24 de julho de 2013

RUGBY DE BORBA PREPARA PASSO DE GIGANTE

Prestes a completar seis anos de vida o Clube de Rugby de Borba prepara-se para dar um passo de gigante na sua actividade desportiva.

Fundado em 2007, o Borba tem dado especial atenção aos escalões mais jovens, sem descurar o interesse pelos mais velhos, e, apesar das dificuldades de desenvolvimento que a vida numa pequena cidade do interior alentejano traz consigo, o clube de rugby da terra do mármore soube tirar partido do crescimento do rugby na região e do apoio e colaboração do Rugby Clube de Montemor.

Conversamos hoje com o seu presidente, Luis Barata, alentejano de gema e timoneiro de um pequeno clube que quer e promete crescer.

Mão de Mestre: Como e quando aparece o CR Borba (sei que surgiu em 2007...)?
Luis Barata: A prática do rugby em Borba surgiu pela mão de um grupo
de amigos que gostavam de praticar desporto, concretamente modalidades colectivas, mas que sentiam limitações na oferta dada à altura.
Com o início da vida universitária de alguns, surgiu a oportunidade de experimentar o rugby quer em contexto universitário quer ao nível de clubes da zona de Lisboa e Évora.
Esta experiência trouxe até Borba uma motivação extra para dar início a uma modalidade que já por nós era apreciada. Foram combinados os primeiros treinos e como a adesão foi muito satisfatória, ficou bem claro de que algo mais poderia e deveria ser feito. 

Desta forma, nasceu a ideia da criação de um clube de rugby em Borba.
Dificuldade atrás de dificuldade, juntos, com grande amizade e esforço de várias pessoas, o sonho foi possível e nasceu oficialmente o Clube Rugby de Borba no dia 8 de Outubro de 2007. 


MdM: Quem é o Luís Barata, presidente do Clube, como surge no rugby e como surge no CR Borba?
L.B.: Sou um homem que se rege pelos valores da modalidade que me fascina, o rugby. 
Trabalho sempre com muita paixão e entrego grande parte do meu tempo extra profissional ao rugby, em especial ao CRB, quer como treinador, quer como presidente. 
Para além do rugby, partilho o meu tempo essencialmente com a minha namorada, que é uma mulher extraordinária e me ajuda em tudo. 
Dedico também parte do meu pouco tempo restante à música e aos amigos.
Tal como referi na questão anterior, o início do meu percurso no Rugby coincide com a formação do CRB. 
Fiz parte do grupo de amigos que se envolveram inicialmente neste projecto e tenho muito orgulho em ter sido fundador do clube. 
Enquanto atleta, para além do C.R.Borba, joguei no Rugby Clube de Montemor em 2009-2010, época em que o clube foi campeão da 2ª divisão nacional. 
Na época seguinte, por lesão, fui forçado a parar. 
Desta forma, foquei assim a minha actividade na parte do treino.

MdM: Qual a tua idade e naturalidade?
L.B.: Tenho 26 anos de idade e sou natural de uma pequena freguesia de Elvas, Barbacena. 
No entanto, estou em Borba há mais de 24 anos e considero-me totalmente Borbense. 
Borba é a minha terra. 

MdM: E o que fazes profissionalmente?
L.B.: Sou licenciado em Ensino Básico – 1º ciclo e tenho curso de Mestrado em Direção e Gestão Desportiva. 
Leccionei nos últimos três anos ao nível do 1º ciclo do ensino básico. Actualmente sou empresário e gerente de um espaço, o Eléctrico Bar em Borba. 
Para além disso, sou treinador de rugby, trabalho todos os escalões de formação do Clube Rugby de Borba, bem como os seniores, tendo estado na passada época 2012-2013 como treinador-adjunto do Rugby Clube de Montemor nos seniores. 

MdM: Quantos jogadores tem o Borba? E como eles se dividem por escalões etários?
L.B.: O Borba tem neste momento 50 atletas: 4 atletas sub-12, 6 atletas sub-16, 8 atletas Femininas, 10 atletas sub-21 e 22 atletas seniores. 
Foi e está a ser desenvolvido um projecto nas escolas de 1º ciclo do concelho com o objectivo de dar a conhecer a modalidade aos mais novos e captar novos atletas. 
Para além disso, alargámos o nosso raio de acção, com actividades
também em Vila Viçosa, na escola Secundária. 
Este trabalho continuará na próxima época e, esperamos colher, a curto prazo, os seus frutos. 
Para a equipa sénior está também a ser desenvolvido trabalho com o intuito de captar e incentivar mais atletas à prática do rugby no C.R.B.
Esta é das questões mais sensíveis do clube. 
É extremamente difícil conseguir captar um grande número de atletas na nossa zona. 
Por diversos motivos de ordem social, cultural e económica. 
Temos conquistado o nosso espaço mas pelo facto de se tratar de uma pequena cidade, este trabalho fica muito condicionado. 
Temos em mãos uma tarefa muito difícil mas com grande força de vontade, tudo acaba por se conseguir.

