F.: Na próxima época espero que a Académica consiga mostrar melhores resultados. Estou certo de que iremos lutar por isso. 
Em relação ao meu futuro, irei mais uma vez representar a Académica com a ambição de chegar ainda mais longe no Rugby de XV, tentar manter os resultados no 7’s e fazer com que o rugby evolua em Coimbra.

MdM: E pensas começar a aplicar os teus conhecimentos de rugby como treinador? Em Coimbra ou noutro local qualquer?
S.F.: No âmbito do treino desportivo, tenho enquadrado nos últimos seis anos algumas equipas das escolas de rugby da Académica. 
Nem sempre é fácil conciliar a actividade de treinador com a de jogador mas tenho conseguido. 
Estou certo que o meu futuro passará pelo treino. 
Possuo já o Curso de Treinadores de II Grau da F.P.R e concluí no ano passado o Mestrado em Treino Desportivo da Universidade de Coimbra.
Fotos: Fernando Nanã Soares, JFernandes

12 comentários:

Anónimo disse...

incrivel nao ser chamado, é pena chamar-se sergio, se fosse sergio maria ja la estava! continua o bom trabalho serginho, um abraço, Bonny

Anónimo disse...

Já começa a ser repetitiva a conversa de que os jogadores de Coimbra não são respeitados pelos seleccionadores. Esta comprovado que os seleccionadores entendem que os actuais jogadores da académica não devem ser convocados. é uma decisão que se tem de respeitar... Os do Cdup são, portanto não se trata de serem ou não de Lisboa

Anónimo disse...

Para quem jogou contra e conhece o Sr Pico sabe que sempre foi um ressabiado em relação à Académica...como é que ainda há gajos a pensar que é normal os atletas da Académica( onde tiveram o melhor finalizador e o melhor marcador de pontos do campeonato por exemplo)não serem sequer pré convocados para os treinos de selecção...enfim

Anónimo disse...

Não está em causa que o Sérgio Franco é um bom jogador de Sevens para o campeonato nacional. O que está em causa é que se calhar para nivel internacional não faz a diferença que algumas pessoas pensam. O Nível é muitissimo diferente e a exigência idem.

Tenho ideia que já lá andou, não sei se antes ou durante a presença de Frederico Sousa. Há determinados jogadores em várias equipes que podiam ser chamados para os treinos e não são.

A malta de Coimbra não pode ficar agarrada ao facto do Sergio Franco ser o melhor marcador de ensaios para justificar que tem de ir à selecção. uma coisa é marcar 20 ensaios (10 deles contra equipes mais modestas) outra coisa é jogar sistematicamente num nível superior.

No entanto, mantenho que acho que quer o Sérgio Franco quer o Eduardo Salgado podiam e deviam ser chamados aos treinos da selecção sevens, nem que seja para testar a sua inclusão no lote de seleccionáveis.

Anónimo disse...

Parabéns Sérginho, continua a trabalhar com dedicação à nossa Académica para voltares a ser o melhor marcador de ensaios na próxima época.

Anónimo disse...

Como está o mercado de transferências do nosso rugby?

Era bom haver um artigo sobre isso

Anónimo disse...

ta interessante, ouvi dizer que a lousa se ta a encher de bifes para fazer frente ao super caldas!

Anónimo disse...

Que eu saiba a Lousã nunca embarcou nessa de querer fazer frente seja a quem seja. Fazem o seu percurso e preocupam-se mais com um crescimento sustentado do que com brilharetes que são sempre passageiros. Alguns clubes que já desapareceram do nosso convívio consideravam sempre os lousanenses pouco ambiciosos.

Anónimo disse...

CDUL vai ter mais dois NZ de excelente nível

Anónimo disse...

Enquanto adepto do Super Caldas, agora Super Groundlink Caldas espero que o Lousã se encha de bons jogadores, assim como todas as outras equipas da Primeira divisão. Vai ser bom para nós adeptos e para o Rugby Nacional ter uma Primeira Divisão competitiva e com isso diminui-se o fosso para a DH.
Claro que como adepto do Super Groundlink Caldas este aumento de competitividade vai tornar ainda mais brilhante e saborosas as nossas vitórias.

Anónimo disse...

O Groundlink vai passear pela 1ª divisão. Vai ser um ano sensaborão, ainda para mais com a subida de duas equipas que deviam estar a dar uma ajuda à 2ª divisão.

Anónimo disse...

Não acredito em passeios. Acredito num Benfica com capacidade mais do que suficiente para ser uma boa equipa na 1ª Divisão, acredito numa Lousã forte (porque a Lousã é a única equipa nacional que pode ser tudo aquilo que lhe apetecer devido ao excelente empresário que a apoia, acredito num Évora forte como o demonstrou a época passada e claro que acredito num Super Groundlink Caldas, embora não acreite que faça uma diferença tão grande para estas equipas. Acreditar que vamos passear é não respeitar o querer dos adversários é não os respeitar e isso é a melhor receita para o descalabro, se o Groundlink Caldas achar que vai passear no próximo campeonato, aposto que não fica sequer nos três primeiros (o velho ditado de "fia-te na virgem e não corras" aplica-se bem aqui).
Aguardo com interesse para ver como as equipas mais fracas vão responder ao aumento de competitividade porque acredito que Sporting e São Miguel a manterem o nível do último ano vão existir jogos em que vão levar mais de 70 pontos.