30 de julho de 2013

RUGBY NA COVILHÃ QUER CRESCER COM A JUVENTUDE

Apesar de só recentemente ter começado a ser reconhecido, o rugby já existe na Covilhã há mais de uma década, levado pela mão e pela carolice de um coimbrão que viveu em Inglaterra e na África do Sul, mas que foi mordido pelo vírus da modalidade, ainda criança, à beira do Mondego.

Com uma acção que pouco tem ultrapassado os muros da Universidade da Beira Interior, o CRUBI começou a acompanhar o Projecto Nestum e espera poder consolidar a sua intervenção junto das escolas da cidade, já no próximo ano.



A comandar as operações está Luis Taborda Barata, antigo jogador da Académica de Coimbra, que nos explica como tudo aconteceu.

Mão de Mestre: Quem é o Luis Taborda Barata no rugby e fora dele?
Luis Taborda Barata: No rugby, sou, em primeiro lugar, um verdadeiro
apaixonado por este magnífico desporto.
Em termos práticos, sou o Director Técnico (certificado pela FPR) do Clube de Rugby da Universidade da Beira Interior (CRUBI), tendo já sido treinador durante alguns anos (tenho formação de Nível II da FPR - aguardo avaliação/exame, geral - e de Nível I de Sevens, certificado pela FPR).
Também sou Secretário da Mesa da Assembleia Geral do Comité de Rugby da Região Centro, Membro da Comissão Nacional de Veteranos de Rugby e membro dos Veteranos de Rugby da Académica de Coimbra.
Fora do Rugby, profissionalmente sou médico e professor universitário.


MdM: Onde nasceste e cresceste e como se deu o primeiro contacto com o rugby?
L.T.B.: Nasci em Coimbra e foi na minha cidade onde se deu o primeiro contacto, fugaz, com o rugby, ainda em criança.
Quando estava a iniciar-me no rugby, os meus pais foram viver para Angola e já não pude continuar a praticar em Coimbra.
Só posteriormente, quando já estava na universidade, é que voltei a treinar e jogar, durante 2 anos, na Académica.
Mas como vivi vários anos no estrangeiro, em diversas fases da minha vida, também treinei e joguei rugby na África do Sul e em Inglaterra.


MdM: O que fizeste no rugby na época que terminou, e o que vais fazer na
próxima?
L.T.B.: Na época que terminou, por afazeres profissionais, só tive tempo
para gerir alguns assuntos do CRUBI, como Director Técnico de Clube, para ir a algumas reuniões do CRRC, para colaborar (via e-mails), em termos da Comissão Nacional de Veteranos e para jogar em alguns dos torneios de veteranos, pela Académica.
Na próxima época, penso que o meu papel vai ser muito semelhante, embora vá estar particularmente empenhado em que se dê início à nossa Escolinha de Rugby.


MdM: Como surge o rugby na Universidade da Beira Interior e quando?
L.T.B.: Tendo tido um passado de rugby, ao chegar à Covilhã, em 2000,
vindo de vários anos em Inglaterra (onde havia jogado sempre rugby), o meu primeiro passo foi saber se havia um clube dessa modalidade na cidade ou arredores.
Ao verificar que só havia alguma actividade de rugby na Guarda e em Castelo Branco, muito incipiente, decidi criar um clube na Covilhã.
Como trabalhava na Universidade da Beira Interior, falei com várias pessoas e decidi avançar com a criação, ainda não oficial, do Clube de

Rugby da Universidade da Beira Interior.
Os primeiros treinos tiveram início no Inverno/Primavera de 2001, em pavilhão e consistiam essencialmente em Touch Rugby, de forma a cativar alunos e docentes para a modalidade.
A adesão não era famosa e, assim, decidi imprimir umas folhas A4 e distribuir por toda a universidade, chamando a atenção para os treinos.
No início de 2003, começaram a aparecer alguns alunos com bastante interesse na modalidade e passei a procurar apoios de empresas e da Câmara Municipal, para que pudessemos treinar num dos 3 campos relvados existentes na cidade.
Contudo, só nos foi permitido treinar num campo pelado e com pedras, extremamente rijo no tempo quente e que formava lagos com o tempo chuvoso.
Mas o grupo inicial de atletas era focado, não faltavam a treinos e houve uma progressão muito boa, tendo o CRUBI durante 2 ou 3 anos tido imenso sucesso em todos os torneios em que participávamos, nomeadamente, posteriormente, na campeonato das equipas emergentes.


MdM: Ao longo dos anos que leva de actividade o clube teve alguma iniciativa relacionada com escalões de formação, nomeadamente na última época?
L.T.B.: Embora, por diversas vezes, tivessemos planeado iniciar os escalões de sub-8 a sub-12, por diversos motivos, nomeadamente falta de apoio financeiro e falta de campo, não nos foi possível iniciar esses escalões.