MdM: Sendo uma modalidade essencialmente amadora, o rugby tem poucas receitas próprias, tendo de se socorrer de apoios externos. Entre esses, que apoios o clube recebe da autarquia?
L.B.: O Clube concorre já há dois anos ao programa de apoio a associações por parte do município. 
São apresentadas as actividades desportivas e sociais que o clube desenvolve e estas poderão ser apoiadas pelo município. 
Utilizamos o campo municipal para os treinos e jogos. 
O apoio do município tem uma vertente financeira. 
Este apoio não faz face às nossas necessidades e fica muito aquém daquilo que é o nosso orçamento. 
De qualquer das formas, temos vindo a melhorar progressivamente a nossa relação com o município. 
Esperamos que a autarquia esteja muito atenta ao nosso trabalho, que consiga perceber a nossa verdadeira dimensão e que possa dar resposta às maiores exigências que se adivinham. 

MdM: Não sendo esses apoios são suficientes para cobrir as despesas do clube, como complementam as vossas receitas?
L.B.: Como referi há pouco, o apoio não é suficiente para cobrir a despesa do clube. 
Poderiam ser aplicadas melhores estratégias neste sentido de forma a colmatar as necessidades dos clubes. 
No entanto, somos um clube dinâmico e desenvolvemos diversas actividades de cariz social e recreativo que nos permitem realizar algum dinheiro. 
Para além disso, temos as cotas dos nossos associados, que nos ajudam também a equilibrar as contas. 
Tentamos ao máximo não ser totalmente dependentes das instituições locais e esforçamo-nos para ter outras fontes de receitas, mas não é fácil conseguir esta harmonia.

MdM: Que actividade teve o clube em 2012-13, em que competições participou nos escalões de formação?
L.B.: A época 2012-2013 foi muito complicada. 
Não conseguimos ter os atletas que esperávamos nos escalões de formação e isso condicionou o trabalho que estava preparado. 
Participámos no campeonato regional de rugby de 7 com o escalão de sub-16, e os nossos atletas sub-18 competiram em Montemor, pelo Rugby Clube de Montemor, com quem desenvolvemos uma parceria. 
Esta organização permitiu aos nossos atletas competir com regularidade a um nível elevado. 
Na época 2011-2012 competimos com os escalões sub-16 e sub-18 nos campeonatos regionais de rugby de 7. 
Para 2012-2013, pretendemos dar novo impulso à nossa Escola de Rugby, com o escalão sub-12, dar continuidade ao escalão sub-16 e ao escalão feminino.

MdM: E teve alguma actividade nos seniores? Qual?
L.B.: Sim. Organizamos todos os anos dois torneios em Borba. 
O Torneio de Rugby da Festa da Vinha e do Vinho e o Torneio de Rugby Cidade de Borba. 
Estes torneios são essencialmente competição para os seniores. 
Para além disso, realizámos vários jogos particulares, com equipas espanholas e alguns deles com equipas da 2ª divisão nacional. 

MdM: Qual foi a equipa técnica na época passada e qual vai ser na próxima?
L.B.: Em 2012-13 os treinadores do clube foram o Manuel Pécurto e eu próprio, que treinámos em conjunto os sub-16, o Manuel treinou ainda a equipa feminina e eu treinei os seniores.
Para o próximo ano ainda não está tudo definido, apenas está garantida a minha colaboração.

MdM: Ouvi dizer que o Borba vai participar no Campeonato Nacional da 2ª Divisão. É verdade?
L.B.: É verdade, é essa a nossa vontade. 
Já mostrámos junto da Federação a intenção de participar nas competições oficiais da mesma. 
Trabalhámos ao longo de cinco anos para que reuníssemos condições estruturais, logísticas e financeiras para abraçar este projecto. 
Sempre foi o nosso objectivo, o nosso sonho, levar o Clube Rugby de Borba a participar no campeonato nacional da 2ª divisão. 
Será muito difícil a todos os níveis mas acredito que conseguiremos, todos juntos e unidos, com responsabilidade individual e colectiva, ultrapassar as dificuldades que estão prestes a chegar.

MdM: Quando jogam em Borba, onde jogam?
L.B.: Jogamos no campo municipal de Borba. 
É um campo com relvado sintético que está preparado para a prática de rugby.

MdM: Quem quiser jogar rugby em Borba, o que deve fazer, onde se deve dirigir e quando?
L.B.: Quem quiser entrar em contacto com a nossa modalidade, experimentar e jogar rugby deve visitar-nos em dia de treinos (segunda, quarta e sexta no Municipal de Borba), contactar-nos através do nosso e-mail: cluberugbyborba@gmail.com ou falar pessoalmente com um dos nossos responsáveis. 
Estamos receptivos e de portas abertas a todos.

4 comentários:

António disse...

Estou a adorar a progressão do mundo de râguebi português. Cada vez vejo mais clubes a aparecer e muito em breve teremos muitos clubes do qual contribuíram para uma modalidade mais vista.
A possibilidade dos valores do râguebi fazerem parte da maneira de ser das pessoas é cada vez maior.
Aprende-se mais ao entrar em contacto com este desporto do que em seminários de PAZ Internacionais.

Anónimo disse...

O Borba está de parabéns! Grande exemplo de coragem e determinação. Felicidades

Anónimo disse...

Grandes passos só se dão com grandes homens!

Estão de parabens Borba...

força nisso

Anónimo disse...

Muito bem C.R.Borba! Que bela surpresa este clube. Que tudo corra bem!