17 de julho de 2013

RUGBY EM BRAGA UM PROJECTO COM PERNAS PARA ANDAR

Pedro Aguilar é o presidente do Braga Rugby desde que o clube foi lançado em 2010, na sequência de uma escolinha de rugby que existiu desde 2008, em parceria com a Universidade do Minho, a sua primeira iniciativa ligada ao rugby, em Braga.

Antigo atleta e treinador dos seniores do CRAV, Pedro Aguilar jogou ainda durante dois anos no Técnico, numa altura em que por motivos de ordem profissional viveu em Lisboa, mas depressa regressou ao seu ambiente natural, ao seu CRAV, primeiro, e agora a este clube e a esta iniciativa que junta o desporto e a intervenção social.


Minhoto de gema, natural de Moure, Póvoa de Lanhoso, Aguilar vive em Braga há mais de 40 anos, onde trabalha, na área da gestão, apesar da sua formação em engenharia, e o clube a que preside e de que é o principal pilar - posição a que sempre jogou... - foi criado e está ligado a uma IPSS de grande porte da cidade dos Arcebispos, o Centro Cultural e Social de Santo Adrião, aproveitando também a existência de várias pessoas na cidade com ligações ao rugby, disponíveis para colaborar na aventura da criação de um novo clube de rugby.

Pedro Aguilar falou ao Mão de Mestre, e apresentou uma melhor visão do que se passa no rugby em Braga, nas respostas que gentilmente deu às nossas perguntas.

Mão de Mestre: Quantos jogadores tem o Braga? E como eles se dividem por escalões etários?
Pedro Aguilar: Vamos terminar esta época com 133 atletas inscritos na FPR, muito embora haja atletas a treinar connosco que não estão inscritos na federação, o que para dois anos de actividade é fantástico.

A demografia federada da presente época do Braga Rugby é a seguinte:

Escalão
Nº de atletas Federados
Sub-8
11
Sub-10
8
Sub-12
14
Sub-14
14
Sub-16
22
Sub-18
10
Femininos
14
Sub-21
11
Seniores Masculinos
29

Devo referir ainda ainda que destes 133 atletas, 12 deles são de um projecto de âmbito social que desenvolvemos, onde acolhemos, pro bono, jovens de três instituições de acolhimento de jovens em risco da região.

MdM: Qual foi a equipa técnica que enquadrou todos estes jogadores?
P.A.: Os treinadores da época 2012/2013, e que tudo aponta para a sua permanência na próxima época, foram:
Seniores Masculinos - Pedro Aguilar
Femininos - Maria Gomes
Sub-18/Sub-16 - Pedro Alves
Sub-14 - Pedro Calheiros
Sub-12/Sub-10 - Luis Marques, Helder Daniel, Anthony Mota
Sub-8 - Andresa Gomes, Mickael Vieira, Pedro Aguilar

No início da época os sub-16 ainda foram treinados pelo Tiago Azevedo, mas que emigrou no final de 2013, estando agora em Inglaterra.

Para a nova época em principio iremos conseguir alargar o quadro técnico, dotando cada escalão com mais de um treinador, mas este assunto ainda não está totalmente encerrado.


MdM: Que apoios o clube recebe da autarquia?
P.A.: Estamos a negociar com a Câmara um Contrato programa de desenvolvimento desportivo que permita um financiamento do Município para fazer face ao pagamento parcial dos custos de inscrição dos atletas dos escalões abaixo dos sub-18, o que em Braga acontece já com outras modalidades.

MdM: Qual a origem das receitas do clube?
P.A.: As receitas actuais do Braga Rugby resultam na sua grande maioria do quotização dos seus atletas que pagam uma mensalidade e a sua inscrição. Temos um patrocinador que dá um pequeno apoio para os escalões de formação.

MdM: Que actividade teve o clube em 2012-13, em que competições participou nos escalões de formação?
P.A.: O Braga Rugby nesta época competiu em todos os escalões desde sub-8 a seniores (excepto sub-21) e ainda em femininos. 
Em sub-18 e sub-16, por falta de quorum, participamos nos campeonatos nacionais de Sevens para estes escalões. 
Ainda em Sub-16 realizámos, enquanto equipa mista com o Viana, o regional de XV deste escalão.

Tivemos ainda este ano a primeira experiência com uma equipa de veteranos, antigos jogadores de Rugby que vivem em Braga que se juntaram e em nome do Braga Rugby participaram num torneio que antecedeu o jogo Espanha – Portugal, em Santiago de Compostela.

Será importante realçar que entre os nossos sub-8, temos uma equipa de sub-6, escalão que não existe em Portugal (em Portugal jogam como sub-8), mas que, quando competimos em Espanha, jogam de forma independente.