MdM: Estão previstas algumas iniciativas para alargar a base de recrutamento a escolas e estabelecimentos de ensino na região?
L.T.B.: Sim, temos colaborado no Torneio Nestum e, no próximo ano, esperamos aprofundar essa colaboração de forma mais regular e estabelecer a ponte para atletas entre as escolas envolvidas e o CRUBI. 
Assim, esperamos dar início a escalões de sub-18 e sub-16.
Também estamos a planear outras colaborações com alguns estabelecimentos de ensino da região - seminários e workshops de rugby, envolvendo vários atletas do clube, para tentarmos atrair mais estudantes das escolas para o clube.
Finalmente, estamos a planificar usar uns pequenos campos de futebol/ténis, em piso sintético, existentes na Faculdade de Ciências da Saúde, para dar início a uma Escolinha de Rugby (sub-8 e sub-10) pois vários pais de crianças têm manifestado interesse em que os filhos se iniciem no rugby.


MdM: No escalão senior, o clube participou nas competições nacionais para equipas emergentes. Quem foram os responsáveis pela equipa?
L.T.B.: O Director Técnico de equipa e treinador principal foi o Paulo
Rodrigues (Nível I, geral) e o Treinador-Adjunto foi o Gil Dias (Nível I, geral). 
Estes treinadores estão certificados pela FPR. 
Temos ainda um outro treinador adjunto (Henrique Mendes), que tem o Nível I de Sevens, obtido num dos mini-cursos organizados pela Federação.

MdM: Que lições têm sido tiradas da actividade senior e como vai ser o futuro?
L.T.B.: A principal lição a tirar é a de que, se não se voltar a ter uma equipa coesa, focada e que venha a um número significativo de treinos (como aconteceu nos anos iniciais), nunca haverá possibilidade de progressão técnica, táctica e estratégica na equipa, que se possa traduzir em melhores resultados.
De facto, nos últimos anos, e apesar de grandes esforços das equipas técnicas, a média de atletas que vêm aos treinos regularmente é muito baixa.
Assim, várias medidas vão ser implementadas, para aumentar a coesão da equipa e criar um maior sentido de responsabilidade e identidade.
Essas medidas incluem prémios de incentivo aos atletas mais regulares nos treinos, aos que progridam mais, etc, mas também outras medidas de índole mais geral.


MdM: Como é financiada a actividade desportiva do clube? Qual o papel da autarquia neste aspecto?
L.T.B.: O único financiamento que temos vem dos Serviços Sociais da
UBI, que paga um pequeno montante ao treinador principal.
A autarquia não contribui financeiramente para o CRUBI.


MdM: Qual o papel das empresas da região?
L.T.B.: Inicialmente, tentámos o patrocínio de várias empresas e conseguimos alguns apoios pontuais, nomeadamente quando nos calhava organizar torneios das Emergentes na zona da Covilhã.
No próximo ano, vamos voltar a fazer uma ronda pelas empresas, entregando um dossier do CRUBI e solicitando apoio para aspectos como camisolas, calções, etc.
De facto, e para mostrar as dificuldades de patrocínio que temos tido, os equipamentos de jogo que temos, foram comprados em 2007 por mim e pelo actual treinador principal e oferecidos por nós ao clube.
No próximo ano, temos o patrocínio potencial de uma empresa médica para as camisolas.


MdM: Para a época 2013-14 quais os principais objectivos desportivos da equipa senior do CRUBI?
L.T.B.: 1) Criar espírito de maior assiduidade aos treinos, atingindo uma
média de, pelo menos, 75% de presenças aos treinos, em todos os atletas;
2) Estar presente em todos os torneios do Campeonato das Equipas Emergentes;
3) Ficar num dos 4 lugares cimeiros no Campeonato das Equipas Emergentes;
4) Dar início aos treinos dos sub-16 e sub-18;
5) Dar início à Escolinha de Rugby, dirigida aos sub-8 e sub-10.


MdM: Quem vão ser os treinadores do clube para a próxima época?
L.T.B.: Paulo Rodrigues - Séniores e sub-21, no âmbito do Campeonato das Equipas Emergentes
Gil Dias - Sub-16 e sub-18
Se conseguirmos dar início à Escolinha - Gil Dias será o treinador principal, com apoio meu.


MdM: Quem quiser jogar rugby no CRUBI o que deve fazer?
L.T.B.: Manifestar o seu interesse, através de várias abordagens alternativas:
1) Através da página do CRUBI, no Facebook;
2) Através do contacto comigo (914093575) ou dos treinadores - Paulo Rodrigues (965082954; pjfsfr@ubi.pt) ou Gil Dias (965205613;  gil_diax@hotmail.com);
3) Numa das sessões que iremos fazer nas escolas da região;
4) Através dos balcões da Associação Académica da UBI, por alturas das inscrições no início do ano lectivo - nesses balcões há informações acerca das várias modalidades, nomeadamente do CRUBI;
5) Aparecer nos treinos (ainda não sabemos os horários do próximo ano, pois tudo depende do clube - Associação Desportiva da Estação - com quem a UBI contratualizou a possibilidade de lá irmos efectuar os nossos treinos).

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