10 de fevereiro de 2013

ONDE ESTIVERAM OS LINCES?

Quem hoje quis assistir aos jogos dos Linces, induzido eventualmente pelos comentários elogiosos que ontem fizemos - e que foram inteiramente justos - terá ficado desconsolado com o que viu. E com razão.

Se ontem tínhamos visto uma equipa com atitude, com personalidade, concentrada nas suas tarefas, hoje não fazemos ideia onde essa equipa ficou, porque no Sam Boys Stadium de Las Vegas, ela não esteve.

Na verdade, com a excepção de alguns, poucos, minutos contra as Fiji, o que nós vimos foi uma equipa a defender recuada, aguardando pelo adversário e dando-lhe tempo e espaço para tomar a iniciativa, uma equipa que pareceu cansada, e que afinal, repetiu o que tem feito toda esta época - não ganhar um jogo no segundo dia da competição.

A questão é simples: até ontem podia-se dizer que é uma equipa jovem, tem muito para aprender e portanto não são passíveis de crítica (muito) adversa.

Mas ontem, os Linces desmentiram esta apreciação, quando demonstraram que sabem fazer e são capazes de fazer!

Ah, mas hoje já estavam cansados.. Qual quê!

A carga a que foram sujeitos foi menor que noutras ocasiões, já que no primeiro dia apenas fizeram dois jogos em vez de três como é habitual, e hoje fizeram outros dois.

Ora bem, como se pode dizer que estavam cansados?! Ou será que a equipa está apenas preparada para dois jogos e depois fica sem gás? Nem quero acreditar nisso.

Que a equipa não tem velocidade, isso é evidente, mas ontem souberam equilibrar isso com um elevado número de passes, conseguindo progredir no terreno de jogo por intermédio de penetrações, mudanças de sentido de jogo, cruzamentos, apoios e continuidade.

Então porque hoje isso não aconteceu?

Poderia dizer-se que foi um dia mau. O pior é que esta época já teve cinco dias maus - em que a atitude da equipa foi diferente (ia a dizer displicente, mas vou dar mais uma margem...) e derrubou todo o otimismo e satisfação que ontem nos proporcionaram.

Falta de consistência, o Frederico de Sousa falou nisso, en passant, na entrevista que deu para a IRB, e esse é na verdade um problema muito sério.

Quando vamos ter uma equipa verdadeira, como a de ontem, por mais do que dois jogos?

Quando nos levantaremos para assistir ao segundo dia dum torneio confiantes que o que de bom foi feito num dia, se repetirá no dia seguinte?

São jovens? Pois são, e depois? Não são capazes de manter os níveis de concentração por mais que meia hora por fim de semana?

Eu não acredito nisso! E os meninos têm que pensar que não estão a jogar para eles - estão a jogar para todos nós!

Amanhã, contra o Uruguai, joga-se a meia final da Shield. Que equipa Portugal terá em campo?

A de sexta feira, que brilhou no relvado de Las Vegas, ou a de sábado, que não se sabe bem o que por lá andou a fazer?

Uma equipa com ambições de participar em competições como esta, não pode pensar que só cá estamos para os elogios - que faremos sempre que acharmos que eles se justificam.

Mas não podemos deixar de chamar a atenção para o que está mal, para o que nos deixa uma amarga sensação de causa perdida, como aconteceu hoje...

Amanhã, meus caros, não há qualquer desculpa para não chegar à final da Shield e de a ganhar!

Basta fazerem o que sabem e são capazes de fazer!

Fiquem com as fichas dos jogos dos Linces, o quadro completo dos resultados da Fase de Apuramento, e o quadro com os resultados dos quartos de final e os jogos das meias finais.
No final leia um esclarecimento sobre a questão dos desempates, que ontem abordamos, e tome nota que no domingo o jogo Portugal-Uruguai será às 17,20 horas de Lisboa.




A QUESTÃO DO DESEMPATE
Ontem demos aqui uma informação que não corresponde à realidade, induzidos pela classificação que a IRB apresentou dos Grupos do apuramento, em que Portugal aparecia à frente da Escócia, com o mesmo número de pontos, apesar de ter perdido o jogo que realizou com ela.

Pois bem, na verdade, na Fase de Apuramento, quando duas equipas estão com o mesmo número de pontos, o fator de desempate é o resultado entre elas, ficando à frente a equipa que tenha ganho esse jogo.
Portanto, ontem, a Escócia devia aparecer posicionada à frente de Portugal, ambas com quatro pontos.
Apenas no caso do resultado entre as duas equipas em igualdade de pontos ter sido um empate é que se passa a outro fatores de desempate, a saber:
1º O saldo de pontos marcados/sofridos em todos os jogos do Grupo;
2º O saldo de ensaios marcados/sofridos em todos os jogos do Grupo;
3º O maior número de pontos marcados em todos os jogos do Grupo;
4º O maior número de ensaios marcados em todos os jogos do Grupo;
5º Moeda ao ar, entre os managers das equipas empatadas.

Mas se em vez de duas forem mais de duas equipas empatadas, os cinco fatores de desempate descritos imediatamente acima, e só eles, aplicam-se de imediato.

Quanto ao desempate entre duas ou mais equipas no ranking geral do Circuito, os fatores a considerar serão os seguintes:
1º O saldo de pontos marcados/sofridos em todos os torneios realizados;
2º O maior número de ensaios em todos os torneios realizados;
3º Caso se mantenha a igualdade, as equipas serão consideradas empatadas.

Fica assim o esclarecimento sobre a matéria.

Foto: IRB/Martin Seras Lima

6 comentários:

Anónimo disse...

senhor mao de mestre eu concordo em tudo com estas criticas feitas ao sevens; o que eu acho estranho é que sobre o xv o senhor està em silencio! pois o mundo inteiro viu contra a romenia e contra a georgia que temos um grandissimo problema nas linhas atrasadas!como è possible continuar o torneio sem abertura? os oito da frente pelo empenho que tiveram ontem nao mereciam perder.jà contra a romenia foi a mesma historia eu gostava de ler o seu comentario!

Anónimo disse...

Como disse a respeito do XV, há uma linha muito ténue que separa uma boa duma má exibição. E isto nota-se muito mais a nivel de devéns, jogo em que o factor "sorte" face à. Impossibilidade de recuperação dalgum erro, é muito maior. De resto o que fica é a sensação face à juventude da equipa dum crescimento exponencial na qualidade destes atletas num futuro próximo. Quanto ao ganhar e perder, basta analisar o percurso neste torneio dos 2 finalistas do torneio anterior. Sintetizando: temos equipa.

Anónimo disse...

O que falta a esta equipa são jogadores com capacidade de penetração. Esta é a mais importante característica de um jogador de sevens. Felizmente há alguns jogadores destes em Portugal, mas como o selecionador ande desatento...

Anónimo disse...

Boa tarde,

Creio que mais uma vez a culpa das derrotas foi zero dos miudos , mas sim dos graudos. Duarte Moreira só ataca e só mesmo a correr. Digo Miranda não acerta uma , não se percebe a sua presença. Francisco VA está em baixo de forma, pelo que a dinâmica que temos tido é toda imputada pelos 4 miudos. Pelo que é injusto colocar-lhes a culpa em cima.

Att SE

Anónimo disse...

anónimo das 10:29 , já que o Pico está desatento e tu estás muito atento e percebes muito de rugby podias tu dizer quem são os jogadores que tu achas que devem estar nesta selecção.

Anónimo disse...

Sim, por favor, anónimo das 10:29, elucida-nos. Queremos todos saber quem são esses craques com capacidade de penetração