Em termos de actividade não nos podemos esquecer também que o Braga Rugby realiza todos os anos, em Abril, o Torneio Internacional de rugby juvenil (sub-12, sub-14 e sub-16) (a que o Mão de Mestre tem dado a devida cobertura, em 2013 aqui e aqui - n.d.r.)e ainda organiza o Apúlia Beach rugby (este ano integrado no circuito Nacional desta variante)(também com cobertura do Mão de Mestre - n.d.r.). 
A organização destes torneios surge como forma de divulgação da modalidade e atração de novos jogadores.

MdM: Depois de dois anos a participar no Campeonato Nacional da 2ª Divisão, quais foram as lições que o Braga tirou dessa experiência, e o que pretende fazer para melhorar e atrair mais jogadores?
P.A.: O projecto do Braga Rugby é um projecto feito a pensar no futuro pelo que pensamos que, nesta fase, grande parte da nossa energia deve ser canalizada para os escalões de formação pois pretendemos ter “bons alicerces”. 
Os seniores virão a retirar frutos disso, mas a médio prazo. 
Actualmente a equipa senior é uma mescla de jogadores mais velhos, com alguma experiência de rugby, e jogadores que começaram agora. 
Nessa medida, a curto prazo, a nossa perspectiva é que esta equipa vá melhorando gradualmente com a evolução técnica dos seus actuais jogadores e com a integração de jogadores que venham da formação.

Para um clube sem instalações próprias e com dois anos apenas, o clube tem uma dimensão já considerável. 
Temos feito um esforço muito grande para conseguirmos acompanhar o crescimento do clube em termos de recursos humanos (treinadores e dirigentes) e essa irá continuar a ser a aposta do clube: formar mais recursos para que possamos continuar a crescer. 
Iremos também continuar o nosso trabalho de aproximação das escolas e de divulgação do rugby como forma de captarmos mais jogadores.

MdM: Quando jogam em Braga, onde jogam?
P.A.: Este é um dos nossos grande problemas: um local para a prática do rugby em Braga. 
Na época que está a terminar jogámos em cinco campos distintos do concelho de Braga (São Pedro de Este, São Mamede de Este, Morreira, Lomar e Guisande). 
Para cada jogo ou torneio temos de negociar e esperar que haja disponibilidade por parte dos clubes de futebol, que exploram os campos, para que possamos alugar campos para jogar.

MdM: Quem quiser jogar rugby em Braga, o que deve fazer, onde se deve dirigir e quando?
P.A.: Ainda não está definido o calendário de treinos para a próxima época, pelo que nesta altura aconselho a que enviem um email para o endereço do Clube braga.rugby@gmail.com para que, na devida altura, possamos informar os eventuais interessados.

5 comentários:

Anónimo disse...

Os meus parabéns... Por este projecto que é um sucesso...com o Aguilar ao leme de certeza que num futuro próximo vamos ouvir falar do Braga rugby mais vezes... Abraço

um jogador utad disse...

que pena em vila real nao se conseguir fazer o mesmo, a ganancia de uns fala amis alto que o rugby.
enfim continuamos a destruir a utad

Anónimo disse...

Libertem-se da Universidade. Numa fase sénior é bom estar na Universidade. Numa fase de formação infelizmente em Portugal têm de ser os clubes a promovê-la.

Joao Alvim disse...

Caros, os meus parabéns. Na próxima época devíamos organizar um jogo convívio entre os nossos veteranos. Por favor contactem-me.
Joao Alvim
Responsável Vets-Cdup
917227997

Anónimo disse...

Parabéns pelo enorme esforço numa cidade com uma Câmara que apenas e só se preocupa com a parte imobiliária e com aquilo que dá votos. O Rugby não dá votos e nunca avançou em Braga por causa disso. Existe sempre um campo para a equipa de futebol da freguesia onde jogam 11 "bebados" mas não existe um campo para um trabalho sério na formação de jovens e para a preparação duma equipa de rugby naquela que dizem ser a terceira cidade do país. Conheço bem a realidade de Braga e do que se tentou fazer pelo rugby nessa cidade. Se me é permitida, aqui vai uma sugestão. Não percam muito tempo com esta Câmara, talvez na próxima eleição as coisas mudem. Libertem-se da influencia desse centro cultural que não ajuda ao crescimento de um clube que seja verdadeiramente de Braga. Tentem chamar as pessoas que são de Braga (ou moram em Braga) e que já amam o rugby e o conhecem. São esses que poderão promover a modalidade, ajudar a construir um clube na sua cidade e tentar chamar empresas e potenciais patrocinadores. Não criem barreiras pois em Braga existe muita gente com muita vontade de ter um clube de rugby que represente a cidade. Abram o clube, apresentem um projeto que alguns vão aparecer para ajudar com certeza. De resto, mais uma vez muitos parabéns e continuação do bom trabalho que tem vindo a ser feito. Abraço!